MEDICINA A
Vanessa Lopes
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM VERSÃO SETEMBRO 2021
Patologia venosa dos MI
Relevância A MD, D, P, GD
Harrison’s principles of internal medicine 20.ª ed.
Schwartz´s Principles of Surgery
SÍMBOLO SIGNIFICADO
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA
MUITO IMPORTANTE
CONHECIMENTO ESSENCIAL MENOS perguntável
INCOERÊNCIA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA
MECANISMOS
de DOENÇA
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO
Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
Elaborar plano de
GESTÃO DO DOENTE
MD
D P T
GD
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA
a outros capítulos
CHECK
L EGENDA
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Alterações morfológicas e clínicas de longa duração com afeção do sistema venoso dos membros inferiores
Elevada prevalência na população. ++ sexo F
Forma mais grave: Insuficiência venosa crónica (doença venosa avançada) ü Edema
ü Alterações cutâneas (lipodermatosclerose) ü Úlcera venosa
Elevada morbilidade, diminuição da qualidade de vida e custos em saúde
Associada a refluxo venoso ou obstrução
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Fisiopatologia
↑ Pressão venosa (hipertensão venosa) por:
ü Função de bomba muscular inadequada ü Válvulas venosas incompetentes (refluxo) ü Trombose venosa
ü Obstrução venosa não-trombótica
Iniciam uma sequência de alterações anatómicas, fisiológicas e histológicas que levam a dilatação venosa, alterações
cutâneas e/ou ulceração da pele
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Fatores de risco
Formas congénitas (raro) Formas primárias
Formas secundárias (++ síndrome pós-trombótico)
ü Síndrome de Klippel-Trenaunay ü Síndrome de Parkes –Weber ü Malformações vasculares
ü Incompetência valvular primária
ü Refluxo venoso e hipertensão venosa
ü Também pode ocorrer secundariamente a trauma de membro ou compressão extrínseca (massas intra-abd.; síndrome de May-Thurner) à causas intra ou extravenosas
Cerca de 50% tem história familiar
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Fatores de risco
ü Idade avançada ü Sexo F
ü Laxidez ligamentar
ü Estilo de vida sedentário e ortostatismo prolongado
ü História familiar
ü Obesidade (IMC >30 kg/m2)
ü Gravidez ü Tabagismo
ü Trombose prévia (síndrome pós-trombótico) ü Trauma prévio das extremidades
ü Congénito
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Clínica
ü Assintomático
ü Membros inferiores: sensação de peso, dor, edema, pele seca, prurido, irritação e cãimbras musculares ü Quadro circadiano (pior ao final do dia) e sazonal (agravamento no verão)
ü Melhoria com elevação do membro, marcha e exercício (efeito da bomba muscular no retorno venoso) ü Agravado com ortostatismo prolongado(factor de risco ocupacional)
Formas mais graves:
ü Insuficiência venosa crónica: edema, alterações cutâneas, úlcera venosa
Teste de Brodie-Trendelenburg: para determinar se as veias varicosas são secundárias a insuficiência venosa profunda Teste de Perthes:para avaliar a possibilidade de obstrução venosa profunda
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Telangiectasias (veias intradérmicas de <1 mm), veias reticulares (veias subdérmicas 1-3 mm) Veias varicosas Veias subcutâneas com ≥3 mm de diâmetro, dilatadas, alongadas e tortuosas
Insuficiência venosa crónica ü Edema
ü Alterações cutâneas:
o Hiperpigmentação, eritema, eczema
o Lipodermatosclerose: induração, deposição de hemossiderina e inflamação. ++ na parte mais distal da perna
o Atrofia branca: mácula branca de tecido cicatricial, freq. com tecido telangiectasias focais e bordos hiperpigmentados. ++ junto ao maléolo medial.
o Flebectasia corona: padrão m forma de leque de veias intradérmicas junto ao tornozelo ou no pé ü Úlcera venosa: junto ao maléolo medial e lateral, geralmente superficial, bordo irregular, com tecido
de granulação na base, e presença de exsudato
Por hipertensão venosa e extravasamento de fluido e elementos do sangue para o tecido do membro.
