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Palavras-chave: Educação Física. Esportes de rede/parede. Pedagogia do Esporte.

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA OS ESPORTES DE REDE E PAREDE NA BNCC: UMA EXPERIÊNCIA DE

ENSINO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Net and wall sports at BNCC: a teaching experience in the early years of fundamental education

David Tomé de Lima Universidade Estadual do Ceará1

Bianca Silva Franco Universidade Estadual do Ceará2 José Messias Vieira Marques Filho

Secretaria Municipal de Fortaleza3 Vanessa Lima Universidade Estadual do Ceará4

Resumo: A partir de 2017, com a homologação da Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental, tornou-se obrigatória a implementação de conteúdos seguindo recomendação do documento. Nesse contexto, os esportes de rede e parede se apresentam como um dos objetos de conhecimento previstos para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Com vista a isso, este trabalho tem o objetivo de apresentar um relato de experiência sobre uma possibilidade de prática pedagógica com os esportes de rede e parede em aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Para tanto, esta pesquisa aconteceu em uma escola-campo no município de Fortaleza-Ce durante as aulas de Educação Física que ocorreram no contexto das regências do Programa de Residência Pedagógica. Com base no processo vivenciado, pode-se inferir que há necessidade de se trabalhar com jogos reduzidos e estações nas aulas de Educação Física, assim possibilitando um maior engajamento dos alunos nas tarefas.

Palavras-chave: Educação Física. Esportes de rede/parede. Pedagogia do Esporte.

Abstract: As of 2017, with the approval of the Common National Curriculum Base for Elementary Education, it became mandatory to implement content following the document's recommendation. In this context, hammock and wall sports are presented as one of the objects of knowledge foreseen for the early years of Elementary School.

With this in mind, this work aims to present an experience report on a possibility of pedagogical practice with net and wall sports in Physical Education classes in the early years of Elementary School. Therefore, this research took place in a field-school in the city of Fortaleza-Ce during the Physical Education classes that took place in the context of the Pedagogical Residency Program regency. Based on the experienced

1 davidtlima@outlook.com; Licenciando do curso de Educação Física do Centro de Ciências da Saúde.

2 bianca.franco@aluno.uece.br; Graduanda em Educação Física.

3 messias.filho.ef@gmail.com; Professor de Educação Física.

4 vanessadasilva.lima@uece.br; Docente do curso de licenciatura em Educação Física.

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process, it can be inferred that there is a need to work with reduced games and stations in Physical Education classes, thus enabling greater engagement of students in tasks.

Key words: Physical Education.Net/Wall sports. Sport Pedagogy.

INTRODUÇÃO

O esporte é uma manifestação plural que apresenta diversos contextos de prática, com diferentes níveis de exigência, bem como diferentes sentidos e significados. Segundo González, Darido e Oliveira (2017), em razão desta grande variabilidade, viu-se a necessidade de definir ou classificar essas intenções de modo mais detalhado. Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe consigo um modelo de classificação baseado na lógica interna. Segundo Parlebas (2001, p.302 apud GONZÁLEZ, 2004), lógica interna define-se como "o sistema das características pertinentes de uma situação motora e as consequências que entranha para a realização da ação motora correspondente”.

Dessa forma, o “modelo possibilita a distribuição das modalidades esportivas em categorias, privilegiando as ações motoras intrínsecas, reunindo esportes que apresentam exigências motrizes semelhantes no desenvolvimento de suas práticas”

(BRASIL, p. 215, 2018a). Desse modo, a BNCC apresenta sete categorias de esportes: I) Marca; II) Precisão; III) Técnico-combinatório; IV) Campo e taco; V) Invasão ou territorial; VI) Combate; e VII) Rede/quadra dividida ou parede de rebote (BRASIL, 2018a). Este trabalho tem como foco a categoria de esportes de rede/quadra dividida ou parede de rebote, ou simplesmente esportes de rede/parede.

Esta categoria, segundo Brasil (2018a, p. 216):

Reúne modalidades que se caracterizam por arremessar, lançar ou rebater a bola em direção a setores da quadra adversária nos quais o rival seja incapaz de devolvê-la da mesma forma ou que leve o adversário a cometer um erro dentro do período de tempo em que o objeto do jogo está em movimento.

Alguns exemplos de esportes de rede são voleibol, vôlei de praia, tênis de campo, tênis de mesa, badminton e peteca. Já os esportes de parede incluem pelota basca, raquetebol, squash etc.

Como definido na própria BNCC, o documento é de caráter normativo e define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas da Educação Básica (BRASIL, 2018a).

