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Coesão textual: o pronome na coesão referencial

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Academic year: 2022

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Resumão

Português

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Coesão textual: o pronome na coesão referencial

Teoria

Até agora, já estudamos a coesão sequencial e vimos a importância dos operadores argumentativos nesse aspecto. Neste material, trataremos de outro tipo de coesão: a referencial.

Coesão referencial

Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_4.pdf

Como sabemos, não é muito legal repetir termos desnecessariamente no texto/discurso. A coesão referencial é, então, um mecanismo que colabora para a fluidez do texto, por meio de elementos coesivos que retomam termos e estruturas, e, dentre esses elementos, estão os pronomes – aos quais daremos atenção aqui. Fique tranquilo, pois as outras estratégias serão aprofundadas nas aulas de Redação.

Partindo do princípio de que você já acompanhou as aulas sobre os pronomes e aprendeu as classificações, conceitos e funções, aqui, neste material, trataremos de usos particulares, atrelados, principalmente, à coesão referencial.

1. Coesão Referencial

1.1. Por uso de formas gramaticais

1.1.1. Substituição por pró-formas

Pronomes, verbos, advérbios...

1.1.2. Definitivação Artigos definidos e indefinidos

1.1.3. Elipse Posição “vazia”

1.1.4. Numerais Números cardinais, ordinais, fracionais...

1.2. Por uso de formas léxicas

1.2.1. Relação de sinonímia

Sinônimos 1.2.2. Relação de

hiperonímia

Hiperônimos e hipônimos 1.2.3. Nomes

genéricos

Substantivos e adjetivos que produzem relações de sinonímia

1.2.4. Nominalizações Nomes deverbais, substantivos abstratos...

(3)

1) Casos especiais de uso dos pronomes pessoais

Primeiramente, vamos relembrar quais são os pronomes pessoais.

Agora, veremos casos particulares de uso desses pronomes:

a) Pronomes pessoais retos depois de preposição

Os pronomes pessoais retos não costumam aparecer depois de preposição. No entanto, se os pronomes pessoais atuarem como sujeito da oração, mesmo que estejam precedidos por preposição, deve-se empregar os pronomes retos.

Ex.: Gritaram para eu fugir dos assaltantes.

Entre eu pedir ajuda e ela poder ajudar, existe bastante diferença.

Obs.: No entanto, reparem que só foi empregado o pronome pessoal, pois eles atuam como sujeitos da oração. Veja o exemplo a seguir:

• Para mim, correr todos os dias é muito cansativo.

Nesse caso, “mim” não é sujeito. Portanto, deve ser empregado o pronome oblíquo.

b) Pronome oblíquo átono como sujeito

Como vimos anteriormente, os pronomes pessoais retos atuam como sujeitos na oração, enquanto os pronomes pessoais oblíquos atuam como objetos. No entanto, eventualmente os oblíquos átonos (“me”, “nos”, “te”, “vos”, “se”, “a”, “as”, “o”, “os”) podem funcionar como sujeitos.

Vamos ver alguns casos em que isso acontece:

• Deixaram-me curtir a festa até o final.

• Mandaram-te analisar as provas.

• Não o fiz contar a verdade para a família.

• Ouviram-me dizer que estava cansado.

• Eu os vi voltar tarde.

Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos

Singular

1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa

Eu tu ele, ela

me te o, a, lhe

mim, consigo ti, contigo

ele, ela

Plural

1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa

Nós vós eles,

elas

nos vos os, as, lhes

nós, conosco vós, convosco

eles, elas

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São poucos os casos em que isso acontece, normalmente é possível com os verbos “deixar”,

“mandar”, “fazer”, “ouvir” seguidos de infinitivo.

Obs.: Os pronomes oblíquos tônicos NUNCA podem atuar como sujeitos.

c) O emprego do “lhe”

Os pronomes oblíquos átonos “o”, “a”, “os”, “as” desempenham papel de complemento verbal na terceira pessoa do discurso. Veja os exemplos:

• Encontrei-os no shopping.

• Busquei-a no parque ontem.

Entretanto, caso os pronomes de 3ª pessoa atuem como objeto que exija preposição, devemos empregar os oblíquos átonos “lhe” e “lhes”:

• Obedecemos aos mais velhos. -> Obedecemos-lhes.

• Não deram o recado a ele. -> Não lhe deram o recado.

IMPORTANTE: Valor de posse do “lhe”

Em algumas construções, o pronome oblíquo átono “lhe(s)” assume valor possessivo. Observe:

• Peguei-lhe a mão. (“Peguei a mão dele(a)”)

• Seguiram-lhe as ordens. (“Seguiram as ordens dele(a)”)

• Toquei-lhe o braço. (“Toquei o braço dele(a)”)

2) Pronomes demonstrativos na coesão referencial

São pronomes utilizados para indicar posição de algo (no espaço, no tempo ou no discurso) em relação às pessoas do discurso.

1º pessoa 2° pessoa 3º pessoa

Esta(s), este(s), isto Esse(s), essa(s), isso Aquele(s), Aquela(s), Aquilo

Esses pronomes são MUITO utilizados na coesão. Vamos ver como utilizá-los corretamente.

No texto

O pronome “esse” e suas variações (“esses”, “essa(s)”, “isso”) podem atuar anaforicamente, retomando algo que já foi mencionado no texto. Já o pronome “este” e suas variações atuam cataforicamente, fazendo referência a algo que ainda será mencionado.

Veja os exemplos:

A violência é o principal problema do Rio de Janeiro. Esse problema deve ser combatido.

Este é principal problema do Rio de Janeiro: a violência.

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Além disso, quando queremos fazer alusão a dois termos já citados, utilizamos “aquele” (e suas variações) para o primeiro termo (mais distante) e “este” (e suas variações) para o último.

Veja o exemplo:

João e Roberto trabalham na empresa. Aquele (João) é gerente, este (Roberto), secretário.

Além dos pronomes demonstrativos que vimos no quadro acima, há, também, outros que não se enquadram nos “tradicionais”. São eles:

a) “o”, “os”, “a”, “as”, quando são equivalentes a “aquilo”

• Vocês viram o que passou no jornal?

• Essa música não é a que te indiquei.

b) “mesmo” e “próprio” com valor de “exato”/”idêntico”

• Sabia que temos o mesmo pensamento?

• Os próprios candidatos resolveram o problema.

