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4º Seminário de Relações Internacionais 27 e 28 de setembro de 2018 UNILA - Foz do Iguaçu. Área temática: Ensino, Pesquisa e Extensão

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4º Seminário de Relações Internacionais 27 e 28 de setembro de 2018

UNILA - Foz do Iguaçu

Área temática: Ensino, Pesquisa e Extensão

O USO DE FILMES NO ENSINO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO BRASIL

Cristine Koehler Zanella Universidade Federal do ABC

Foz do Iguaçu 2018

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RESUMO

As Relações Internacionais são um campo privilegiado para a utilização de filmes enquanto ferramenta de aprendizado. Os filmes, porém, não são uma ferramenta didática por si, e a forma de o professor utilizá-los no processo de ensino e aprendizagem pode também apresentar aspectos negativos. Em relação ao ensino da política e da política internacional, por exemplo, o foco no sofrimento do protagonista de um filme que retrata atrocidades pode dificultar a compreensão das dinâmicas políticas vigentes para que aquele cenário de violência estivesse montado. Partindo dessas considerações, este trabalho se propõe a avaliar as formas de uso do cinema em sala de aula, quais dessas formas têm sido priorizadas pelos professores de Relações Internacionais no Brasil e as razões dessas preferências. Para tanto, partir-se-á da retomada das quatro formas de se usar um filme em sala de aula, tais como definidas por Stefan Engert e Alexander Spencer em International Relations at the movies. Esses autores identificaram o uso dos filmes para: (i) retratar eventos históricos, (ii) debater temas específicos da política internacional, (iii) examinar narrativas culturais e (iv) explicar e criticar teorias de Relações Internacionais. A partir dessa classificação, os aspectos positivos e negativos de cada forma de utilização dos filmes serão avaliados à luz de questionários aplicados a docentes que já se utilizaram de filmes como ferramenta pedagógica para o ensino em disciplinas do curso de Relações Internacionais. O trabalho serve como ferramenta de reflexão sobre o uso do cinema no ensino e os resultados obtidos ilustram experiências com - e especialmente a avaliação dos professores sobre - o uso de filmes no ensino de Relações Internacionais no Brasil.

Palavras-chave: Cinema, Relações Internacionais, Ensino

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INTRODUÇÃO

As Relações Internacionais são um campo privilegiado para a utilização de filmes enquanto ferramenta de aprendizado. Independentemente do gênero, o potencial do uso dos filmes nas Relações Internacionais pode ser explicado por várias razões, que vão desde ajudar a perceber melhor conceitos, atores e movimentos de lugares distantes, tornando-os, assim, menos abstratos, até a possibilidade de apresentação contextualizada de um tema, que oferece uma visão mais complexa dos temas tratados, estimulando o aluno a explorá-los por diferentes frentes, e não apenas aquelas pertencentes a uma ou outra escola teórica.

Os filmes, porém, não são uma ferramenta didática por si, e a forma de o professor utilizá-los no processo de ensino e aprendizagem pode também apresentar aspectos negativos.

Entre aspectos positivos e negativos, a experiência de dez anos da autora sugere que progressivamente os filmes vêm servindo de material aos professores de relações internacionais. Este trabalho objetivou aferir essa impressão. Pretendeu-se investigar o perfil dos professores mais inclinados ao uso de filmes, quando os filmes são usados como recursos para o ensino, os objetivos pretendidos pelos docentes ao usar os filmes como ferramenta didática, o julgamento sobre o grau de sucesso das atividades realizadas e as dificuldades apontadas pelos docentes no uso de filmes para o ensino das relações internacionais.

