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CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

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CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

Crislaine Kellen Büge Hortelan da Silva, Franciele Raquel Pimentel Soares, Gabriele Guidini dos Anjos1

Sátina Priscila Marcondes Pimenta2

1- Acadêmicas do curso de Psicologia da Faculdade Multivix - Cariacica 2- Psicológa – Professora Multivix – Cariacica

RESUMO

Este trabalho propôs-se a pesquisar como violência doméstica pode causar consequências psicológicas em mulheres. Compreende como principais categorias de análise:

gênero, violência e contexto histórico para esmiuçar o estudo acerca do fenômeno da violência doméstica contra à mulher. Por portar-se a violência em diversas tipificações e condições podem causar impactos na saúde psicológica de quem a vivência. Propõe-se, assim, para que se alcance o objetivo geral definido, realizar o trabalho utilizando de metodologias específicas.

Quanto à classificação sobre natureza a metodologia escolhida é pesquisa básica, do tipo bibliográfico para uma melhor compreensão sobre o fenômeno da violência doméstica. Já quanto à classificação de objetivos a mesma constitui-se como explicativa. Verificou-se que há um significativo impacto negativo da violência doméstica à saúde psicológica das mulheres, e apesar da presente pesquisa ter possibilitado a identificação de alguns dos efeitos psicológicos vivenciados por mulheres vítimas de violência, é importante que sejam feitos mais estudos sobre o tema.

Palavras Chave: violência doméstica; consequências psicológicas;

mulheres.

1. INTRODUÇÃO

A violência doméstica é caracterizada como qualquer ato, baseado nas relações de gênero, que tenha como resultado qualquer tipo de dano ou sofrimento, seja físico, psicológico ou sexual (ADEODATO et al.,2005).

A violência contra a mulher pode se manifestar de diferentes formas e nos mais diversos espaços da sociedade, independentemente da classe social, da idade, da raça/ etnia, do tipo de cultura ou do grau de desenvolvimento econômico do país. Sendo um problema de nível internacional, a violência doméstica contra a mulher não representa apenas uma violação dos direitos

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humanos, mas é considerada uma questão de saúde pública. (KRUG et al., 2002).

Considerando a importância e complexidade do tema, a presente pesquisa visa identificar as possíveis consequências psicológicas decorrentes da violência doméstica contra a mulher. Essa temática está presente na realidade vivida por mulheres na sociedade e será discutida a sua relação com contexto histórico desenvolvido ao longo dos anos.

Para tal, foi realizada pesquisa bibliográfica, sendo consultados livros, artigos, sites de periódicos e publicações que abordam o tema da violência contra a mulher, bem como suas consequências.

Visando uma melhor compreensão do assunto, o presente trabalho foi dividido em três partes. O primeiro capítulo aborda o papel ocupado pela mulher na sociedade desde o período pré-histórico até os dias atuais, trazendo um contexto histórico que permite compreender as bases que legitimaram ao longo do tempo a violência praticada contra a mulher.

No segundo capítulo, buscou-se caracterizar a violência contra a mulher, trazendo explicações a respeito das várias formas de violência previstas na Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), além de apresentar informações a respeito do relacionamento abusivo.

Por fim, o terceiro capítulo apresenta algumas das consequências psicológicas decorrentes da violência praticada contra a mulher, a partir de dados retirados de estudos de diversos autores.

O trabalho, portanto, justifica-se principalmente pela grande importância que tem a temática em diversos ramos da Psicologia, bem como pelo crescente destaque dos estudos a respeito dos relacionamentos abusivos e consequências psicológicas decorrentes da violência doméstica contra mulheres. Somente através da reunião de dados e reflexões que medidas hábeis podem ser tomadas para que esses impactos psicológicos sejam suprimidos, o que faz da temática relevante em âmbito teórico, além do acadêmico.