Nesse sentido, espera-se que os professores de Educação Física tenham

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA competência para desenvolver em seus alunos as habilidades estabelecidas no documento.

Nesse contexto, o Programa de Residência Pedagógica tem por objetivo induzir o aperfeiçoamento da formação prática nos cursos de licenciatura, promovendo a imersão do licenciando na escola de educação básica e adequar os currículos às orientações da BNCC (BRASIL, 2018b). Dessa forma, o programa orienta os residentes a realizarem intervenções pedagógicas pautadas na BNCC e nas necessidades dos alunos.

A preocupação central deste estudo foi saber como organizar uma aula com vista a propiciar aos alunos a habilidade posta pela BNCC identificada pelo código alfanumérico EF35EF05¹ – Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de rede/parede, identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo” (BRASIL, 2018a).

O objetivo do trabalho é apresentar um relato de experiência sobre uma possibilidade de prática pedagógica com os esportes de rede e parede em aulas de Educação Física nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Este estudo pretende apontar estratégias que auxiliem professores no planejamento e gestão de suas aulas, dirigindo-se principalmente a estudantes e jovens professores de Educação Física, haja vista a dificuldade assinalada pela maioria dos professores sem experiência quanto à adequação do conteúdo às capacidades dos alunos e na flexibilidade e ajuste dos planos às situações inesperadas (STIPANOV, 2005 apud JANUÁRIO, 2017).

Os registros apresentados no trabalho são de maio de 2019, em uma escola pública de ensino infantil e fundamental localizada no município de Fortaleza, Ceará.

A instituição serviu como escola-campo em que os residentes puderam realizar intervenções pedagógicas pautadas na BNCC e nas necessidades dos alunos.

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¹ As habilidades são identificadas por um código alfanumérico cujo primeiro par de letras indica a etapa de Ensino Fundamental, o primeiro par de números indica o bloco de anos (3º ao 5º ano) a que se refere a habilidade, o segundo par de letras indica o componente curricular (Educação Física), por fim, o último par de números indica a posição da habilidade na sequência do bloco de anos.

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PERSPECTIVAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS SOBRE O ENSINO DOS ESPORTES DE REDE/PAREDE

A compreensão da Pedagogia do esporte e o entendimento das concepções e estilos de ensino trazem subsídios para intervenção nas aulas de Educação Física, destacando as concepções alicerçadas em ideias construtivistas, que visam a colocação do aluno no centro do processo de ensino (GONZALEZ et al, 2017). Dessa forma, o ensino tradicional baseado no professor, onde as tarefas são estruturadas pela fragmentação do jogo em diferentes situações, tem vindo a ser cada vez mais discutido e confrontado por novos modelos que centram o processo de ensino no aluno (CLEMENTE, 2012).

O ensino do esporte progrediu para uma metodologia baseada no ensino compreensivo, adotando-se o termo “Ensino do Jogo para Compreensão” ou do inglês

“Teaching Games for Understanding” (GRIFFIN; BUTLER, 2005 apud CLEMENTE, 2012), assim estimulando os alunos a resolverem problemas mediante a utilização de sua experiência prévia, à medida que desenvolvem competências por meio do jogo.

A estimulação da consciência tática desafia os alunos a solucionarem problemas do jogo, lhes permitindo compreender aspectos táticos necessários para agir frente às situações impostas. Desse modo, esse movimento pedagógico defende que o ensino siga o caminho da tática para a técnica (GUTIÉRREZ; GARCÍA-LÓPEZ, 2012 apud ABURACHID et al, 2019).

A aplicação desse modelo de ensino baseia-se em quatro princípios pedagógicos: I) a seleção do tipo de jogo; II) a modificação do jogo por representação;

III) a modificação por exagero; e IV) o ajuste da complexidade tática (GRIFFIN;

BUTLER, 2005 apud CLEMENTE, 2012).

Quadro 1 – Princípios pedagógicos do Teaching Games for Understanding

Princípio Característica

Seleção do tipo de jogo

A intencionalidade é proporcionar às crianças uma ampla vivência com diferentes tipos de jogos, nos quais podem apresentar semelhança estrutural ou serem distintos. Os jogos podem ser agrupados de acordo com a sua classificação, por exemplo: jogos de alvo, jogos de invasão e jogos de rede/parede. A intenção é auxiliar os alunos na percepção da lógica interna de determinado grupo de modalidades.

