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Rev. bras. epidemiol. vol.6 número3

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Rev. Bras. Epidemiol. Vol. 6, Nº 3, 2003

Opinião

Opinion

ABRASCO PARTICIPA

REFLEXÕES SOBRE A PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA NO BRASIL

Os programas de pós-graduação em Saúde Coletiva no Brasil vêm experimentan-do um significante processo de crescimento e expansão, o que reflete a sua consolidação enquanto área de produção e aplicação de conhecimento. Encontram-se, reconhecidos e credenciados na CAPES, 27 programas de doutorado e/ou mestrado, distribuídos por todas as regiões administrativas do país (com exceção da Região Norte). Esses programas formam, anualmente, um importante con-tingente de doutores e mestres, e é nesses programas que se concentra a maior parte da produção científica da área expressa no amplo conjunto de publicações veiculadas através dos importantes meios de divulga-ção técnico-científica, que servem desde os docentes/pesquisadores, os formuladores de políticas de saúde, os gestores e os usuá-rios em geral.

A análise da produção dos programas de pós-graduação evidencia a ampla cobertura temática nas tradicionais áreas de conheci-mento que conformam a área de Saúde Co-letiva, ou seja, Gestão, Planejamento e Ad-ministração em Saúde, Ciências Humanas e Sociais em Saúde e Epidemiologia. Pratica-mente todos os problemas que cercam a saúde da população brasileira estão inscri-tos no interesse de investigação e docência dos nossos professores e a sua contribuição se faz sentir em todos os campos de atuação técnico-científica. Assim o estudo dos assun-tos pertinentes à morbi-mortalidade da po-pulação brasileira, o tratamento das ques-tões referentes à organização dos serviços de saúde e a análise das políticas públicas, entre outros temas, têm gerado novos co-nhecimentos e importantes inovações para a oferta de melhores condições de vida e saúde de nossas populações.

Ao lado dessas conquistas, há que men-cionar as perspectivas que se abrem com a introdução dos mestrados profissionali-zantes. A cuidadosa e balanceada oferta des-sa nova modalidade de aprimoramento de

recursos humanos pode atender a impor-tantes demandas de nossos serviços de saú-de na formação saú-de quadros estrategicamente situados.

Essa rápida, sumária e otimista descri-ção da nossa pós-graduadescri-ção e de suas re-percussões, ao trazer a expressão de sua consolidação, legitimidade e reconhecimen-to pelos diversos areconhecimen-tores envolvidos com o campo, não pode deixar de considerar os desafios que temos que enfrentar. O grande volume de pessoal altamente qualificado que os nossos programas têm formado gera ne-cessidades para o seu adequado aproveita-mento e comprometiaproveita-mento técnicos e soci-ais. Isso implica a criação de condições para sua adequada e justa absorção tanto no sis-tema de ensino e pesquisa quanto no siste-ma de saúde propriamente dito. Usiste-ma re-percussão evidenciada a partir dessa massa crítica constituída (e ressalte-se, de alta qua-lificação) pode ser sentida, pelo menos par-cialmente, na demanda que sistematicamen-te não vem sendo asistematicamen-tendida nas nossas solici-tações de bolsas de produtividade no CNPq ou de pós-doutoramento na CAPES (a de-manda qualificada supera em muito o nú-mero de bolsas oferecidas pelo sistema). Esse quadro ganha maior dimensão quando se examina as pequenas possibilidades de ab-sorção oferecidas pelas Instituições Públi-cas de Ensino Superior. Uma primeira ins-peção mostra que os setores de C&T e edu-cacional não vêm se atualizando (em ter-mos de absorção ou respostas) frente ao conjunto de profissionais qualificados que eles próprios vem criando. É forçoso dizer que o equacionamento desse desafio pres-supõe a correção das injustas situações cria-das com a excessiva concentração de recur-sos e pessoal em eixos Sul-Sudeste do país, com notórias repercussões para o pleno de-senvolvimento do país.

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suas especificidades possam ser melhor re-conhecidas. Uma visita ao campo, que mui-tos reconhecem como impositiva, deve per-mitir um melhor diálogo interno à Saúde Coletiva e, especialmente, com os demais atores do setor de C&T em Saúde. Esse é um debate constante e que merece a nossa con-sideração, há tempos, pois a ausência de maior clareza de nossos limites (ainda que imprecisos) e da demarcação mais precisa de nossa característica interdisciplinar nos impede, muitas vezes, de marcar nossas especificidades dentro da comunidade cien-tífica, com possíveis prejuízos para a ade-quada inserção e, porque não reconhecer, para a justa captação dos escassos recursos existentes no país.

Sem pretender esgotar o conjunto de desafios que se apresentam vale salientar o empenho devido para a implantação e bom desenvolvimento de programas de Mestrado Profissionalizante (MP). Desenhado que foi, de forma oportuna, para a formação de qua-dros estratégicos em nichos específicos, a criação do MP vem gerando debates que

colocam, de um lado, desnecessários confli-tos com programas acadêmicos consolida-dos e, de outro lado, questões sobre sua equi-valência, fugindo pois de sua natureza inicial e já salientada de formação de quadros es-tratégicos para desempenhar funções espe-cíficas em diferentes instâncias dos serviços prestados à sociedade.

Essas reflexões apontam para algumas das questões que cercam os nossos progra-mas de pós-graduação, ressaltando que a iniciativa da ABRASCO de estabelecer o seu Fórum de Coordenadores de Pós-Gradua-ção vem se constituindo em um dos locus privilegiado para o devido encaminhamen-to dessas e de outras questões, procurando viabilizar o progresso articulado e organiza-do organiza-dos nossos programas.

Referências

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