2. REVISÃO DA LITERATURA

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2.1. CONTEXTO HISTÓRICO DA MULHER NA SOCIEDADE

Para entender os traumas psicológicos vivenciados por mulheres em decorrência da violência doméstica, é necessário compreender o lugar ocupado pela mulher na sociedade desde a antiguidade aos dias atuais, e como esse contexto histórico tem influência no modo como a mulher é tratada nos relacionamentos até hoje.

Os povos primitivos que habitavam a Terra viveram por milhares de anos sob a cultura de coleta e caça a pequenos animais. Nessas sociedades, a força física não era o que garantia a sobrevivência, e por isso as mulheres ocupavam um lugar central, tendo em vista sua capacidade de gerar vidas. Apesar de haver diferenciação entre os trabalhos executados por homens e mulheres, existia igualdade entre os sexos, que governavam em conjunto. Quando a caça aos grandes animais passou a ser necessária para garantir a alimentação, a força física se tornou essencial, e nesse ponto os homens começaram a se sobressair em detrimento das mulheres(MURARO, 2004).

Apesar de Muraro (2004) considerar que a sociedade primitiva foramatriarcal, Beauvoir (1949) acredita que as mulheres sempre foram subordinadas aos homens, e mesmo quando a maternidade fora tida como sagrada isto não foi suficiente para que a mulher ocupasse um lugar principal. A autora afirma que se acreditava que a mulher era destinada biologicamente à procriação, e como as tarefas domésticas eram conciliáveis com a gestação e criação dos filhos eram desempenhadas pelas mulheres. Já para o homem, a função de prover alimento e proteção não era exercida como predestinação, mas sim considerada como demonstração de coragem e força.

Tanto na sociedade de coleta quanto na de caça os homens não conheciam a sua participação na procriação, e a fertilidade era vista como dom sagrado para as mulheres. Somente no período neolítico é que os homens começaram a entender sua função reprodutora, e com isso passaram a dominar a fertilidade feminina (MURARO, 2004).

Enquanto o serviço era dividido entre a caça para os homens e as tarefas domésticas para as mulheres, estas ainda desempenhavam um papel

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importante para a economia. Com a descoberta de novos materiais para produção de ferramentas e a expansão agrícola, o trabalho produtivo delegado ao homem passou a ser considerado superior, enquanto que o trabalho doméstico era tido como insignificante. Além disso, com o surgimento da propriedade privada, o direito a detenção e transmissão de bens foram delegados ao homem, e a mulher passou também à condição de propriedade deste(BEAUVOIR, 1949).

Seguindo esse modelo patriarcal, na Grécia Antiga a mulher não possuía direitos civis, podendo exercer como cidadã somente o direito ao casamento e à maternidade. A mulher também era proibida de efetuar transações jurídicas, devendo nestes casos ser representada por um tutor do sexo masculino, bem como era vedado às mulheres circularem pelas ruas sem estarem acompanhas por um homem(CANEZIN,2004).

Já no Antigo Egito, as mulheres gozavam de uma condição jurídica privilegiada, que se equiparava à dos homens. As mulheres tinham autonomia sobre suas ações, podiam ter propriedades, podiam circular livremente e eram autorizadas a exercer profissões (BEAUVOIR, 1949; MOCELLIN, 2014).Essa diferença em relação à sociedade grega ocorria pois, “em virtude da ausência do patrimônio privado, a mulher conservava a dignidade de uma pessoa”

(BEAUVOIR, 1949, p. 107).

Durante o Período Medieval, a organização social se manteve baseada no patriarcado, sendo que os homens ocupavam papéis de destaque, enquanto às mulheres cabia a passividade e subordinação às figuras masculinas do núcleo familiar (CHAGAS L.; CHAGAS A., 2017).

Nessa época, segundo Lima (2010), a Igreja exercia forte influência política, e os padres difundiam preceitos do cristianismo judaico de acordo com os quais as mulheres deviam submissão aos maridos, que por sua vez ocupavam o papel de dominância pela vontade de Deus. Como destaca o autor, de acordo com a narrativa judaica da criação da humanidade, o homem antecede a mulher, sendo esta criada depois e a partir do homem. Essa narrativa religiosa da criação exerceu grande influência na consolidação do lugar de inferioridade e submissão da mulher em relação ao homem (CANEZIN, 2004).