Modificação do jogo por representação

Os jogos são modificados visando adaptá-los ao nível do aluno. Apesar da adaptação, os jogos reduzidos continuam com a mesma estrutura tática dos

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA jogos formais e o objetivo desse princípio é simplificar as tarefas, flexibilizar as regras e, assim, evitar a decomposição das atividades.

Modificação do jogo por exagero

Em cada tarefa simplificada e representativa do jogo, o professor deverá voltar a atenção dos alunos para um determinado problema tático que emergirá a partir do contexto do jogo, guiando o aluno a refletir sobre a situação, facilitando o processo de tomada de decisão.

Ajuste da complexidade

tática

O problema tático inerente à tarefa deve ser devidamente adequado ao nível de proficiência dos alunos. Desse modo, a complexidade da tarefa deve ser incrementada gradativamente em função do nível de experiência e compreensão do aluno.

Fonte: Adaptado de Clemente (2012).

Dentre essa conjuntura, busca-se delinear maneiras mais adequadas de implementação nos esportes de rede/parede. Para isso, é fundamental que os professores tenham domínio do conteúdo a ser trabalhado e possa, assim, intervir de maneira adequada respeitando o nível dos alunos de acordo com os objetivos táticos estabelecidos para as atividades.

Aos professores, recomenda-se realizar um diagnóstico das competências demonstradas por seus alunos em jogo, identificando os níveis de experiência da turma, para assim planejar atividades mais adequadas em função da proficiência dos mesmos. Dessa forma, as atividades terão objetivos táticos diferentes a depender do nível apresentado. Como mostra o quadro 2, os objetivos táticos podem ser organizados por níveis de experiência e compreensão dos alunos.

Quadro 2 – Estrutura tática básica nos jogos de rede/parede Objetivos

táticos

Nível I Nível II Nível III

Ataque

Construir as condições para atacar

Reconhecer os espaços vazios na quadra adversária

Posicionar-se de forma adequada para

direcionar a bola ao levantador

Posicionar-se de forma adequada para passar a bola a um companheiro que se encontre em condições de atacar

Pontuar Jogar onde o

adversário não está - com a mão

Lançar a bola nos espaços livres - com implemento

Forçar o erro do adversário

Atacando em dupla

Cooperação Posicionar-se de forma adequada para finalizar o ataque, antes do levantamento

Comunicação; Elaboração de jogadas combinadas

Defesa

Defendendo o espaço do seu lado da rede

Recuperar o centro da quadra evitando deixar o espaço vazio

Posicionar-se de forma a não deixar espaços vazios na quadra

Reorganizar-se na distribuição doespaço a defender

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Defendendo um ataque

Posicionar-se

adequadamente para recepção

Dificultar o ataque com jogadas no fundo ou jogando no ponto fraco do adversário

Utilizar o bloqueio para dificultar as ações do adversário

Defendendo em dupla

Cooperação Cobrir os espaços da dupla

Comunicação

Fonte: Adaptado de González, Darido e Oliveira (2017)

No quadro 2, é possível identificar a estrutura tática nos jogos de rede/parede, envolvendo as ações ofensivas e defensivas que os alunos devem desenvolver a partir do ensino do jogo quando se prioriza os aspectos táticos. Desse modo, a progressão do nível de complexidade nos jogos vai se adequando à medida que os alunos aprendem e conhecem mais a sua lógica.

Associado ao modelo de ensino do jogo para compreensão, pode-se destacar o estilo de ensino por descoberta guiada. Segundo Gomes, Martins e Costa (2017), esse estilo consiste no desenvolvimento sequencial e lógico do pensamento do aluno em uma atividade de exploração, investigação e descoberta da resposta ou modelo de desempenho mais adequado a um problema. Dessa forma, o professor acompanha o processo de descoberta, estimulando e conduzindo o aluno para a solução à situação problema.

Para tanto, essa estratégia implica em conceder mais tempo aos alunos durante as atividades, estimulando-os a pensar por si próprios, promovendo assim o desenvolvimento do autoconceito e sentido crítico na seleção das respostas (GOMES;

MARTINS; COSTA, 2017).

Nesse sentido, um ensino de qualidade em Educação Física, associado também a melhores resultados a nível comportamental afetivo e cognitivo, está sustentado na promoção de experiências de aprendizagem agradáveis, que desenvolvam as competências necessárias para adotar e manter um estilo de vida ativo, assim como de responsabilidade pessoal e social.

Segundo Martins, Gomes e Costa (2017), a variável que mais contribui para a aprendizagem dos alunos é o tempo potencial de aprendizagem. No entanto, este tempo só poderá ser potencial para a aprendizagem se o professor criar condições para que haja um elevado tempo de empenhamento motor (MARTINS; GOMES;

COSTA, 2017).

