• Nenhum resultado encontrado

MUROS DE ARRIMO MUROS DE ARRIMO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "MUROS DE ARRIMO MUROS DE ARRIMO"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

MUROS DE ARRIMO MUROS DE ARRIMO

Damiane Marques de Souza – damiane_s@hotmail.com MBA Projeto, Execução e Controle de Estruturas e Fundações

Instituto de Pós-Graduação - IPOG Cuiabá, MT, 03 de Novembro de 2015 Resumo

Hoje em dia podem-se destacar as obras de contenção, que visam solucionar problemas relacionados, principalmente, à estabilização de encostas. Com a evolução dos materiais e métodos construtivos surgiram tecnologias que podem ser empregadas na execução de obras de contenção, como por exemplo, os muros de arrimo de flexão. Nesse sentido, acredita-se que ao identificar o tipo adequado de muro arrimo e os devidos controles da execução verificados nas coordenadas do projeto e confrontados com o controle dos materiais empregados para os tipos de solos encontrados, proporcionará maior segurança na realização do mesmo. Esta revisão foi realizada á partir de pesquisa bibliográfica que possibilitou o embasamento teórico necessário para a realização do presente trabalho, abrangendo temas da Estrutura de arrimo, no que se refere á sua aplicação prática na construção civil. Sendo assim, foi possível caracterizar e abordar os princípios contidos nessa filosofia de produção aplicada ao setor da construção. Portanto, a forma de contenção tem se mostrado de extrema importância para o entendimento e a escolha correta de qual tipo de muro melhor se aplica para as diversas situações, sobretudo na execução da obra e na viabilidade do custo final que essa ação traz de benefícios a sua implantação.

Palavras-chaves: Muro de arrimo. Contenção de solo. Construção civil.

1. Introdução

Desde a antiguidade o homem se depara com problemas relacionados às habitações e suas particularidades. Na tentativa de melhorar os locais de edificação fez-se uso de várias técnicas de construção, e estas foram evoluindo ao longo do tempo (BARROS, 2011).

Hoje em dia, esses problemas ainda estão presentes, como por exemplo, o relevo e o solo. Podem-se destacar nesse contexto as obras de contenção, que visam solucionar problemas relacionados, principalmente, à estabilização de encostas.

Uma das primeiras soluções empregadas foi à sobreposição de pedras com grandes dimensões e massa valendo-se da gravidade, sendo que este método ainda é empregado atualmente.

Com a evolução dos materiais e métodos construtivos surgiram outras tecnologias que podem ser empregadas na execução de obras de contenção, como por exemplo, os muros de arrimo de flexão.

As estruturas de contenção ou de arrimo, segundo Barros (2011), são obras civis que têm por objetivo prover estabilidade contra a ruptura de maciços de rocha ou solo. O autor

(2)

complementa explicando que tais estruturas atuam como agente estabilizador dos maciços, assim evitando possíveis escorregamentos (causados pelo peso próprio do maciço ou por atuação de carregamentos externos). Exemplos comuns de obras de contenção são os muros de arrimo e as cortinas de estacas.

A escolha do tipo de contenção a ser utilizada, conforme Barros (2011) deve levar em consideração três fatores básicos: fator físico, fator geotécnico e fator econômico. O fator físico compreende, de forma resumida, a altura da estrutura de contenção e o espaço disponível para a execução da mesma. Já o fator geotécnico leva em consideração o tipo de solo a conter e capacidade de suporte do solo da base, além da presença (ou não) de lençol freático. Por fim, o fator econômico está relacionado à disponibilidade de mão-de-obra qualificada e materiais, tempo de execução e custo final da estrutura.

Moliterno (1980) acrescenta que qualquer obra de contenção terá pouca confiabilidade no caso da não observação do comportamento de construções similares já executadas e de movimentos lentos da encosta que podem ser constatados somente com a inspeção do local da construção.

Para Gerscovich (2010) o muro pode ser entendido como estruturas corridas para contenção apresentando paredes verticais (ou quase verticais) que são apoiadas em fundações profundas ou rasas. A autora explica que os muros podem ser construídos com vários elementos, destacando-se a alvenaria (de pedra ou tijolos/blocos) e o concreto (armado ou simples).