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Com o poder exercido pela Igreja, as mulheres eram controladas em seus comportamentos e vestes, e instruídas a respeito da submissão e sujeição à vontade dos maridos. Era comum que as mulheres que desobedecessem aos esposos fossem punidas com espancamentos, ou até mesmo mortas quando cometiam traição, sendo as agressões normalizadas pela sociedade nesses casos(LEITE; NORONHA, 2015).

A partir da Idade Moderna, devido aos avanços científicos e ampliação da produção industrial, foi necessário contratar mão-de-obra feminina para o trabalho nas fábricas. Mesmo passando à condição de trabalhadoras, as mulheres permaneciam submissas aos homens, e também recebiam menores salários em relação a estes (CHAGAS L.; CHAGAS A., 2017). Além disso, tinham que manter suas obrigações com os afazeres domésticos e criação dos filhos (MADERS; ANGELIN, 2010).

Neste período, a mulher era considerada trabalhadora de segunda categoria, e mesmo exercendo a mesma função que um homem, seu trabalho não era reconhecido. Apesar de toda discriminação, o trabalho nas fábricas atraía as mulheres por representar a possibilidade de independência econômica, e ao saírem de suas casas e passarem a ocupar postos de trabalho, as mulheres começaram também a participar de lutas sindicais reivindicando melhorias (MARTINS, 2008).

No cenário da Revolução Francesa, Souza (2003) destaca a participação da feminista Marie Olympe de Gouges, nos movimentos políticos. Conforme cita o autor, Gouges escreve, em meio a uma cultura patriarcal e machista, a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, com a reivindicação de igualdade entre os sexos e defendendo a participação da mulher nas decisões.

Apesar das mulheres terem enfrentado um longo período de opressão e submissão na história da humanidade, sempre existiram movimentos de resistência à submissão aos homens (MADERS; ANGELIN, 2010). O movimento feminista contemporâneo surgiu nos Estados Unidos em 1960, e se espalhou pelos países industrialmente desenvolvidos. No início, a reivindicação principal era o direito ao voto, sob a alegação de que as questões políticas eram decididas

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pelos homens, enquanto as mulheres eram restritas às questões do lar (JESUS;

ALMEIDA, 2016).

No Brasil, o modelo patriarcal trazido pelos colonizadores garantiu a condição de submissão da mulher ao homem. No período colonial, as mulheres não tinham direito à educação formal, somente os homens podiam frequentar escolas, e a instrução destinada às mulheres era referente aos cuidados com o lar, filhos e o casamento (FOLLADOR, 2009). Somente em 1824 fora permitido que mulheres frequentassem escolas, porém só podiam ter acesso à educação primária, sendo o ensino superior exclusivo para o público masculino (FERNANDES, 2014; FOLLADOR, 2009).

No período republicano, com a revolução industrial, as mulheres puderam ingressar no mercado de trabalho, ainda que recebendo menor remuneração em relação aos homens (FERNANDES, 2014; MONTEIRO; GRUBBA, 2017).

Quanto ao direito ao voto, só foi conquistado pelas mulheres no Brasil em 1932, porém mesmo assim a mulher não tinha a obrigação de votar (FERNANDES, 2014).

A Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, garantiu em seu Artigo 5° a igualdade para todos perante a lei, sem qualquer tipo de distinção, trazendo ainda no inciso I do referido artigo a não diferenciação entre mulheres e homens em seus direitos e obrigações(BRASIL,1988). Para Matos e Gitahy (2008, p.82), este foi "um dos maiores avanços em relação aos direitos da mulher", visto que representou a queda da supremacia masculina ao eliminar as desigualdades entre homens e mulheres.