Obs.: Muitas pessoas utilizam “mesmo” como elemento coesivo; no entanto, essa estratégia não é bem vista (veja a questão do 8 do material). Exemplo:

O filme “Tropa de Elite” foi um grande sucesso de bilheteria. O mesmo aborda temáticas ligadas à violência e à corrupção no Brasil.

Podemos reescrever essa estrutura da seguinte forma:

O filme “Tropa de Elite” foi um grande sucesso de bilheteria. Essa obra aborda temática ligadas à violência e à corrupção no Brasil.

c) “tal” e “semelhante” equivalentes a “esse”/”aquele”

• Nunca vi tal pessoa.

3) Anáfora e catáfora em um parágrafo argumentativo

A coesão referencial é responsável por anunciar ou retomar informações presentes no texto. Essa estratégia é importante para evitar repetições entre as palavras, por meio da utilização de recursos anafóricos e catafóricos. A anáfora é um mecanismo que faz referência a um termo ou expressão citado anteriormente no texto, enquanto a catáfora faz referência a um termo que será citado posteriormente.

Os recursos utilizáveis são inúmeros; entre os principais, temos os pronomes, os sinônimos, os hipônimos e hiperônimos, os epítetos, as metonímias, os advérbios e os numerais.

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Observe o exemplo abaixo:

“Em sua obra “Vigiar e punir”, Foucault elabora a imagem da vigilância constante, representada por uma prisão denominada Panóptico. Hoje, esse seu conceito não se concretiza no controle da segurança, mas na observação permanente e invasiva das ações e dos gostos dos usuários dos meios virtuais. Essa ressignificação decorre destes fatos: a excessiva exposição do sujeito e os interesses comerciais de grandes empresas.”

O pronome possessivo “sua” é um termo catafórico, porque antecipa a palavra “Foucault”. Por outro lado, o pronome “seu” é um elemento anafórico, porque retoma um termo já citado anteriormente: “Foucault”.

Esses recursos servem para garantir a progressão de um texto e evitar a repetição desnecessária de palavras.

4) Pronomes relativos na coesão referencial

São os pronomes que não só unem orações, como também substituem um termo anterior.

Exemplo: O perfume que adoro custa caro. (refere-se ao antecedente “perfume”).

Variáveis Invariáveis

o qual, os quais, a qual, as quais, quanto(a), quantos(as), cujo(a), cujos(as)

onde, que, quem

Obs.: Os pronomes relativos podem ser precedidos pela preposição exigida pelo verbo da oração na qual se encontram.

Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. /Essa é a festa sobre a qual falei.

Emprego dos relativos

a) Onde: Só pode ser utilizado para fazer referência a lugares. Equivale a “em que”.

Ex.: O Brasil é o país onde moro.

ATENÇÃO! Muitas vezes, o pronome “onde” é empregado de maneira coloquial. Na língua culta, o uso desse relativo deve ser limitado aos casos em que há referência a lugares físicos e espaciais. Caso não haja, devemos utilizar “em que”, “no qual” (e suas flexões).

b) Cujo(a)(s): apesar de não ser pronome possessivo, é utilizado para estabelecer relação de posse.

Além disso, NÃO é correto utilizar artigo após o “cujo” e suas variações.

Ex.: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.

Derrubaram as casas cujas as paredes estavam caindo. (ERRADO, devido ao artigo “as”)

c) Quem: só pode ter como antecedente pessoa (ou coisa personificada). Costuma ser precedido por preposição.

Ex.: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

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d) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer referência tanto a pessoas, quanto a coisas. Porém, é preciso ter atenção ao uso da preposição. Se a preposição possuir duas ou mais sílabas, a exemplo de “entre”, sobre”, “para”, utilizamos o(a) qual, os(as) quais.

Ex.: A cidade em que/na qual moro é maravilhosa.

Os assuntos sobre os quais falei cairão na prova.

e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos “todo”, “tanto” e “tudo”.

Ex.: Fiz tanto quanto ele.

f) Quando: expressa unicamente ideia de tempo, podendo retomar, apenas, termos com esse valor.

Ex.: O período da 2ª Guerra, quando muitas atrocidades foram cometidas, é bastante abordado em filmes.

g) Como: é o pronome relativo que retoma apenas termos que deem ideia de modo. Por isso, normalmente, antes dele aparecem expressões como “maneira”, “forma”, “assim”.

Ex.: Gosto da maneira como ela fala.

Para saber mais, separamos um mapa mental para contribuir na associação de conteúdo, de modo claro e objetivo. Veja abaixo:

Quer assistir ao vídeo desse mapa mental? Basta acessar aqui.

Baixe aqui o material utilizado nesta aula pelo professor.

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Exercícios

1.

(Enem 2017 2ª aplicação) Fazer 70 anos

Fazer 70 anos não é simples.

A vida exige, para o conseguirmos, perdas e perdas no íntimo do ser,

como, em volta do ser, mil outras perdas.

[...]

Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!

Nós o conseguimos...

E sorrimos

de uma vitória comprada por que preço?

Quem jamais o saberá?

ANDRADE, C. D.Amar se aprende amando. São Paulo:Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo “o”, nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o segmento

a) “Ó José Carlos”

b) “perdas e perdas”

c) “A vida exige”

d) “Fazer 70 anos”

e) “irmão-em-Escorpião”

2.

(Puccamp 1999) No centro da Convenção sobre Mudança Climática esteve o reconhecimento de que o planeta pode passar por mudanças catastróficas no próximo século, com o agravamento do efeito estufa.

A delegação brasileira na reunião de Buenos Aires, ONDE se deu o encontro, assim como em Kyoto, foi chefiada pelo ministro da Ciência e Tecnologia. ELA teve um papel destacado no Japão, ao apresentar proposta que desembocou no "mecanismo de desenvolvimento limpo" (MDL), questão central na pauta da Argentina.

Os pronomes em destaque referem-se a outras palavras do texto. São elas, respectivamente:

a) o centro - Mudança Climática b) Buenos Aires - a delegação brasileira c) o planeta - a reunião

d) Kyoto - estufa

e) a Convenção - mudanças catastróficas

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3.

(Insper 2013)

(Época, 06/06/2011)

“Um dos quadros de maior audiência do Jornal Nacional virou livro. Assim é o Diário de bordo do JN no Ar. Escrito por Ernesto Paglia, ele retrata a realidade de um país de diferentes contrastes. O jornalista apresenta os bastidores e scripts de uma cobertura sem precedentes.”