Aliado aos fatores citados anteriormente, o DNER – Departamento de Estradas de Rodagem (2005) explica que a geometria e os materiais constituintes da estrutura devem ser apropriados a cada situação, de modo a suportar as solicitações críticas durante a vida útil da estrutura garantindo a segurança desejada.

Segundo Barros (2011), dependendo do material empregado na obra de contenção, as estruturas são classificadas em dois tipos básicos: estruturas rígidas e estruturas flexíveis. As estruturas rígidas são aquelas constituídas de materiais que não aceitam nenhum tipo de deformação, como por exemplo, os muros de concreto ciclópico. Por outro lado, as estruturas flexíveis são formadas por materiais deformáveis que, dentro de limites aceitáveis, absorvem os esforços devidos às movimentações e acomodações da estrutura sem perder estabilidade e eficiência.

Nesse sentido, acredita-se que ao identificar o tipo adequado de muro arrimo e os devidos controles da execução verificados nas coordenadas do projeto e confrontados com o controle dos materiais empregado para os tipos de solos encontrados, proporcionará maior segurança na realização do mesmo.

2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Metodologia

Esta revisão foi realizada á partir de pesquisa bibliográfica que possibilitou o embasamento teórico necessário para a realização do presente trabalho, abrangendo temas da Estrutura de arrimo, no que se refere á sua aplicação prática na construção civil. Sendo assim possível caracterizar e abordar os princípios contidos nessa filosofia de produção aplicada ao setor da construção.

2.2. Solo: Caracterização Geral

O termo solo, simplesmente significa superfície do chão. Que tem seu significado original da palavra herdada do latim “solum”. Na Engenharia Civil, como a maioria das obras civis se apoia, sobre ele buscando um equilíbrio natural entre os meios.

(3)

Sendo assim, solo também pode ser todo o material da crosta terrestre, escavável por meio de pá, picareta, escavadeira etc., sem necessidade de explosivos, que não oferece resistência intransponível à escavação mecânica e que perde resistência quando em contato prolongado com a água, podendo ser aplicada na Engenharia Civil processos que servem de suporte, como arrimados, escavados ou perfurados etc.

Portanto, sob um ponto de vista puramente técnico, aplica-se o termo solo a materiais da crosta terrestre que servem de suporte, são arrimados, escavados ou perfurados e utilizados nas obras da Engenharia Civil. Tais materiais, por sua vez, reagem sob as fundações e atuam sobre os arrimos e coberturas, deformando-se e resistem a esforços nos terrenos e taludes, influenciando as obras segundo suas propriedades e comportamento. (VARGAS, 1977, p.04).

Sua formação vem da decomposição das rochas, que se encontra próximo à superfície da terra, fragmentado e fraturadas devido sua própria origem ou por movimentos tectônicos, basta uma chuva atípica para que este se desestabilize as encostas naturais.

É através destas fraturas ou fendas que se dá ataque do meio ambiente, sob a ação das águas e das variações de temperaturas. As águas de chuvas, aciduladas por ácidos orgânicos proveniente da decomposição de vegetais, penetram pelas fraturas e provocam alterações químicas dos minerais das rochas, transformando-os em areia e argilas. Os solos podem ser encarados como o resultado de uma espécie de equilíbrio temporário entre o meio ambiente e as rochas. (MASSAD, 2010, p. 84).

Como material da natureza, o solo necessita ser identificado e classificado, para que possa dar uma solução mais técnica para problemas que o solo possa implicar nas contenções de terra. Os cálculos de qualquer projeto de engenharia envolvendo solos são baseados nas propriedades específicas da classe e uma escala de granulometria que pertencem o solo.

Mas, para isso, é necessário anteriormente estabelecer uma “escala granulométrica”, isto é, uma escala das grandezas dos diâmetros entre os quais se encontrem os tamanhos das frações constituintes dos solos. Há diferentes escalas granulométricas, podendo-se mesmo dizer que cada organização adota a sua. (VARGAS, 1977, p.76).