Apesar da garantia legal, na prática, a igualdade entre os gêneros ainda não foi alcançada, pois por mais que a mulher venha conquistando espaço e direitos, a sociedade ainda se encontra impregnada por preconceitos e pensamentos machistas (MATOS; GITAHY, 2008). E mesmo somando mais de 51% dos habitantes do mundo, ainda hoje as mulheres vivem sob submissão masculina, sendo muitas vezes consideradas menos dignas de direitos (MADERS; ANGELIN, 2010).

2.2. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

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De acordo com o Painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Governo Federal, publicado em 17 de maio do ano 2021, o sexo feminino ocupa o primeiro lugar, com 62,85%, em comparação a violência sofrida por homens. Conforme consta no painel,é possível observar que as mulheres continuam sendo violadas e agredidas em um percentual extremamente expressivo, havendo um aumento considerável no ano de 2020.

Segundo reportagem de Alexandro Martello ao G1,publicada em 07 de março do ano de 2021, a ministra da mulher, família e dos Direitos Humanos Damares Alves informou que em 2020 foram registradas 105.821 denúncias de violência contra a mulher no Brasil, realizadas através das plataformas de atendimento ligue 180 e disque 100.

A violência contra as mulheres geralmente é cometida por seus companheiros, por motivos considerados fúteis, incluindo as ideologias machistas que esses homens tomam por verdade. Desta forma, eles agridem sua companheira de forma covarde, sem nenhum tipo de arrependimento, e em alguns casos essas agressões chegam à fatalidade, ocorrendo o feminicídio, que vem crescendo cada vez mais em nossa sociedade (KRONBAUER;

MENEGHEL, 2005).

De acordo Tedeschie Colling(2014),a violência não se refere a atitudes e pensamentos de aniquilação do outro, que venha a ser uma pessoa considerada igual ou que é vista nas mesmas condições de existência e valor que o seu agressor. Os homens colocam a mulher em uma posição de propriedade, e quando essa mulher opta por sair desse relacionamento, o homem se acha no direito de agredi-la ou até mesmo matá-la.

O processo, para a criação de uma lei especial de combate à violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil foi muito longo e acompanhado de muitas manifestações e debates, sendo criada com mecanismos para enfrentar e combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, ou seja, trata-se de uma lei elaborada para proteger as mulheres, trazendo inclusive definições claras e precisas sobre a violência de gênero(CALAZANS; CORTES, 2011).

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A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, recebeu o nome Lei Maria da Penha em homenagem a Maria da Penha Maia Fernandes. Maria sofreu violência doméstica por parte de seu companheiro durante seis anos de casamento, e em 1983 ele tentou matá-la por duas vezes, deixando-a paraplégica. Após este episódio, ela o denunciou, porém o julgamento só ocorreu após 19 anos (ROMAGNOLI, 2015).

A violência doméstica pode ocorrer de várias formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral, conforme descrito na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha):

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018);

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

De acordo com Day et al. (2003, p.15), em relação à violência, “os homens possuem maior probabilidade de serem vítimas de pessoas estranhas ou pouco conhecidas, enquanto as mulheres tem maior probabilidade de serem vítimas de membros de suas próprias famílias ou parceiros íntimos”. Essa relação de proximidade torna a violência doméstica contra a mulher algo ainda mais preocupante e merecedor de atenção.

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2.2.1 Violência psicológica e moral

Conforme já apresentado, o artigo 7º da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 traz em seu texto os tipos de violência que podem ser enquadrados como violência doméstica contra a mulher. Entre os tipos elencados, estão a violência psicológica e a violência moral (BRASIL, 2006). A previsão de tais formas de violência contra a mulher em lei representou uma grande conquista, tendo em vista ter apresentado modos de agressão nem sempre reconhecidos devido a sua característica de não apresentar lesões visíveis (FREITAS, 2021).

Gomes e Diniz (2008), em um estudo realizado com homens que praticavam violência contra suas companheiras, constataram que a violência psicológica se origina na sensação de poder que o homem acredita possuir sobre a mulher, que se legitima através da valorização histórica pela sociedade do homem em detrimento da mulher. Os homens participantes do estudo relataram decidir sobre amizades de suas companheiras, sobre as roupas que elas podem usar, e até sobre a decisão de ter um emprego, o que de acordo com as autoras demonstra que o homem, ao controlar a mulher, a retira da condição de sujeito e reduz a mero objeto.