O pronome “ele”, no texto, refere-se

a) ao autor do livro anunciado, Ernesto Paglia.

b) à expressão “um dos quadros de maior audiência do Jornal Nacional”.

c) à expressão “Diário de Bordo do JN no Ar”

d) à expressão “Escrito por Ernesto Paglia”.

e) ao segundo descobrimento do Brasil.

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4.

As coisas mudaram muito em termos do que achamos necessário fazer para manter nossos filhos seguros. Um exemplo: só 10% das crianças americanas vão para a escola sozinhas hoje em dia. Mesmo quando vão de ônibus, são levadas pelos pais até a porta do veículo. Chegou a ponto de colocarem à venda vagas que dão o direito de o pai parar o carro bem em frente à porta na hora de levar e buscar os filhos. Os pais se acham ótimos porque gastam algumas centenas de dólares na segurança das crianças. Mas o que você realmente fez pelo seu filho? Se o seu filho está numa cadeira de rodas, você vai querer estacionar em frente à porta. Essa é a vaga normalmente reservada aos portadores de deficiência. Então, você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como um inválido.

Isso é considerado um exemplo de paternidade hoje em dia.

(IstoÉ , 22/07/2009)

A palavra “isso”, na última linha do texto, retoma o fato de a) as crianças americanas hoje não irem sozinhas à escola.

b) pais americanos tratarem seus filhos saudáveis como inválidos.

c) apenas 10% das crianças americanas irem sozinhas para a escola.

d) venderem vagas para os pais pararem o carro em frente à porta da escola.

e) os pais levarem e buscarem seus filhos até a porta do ônibus que os leva à escola.

5.

(ITA) Filme bom é filme antigo? Lógico que não, mas ‘‘A Múmia’’, de 1932, põe a frase em xeque. Sua refilmagem, com Brendan Fraser no elenco, ainda corre nos cinemas brasileiros, repleta de humor e efeitos visuais. Na de Karl Freund, há a vantagem de Boris Karloff no papel-título, compondo uma múmia aterrorizadora, fiel ao terror dos anos 30. Apesar de alguma precariedade, lança um clima de mistério que a versão 1999 não conseguiu, tal a ênfase dada à embalagem. Daí ‘‘nem sempre cinema bom são efeitos especiais’’ deveria ser a tal frase.

(A precária e misteriosa múmia de 32, Folha de S. Paulo, Caderno Ilustrada, 4/8/1999.)

Em: ‘‘tal a ênfase dada à embalagem’’ e ‘‘deveria ser a tal frase’’, os termos em destaque nas duas frases podem ser substituídos, respectivamente, por:

a) semelhante; aquela.

b) tamanha; essa.

c) tamanha; aquela.

d) semelhante; essa.

e) essa; aquela.

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6.

(Enem 2016 2ª aplicação)

Apesar de

Não lembro quem disse que a gente gosta de uma pessoa não por causa de, mas apesar de. Gostar daquilo que é gostável é fácil: gentileza, bom humor, inteligência, simpatia, tudo isso a gente tem em estoque na hora em que conhece uma pessoa e resolve conquistá-la. Os defeitos ficam guardadinhos nos primeiros dias e só então, com a convivência, vão saindo do esconderijo e revelando-se no dia a dia. Você então descobre que ele não é apenas gentil e doce, mas também um tremendo casca-grossa quando trata os próprios funcionários. E ela não é apenas segura e determinada, mas uma chorona que passa 20 dias por mês com TPM. E que ele ronca, e que ela diz palavrão demais, e que ele é supersticioso por bobagens, e que ela enjoa na estrada, e que ele não gosta de criança, e que ela não gosta de cachorro, e agora? Agora, convoquem o amor para resolver essa encrenca.

MEDEIROS, M. Revista O Globo, n. 790, 12 jun. 2011 (adaptado).

Há elementos de coesão textual que retomam informações no texto e outros que as antecipam. Nos trechos, o elemento de coesão sublinhado que antecipa uma informação do texto é

a) “Gostar daquilo que é gostável é fácil [...]”.

b) “[...] tudo isso a gente tem em estoque [...]”.

c) “[...] na hora em que conhece uma pessoa [...]”.

d) “[...] resolve conquistá-la.”

e) “[...] para resolver essa encrenca.”

7.

(Enem PPL 2011) Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava no mesmo: a crônica estava feita. Não tenho nem o engenho nem a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a Lagoa ― posso não ver melhor, mas vejo mais. [...] Nelson Rodrigues não tinha problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do jornal. Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente Rolls Royce com uma loura suspeita, mas equivalente à suntuosidade do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade com dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura. Eu fiquei sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem assunto.

CONY, C. H. Folha de S. Paulo. 2 jan. 1998 (adaptado).

O autor lançou mão de recursos linguísticos que o auxiliaram na retomada de informações dadas sem repetir textualmente uma referência. Esses recursos pertencem ao uso da língua e ganham sentido nas práticas de linguagem. É o que acontece com os usos do pronome “ele” destacados no texto. Com essa estratégia, o autor conseguiu

a) confundir o leitor, que fica sem saber quando o texto se refere a um ou a outro cronista.

b) comparar Rubem Braga com Nelson Rodrigues, dando preferência ao primeiro.

c) referir-se a Rubem Braga e a Nelson Rodrigues usando igual recurso de articulação textual.

d) sugerir que os dois autores escrevem crônicas sobre assuntos semelhantes.

e) produzir um texto obscuro, cujas ambiguidades impedem a compreensão do leitor.

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8.

(Unicamp 2011) A comunidade do Orkut “Eu tenho medo do Mesmo” foi criada em função do aviso bastante conhecido dos usuários de elevadores: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”.

a) Explique o que torna possível o jogo de palavras “Mesmo, o maníaco dos elevadores” usado pelos membros dessa comunidade.

b) Reescreva o aviso de forma que essa leitura não seja mais possível.

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Gabarito

1. D

O pronome oblíquo faz referência ao “fazer 70 anos”, que, no texto, pode ser entendido, inclusive, como um termo personificado. Isso se dá por conta do tipo de estrutura textual, sendo este poético.

2. B

O pronome “onde” faz referência ao local “Buenos Aires”, e “ela” retoma “delegação brasileira”.

3. C

O pronome “ele” faz referência à obra “Diário de bordo do JN no ar”, que foi mencionada anteriormente.

4. B

O pronome “isso” é anafórico. Dessa forma, ele retoma a ideia anterior “você assegurou ao seu filho saudável a chance de ser tratado como inválido”.