A sua estabilização depende do processo pelo qual se confere ao solo uma maior resistência estável às cargas, descargas ou à erosão, por meio de uma compactação, correção da sua granulometria e da sua plasticidade ou de uma adição de substância que lhe confiram uma coesão proveniente da cimentação ou aglutinação dos seus grãos. É muito usado também em certos casos de reforços de fundação, ou de melhoria das condições de escavação ou estabilidade de taludes.

Um solo é considerado estabilizado naturalmente quando a sua granulometria obedece a curva correspondente aos solos bem graduados (Talbot), isto é, quando ele for um solo dos grupos GW e SW de Casagrande, bem compactados. (VARGAS, 1977, p. 93).

A análise de estabilidade foi desenvolvida em 1916, chamado de método Sueco, motivada pelo escorregamento de solo na natureza, ocorrido no cais de Stigberg, no porto de Gotemburgo, levando a analisar as considerações de massa de solo como um todo, ou subdividido em lâmina, ou em cunhos. Esses métodos analisam que a linha de ruptura são não-circulares, se fragmenta em fatia ou em lâmina, com fases verticais além de considerar caso do solo estratificado.

Os métodos para a análise de estabilidade de taludes, atualmente em uso, baseiam-se na hipótese de haver equilíbrio numa massa de solo tomada como corpo rígido-plástico, na iminência de entrar em um processo de escorregamento. Daí a denominação geral de “método de equilíbrio-limite”. (MASSAD, 2010, p. 63).

No estudo da estabilidade de taludes naturais, e de taludes de barragens de terra, costuma-se definir o coeficiente de segurança (F) como a relação entre a resistência ao cisalhamento do solo(s) e a tensão cisalhamento atuante ou resistência mobilizada(T), esta última obtida por meio das equações de equilíbrio, isto é, F = S

(4)

T

S, em termos de tensões efetivas, é dada por:

S = c’ + σ . tg Φ’

(MASSAD, 2010, p. 64).

A linha de ruptura não-circular está representada na figura 01.

Figura 01. Exemplos de casos em que a linha de ruptura é não-circular. (Fonte: Massad, 2010)

Como material natural, o solo necessita de ser identificado e classificado para ser utilizado nos projetos a que ele melhor se enquadra, com intuito de minimizar problemas futuros. Podendo ser classificada por apresentar textura, composição granulométrica, plasticidade, consistência de compacidade diferente uma das outras, auxiliando os engenheiros na escolha da decisão mais adequada.

A diversidade dos solos e a enorme diferença de comportamento apresentada pelos diversos solos perante as solicitações de interesse da engenharia levou a que eles fossem naturalmente agrupadas em conjuntos distintos, para os quais algumas propriedades podem ser atribuídas. Desta tendência natural de organização da experiência acumulada, surgiram os sistemas de classificação dos solos.

O objetivo da classificação dos solos, sob o ponto de vista de engenharia, é o de poder estimar o provável comportamento do solo, ou, pelo menos, o de orientar o programa de investigação necessária para permitir a adequada análise de um problema. (HACHICH, ET AL., 1998, p.56).

Os ensaios de granulometria é que determina o tamanho dos grãos e as características de cada solo.

Para a classificação granulométrica utilizar-se-iam as próprias curvas granulométricas indicadas a finura do solo e a forma de curva como será descrito adiante, ou então, recorrer- se-á aos diagramas triangulares. (VARGAS,1977, p.76).

A curva granulométrica está representada no gráfico 01.

(5)

Gráfico 01. Curva granulométrica (Adaptado de Hachich, et al, 1998) A classificação granulométrica está representada na figura 02.

Figura 02. Triângulo de classificação granulométrica (Adaptado de Vargas, 1977).

2.2.1. Solos compactados

A compactação do solo é utilizada quando o solo natural da região não é adequado para obras.