De acordo com Hirigoyen (2006),a violência psicológica pode levar a mulher à depressão, ansiedade e diversos outros distúrbios, além de muitas delas se sentirem envergonhadas e culpadas por estarem passando por essa situação.

A violência psicológica muitas vezes se manifesta de maneira sutil, e como não deixa marcas visíveis, a dificuldade em comprovar a agressão, aliada à descrença por parte da sociedade, se apresenta como mais uma dificuldade para que a mulher faça qualquer tipo de denúncia (MOREIRA; BORIS;

VENÂNCIO, 2011).

2.3. RELACIONAMENTO ABUSIVO

Quando as pessoas se envolvem em um relacionamento, é possível verificar algumas transformações. O caminho a ser trilhado depende não só da

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bagagem emocional que cada um terá, mas também como as histórias pessoais são combinadas (ROSA; BASSAN E PITANGA, 2019).

Segundo Dias (2010), no momento em que o indivíduo se relaciona com os outros no processo de socialização, o sujeito vai adquirindo hábitos e costumes externos que vão se integrando a sua personalidade individual. O indivíduo, então, passa a ser produto de um sistema de interações.

Dessa forma, quando falamos de relações abusivas devemos levar em consideração tanto o contexto histórico quanto esse processo de socialização na qual o indivíduo está inserido.

Essas relações podem ser caracterizadas por tensões e equilíbrios. Os relacionamentos conjugais são alvos de maior investigação. E são vários os detalhes para compreender sua estrutura, causa e efeito (SCHLÖSSER, 2014, citado por ROSA; BASSAN; PITANGA, 2019).

De acordo com Rosa, Bassan e Pitanga (2019) dentre as características vistas em um relacionamento abusivo, pode-se dizer que a culpabilização da vítima está em destaque e essa fica indefesa em relação ao seu parceiro.

É de forte visibilidade a presença de uma violência nesses relacionamentos que parte do comportamento do homem para com mulheres.

Essa violência possui o uso de força física, emocional e sexual, atrelado a coerção.

De acordo com Lucena et al. (2016, p.2) na violência está presente:

O uso da força física ou verbal que prejudica ou ameaça a vida e o corpo da mulher na integridade física, emocional ou sexual, a coerção como forma de perpetuar a subordinação feminina e que esse agravo seja produzido pelo parceiro com quem estabelece ou estabeleceu uma relação íntima.

Segundo Verardo (2004), citado por Silva, Coelho e Caponi (2007), muitas vezes a mulher pode ter dificuldades em perceber que está em um relacionamento abusivo, sendo que a maioria acaba fingindo que a violência não ocorre. Isso acontece pois algumas delas interiorizam a opinião que o homem tem sobre si, diminuindo sua autoestima e se anulando cada vez mais.

Em conformidade com tal afirmação, para Saffioti (1999) dificilmente uma mulher que esteja em relacionamento abusivo consegue desvincular-se do abusador sem amparo externo. Esse auxílio serviria como rede de apoio para a

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vítima como a família, uma amiga, leis, apoio de delegacias especializadas, são fatores essenciais para o auxílio do rompimento dessa relação abusiva.

Existem fatores que dificultam o rompimento da relação abusiva, que estão ligadas por alguma dependência do abusador seja ela financeira, dependência afetiva, medo de morrer, considerando que sofrem ameaças, a esperança da mudança do comportamento do companheiro, são algumas situações que impedem ruptura no processo violento (SOARES, 2005, citado por GOMES; FERNANDES, 2018).

Conforme Gomes e Fernandes (2018), quando inseridas nesse contexto, as mulheres tendem ao isolamento, cada vez mais evidenciado, e a perda, gradual de sua rede de apoio, de forma que as torna ainda mais vulneráveis.