5. C

Em "tal a ênfase...", "tal" é um adjetivo que faz referência a ser tão grande. Em "deveria ser a tal frase",

"tal" é um pronome demonstrativo que se refere a esse(a), aquele(a), aquilo. Assim, o contexto faz referência a uma frase dita anteriormente, "Filme bom é filme antigo? Lógico que não". Por se tratar de uma frase distante do momento de seu discurso, deve ser substituída por “aquela”.

6. A

No trecho “gostar daquilo que é gostável é fácil”, o pronome demonstrativo “daquilo” é um elemento catafórico, pois antecipa informações que serão apresentadas ao longo do texto, correspondendo a

“gentileza, bom humor, inteligência, simpatia”.

7. C

O mecanismo utilizado pelo autor, chamado de substituição por pronomes, é utilizado para não haver repetição dos mesmos nomes e a leitura não se tornar cansativa. Dessa forma, o trabalho semântico apresentou uma referência para Rubem Braga e Nelson Rodrigues.

8. (Comentário oficial Comvest) Espera-se que o candidato compreenda que o jogo de palavras que dá nome à comunidade do Orkut se deve ao fato de 'mesmo' ter sido utilizado equivocadamente no aviso como substituto de ‘elevador’, equivalendo, portanto, a um substantivo. Nesse efeito de substantivação,

‘o mesmo’, que deveria remeter a elevador, por substituição, acaba funcionando como um outro substantivo na brincadeira da comunidade, associado a uma pessoa (‘o Mesmo’). Como o aviso adverte que se deve verificar se 'o mesmo' encontra-se parado no andar, a brincadeira o interpreta como uma referência ao “maníaco dos elevadores”. Na reescrita do aviso, basta repetir a palavra ‘elevador’, ou substituí-la por 'ele' ou ‘este’. São possíveis também paráfrases que evitem a repetição. Em ambos os casos, 'mesmo' não deverá constar.

a) O pronome demonstrativo “mesmo”, antecedido pelo artigo “o”, acaba assumindo valor substantivo, o que possibilita o jogo de palavras que personifica “mesmo”.

b) Antes de entrar no elevador, verifique se ele se encontra parado neste andar. (Existem outras possibilidades).

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Especificações sobre pronome relativo

Teoria

Pronome relativo

Os pronomes relativos são aqueles que se referem a um termo anterior – o antecedente. Por exemplo, na frase “O perfume que adoro custa caro”, o pronome “que” se refere ao termo antecedente,

“perfume”.

Em relação à classificação, eles podem ser variáveis e invariáveis. Os variáveis são aqueles que podem sofrer alteração em sua forma, já os invariáveis, não. Observe:

Variáveis Invariáveis

o qual, os quais, a qual, as quais, quanto(a), quantos(as), cujo(a), cujos(as) onde, que, quem

Há, ainda, algumas especificações em relação ao uso do pronome relativo. Veja:

Comparação com a conjunção

1. Pronome relativo “que” x conjunção “que”

Apenas o pronome relativo “que” pode ser substituído por “o qual”, “a qual” (e suas variações); caso contrário, será uma conjunção. Vejamos:

Rodrigo era a pessoa de que (= da qual) todos gostavam. (Pronome relativo)

Pedi a ele que me ligasse mais tarde. (Conjunção integrante)

Dormiram tanto que perderam a hora. (Conjunção consecutiva)

ATENÇÃO: Os pronomes relativos podem ser precedidos pela preposição exigida pelo verbo da oração na qual se encontram.Exemplo: Esse é o menino de quem gosto. / Essa é a festa sobre a qual falei.

2. Pronome relativo “quando” x conjunção temporal “quando”

Será pronome relativo quando pudermos substituir por “no qual”, “na qual” e “em que”. Vejamos:

No momento quando (= em que) chegamos, o sol foi em bora. (Pronome relativo)

Quando chegamos, o sol foi embora. (Conjunção temporal)

(15)

Função sintática dos pronomes relativos

Os pronomes relativos assumem duplo papel no período. Eles retomam um termo antecedente e também servem como elo subordinante da oração que iniciam. Por esse motivo, ao contrário das conjunções, esses pronomes desempenham sempre uma função sintática nas orações a que pertencem. Por exemplo: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal, complemento nominal, adjunto adnominal e agente da passiva.

IMPORTANTE: As orações subordinadas adjetivas vêm, normalmente, introduzidas por um pronome relativo e exercem a função de adjunto adnominal de um substantivo ou pronome antecedente. Elas podem ser classificadas em restritivas e explicativas.

• As restritivas limitam a significação do substantivo (ou pronome) antecedente. São indispensáveis ao sentido da frase. Por exemplo: “És um dos raros homens que têm o mundo nas mãos”.

• As explicativas acrescentam ao antecedente uma qualidade acessória e, por isso, são semelhantes a um aposto, sendo, então, dispensáveis ao sentido essencial da frase. Por exemplo: “Tio Cosme, que era advogado, confiava-lhe a cópia dos papéis de autos”.

Emprego dos relativos

a) Onde: Só pode ser utilizado para fazer referência a lugares. Equivale a “em que”.

Exemplo: O Brasil é o país onde moro.

OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, o pronome “onde” é empregado de maneira coloquial. Na língua culta, o uso desse relativo deve ser limitado aos casos em que há referência a lugares físicos e espaciais. Caso não haja, devemos utilizar “em que”, “no qual” (e suas flexões).

b) Cujo(a)(s): apesar de não ser pronome possessivo, é utilizado para estabelecer relação de posse. Além disso, NÃO é correto utilizar artigo após o “cujo” e suas variações.

Exemplo: Passei pela mulher cuja beleza é infinita.

ATENÇÃO: Derrubaram as casas cujas as paredes estavam caindo. (ERRADO, devido ao artigo “as”)

c) Quem: Só pode ter como antecedente pessoa (ou coisa personificada). Costuma ser precedido por preposição.

Exemplo: Ela é a pessoa por quem fui apaixonado.

d) Que/ o(a) qual / os(as) quais: podem fazer referência tanto a pessoas quanto a coisas. Porém, é preciso ter atenção ao uso da preposição. Se a preposição possuir duas ou mais sílabas, como “entre”, sobre”,

“para”, utilizamos o(a) qual, os(as) quais.

Exemplo: A cidade em que/na qual moro é maravilhosa.

/

Os assuntos sobre os quais falei cairão na prova.

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e) Quanto(a)(s): são utilizados após os indefinidos “todo”, “tanto” e “tudo”.