Para investigar os objetivos em função dos quais os docentes se valem do cinema em relações internacionais iniciei uma pesquisa a partir da aplicação de questionários. Neste trabalho são apresentados os dados das duas primeiras seções de análise dos questionários, ligadas à apresentação do perfil dos respondentes. Em fase seguinte, pretende-se analisar de que forma esses filmes vem sendo utilizados, seção em que partiu-se da retomada das quatro formas de se usar um filme em sala de aula definidas por Stefan Engert e Alexander Spencer (2009) em

“International Relations at the movies: Teaching and Learning about International Politics through Film”. Nesse trabalho os autores identificaram o uso dos filmes para: (i) retratar eventos históricos, (ii) debater temas específicos da política internacional, (iii) examinar narrativas culturais e (iv) explicar e criticar teorias de Relações Internacionais. Nesta pesquisa, entretanto, trabalhei com apenas três categorias de objetivos. Suprimi as duas primeiras categorias e reformulei-as da seguinte forma: “adicionar informações sobre um evento específico ou sobre um tema”. Na pesquisa, reformulei o primeiro objetivo porque considerei que nenhum professor vale-se do filme como retrato fiel ou única fonte de informações sobre um evento e excluí o segundo objetivo pontuado por Engert e Spencer porque considerei que o debate pode ser

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desencadeado em qualquer das situações e, inclusive a natureza dialética será inerente ao exame das narrativas culturais e à crítica de teorias de RI.

Este trabalho está dividido em duas seções. Na primeira, descrevo a metodologia de aplicação dos questionários e o universo de análise. Na segunda, analiso o perfil dos professores que usam dos filmes como ferramentas didáticas no ensino de RI e trago as razões e os argumentos dos professores que não usam filmes e não pretendem utilizá-lo como recurso didático. Os dados referentes a como os filmes são utilizados ainda estão em processamento e análise, e serão trazidos posteriormente, em publicação que deverá condensar os resultados obtidos.

1. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA E DO UNIVERSO DE ANÁLISE

No Brasil, as Relações Internacionais (RI) têm se expandido como campo de formação acadêmica. Passou-se de 68 cursos de graduação presenciais em Relações Internacionais em 2005 para 122 cursos em 2015. Neste mesmo ano, o número aproximado de estudantes de Relações Internacionais no Brasil ultrapassou os 24 mil (INEP, 2016). A expansão dos cursos de formação em Relações Internacionais vem acompanhada da consolidação da área como campo do conhecimento científico. Um dos passos, nesse sentido, é a adoção de Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de ensino superior – inclusive para as Relações Internacionais. As DCNs buscam definir alguns conteúdos básicos de cada curso de formação, de forma a garantir que um leque mínimo de conhecimentos seja ensinado para todos os alunos de determinado curso em território nacional.

Apesar de ser identificável o crescimento do número de cursos de RI e a consolidação da área no país, é muito difícil definir o número de professores destes cursos em território nacional.

Diversos fatores contribuem para essa dificuldade. Primeiro, não há uma base de dados que reúne os professores de RI no país. Segundo, a associação brasileira da área (Associação Brasileira de Relações Internacionais – ABRI) está se consolidando como espaço de reunião acadêmica, mas muitos professores ainda não são a ela associados, de forma que o seu quadro de filiados representa muito parcialmente o quadro de docentes de RI no Brasil. O recente estudo de Villa et al. (2017), que pesquisa tendências, preferências e percepções de comunidades epistêmicas de RI na América Latina identificou 321 membros na comunidade epistêmica de RI no Brasil. Entendo que este número está bastante subestimado. Com um

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número de cursos de RI superior a 100 no país, considerar a comunidade epistêmica (acadêmicos e docentes, como informa a pesquisa) composta por 321 membros seria como considerar que em cada curso apenas 3 docentes fariam parte desta comunidade. Mesmo que se considere apenas os docentes ligados às disciplinas mais particulares ao curso - como política externa brasileira, análise de política externa, política internacional, segurança internacional, economia política internacional e teorias de relações internacionais – este número parece pequeno.

Um terceiro fator que contribui para a dificuldade em identificar o universo de docentes de Relações Internacionais é que, mesmo que se fizesse um levantamento, quantificando o número de professores de RI do Brasil, esse quadro seria muito transitório. A interdisciplinaridade característica à área faz com que muitos professores vinculem-se ao curso apenas para ministrarem disciplinas específicas. Em grandes instituições, por exemplo, muitos professores tem seu vínculo principal associado a outro curso e ministram disciplinas nas RI apenas circunstancialmente. Tal situação faz com que o quadro de professores do curso de RI possa diferir muito de um ano para outro.