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA A principal forma de conceder mais tempo de prática e aumentar o envolvimento dos alunos é por meio da organização das atividades. Por meio da organização, o professor gere a formação de grupos, a transição e circulação dos alunos nas situações de aprendizagem e os momentos de interrupção e início das atividades (MARTINS; GOMES; COSTA, 2017).

Dessa forma, é preciso planejar cuidadosamente a estrutura organizacional das atividades para conseguir maximizar as oportunidades de prática. Uma das principais formas para estruturar uma atividade é a de estabelecer estações suficientes para todos os alunos, evitando momentos de espera (MARTINS; GOMES; COSTA, 2017).

UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA COM OS ESPORTES DE REDE/PAREDE:

EXPERIÊNCIA EXITOSA NO CONTEXTO DA RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA

É importante salientar que nos esportes de rede/parede para os anos iniciais do Ensino Fundamental o foco do ensino está centrado no comportamento dos alunos frente às situações de jogo e não na realização isolada das habilidades técnicas que compõem os esportes. Como descrita na BNCC, a habilidade que se pretende desenvolver nos anos iniciais diz respeito a identificação de elementos comuns aos esportes, progredindo em etapas seguintes para aspectos técnicos, como a vivência de diferentes papéis (jogador, árbitro e técnico) e a utilização de habilidades técnico- táticas básicas (BRASIL, 2018a).

Diante disto, recomenda-se a consulta dos programas das diferentes etapas do Ensino Fundamental. A análise da BNCC é fundamental para que os professores de Educação Física compreendam a lógica de estruturação das diferentes habilidades e possam ajustar a sua intervenção respeitando o nível de maturidade e experiência dos seus alunos.

Dessa forma, os planos desses esportes propõem, essencialmente, a utilização de jogos reduzidos, acompanhados da intervenção por parte do professor que privilegia a problematização e a reflexão dos alunos sobre as ações realizadas (GONZÁLEZ; DARIDO; OLIVEIRA, 2018). A seguir, demonstra-se algumas possibilidades de como encaminhar uma aula na perspectiva de alcançar o objetivo descrito na BNCC: Experimentar e fruir diversos tipos de esportes de rede/parede,

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identificando seus elementos comuns e criando estratégias individuais e coletivas básicas para sua execução, prezando pelo trabalho coletivo e pelo protagonismo.

Quadro 3 – Esportes e descrição das atividades

Esporte Descrição

Squash

Recurso: Raquetes e bola de borracha Descrição da atividade:

1 - Os alunos ficarão de frente para a parede, cada um com uma raquete.

2 - Os alunos terão que rebater a bola contra a parede com o uso do implemento (raquete) alternadamente, podendo a bola quicar no chão mais de uma vez.

3 - Marcará ponto quem rebater a bola de maneira que o adversário seja incapaz de devolvê-la contra a parede.

Tênis de campo

Recurso: Raquetes, bola de borracha e rede.

Descrição da atividade:

1 - Os alunos ficarão separados por uma rede encostada no chão.

2 - Os alunos terão que rebater a bola em direção ao setor da quadra adversária, podendo a bola quicar no chão mais de uma vez.

3 - O jogo apresentou uma vertente mais cooperativa do que competitiva.

Wall Handball

Recurso: Bola de borracha pequena Descrição da atividade:

1 - Os alunos deverão ficar de frente para a parede.

2 - Os alunos terão que jogar a bola contra a parede e rebatê-la com as mãos alternadamente, podendo deixar a bola quicar no chão apenas uma vez.

3 - Marcará ponto quem rebater a bola fazendo com que o adversário não consiga rebatê-la de volta para a parede, marcando assim, 1 ponto.

Voleibol

Recurso: Bola de vôlei e rede Descrição da atividade:

1 - Os alunos ficarão separados por uma rede a um metro do chão.

2 - Os alunos terão que arremessar a bola em direção ao setor da quadra adversária, podendo a bola quicar no chão apenas uma vez.

3 - Marcará ponto quem rebater a bola de maneira que o adversário seja incapaz de devolvê-la da mesma forma.

Badminton

Recurso: Raquetes, peteca e rede Descrição da atividade:

1 - Os alunos ficarão separados por uma rede a um metro do chão.

2 - Os alunos terão que rebater a peteca em direção ao setor da quadra adversária, não podendo deixá-la tocar no chão.

3 - Marcará ponto quem rebater a peteca de maneira que o adversário seja incapaz de devolvê-la da mesma forma.