Entende-se por compactação de solo qualquer redução, mais ou menos rápida, do índice de vazios, por processos mecânicos. Essa redução ocorre em face de expulsão ou compressão do ar dos vazios dos poros. Difere, portanto, do adensamento, que também é um processo de densificação, mas decorre de uma expulsão lenta da água dos vazios do solo.

A compactação objetiva imprimir ao solo uma homogeneização e melhorias de suas propriedades de engenharia, tais como: aumentar a resistência ao cisalhamento, reduzir os recalques e aumentar a resistência à erosão. (MASSAD, 2010, p. 147)

(6)

Várias obras civis utilizam o processo de compactação do solo com o método de aterros.

Os aterros são conhecidos por solos criados pelo homem com objetivo de eliminar os vazios que se encontra em seu estado natural. Isso se faz, removendo a terra naturais que, na maior parte, são altamente deformáveis com alta capacidade de ruptura, recalcamento e baixa resistência, o que leva a ser um solo impróprio para obra civil.

No entanto, os aterros construídos com planejamento e controle, dentro de uma aplicação técnica, podem ser ajustados para suportar grandes obras, como, o de muro de arrimo, que sofre o efeito danoso e indesejável da infiltração de água.

2.3. Construção do Muro de Arrimo

O muro de arrimo é necessário em terrenos com inclinações (declive ou aclive).

Quando necessário tiver uma área de acomodação e a área onde ficará a inclinação não ocorra deslizamento em cima do terreno ou a terra deslize para baixo e leve o que estiver acima dele junto.

A construção é feita de baixo para cima, com inserção dos reforços entre camadas de solos compactados,assim, a obra pode ser concluida com a construção de uma parede reforçada. Para o caso de solos reforçados com tiras ou inserções extensíveis, procede-se, inicialmente, uma verificação da estabilidade externa, como se faz com a aplicação de muro de arrimo. Por se tratar de um campo muito fértil, fica aberto a criatividade e à cada engenhosidade, qual tipo de muro a se empregar tendo em mão análise técnicos do solo.

É importante lembrar que o custo é referente a cada metro corrido de construção, portanto, as diferenças desses valores tendem a ser muito maiores, quando multiplicados pelo comprimento de uma determinada obra. Sendo assim, quando maior a obra maior será a economia no caso de escolha correta ou o prejuízo no caso da escolha errada.

Os materiais a serem empregados, na execução do muro de arrimo são previstos para atender às normas da ABNT, que varia de acordo com dimensionamento de cada serviço a ser executado.

2.4. Tipos de Muros de Arrimo

Muro de arrimo é um meio que o engenheiro possui para contenções de solo dando uma maior estabilidade nas cargas atuantes chegando mais próximo ao valor do empuxo permanecendo em repouso. Sua estrutura corrida de contenção pode ser constituída de paredes vertical ou quase vertical, sendo apoiada numa fundação rasa ou profunda.

Algumas vezes, o muro de arrimo é apenas um detalhe dentro de uma estrutura que queremos fazer. Nesse caso, temos muros de arrimo ligados às estruturas. Caso contrário, isto é, se o muro de arrimo for à única obra a ser feita, teremos outro tipo de muro, classificado como isolado. (ADÃO E HEMERLY, 2010, p. 136).

O muro de arrimo pode ser constituído em alvenaria (de tijolos ou pedras) ou concreto (simples ou armado) ou ainda de elementos especiais e variados. Sua aplicação é muito encontrada principalmente em áreas urbanas, estradas, pontes e de estabilidade de encosta.

(7)

2.4.1. Muros de arrimo por gravidade

Muros de arrimo por gravidade são estruturas corridas que se opõem aos empuxos horizontais pelo próprio peso. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m.

Os muros de gravidade podem ser construídos de pedra, concreto ciclópico (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados.

Figura 01 – Muros de arrimo por gravidade. Fonte: Google 2.4.2. Muro de arrimo de pneu

A utilização de muro de pneu, bem como, o dimensionamento de uma estrutura tradicional de contenção, viabiliza uma relação de custo e meio ambiente, dando uma alternativa técnica muito importante, uma vez que esses pneus geralmente são encontrados em depósitos muitas vezes clandestinos (foto 01). Sua preparação pode ser bem mais simples como, por exemplo, preenchimento com material como solo, rocha basáltica e resíduo de construção, auxiliando nas contenções de taludes. (foto 02).