Exemplo: Fiz tanto quanto ele.

f) Quando: expressa unicamente ideia de tempo, podendo retomar, apenas, termos com esse valor.

Exemplo: O período da 2ª Guerra, quando muitas atrocidades foram cometidas, é bastante abordado em filmes.

g) Como: é o pronome relativo que retoma apenas termos que deem ideia de modo. Por isso, normalmente, antes dele aparecem expressões como “maneira”, “forma”, “assim”.

Exemplo: Gosto da maneira como ela fala.

OBSERVAÇÃO: Para que não haja confusão entre o “como” pronome relativo, advérbio e conjunção, é importante lembrar que apenas o relativo possui antecedente. Observe os exemplos abaixo:

1. Critiquei o jeito como ele come. (Pronome relativo) 2. Perguntei como ele come. (Advérbio)

3. Ele come como um animal. (Conjunção comparativa)

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(17)

Exercícios

1.

(CMRJ) As orações adjetivas cujo conteúdo é relevante para a identificação da entidade, ser ou objeto a que se refere o antecedente do pronome relativo chamam-se restritivas [...].Quando, entretanto, o conteúdo da oração adjetiva não contribui para essa identificação, dizemos que a oração adjetiva é não restritiva (ou explicativa).

(Azeredo, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 1.ed. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 319-320.)

No período “Eu tinha nove ou dez anos, e uma tia, que era pintora, me convidara para ir ao seu ateliê para conhecer o local onde ela trabalhava.” , a oração adjetiva destacada estabelece com o vocábulo

“tia” uma relação semântica de a) conclusão.

b) comparação.

c) retificação.

d) generalização.

e) caracterização.

2.

(CMRJ) No fragmento "Muitas pesquisas indicam que até 2030 uma parcela relevante das profissões que conhecemos deixará de existir", há 02 (duas) ocorrências da partícula QUE, cuja classificação morfológica é, respectivamente:

a) conjunção subordinativa adverbial/ pronome relativo.

b) pronome relativo/ conjunção subordinativa adverbial.

c) pronome relativo/conjunção subordinativa integrante.

d) conjunção subordinativa integrante/ pronome relativo.

e) conjunção subordinativa integrante/ conjunção coordenativa explicativa.

3.

(CMRJ) “Fiquei na lista de esperada Yale University, Duke University, Rice University e Tufts", enumerou Flávia, cujos dois irmãos estudam na Escola Naval.

Os períodos compostos são estruturas complexas de comunicação, por interligarem macroestruturas e produzirem significado durante este processo. No trecho a seguir, o termo "cujos" possui a

classificação morfológica de __________ e inicia, portanto, uma __________.

Assinale a alternativa abaixo que preenche corretamente as lacunas apresentadas.

a) conjunção subordinativa integrante/ oração subordinada substantiva subjetiva.

b) conjunção coordenativa explicativa/ oração coordenada sindética explicativa.

c) pronome relativo/oração subordinada adjetiva restritiva.

d) conjunção subordinativa adverbial causal/oração subordinada adverbial causal.

e) pronome relativo/oração subordinada adjetiva explicativa.

(18)

4.

(AFA) Assinale a alternativa que apresenta classificação correta do termo destacado.

a) “(...) Esopo, com um prato que coloca sobre a mesa” > pronome demonstrativo.

b) “(...) faz um sinal para que Melita sirva Agnostos” > preposição.

c) “É a língua que ordena os exércitos à vitória (...)” > pronome relativo.

d) “Que há de melhor do que a língua?” > partícula de realce.

5.

(ITA) Assinale a alternativa em que o item sublinhado NÃO é pronome relativo.

a) a brincadeira é pichá-lo com qualquer frase que vier à cabeça b) ou no papel amassado que embrulha o pão da manhã c) são tantas, até temo que me faltem os muros

d) há um certo prazer na loucura que só um louco conhece e) que serve para exemplificar o que sinto neste momento

6.

(AMAN) “Nesse sentido destacamos as Conferências das Cidades e a criação da Secretaria de Saneamento e do Conselho Nacional das Cidades, que deram à política urbana uma base de participação e controle social”.

No fragmento, o pronome relativo exerce a função sintática de a) objeto direto e introduz uma explicação.

b) objeto direto e introduz uma restrição.

c) objeto indireto e introduz uma explicação.

d) sujeito e introduz uma restrição.

e) sujeito e introduz uma explicação

7.

(IFPE) (...) Por outro lado, conforme aponta Alain Touraine, na obra Em defesa da Sociologia (1976), para se compreender os movimentos sociais, mais do que pensar em valores e crenças comuns para a ação social coletiva, seria necessário considerar as estruturas sociais nas quais os movimentos se manifestam. Cada sociedade ou estrutura social teriam como cenário um contexto histórico (ou historicidades) no qual, assim como também apontava Karl Marx, estaria posto um conflito entre classes, terreno das relações sociais, a depender dos modelos culturais, políticos e sociais. Assim, os movimentos sociais fariam explodir os conflitos já postos pela estrutura social (geradora por si só da contradição entre as classes), sendo uma ferramenta fundamental para a ação com fins de intervenção e mudança dessa estrutura. (...)

RIBEIRO, Paulo Silvino. Movimentos sociais: breve definição. Brasil Escola. Disponível em:

<https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/movimentos-sociais-breve-definicao.htm>.

O pronome relativo (n)o qual cumpre uma função coesiva no texto, pois retoma a) contexto histórico.

b) Karl Marx.

c) conflito.

d) terreno.

e) cenário.

(19)

8.

(COL. NAVAL) Em "Ninguém nos preparou para essas mudanças que revolucionaram a comunicação.", o pronome relativo exerce a mesma função sintática que o destacado em:

a) As informações diárias que nós recebemos pelos celulares podem ser falsas e mentirosas.

b) O jornalista de quem peguei as últimas informações descartou a possibilidade de fake news.

c) Todos esses são os jornalistas por quem as notícias sensacionalistas foram amplamente analisadas.

d) O processo democrático a que somos favoráveis corre o risco de ser afetado pelos boatos.

e) Conhecemos o jornalista que defenderá o problema nas redes sociais em relação às notícias sensacionalistas.

(20)

Gabarito

1. E

A oração adjetiva explicativa destacada apresenta uma característica da tia (ser pintora) e, portanto, estabelece uma relação semântica de caracterização.

2. D

Na primeira ocorrência, vemos o “que” como conjunção integrante, já que ele introduz a oração subordinada objetiva direta. Já na segunda ocorrência, vemos o “que” como um pronome relativo que retoma o termo “profissões”.