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Ressalta-se que a proposta foi de proporcionar um momento introdutório, onde os alunos puderam identificar características comuns aos esportes, como também proporcionar uma forma de avaliação diagnóstica pelo professor. Nesse sentido, isso não pode ser confundido com a ideia de que uma única aula oferecerá as condições necessárias para que os alunos aprendam um determinado conceito de jogo e/ou habilidade esportiva.

A intervenção pedagógica foi realizada em dois ambientes, sala de aula e quadra poliesportiva. Em sala de aula, o conteúdo foi exposto em slides com o auxílio do Datashow (Figura 1), foi explicado os elementos comuns aos esportes, bem como

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA as suas diferenças, também foram exibidos imagens e vídeos que familiarizassem os alunos com os esportes de rede e parede. Paralelamente a isso, foi debatido os pontos de maior importância e as dúvidas dos alunos foram sanadas.

Figura 1 – Foto representativa da atividade desenvolvida em sala

Fonte: Arquivo pessoal (2019)

Na quadra poliesportiva a proposta centrou-se na realização de estações a serem efetuadas após o momento introdutório em sala. Para as turmas de 3º a 5º ano, propôs-se uma organização em 5 estações (Figura 2), dividindo a porção central da quadra para o Badminton, Voleibol e Tênis, para utilização das redes, enquanto as estações de Squash e Wall Handball estavam localizadas nas extremidades, fazendo uso da parede.

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Figura 2 – Organização das 5 estações

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Cabe destacar, que também houve um sistema de rotação em que era cronometrado o tempo em que cada grupo de alunos pôde desenvolver a atividade na estação e assim, privilegiando a dinâmica cujo circuito aconteceria, para melhor aproveitamento do tempo.

O sistema de rotação seguiu em dois blocos: I) no primeiro bloco, as três primeiras rodadas com duração de 10 minutos, aconteciam entre Squash, Tênis e Wall Handball e duas rodadas com duração de 15 minutos entre Vôlei e Badminton; II) no segundo bloco, os alunos que estavam nas estações squash (4 alunos), Tênis (4 alunos) e Wall Handball (4 alunos) trocaram para as estações de vôlei (6 alunos) e Badminton (6 alunos) efetuando as rotações como feito no primeiro bloco.

Essa organização foi pré-estabelecida durante o planejamento, com o objetivo de otimizar o tempo, logística e grupos de alunos. Tinha-se uma estimativa de 24 alunos, no entanto, no momento da aula compareceram 25, algo que não chegou a ser um fator prejudicial, pois houve a possibilidade de encaixar todos os alunos nas estações e desenvolver as atividades com engajamento de toda a turma.

A aula foi planejada levando em consideração a existência de vários grupos realizando tarefas simultaneamente, o que exige a demarcação de áreas de trabalho dentro de uma única quadra. Por essa razão, é fundamental que as crianças tenham conhecimento dos limites da área de jogo, pois isso facilitará a organização do

1. Squash 2. Tênis de campo

3. Wall Handball

4. Voleibol 5. Badminton

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RELATOS DE EXPERIÊNCIA trabalho e melhorará a segurança. Em se tratando de demarcação da área de trabalho, para melhor compreensão das zonas de jogo se utilizou cones ou as linhas demarcadas na própria quadra.

Na figura 3 é possível identificar alguns alunos no momento da realização das atividades em quadra. Nota-se dois alunos vivenciando a prática do Wall Handball, seis alunas separadas por uma rede vivenciando o Voleibol e quatro alunos na estação do tênis de campo.

Figura 3 – Mosaico de fotos representativo das atividades desenvolvidas em quadra

Fonte: Arquivo pessoal (2019).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verifica-se que a introdução dos esportes de rede e parede em documentos como a BNCC tem sido privilegiada de maneira cuidadosa, abordando tanto as características comuns aos esportes, quanto a criação de estratégias individuais e coletivas básicas.As habilidades mais complexas do conteúdo devem ser introduzidas gradativamente, possibilitando desta forma, que os alunos usufruam de um conjunto de experiências formativas abrangentes ao longo da Educação Básica.

Pode-se inferir que há necessidade de se trabalhar com jogos reduzidos e estações nas aulas de Educação Física, possibilitando assim um maior engajamento dos alunos nas tarefas. Este estudo traz contribuições no que tange a organização e gestão das atividades teóricas e práticas, auxiliando professores na forma de introduzir o objeto de conhecimento Esportes de rede/quadra dividida ou parede de rebote.

REFERÊNCIAS

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