Foto 01 – Pneus jogados no meio ambiente (Fonte Barone, 2007).

(8)

Foto 02 – Muro de arrimo com pneus (Fonte Arqambiente, 2005) Disponível em:

<arqambiente.blogspot.com.br/2010/05/construcoes-sustentaveis.html>

Figura 02 – Tipo de muro de arrimo com pneus (Adaptado de Gercovich, 2010)

2.4.3. Muro de arrimo em Gabião

Os Gabiões são usados como estrutura de contenção em obras que têm a finalidade de conter maciços de solos, de forma intrigado ao meio em que se encontra, sua aplicação tem se diversificados não só como muro de arrimo, como também em revestimento de canais, proteção de margens de rio e em obras de emergência para contenção de encostas (foto 03).

Trata-se de um cestão de arame zincado a fogo, ou mesmo arame revestido com PVC. O cestão é cheio de pedra de mão ou seixos rolados de grande diâmetro. O empilhamento de várias cestas forma um maciço em condições de resistir esforço horizontal, devido ao seu elevado peso próprio que se consegue com o empilhamento adequado ao problema. (Moliterno, 1994, p.174)

(9)

Figura 03 – Tipo de muro de arrimo em gabião (Adaptado de Gercovich, 2010).

Foto 03 – Tipo de muro de arrimo em gabião(Adaptado de Gercovich, 2010).

2.4.4. Muros de arrimo de flexão

Muros de arrimo de flexão são estruturas mais esbeltas com seção transversal em forma de “L” que resistem aos empuxos por flexão, utilizando parte do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base do “L”, para manter-se em equilíbrio.

Em geral, são construídos em concreto armado, tornando-se pouco econômicos para alturas acima de 5 a 7m. A laje de base em geral apresenta largura entre 50 e 70% da altura do muro. A face trabalha à flexão e se necessário pode empregar vigas de enrijecimento, no caso alturas maiores. Para muros com alturas superiores a cerca de 5 m, é conveniente a utilização de contrafortes (ou nervuras), para aumentar a estabilidade contra o tombamento.

Tratando-se de laje de base interna, ou seja, sob o retro aterro, os contrafortes devem ser adequadamente armados para resistir a esforços de tração. No caso de laje externa ao retro aterro, os contrafortes trabalham à compressão. Esta configuração é menos usual, pois acarreta perda de espaço útil a jusante da estrutura de contenção. Os contrafortes são em geral espaçados de cerca de 70% da altura do muro.

Muros de flexão podem também ser ancorados na base com tirantes ou chumbadores (rocha) para melhorar sua condição de estabilidade. Esta solução de projeto pode ser aplicada quando na fundação do muro ocorre material competente (rocha sã ou alterada) e quando há

(10)

limitação de espaço disponível para que a base do muro apresente as dimensões necessárias para a estabilidade.

Figura 12 – Tipo de muro de arrimo de flexão I

Figura 13 – Tipo de muro de arrimo de flexão II

2.4.5. Muros de arrimo com contrafortes

Os muros de arrimo com contrafortes possuem o esquema estrutural diferente dos muros simples. Sua parede vertical é apoiada por dois contrafortes adjacentes e pelas vigas deitadas, superior e inferior.

“É uma laje retangular, comum, recebendo carga triangular, que cresce com a altura.

Em nível do terreno acima, a carga é nula.” (Adão e Hermely, 2010, p. 141).

Assim, como as vigas, os contrafortes servem de apoio para a laje, e recebem a carga distribuída das paredes verticais e as cargas concentradas das vigas deitadas.

É importante destacar que:

A fundação se fará para cada contraforte. Normalmente, esta fundação é sapata, podendo eventualmente ser em estacas. Duas considerações importantes teremos para as sapatas: a capacidade de resistir às cargas verticais e aos momentos

(11)

provenientes do empuxo. A carga que o terreno irá suportar é distribuída, mas com forma trapezoidal. É muito importante que o terreno absorva esses esforços, sem comprometer a segurança do muro. (Adão e Hermely, 2010, p. 141).