3. E

A palavra “cujos” é um pronome relativo que carrega o sentido de posse, retomando o termo “Flávia”.

Assim, “cujos dois irmãos” seriam os dois irmãos de Flávia. O trecho introduzido por esse pronome apresenta uma explicação sobre a escolaridade dos irmãos de Flávia, e, assim, pode ser classificado como uma oração subordinada adjetiva explicativa.

4. C

Trata-se de um pronome relativo, estabelecendo uma relação de sentido entre a definição de língua e seu uso a respeito de ordens.

5. C

Trata-se de uma conjunção integrante, possibilitando que a Oração Subordinada Substantiva desempenhe a função Objetiva Direta em relação à Oração Principal.

6. E

O pronome relativo “que” desempenha função de sujeito do verbo “dar”; além disso, inicia uma Oração Subordinada Adjetiva Explicativa, marcada pelo emprego da vírgula e seu sentido generalizado.

7. A

O termo retoma “contexto histórico”, já que se refere ao fato de que é no contexto histórico que estaria posto um conflito entre classes.

8. E

O pronome relativo apresentado no enunciado exerce a função sintática de sujeito, assim como o pronome relativo apresentado na alternativa E.

(21)

Detalhamentos sobre verbo: semântica e irregularidade

Teoria

Semântica verbal

A semântica é o estudo do significado. Quando falamos em semântica do verbo, levamos em consideração o sentido que a escolha verbal agrega ao discurso; ou seja, por que utilizamos cada modo e tempo verbal e qual efeito essa escolha gera para o texto.

O modo verbal caracteriza as diferentes maneiras como podemos utilizar o verbo, dependendo da significação que pretendemos dar a ele. Por exemplo:

Indicativo: expressa certeza de um fato. Exemplo: Eu irei ao jogo.

Subjuntivo: expressa dúvida, possibilidade, hipótese, condição. Exemplo: Querem que eu vá ao jogo.

Imperativo: expressa ordem, sugestão, súplica, pedido. Exemplo: Arrume essa bagunça!

O tempo verbal indica o momento em que o processo verbal ocorre. Os tempos verbais podem ser simples (formados por apenas um verbo) ou compostos (formados pela locução “ter” ou “haver” + particípio do verbo).

Tempos do modo indicativo na forma simples

Presente do indicativo

1. Ideia de rotina, fatos habituais – Ex.: “Todo dia ela faz tudo sempre igual. Me acorda às seis horas da manhã”. (Chico Buarque)

2. Ideia de ação no momento da fala – Ex.: Estou com muita fome! / Não acredito em mudanças repentinas.

3. Ideia de ação futura – Ex.: Almoçamos juntos amanhã! / Falamos sobre isso na reunião mais tarde.

4. Ideia de pedido – Ex.: Você faz um favor para mim? / Você pega as pastas no escritório, por favor?

5. Ideia de verdade absoluta – Ex.: A Terra gira em torno do Sol.

6. Ideia de ação no passado – Em 1808, a Corte Portuguesa chega ao Brasil.

Futuro do presente do indicativo

1. Ideia de ação futura – Ex.: Viajarei a trabalho semana que vem. / Encontraremos uma solução.

2. Ideia de tom imperativo diante de uso cotidiano – Ex.: A partir de agora, vocês resolverão todos os problemas!

(22)

Futuro do pretérito do indicativo

1. Ideia de ação futura em relação a uma ação passada – Ex.: Viajaria mais vezes, se tivesse poupado mais dinheiro. / Ele aprenderia algum idioma, se tivesse mais tempo.

2. Ideia de polidez – Ex.: Você me emprestaria seu celular? / Você poderia trazer um copo para mim?

3. Ideia de ação hipotética/dúvida – Ex.: Com tantos amigos, ele estaria sempre seguro. / Seria José a melhor pessoa para o cargo?

OBSERVAÇÃO: O futuro do pretérito é um caso peculiar em relação ao modo indicativo, pois é comum que ele expresse incertezas (o que é característico do modo subjuntivo).

OBSERVAÇÃO 2: Muitas vezes, o futuro do pretérito é substituído pelo pretérito imperfeito. Veja:

Eu sabia que ela iria ao encontro dos pais depois do trabalho. -> Eu sabia que ela ia ao encontro dos pais depois do trabalho.

Pretérito perfeito do indicativo

1. Ideia de ações pontuais no passado – Ex.: Ele comeu toda a comida. / Eu ganhei o torneio de futebol em 2003.

Pretérito imperfeito do indicativo

1. Ideia de ações contínuas/prolongadas no passado – Ex.: Bianca corria todos os dias na praia. / Ela ganhava todos os prêmios no colégio. / João ia sempre ao mercado pela manhã.

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

1. Indica ações passadas, anteriores a ações ocorridas também no passado – Ex.: O policial chegou onde o acidente ocorrera. / Ele já terminara o trabalho quando perguntei.

OBSERVAÇÃO: Atualmente, o pretérito mais-que-perfeito não é utilizado na fala e tem sido pouco utilizado, inclusive, na escrita. Na fala, tende a ser substituído por uma locução de verbo auxiliar TER ou HAVER no pretérito imperfeito + particípio.

Exemplo: O policial chegou ao local onde o acidente tinha acontecido.

Ele já havia terminado o trabalho quando perguntei.

Tempos do modo subjuntivo na forma simples

1. Presente - Expressa uma hipótese, desejo, dúvida que pode ocorrer no momento atual.

Ex.: É conveniente que estudes para o exame. / Todos esperam que eu resolva a questão.

2. Pretérito imperfeito – Indica possibilidades e desejos, estando a ação condicionada a outra.

Ex.: Eu ficaria feliz se você prestasse mais atenção. / Caso João viesse aqui, você teria que contar a verdade.

3. Futuro: Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Também pode expressar possibilidade.

Ex.: Quando ele vier à padaria, pegará as tortas. / Quando você precisar de nós, estaremos aqui.

(23)

Tempos Compostos

Modo indicativo

1. Pretérito perfeito: o auxiliar é flexionado no presente do indicativo.

Ex.: Eu tenho dito.

2. Pretérito mais-que-perfeito: o auxiliar é flexionado no pretérito imperfeito do indicativo.

Ex.: Eu tinha dito.

3. Futuro do presente: o auxiliar é flexionado no futuro do presente do indicativo.

Ex.: Eu terei dito.