Frente à inexistência de uma base de professores de RI, o universo de respondentes da pesquisa foi definido por um levantamento realizado entre agosto de 2016 e janeiro de 2017 nos sites de internet dos cursos de relações internacionais do Brasil. Foram localizados 85 sites de cursos de RI, nas 5 regiões brasileiras, que forneciam informações dos professores vinculados ao curso. Foram identificados nomes de 1892 professores vinculados aos cursos de RI, dos quais se conseguiu identificar os e-mails de 1021 docentes. Ficaram de fora do universo da pesquisa professores de cursos que não tem páginas na internet, professores que não estavam listados como docentes dos cursos no momento do levantamento dos dados e professores cujas páginas dos cursos ao qual estão vinculados não disponibilizam os e-mails dos docentes.

Dos 1021 convites disparados com o link para resposta ao questionário, 159 retornaram por falha na entrega em função do endereço de e-mail ter sido desativado, o que indica, como sugerimos acima, uma grande rotatividade dos professores nos cursos de RI no Brasil; 74 convites retornaram na forma de resposta automática, indicando ausência do professor por motivo de férias; 154 convites voltaram respondidos por professores que indicaram ministrar aulas no curso, mas não em disciplinas vinculadas às relações internacionais (por exemplo:

aulas de inglês, informática, português, matemática, ciências contábeis, entre outras disciplinas nesta linha) e 10 convites foram respondidos por professores que indicaram não mais estarem

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vinculados ao curso. Totalizou-se então 624 convites úteis enviados. Destes, 164 (26%) retornaram respondidos. Como um professor que respondeu ao questionário ministrava cursos apenas para a pós-graduação, seu questionário foi eliminado da análise já que o objeto de pesquisa se restringe ao uso do cinema para ensino de RI no nível de graduação. O total de questionários respondidos, úteis à pesquisa totalizou 163.

Os questionários foram elaborados a partir da plataforma do Google forms. As respostas eram voluntárias e não-identificadas por nomes específicos. Todavia, solicitou-se os e-mails dos respondentes de forma que esta pesquisa pode ser futuramente expandida em pontos que mereçam maior análise. Pode-se, por exemplo, investigar de forma mais aprofundada, de que forma os professores que disseram se valer dos filmes para trabalhar determinada teoria de RI o fizeram; ou pode-se investigar que tipo de materiais buscavam os professores que disseram não conseguir identificar filmes que respondam aos propósitos didáticos que desejavam desenvolver, entre tantas outras possibilidades de pesquisa. Outro objetivo da coleta de e-mails foi viabilizar um retorno aos respondentes do trabalho redigido a partir das diversas respostas obtidas.

O perfil dos respondentes do questionário aponta para um grupo de professores concentrado numa faixa etária em que se concentram a maioria dos docentes compreende o grupo caracterizado no Brasil como de adultos (entre 30 e 59 anos). Mais da maioria dos respondentes (53%) são docentes que tem entre 30 e 44 anos. A proveniência dos respondentes é bastante equilibrada, sendo que 50% dos docentes trabalha em instituições públicas e 50% trabalha em instituições privadas. A maioria dos respondentes tem doutorado concluído (65%). No levantamento de dados, este grupo foi dividido em professores que tem apenas o doutorado e professores que já concluíram um período extra de pesquisa, em pós- doutorado, apenas para fins de maior estratificação do grupo. Finalmente, a região onde trabalha a maior parte dos respondentes é a região sudeste, onde se concentram efetivamente a maioria dos cursos de relações internacionais no Brasil.

Na próxima seção é apresentado o levantamento sobre o uso do cinema por cada um destes estratos, buscando identificar padrões bem como sugerindo algumas explicações para os números encontrados ou apontando futuros encaminhamentos de pesquisa.