Figura 04 – Tipo de muro de arrimo com contrafortes

Foto 04 – Utilização do muro de arrimo com contrafortes

2.4.6. Cortinas de arrimo

As cortinas são estruturas de contenção ou perfis cravados no solo, de fácil execução.

Temos como exemplo as cortinas de estacas que tem como elemento principal as estacas moldada no terreno, sendo este posteriormente escavado do lado. A sua estabilidade pode ser garantida em fase provisória ou definitiva, por ancoragem e pela sua própria rigidez e resistência.

Nos estudos necessários ao projeto de estacas empregam-se as técnicas de métodos usuais de todos os estudos geotécnicos. Assinale-se que a grande maioria das vezes esse

(12)

estudos são realizados nos terrenos antes da instalação das estacas e depois da instalação das mesmas. Ora como as estacas afetam as características dos solos, torna-se necessário uma considerável capacidade de apreciação para estimar as reais propriedades dos solos que condicionarão o comportamento das estacas.

Foto 05 – Utilização do muro de cortinas de arrimo

Figura 05 – Tipo de muro de cortinas de arrimo

2.4.7. Muros de arrimo atirantados

O muro atirantado é construído em terrenos com altura de talude de 4m a 6m. O topo do muro é preso por meio de tirantes fixados a uma placa de ancoragem, esta placa está rigidamente fixada em uma rocha ou solo resistente, a fim de evitar seu deslocamento.

Atualmente o muro atirantado vem sendo substituído pelas cortinas atirantadas que

apresenta maior facilidade e rapidez na construção.

A cortina atirantada, é composta por uma parede bastante rígida de concreto armado, que é fixado ao terreno por meio de cordoalhas de aço protendidas, recoberta por calda de cimento aplicada sobre pressão.

(13)

A cortina atirantada é uma técnica de contenção que consiste na execução de uma

“cortina” de contenção seja ela de concreto armado, projetado, parede diafragma ou perfis metálicos cravados, concomitantemente com a perfuração, aplicação, injeção e proteção dos tirantes. Este tipo de contenção, cortina atirantada, pode ser de caráter provisório (subsolos) ou definitivo. (www.solofort/cortina.html)

Figura 06 – Tipo de muro de arrimo atirantado. L: comprimento do Grout (ancoragem);

D: diâmetro médio (ancoragem)

2.5. Cuidados a serem tomados ao fazer um Muro de Arrimo

A construção de um muro de arrimo ou muro de contenção deve ser orientado, caso a caso, por um profissional habilitado porque vai depender de vários fatores tais como:

capacidade de suporte do solo de fundação, altura do muro, cargas atuantes, localização, etc, o que torna impossível ter-se um projeto padrão.

Algumas orientações, todavia podem ser dadas:

-Fazer um desenho do local a ser construído o muro, em planta e em corte. No caso de muros de grande porte (altura superior a 2m) deverá ser feito um levantamento topográfico.

-Verificar a presença de águas e esgotos superficiais a céu aberto ou canalizados. Fazer uma planta indicando a posição destas interferências.

-Verificar através de furos de sondagens feitos com cavadeiras ou pá e picareta, a qualidade do solo, particularmente o da fundação e profundidade do nível da água.

NOTA: As sondagens devem prosseguir até no mínimo 1,50m abaixo do nível da fundação do muro.

-Verificar qual o material adequado disponível na região para a execução do muro (concreto armado, gabiões, solo cimento ensacado, blocos estruturados de concreto, etc).

-Verificar qual o tipo de drenagem profunda a ser utilizada e prever sua execução no projeto, bem como a posição dos barbacãs (tubos de saídas de água que atravessam o muro de arrimo) se necessário.

(14)

Conclusão

Com base na pesquisa bibliográfica realizada neste trabalho podemos verificar a existência de diversos métodos construtivos bem como exemplos bem detalhados, que foram desenvolvidos no decorrer do trabalho, dando assim um embasamento teórico minucioso dos tipos de muro de arrimo.