3. CONSEQUÊNCIAS PSICOLÓGICAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER

De acordo com Andrade, Viana e Silveira (2006), as mulheres são mais suscetíveis que os homens a apresentarem sintomas depressivos e ansiosos, além de serem mais vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos mentais.

Essa diferença pode ser explicada por fatores biológicos e psicossociais, como as alterações hormonais, as pressões sociais em torno do papel feminino, a exposição ao estresse, entre outros.

A violência também tem sido apontada como fator de risco ao desenvolvimento e agravo de transtornos mentais em mulheres (ANDRADE;

VIANA; SILVEIRA, 2006). Os abusos vivenciados nos relacionamentos íntimos geram consequências negativas à saúde da mulher, tanto física quanto psicológica, e causam significativo comprometimento da qualidade de vida (LUCENA et al.,2017; BALLONE, 2008).

A violência contra a mulher representa um problema mundial de saúde pública (SILVA et al., 2015; MOTA; SILVA, 2019), pois afeta tanto a saúde física quanto emocional das vítimas (MOTA; SILVA, 2019), desencadeando uma sequência de sintomas como: ansiedade, medo, sentimento de inferioridade,

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insegurança, baixa autoestima e grande sofrimento psíquico, que requerem tratamento diferenciado com o psicólogo (OLIVEIRA et al., 2017).

A violência doméstica, enquanto fenômeno que viola a dignidade humana da mulher, impacta a percepção da mulher sobre si mesma, atingindo o seu bem- estar e sua vida social (MOTA; SILVA, 2019). Em algumas mulheres que vivem ou vivenciaram por um determinado período a violência, o comprometimento psicológico resultante faz com que elas tenham dificuldades em perceber sua própria realidade, pois “a pessoa sob jugo não é mais senhora de seus pensamentos, está literalmente invadida pelo psiquismo do parceiro e não tem mais um espaço mental próprio” (HIRIGOYEN, 2006, p.182).

As consequências da violência contra a mulher relatadas com maior frequência são a depressão e o transtorno de estresse pós-traumático– TEPT.

Além disso, também são observados transtornos de ansiedade, transtornos alimentares, abuso de álcool e substâncias, e presença de doenças físicas relacionadas a fatores psicossomáticos, como a síndrome do intestino irritável e a fibromialgia (ANDRADE; VIANA; SILVEIRA, 2006).

Em relação ao TEPT, o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V) traz como característica principal do transtorno o desenvolvimento de sintomas após a exposição a situações ou eventos traumáticos. Os principais sintomas apresentados são:lembranças recorrentes e intrusivas do trauma; sensação de estar revivendo o evento; evitação de memórias, situações e lugares relacionados ao evento traumático; sofrimento psicológico intenso e reações fisiológicas diante da exposição a sinais que remetam ao trauma; lapso de memória em relação ao evento traumático;

problemas de sono; hiper vigilância; humor irritadiço; e perda de interesse em atividades sociais. O TEPT pode provocar incapacidades sociais, profissionais e físicas, bem como é associado a ideação suicida e tentativas de suicídio (APA,2014).

Em relação à violência psicológica, Fonseca e Lucas (2006) ressaltam que o estado emocional da mulher é o mais afetado. Segundo Kashani e Allan (1998), citados por Fonseca e Lucas (2006, p. 11):

Os sintomas psicológicos freqüentemente encontrados em vítimas de violência doméstica são: insônia, pesadelos, falta de concentração,

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irritabilidade, falta de apetite, e até o aparecimento de sérios problemas mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, além de comportamentos auto-destrutivos, como o uso de álcool e drogas, ou mesmo tentativas de suicídio.

Para Correia et al. (2018), os comportamentos depressivos e suicidas representam um grande indicativo do comprometimento psicológico em mulheres vítimas de violência doméstica. Em sua pesquisa, os autores entrevistaram dez mulheres, todas com histórico de violência doméstica, que tentaram o suicídio. O objetivo foi identificar sinais de risco para o suicídio em vítimas de violência conjugal, e a conclusão foi que os quadros depressivos podem evoluir para a ideação suicida, e por isso sinais como choro recorrente, baixa autoestima, apatia merecem atenção.