4. Futuro do pretérito: o auxiliar é flexionado no futuro do pretérito.

Ex.: Eu teria dito.

Modo subjuntivo

1. Pretérito perfeito: o auxiliar é flexionado no presente do subjuntivo.

Ex.: (Que) Eu tenha dito.

2. Pretérito mais-que-perfeito: o auxiliar é flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo.

Ex.: (Se) Eu tivesse dito.

3. Futuro: o auxiliar é flexionado no futuro do subjuntivo.

Ex.: (Quando) Eu tiver dito.

Formas afirmativas e negativas do modo imperativo a) Ideia de ordem – Ex.: Fiquem quietos!

b) Ideia de pedido – Ex.: Mantenham o silêncio, por favor.

c) Ideia de conselho/sugestão – Ex.: Você deve contar a verdade.

d) Ideia de súplica – Ex.: Por favor! Não vá embora!

(24)

Verbos irregulares

Tratam-se dos verbos que sofrem modificações no paradigma (ou seja, modelo de conjugação), nos radicais ou na flexão. Observe abaixo a comparação entre a conjugação dos verbos “emitir”, “ter” e “excluir”.

Presente do indicativo

EMITIR TER EXCLUIR

Eu emito Eu tenho Eu excluo

Tu emites Tu tens Tu excluis

Ele/Ela emite Ele tem Ele exclui

Nós emitimos Nós temos Nós excluímos

Vós emitis Vós tendes Vós excluís

Eles/Elas emitem Eles têm Eles excluem

O verbo “emitir” é classificado como regular, pois mantém a mesma estrutura inicial (radical) em todas as pessoas verbais. Além disso, as desinências (terminações verbais) são comuns em todos os verbos regulares. No entanto, os verbos “ter” e “excluir” são classificados como irregulares, pois possuem alteração em sua forma, em comparação a um verbo regular. O verbo “ter” possui alteração no radical, e o verbo “excluir”, nas desinências; são, portanto, verbos irregulares.

OBSERVAÇÃO: É importante destacar que, num verbo irrregular, pode haver determinadas formas regulares em sua conjugação. É o caso do verbo “dar”, em que as formas dava, davas, dava, dávamos, dáveis, davam se enquadram no paradigma dos verbos regulares de 1ª conjugação do pretérito imperfeito do indicativo.

(25)

Exercícios

1.

(UNICAMP – Adaptada) Nas suas aulas de gramática, você deve ter estudado a conjugação dos verbos irregulares. Esse conhecimento é necessário na escrita padrão. Nos trechos a seguir encontram-se formas verbais inadequadas.

I. [Os astecas] não só conheciam o banho de vapor, tão prezado na Europa, como mantiam o hábito de banhar-se diariamente.

(SUPERINTERESSANTE, outubro/92)

II. Um grupo de defesa dos direitos civis ameaçou intervir se o juiz Mike McSpadden ir adiante com seu plano de aprovar o pedido de castração.

(FOLHA DE SÃO PAULO, 13/02/92)

a) Identifique as formas verbais inadequadas.

b) Que formas deveriam ter sido empregadas?

2.

(UNIFESP) O Menino da Porteira Toda a vez que eu viajava Pela estrada de Ouro Fino, De longe eu avistava A figura de um menino, Que corria abri[r] a porteira Depois vinha me pedindo:

- Toque o berrante, seu moço, Que é p'ra mim ficá[ar] ouvindo.

...

(Luisinho, Limeira e Zezinha, 1955) Há certos verbos cujas flexões se desviam do paradigma de sua conjugação. São considerados, por isso, irregulares. Alguns deles são: DAR, ESTAR, FAZER, SER e IR. Na estrofe de "O menino da porteira", ocorrem verbos dessa natureza. A alternativa que os contém é

a) "Toda vez que eu viajava" e "'De longe eu avistava".

b) "De longe eu avistava" e "Que corria abri[r] a porteira".

c) "Que corria abri[r] a porteira" e "-Toque o berrante, seu moço,"

d) "Que corria abri[r] a porteira" e "Que é p'ra mim ficá[r] ouvindo."

(26)

3.

(UFJF) A seguir, você lerá trechos de Um livro de instruções e desenhos de Yoko Ono, da artista plástica, compositora e escritora Yoko Ono (Tóquio, 1933-). Esses trechos estão na primeira parte do livro, intitulada “Música”, em que a autora fornece “instruções” para que seus leitores componham músicas.

Texto 1:

Composição da batida Ouça uma batida de coração

Texto 2:

Composição do amanhecer Pegue a primeira palavra que vier à sua cabeça.

Repita a palavra até o amanhecer.

Texto 3:

Composição do sanduíche de atum Imagine mil sóis no

céu ao mesmo tempo.

Deixe-os brilhar por uma hora.

Então, deixe-os derreter gradualmente no céu.

Faça um sanduíche de atum e coma.

(ONO, Yoko. Grapefruit – A Book of Instruction and Drawings by Yoko Ono. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2000[1964].).

Os verbos utilizados nos três textos acima, no imperativo, possuem sentido de

a) ordem, como nas leis que os cidadãos são obrigados a cumprir para o bem-estar geral.

b) sugestão, como opções que podem ser escolhidas para serem seguidas ou não.

c) pedido, como nos textos de horóscopo e nas dicas dadas por amigos e familiares.

d) determinação, como nos editais de concurso, que mostram normas de participação.

e) imposição, como nas regras de jogos, que têm de ser obedecidas para o sucesso da empreitada.

(27)

4.

(IFCE) Nasce um escritor

O primeiro dever passado pelo novo professor de português foi uma descrição tendo o mar como tema.

A classe inspirou, toda ela, nos encapelados mares de Camões, aqueles nunca dantes navegados. O episódio do Adamastor foi reescrito pela meninada. Prisioneiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de Ilhéus foi o tema de minha descrição.

Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos.

Passei a ser uma personalidade, segundo os cânones do colégio, ao lado dos futebolistas, dos campeões de matemática e de religião, dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espécie de Círculo Literário onde brilhavam alunos mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro, sensação permanente durante os dois anos em que estudei no colégio dos jesuítas. Houve, porém, sensível mudança na limitada vida do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteção e colocou em minhas mãos livros de sua estante. Primeiro "As Viagens de Gulliver", depois clássicos portugueses, traduções de ficcionistas ingleses e franceses. Data dessa época minha paixão por Charles Dickens. Demoraria ainda a conhecer Mark Twain: o norte-americano não figurava entre os prediletos do padre Cabral.