Embora o custo relativo a alguns tipos de obra sejam determinante para escolha da contenção utilizada, outros critérios também são relevantes, e podem inviabilizar alguns desses fatores. Ou seja, em algumas ocasiões o custo da obra não será determinado na escolha, sendo assim, em situação hipotética onde há a necessidade de preservação de áreas, continuas atirantadas podem ser mais adequada do que o murro de pedra por exemplo.

Diante dessa realidade, a forma de contenção tem se mostrado de extrema importância para o entendimento e a escolha correta de qual tipo de contenção melhor se aplicar para as diversas situações, sobretudo na execução da obra e na viabilidade do custo final que essa ação traz de benefícios a sua implantação.

(15)

Referências

ADÃO, Francisco Xavier; HEMERLY, Adriano t. ex.: 3 Chequetto. Concreto armado: novo milênio: cálculo prático e econômico. 2. ed. rev e atual. Rio de Janeiro, RJ: Interciência, 2010. xviii, 206 p.

BARROS, P. L. de A. Obras de Contenção - Manual Técnico. Jundiaí: São Paulo.

Maccaferri, 2011. Disponível em:

http://www.maccaferri.com.br/downloadDe.php?idioma=0&download=81. Acesso em: 20 de março de 2011.

DNER. Projeto de Muro de Arrimo. São Paulo: 2005. Disponível em:

ftp://ftp.sp.gov.br/ftpder/normas/IP-DE-C00-005_A.pdf. Acesso em: 25 de março de 2011.

GERSCOVICH, Denise M. S. Estruturas de Contenção: Muros de Arrimo. Rio de Janeiro:

UERJ,2010. Disponível em: <http://dc407.4shared.com/doc/iHMH7SD-/preview.html>.

Acesso em: 20 jun. 2012.

Hachich, Waldemar; Falconi, Frederico F.; Saes, José Luiz; Frota, Regis G. Q.; Carvalho, Celso S.; Niyama, Sussumu; Fundações: teoria e prática. 2 ed., São Paulo: Pini, 1998.

MASSAD, Faiçal. Obras de terra: curso básico de geotecnia. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

MOLITERNO, A. Caderno de Muros de Arrimo. Ed. 2. São Paulo: Edgard Blucher, 1980.

MOLITERNO. Antonio. Caderno de Projetos de Telhados em Estrutura de Madeira.

1°volume. Editora Edgard Blucher. 1994.

VARGAS, Milton. Introdução à mecânica dos solos. 1 ed. São Paulo: MCgraw-Hill do Brasil. LTDA., 1977.

Referências

Documentos relacionados

O presente ensaio destaca contribuições específicas de estudiosos, intencionalmente selecionados, cujas produções acadêmicas recentes, com suas semelhanças e

A máquina de reembalagem automatizada (figura 9) está ligada a um computador que apresenta um sistema de dose unitária próprio, e onde são introduzidos os dados

Este desafio nos exige uma nova postura frente às questões ambientais, significa tomar o meio ambiente como problema pedagógico, como práxis unificadora que favoreça

Foram avaliados o desenvolvimento fenológico das plantas, componentes de crescimento (altura de plantas, diâmetros de caule e de capítulos), componentes de produção

Em estudos mais aprofundados, tem-se a análise dinâmica não linear geométrica de estruturas laminadas modeladas com elementos tridimensionais de barra considerando o efeito

I: hum hum.. 125 M: A forma como intarigir com eles… Saber estar com eles, e essa foi uma das maiores lições. Sabermos nós, saber lidar com eles. Ah, conhece-los mais. No âmbito

A Vector Network Analyser is used to generate the transmitted signal and to collect the received signals, being both in the frequency range of 100 MHz to 3 GHz.. Figure 3.4:

Este capítulo apresentou o desenvolvimento da estrutura sonora para a integração do feedback sonoro nas aplicações do dispositivo SHaRe e do dispositivo WESt, de forma a