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2 – QUEM USA O CINEMA PARA O ENSINO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NO BRASIL

As respostas obtidas dos professores indicam que os filmes, considerados neste trabalho e na pesquisa tanto obras de ficção quanto documentários, são fontes às quais os professores de RI recorrem frequentemente. Mais de 82% dos professores afirmaram que, em disciplinas ministradas no curso de RI, utilizaram filmes inteiros ou trechos de filmes como ferramenta de ensino, seja desenvolvendo atividades em sala de aula, seja como indicação para atividades de estudo ou aprofundamento do conteúdo em casa. Pode-se dizer que, em que pesem as eventuais desvantagens no uso do cinema, como apontou Swimelar (2013), professores de RI vislumbram diversos aspectos positivos em recorrer a essa ferramenta para incrementar o conhecimento construído a partir das fontes acadêmicas convencionais.

Quanto à faixa etária, poderia se imaginar que professores mais jovens tenderiam a interagir e recorrer mais a ferramentas audiovisuais no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, este grupo, composto por 10% dos respondentes, foi o que apresentou menor número de professores que indicou ter recorrido ao uso em sala de aula e/ou à indicação para estudo ou aprofundamento do conteúdo em casa. Mas, em geral, o recurso ao uso do cinema aumenta com o aumento da idade do docente. O estrato de professores que indicou maior recurso ao cinema é aquele de professores que tem entre 45 e 59 anos. Trabalhar com o cinema como ferramenta de ensino não é algo óbvio ou consolidado na área de RI e faltam ainda textos que orientem a metodologia a ser utilizada em sala de aula para fazê-lo. Neste sentido, o fato de professores que já tem um percurso acadêmico trilhado há mais tempo serem os que mais recorrem ao cinema como ferramenta de ensino parece refletir a maior segurança quanto aos pontos do conteúdo que podem ser explorados por meio de outras ferramentas, aliado ao fato que, nesta idade, os professores também já tiveram a oportunidade de conhecer uma gama maior de filmes que podem servir aos propósitos didáticos. Por fim, o grupo de professores com mais idade do curso também recorre menos aos filmes que o de professores entre 30 e 59 anos. Isto pode sugerir ou um apego aos meios tradicionais de ensino e aprendizagem ou mesmo alguma dificuldade em manusear os equipamentos requeridos para o uso de recursos audiovisuais. Complementarmente, professores mais jovens podem evitar o recurso às fontes menos convencionais em função do desejo de afirmar seu conhecimento das fontes clássicas de estudo das RI.

Quanto à natureza da instituição em que lecionam, enquanto 94% dos professores de instituições privadas indicaram recorrer aos filmes como ferramenta de ensino, 70% de

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professores de instituições públicas afirmaram fazê-lo. Quando cruzados esses números com as razões pelas quais os professores não utilizaram ou indicaram filmes tem-se duas situações.

Primeiro, entre os que não utilizaram, mas tem interesse em utilizar (22 professores), as principais razões apontadas foram “ausência de sala de aula e/ou recursos audiovisuais adequados à exibição”, “ausência de filmes que sirvam aos propósitos pedagógicos desejados”,

“dificuldade de obtenção dos filmes” e “desconhecimento de metodologias adequadas para trabalhar filmes como ferramenta de ensino”. São razões que apontam majoritariamente para ausência de recursos materiais (equipamentos, filmes) que viabilizem o uso dessa ferramenta ou para a ausência de recursos metodológicos (saber como fazer uso do filme para ensinar).

Como imagina-se que as ferramentas metodológicas estejam acessíveis a docentes de instituições privadas e públicas é possível sugerir que parte do menor uso de ferramentas audiovisuais por professores de instituições públicas se deve ao menor acesso a recursos materiais que os cursos de RI de instituições privadas.