Recordo com carinho a figura do jesuíta português erudito e amável. Menos por me haver anunciado escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criação literária. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha prisão, minha primeira prisão.

AMADO, Jorge. O menino Grapiúna. Rio de Janeiro. Record. 1987. p. 117-20.

A forma verbal “obtinham” pertence ao verbo obter, cujo paradigma é o verbo TER. Um verbo semelhante está corretamente flexionado em

a) o padre entreteu o menino com boas leituras.

b) as crianças do internato não conteram as saudades de casa.

c) os alunos retiveram os conhecimentos adquiridos no colégio.

d) na produção do primeiro texto, os alunos se ateram ao poema “Os Lusíadas”, de Camões.

e) o menino não deteu sua inclinação para a literatura.

(28)

5.

(Enem) Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.

Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado

a) pela a alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo.

b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados.

c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados.

d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados.

e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.

6.

(IFAL)

Ainda quanto à natureza semântica (de significado) e sintática (de relação gramatical) dos elementos presentes no texto, há, a seguir, apenas uma alternativa errada. Assinale-a.

a) O termo “de idosos” caracteriza o substantivo “abrigo”, funcionando como adjunto adnominal deste.

b) “de doações” é complemento do verbo “precisa”, denominando-se objeto indireto, por ser introduzido por preposição.

c) Sintaticamente, no anúncio, a palavra “contar” está para “fazer”, assim como “O segredo” está para

“Nosso objetivo”.

d) “Chegar”, “compartilhar” e “doar” são verbos de primeira conjugação e, no anúncio, estão no modo imperativo.

e) “ser uma rede de solidariedade” e “apoiar instituições de diversos segmentos divulgando as suas necessidades” indicam as finalidades para a existência do grupo.

(29)

7.

(UECE) PORTÃO

O portão fica bocejando, aberto para os alunos retardatários.

Não há pressa em viver

nem nas ladeiras duras de subir,

quanto mais para estudar a insípida cartilha.

Mas se o pai do menino é da oposição, à ilustríssima autoridade municipal, prima por sua vez da 3sacratíssima autoridade nacional,

ah, isso não: o vagabundo ficará mofando lá fora

e leva no boletim uma galáxia de zeros.

A gente aprende muito no portão fechado.

ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Carlos Drummond de Andrade: Poesia e Prosa. Editora Nova Aguilar:1988. p. 506-507.

Observe a metáfora que inicia o poema – “O portão fica bocejando” – e o que se diz sobre ela.

I. Essa metáfora empresta ao portão faculdades humanas, constituindo, também uma prosopopeia ou personificação. Por outro lado, essa expressão aceita, ainda, a seguinte leitura: o portão representa metonimicamente a escola, com seus valores criticáveis e seus preconceitos.

II. O emprego da locução verbal de gerúndio “fica bocejando”, no lugar da forma simples boceja, dá à ação expressa pelo verbo bocejar um caráter de continuidade, de duração.

III. O gerúndio realça a própria semântica do verbo bocejar.

Está correto o que se afirma em a) I, II e III.

b) I e III apenas.

c) II e III apenas.

d) I e II apenas.

(30)

8.

(UERJ) Infância

Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.

Minha mãe ficava sentada cosendo.

Meu irmão pequeno dormia.

Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé, comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu chamava para o café.

Café preto que nem a preta velha café gostoso

café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim:

– Psiu... Não acorde o menino.

Para o berço onde pousou um mosquito.

E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que minha história

era mais bonita que a de Robinson Crusoé.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002.

No poema, Drummond emprega o pretérito imperfeito para lembrar fatos de sua infância.

Aponte a característica semântica desse tempo verbal que o torna adequado para recordar fatos. Em seguida, explique o valor semântico do presente do indicativo no sexto verso.

(31)

Gabarito

1.

b) "mantiam" e "ir".

c) “mantinham” e “for” ou “fosse”.

2. E

As formas verbais "vinha", "pedindo" e "ouvindo" correspondem a verbos irregulares, pois suas flexões se desviam do paradigma de sua conjugação. Por exemplo: Eu venho; Nós viemos; Eles vêm – Eu peço; Nós pedimos; Eles pedem – Eu ouço; Nós ouvimos; Eles ouvem. Assim, essas formas possuem variação no seu radical. Já os verbos "viajar", "avistar", "abrir", "correr" e "tocar" são regulares.

3. B

As “instruções” colocadas por Yoko Ono para as composições são reforçadas pelo uso dos verbos no modo imperativo, indicando, assim, uma sugestão, com opções que podem ou não ser seguidas.

4. C

A alternativa C apresenta o verbo “reter” devidamente flexionado. “Entreteve”, “contiveram”, “ativeram” e

“deteve” deveriam substituir corretamente os verbos das opções A, B, D e E, respectivamente.

5. B

No excerto de “Infância”, observa-se que o autor executa um processo memorialístico que oscila entre o passado e o presente, num jogo entre um narrador que lembra e analisa o recordado, e a personagem – menino que se localiza no enunciado. O relato com termos verbais no pretérito perfeito do indicativo (“surrou-me”, “me pintou”, “Deitaram-me”, “enrolaram-me”) é interrompido por digressões com verbos no gerúndio e pretérito imperfeito do indicativo (“virando”, “distinguia”), que transmitem ideia de continuidade e duração no momento em que estão sendo enunciados.

6. D

Os verbos “compartilhar” e “doar” de fato estão no modo imperativo, uma vez que buscam sugerir que o leitor faça algo (no caso, que compartilhe e doe), função indicada pelo modo imperativo. Já o verbo

“chegar”, conjugado em “chegue”, está no presente do subjuntivo, pois indica uma hipótese de algo que pode vir a acontecer (no caso, espera-se que a voz chegue até as pessoas). Assim, embora a conjugação para o imperativo, na terceira pessoa do singular (chegue), e subjuntivo, na terceira pessoa do singular (chegue), seja a mesma, na prática textual as funções e efeitos são distintos.

7. A

Todas as afirmações são corretas, pois em “O portão fica bocejando”, configuram-se a prosopopeia e a metonímia, e em “fica bocejando”, expressa-se uma ação com caráter de continuidade, através do uso do gerúndio, que realça o significado do verbo bocejar.

8. O tempo verbal indica o sentido de uma repetição de fatos habituais. Já no sexto verbo, o valor semântico expressa que a história de Robinson Crusoé não termina nunca.

Referências

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