Um ponto interessante na pesquisa de Correia et al. (2018) é a constatação de que diante do intenso sofrimento psíquico experimentado em decorrência da violência doméstica, as participantes chegaram a cogitar o suicídio como única alternativa para a solução do problema. A urgência em se livrar do relacionamento abusivo se manifesta no conflito entre o desejo de viver e da vontade de acabar com a dor.

De acordo com Day et al. (2003), os efeitos psicológicos decorrentes da violência contra a mulher são muitas vezes mais graves que as consequências físicas, pois como afetam diretamente a autoestima, favorecem o surgimento de transtornos psicológicos graves que prejudicam a saúde psicológica e em consequência a qualidade de vida da mulher vítima do abuso.

Netto et al.(2014), em conformidade com o que afirma Day et al. (2003), verificaram que as consequências da violência afetam de forma degradante e agressiva a integridade da mulher, destruindo sua autoestima e sua independência. E a diminuição da autoestima, aliada aos sentimentos depressivos, dificulta ainda mais a busca por ajuda (ADEODATO et al., 2005)

Em uma pesquisa realizada por Silva et al. (2015) com 406 mulheres, 40%

das entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de violência doméstica, e como consequência relataram ter percebido diminuição da qualidade do sono, aumento do estresse, insegurança, medo, dificuldades nos relacionamentos e depressão. Tais percepções confirmam que a violência doméstica não produz

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somente consequências físicas, mas interfere negativamente na saúde psicológica da mulher.

Corroborando com essa informação, Bittar e Kohlsdorf (2013) constataram que mulheres que sofreram violência doméstica apresentaram elevados níveis de ansiedade e depressão, tendo algumas delas cogitado o suicídio. As participantes do estudo relataram experimentar sentimentos como

“solidão, tristeza crônica, desamparo, irritação, descrenças, culpa, desânimo, indecisão, autocrítica, falta de concentração, passividade, déficit em habilidade sociais, insônia, perda de apetite e do interesse sexual” (BITTAR; KOHLSDORF, 2013, p.455).

Mulheres que vivenciaram situações de violência por parte de seus parceiros também relataram, conforme estudo de Adeodato et al. (2005), que passaram a fazer uso de ansiolíticos, anti-hipertensivos e medicamentos para dormir. Em relação aos sintomas desenvolvidos em decorrência da violência sofrida, os autores constataram que 65% das participantes do estudo apresentaram escores elevados para sintomas somáticos; 78% para ansiedade e insônia; e 61% apresentaram pontuação acima de oito no Inventário de Beck, sugerindo depressão moderada ou grave.

A pesquisa concluiu que os resultados apresentados pelas participantes nos instrumentos utilizados são compatíveis com má qualidade de vida e depressão, o que evidencia que a violência doméstica atua negativamente na saúde mental da mulher.

Em outro estudo, conduzido por Santos e Monteiro (2018), mulheres vítimas de abuso, tanto físico quanto psicológico, apresentaram maiores chances de desenvolverem sintomas de humor depressivo ansioso, pensamentos depressivos e sofrer decréscimo de energia vital. Apesar do estudo ter constatado que quanto mais severo o abuso maior a chance de apresentação de sintomas relacionados a transtornos psicológicos, as formas menos severas de abuso também aumentaram a possibilidade de apresentação de consequências psicológicas, se comparado a pessoas que não vivenciaram formas de violência doméstica.

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Em uma pesquisa realizada por Brito,Eulálio e Silva Júnior (2020) com 30 mulheres em situação de violência doméstica, em relação à apresentação de sintomas depressivos 43,3% das participantes indicaram que não eram capazes de desempenhar um papel útil na vida; 60% das mulheres perderam interesse pelas coisas; 46,7% achavam que não valem nada; e 70% tiveram pensamentos suicidas.

Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 (1993), os principais sintomas para o diagnóstico de depressão são:

diminuição do humor, redução da energia e perda de interesse, redução da concentração, diminuição da autoestima e da autoconfiança, diminuição do apetite, distúrbios de sono e fadiga.

Ainda na pesquisa de Brito,Eulálio e Silva Júnior (2020), os autores verificaram que 76,7% das entrevistadas apresentaram sintomas que sugerem a presença de transtorno mental comum. De acordo com Goldberg e Huxley (1992) citados por Santos et al. (2019), o termo transtorno mental comum se refere às situações de saúde em que os sintomas apresentados, como insônia, fadiga, irritabilidade, queixas somáticas, entre outros, não preenchem os critérios para diagnóstico de transtornos dentro das classificações existentes, porém causam significativos prejuízos psicossociais e à funcionalidade.

Com isso, é possível observar que mesmo quando não há um diagnóstico evidente, a violência provoca sintomas capazes de trazer elevados prejuízos à vida das mulheres, e como constatado por Mota e Silva (2019), os danos psicoemocionais, se não tratados, podem evoluir para quadros patológicos graves.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com frequência são noticiados através dos canais de comunicação casos cada vez mais graves envolvendo violência doméstica contra a mulher. Esse é um tema que merece atenção não só dos governantes, mas de toda a sociedade, pois além de trazer prejuízos à saúde física e mental das vítimas, ainda

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representa uma violação dos direitos humanos, visto que afeta a dignidade da mulher como pessoa.

Através das pesquisas realizadas, foi possível perceber que a violência contra a mulher tem suas raízes no processo de estruturação da sociedade, quando o trabalho doméstico exercido pela mulher passou a ser considerado pouco importante, enquanto que as funções exercidas pelos homens eram vistas como primordiais. Além da desvalorização das funções destinadas à mulher, socialmente foi se estabelecendo que seu lugar era o lar, servindo à casa e, principalmente, ao marido.

Enquanto a mulher era ensinada a ser submissa ao homem, este em contrapartida internalizava que a mulher era sua propriedade, e por isso tinha direitos sobre ela. Essa construção social machista perdura até hoje na sociedade, e muitas mulheres ainda permanecem em relações abusivas por dependência, falta de apoio, ou mesmo por aceitar como normal o lugar de submissão. Do mesmo modo, o homem aprendeu a utilizar-se da força para fazer valer sua supremacia, sendo necessárias mudanças na estrutura social e nos valores morais estabelecidos ao longo do tempo para que se encontre soluções para o problema da violência doméstica.

Em relação ao objetivo principal da presente pesquisa, foi constatado que a violência doméstica praticada contra a mulher no âmbito doméstico gera repercussões em sua saúde física e mental, independentemente do tipo de violência sofrida ou de sua intensidade. Muitas das consequências perduram por um longo período de tempo e seus efeitos podem gerar incapacidade laboral, isolamento social e intenso sofrimento emocional.

Dentre as principais consequências psicológicas da violência contra a mulher identificadas através da revisão de literatura, destacam-se os sintomas depressivos, ansiedade, estresse, medo, diminuição da autoestima, transtornos alimentares, estresse pós traumático, distúrbios do sono e abuso de álcool e drogas. Alguns dos estudos também relatam que o prejuízo psicológico advindo da violência sofrida pode ser tão significativo a ponto de levar as tentativas de suicídio.

(17)

Dado o significativo impacto negativo da violência doméstica à saúde psicológica das mulheres, é necessário que as políticas públicas englobem suporte adequado para atendimento às vítimas, de modo a oferecer alternativas tanto para tratar as consequências decorrentes do abuso, quanto para garantir o fortalecimento da autoestima e autonomia da mulher.

Apesar da presente pesquisa ter possibilitado a identificação de alguns dos efeitos psicológicos vivenciados por mulheres vítimas de violência,é importante que sejam feitos mais estudos sobre o tema, permitindo uma maior compreensão dos danos psicológicos decorrentes de abusos e possibilitando assim embasamento teórico para a criação de estratégias de prevenção e enfrentamento aos casos de violência doméstica contra a mulher.

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