Segundo, quando investigados os professores que não usaram e não tem interesse em utilizar filmes no processo de ensino (7 professores), as principais razões apontadas para a falta de interesse estão: “não são recursos adequados para as disciplinas que ministro”, “considero que livros e artigos acadêmicos são recursos mais eficientes para o ensino em nível superior”,

“consome muito tempo da aula” e “não tenho conhecimento suficiente de metodologia para uso do cinema como instrumento de ensino”. As razões de inexistência de interesse em usar os filmes como ferramenta de ensino referem-se fundamentalmente à inadequação do cinema para o ensino de determinadas disciplinas (que se reflete tanto na indicação de que o cinema é inadequado para trabalhar determinados conteúdos quanto inadequado para ser trabalhado dentro do espaço de uma aula). O desconhecimento de metodologias adequadas para o trabalho com filmes aparece novamente entre razões para o não interesse em utilizar filmes como ferramentas didáticas.

Observou-se que o uso de filmes como ferramentas no ensino de RI tende a ser levemente menor entre os professores com doutorado do que entre os professores com mestrado. Esses números talvez possam ser explicados a partir de um nível maior de confiança que os professores com doutorado tem em instrumentos mais tradicionais de ensino e aprendizagem.

Também é possível que professores com menor titulação, até para compensar uma eventual autoridade trazida com o título de doutor, preocupem-se mais em tornar a disciplina atrativa para os alunos, dispondo-se mais a dialogar com a produção audiovisual corrente e fazer uso de filmes como ferramenta de ensino.

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Por fim, num resultado quase contra intuitivo, para quem espera encontrar mais recurso aos filmes em regiões conhecidas por um maior desenvolvimento econômico, professores da região norte do Brasil, seguidos de professores da região centro-oeste, foram os que mais apontaram fazer uso de filmes como ferramentas didáticas, com 90% e 80% de respostas afirmativas.

Professores da região sudeste vêm em seguida, com 85% dos docentes indicando o uso de filmes em suas disciplinas. No último estrato ficaram as regiões nordeste e sul, com respectivamente 82% e 71% dos docentes apontando fazer uso de filmes como ferramentas didáticas. Quando analisados os questionários específicos de professores da região sul que (i) não utilizaram filmes e tem interesse de utilizá-los, as dificuldades mais apontadas estão

“Ausência de sala de aula e/ou recursos audiovisuais adequados à exibição” (3 menções) e

“dificuldade de obtenção de filmes” (2 menções). Outras razões como desinteresse dos alunos, desconhecimento de metodologias e ausência de filmes que sirvam aos propósitos pedagógicos receberam uma menção cada. Quando analisados os questionários específicos de professores da região sul que (ii) não utilizaram filmes e não tem interesse de utilizá-los, as razões do não- interesse mais apontadas foram “não são recursos adequados para as disciplinas que ministro”

(2 menções) e “considero que livros e artigos acadêmicos são recursos mais eficientes para o ensino em nível superior” e “falta estrutura física ou técnica para utilizar filmes como instrumento de ensino” (1 menção cada).

COMENTÁRIOS FINAIS

Com o crescimento da área de RI no Brasil também cresce o interesse nas questões pedagógicas ligadas à área. Este texto oferece uma visão preliminar a partir dos primeiros dados processados fruto de questionários aplicados para investigar o uso de filmes como ferramenta didática para o ensino das relações internacionais no Brasil. A análise das seções seguintes do questionário aplicado – certamente a mais interessante em termos de traçar um panorama do uso de filmes no Brasil e as metodologias de que os professores e professoras vêm se valendo, revelará quais filmes são utilizados no ensino de RI e com quais objetivos.

Considera-se que essa etapa, a ser publicada em trabalho que condensará os resultados dessa pesquisa, será de grande interesse para, posteriormente prosseguirmos com o tratamento destas formas de uso do cinema em sala de aula de forma sistemática.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Acessado em 8.Jun.2017.

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SWIMELAR, Safia. Visualizing International Relations: Assessing Student Learning Through Film. International Studies Perspectives, v. 14, n. 1, p. 14-38, 2013.

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Acesso em: 28.09.2018.

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