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Classificação clínica
CEAP (Clinical, Etiologic, Anatomic, Pathophysiology) Classificação standard na avaliação clínica e de gravidade do doente Deve ser usado na 1ª consulta e durante o seguimento
4 dimensões:
C – Manifestações clínicas (acompanhado de S se doença sintomática) E – Etiologia
A – Anatomia (território afetado)
P – Fisiopatologia: insuficiência valvular com refluxo vs hipertensão venosa decorrente de oclusão de eixo
Limitação: variabilidade inter-observador, correlação limitada com indicações terapêuticas
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
C1 –Varizes telangiectásicas
C2 –Varizes tronculares C3 –Edema
C4 –Alterações pigmentares
C5 –Úlcera cicatrizada C6 –Úlcera ativa
CEAP (Clinical, Etiologic, Anatomic, Pathophysiology)
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Classificação clínica
Venous Clinical Severity Score (VCSS)
Classificação de gravidade do doente Maior valorização de estádios de maior gravidade, nomeadamente de insuficiência venosa crónica
Útil na avaliação de repercussão na qualidade de vida destes doentes (++ em contexto pós- operatório
Maior ênfase nos sintomas do que CEAP à complemento ao CEAP
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Classificação clínica Score de Villalta
Classificação específica na avaliação e definição de síndrome pós-trombótico (PTS)
PTS presente se score superior ou igual a 5 q 5-9 à ligeira
q 10-14 à moderada
q Superior ou igual a 15, ou com úlcera venosa à grave
Também é usado para orientação terapêutica nestes doentes à decisão sobre compressão elástica e timing da mesma após TVP
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Diagnóstico
Sintomas típicos:
Dor, cansaço e peso no membro inferior
Achados ao exame objetivo
ECODOPPLER VENOSO confirma o diagnóstico: presença de refluxo venoso
+
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Diagnóstico
ECODOPPLER VENOSO
Exame de 1ª linha na confirmação diagnóstica e avaliação da doença venosa crónica
Avaliação de território anatómico afetado (VSI, VSE, perfurantes) Exclusão de componente obstrutivo (TVP e síndrome pós-
trombótico)
Confirmação diagnóstica de refluxo patológico:
ü Fluxo retrógrado de duração superior a 0.5 s no sistema venoso profundo, veia femoral profunda ou veias gemelares
ü Superior a 1s na veia femoral comum, veia femoral e veia popliteia ü Superior a 0,35s nas veias perfurantes
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Diagnóstico
FLEBOGRAFIA
Anteriormente era o gold standard
Uso particular em casos complexos ou se restantes MCDTs forem inconclusivos
Ex. malformações vasculares, obstrução ou insuficiência de veias gonádicas, casos complexos de síndrome pós-
trombótico
Litação associada a uso de contraste e carácter invasivo do exame à suplantado por ecodoppler venoso
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Diagnóstico
VENO-TAC/VENO-RM
Cada vez mais de uso frequente
Particularmente úteis na identificação e despiste de patologia ílio- cava/pélvica (síndrome pós-trombótico, compressão venosa,
alterações estenóticas, síndrome de quebra-nozes May-Thurner, , varicocelo pélvico)
Possibilidade de reconstruções a 3D com excelente resolução anatómica
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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C
ASO3
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA PODE MANIFESTAR-SE DE DIFERENTES FORMAS, LOGO…
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DEPENDE DO SINTOMA / SINAL DE APRESENTAÇÃO
Claudicação intermitente Úlcera(s)…
ÚLCERA VENOSA versus ÚLCERA ARTERIAL versus ÚLCERA NEUROPÁTICA
ü ACIMA do MALÉOLO MEDIAL ü GERALMENTE associada a
LIPODERMATOSCLEROSE ü DESCONFORTO LIGEIRO
ü ++ FACE LATERAL PÉ ü ++ DEDOS
ü DOLOROSAS
ü ++ ÁREAS DE PRESSÃO ü CALO ESPESSO
ü INDOLORES
Úlceras podem ter etiologia mista!
Diagnóstico diferencial
CHECK Isquémia aguda e crónica dos MI
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Tratamento MEDIDAS CONSERVADORAS
ü Elevação do membro
ü Evitar ortostatismo prolongado
ü Exercício (reforço muscular da perna) e perda de peso ü TERAPÊUTICA COMPRESSIVA (meias elásticas ou ligadura)
Apesar de melhorarem sintomas, nãoprevinem a progressão das veias varicosas.
Pressão de 20-30 mmHg na maioria dos casos; 30-40 mmHg se manifestações de insuficiência venosa (edema, úlceras)
ü Úlceras: cuidados de penso, desbridamento de tecido necrótico, antibiótico apenas se infetada
Para a maioria dos doentes
Tx compressiva está contraindicadana IC grave ou Doença arterial periférica grave
As veias varicosas são geralmente tratadas com medidas conservadoras
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Tratamento TERAPÊUTICA MÉDICA
ü Fármacos venotrópicos
Fração flavonoide micronizada purificada (FFMP) (Daflon)
Indicado para doentes com edema resistente apesar da compressão ou para doentes com contraindicações ou intolerância à terapêutica compressiva
Harrison não refere
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
Tratamento TERAPÊUTICA INVASIVA
ü Endovenosa térmica ü Escleroterapia
ü Cirurgia Indicada na doença venosa crónica com:
- Sintomas persistentes
- Incompetência da veia grande safena
- Complicações de insuficiência venosa crónica
- Por motivos cosméticos ABLAÇÃO
D OENÇA VENOSA CRÓNICA
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Tratamento TERAPÊUTICA INVASIVA
ü Endovenosa térmica: Ablação por radiofrequência/laser
ü Escleroterapia: Injeção de um químico para a veia para causar fibrose e obstrução Uso mais frequente e reconhecido em C1 (varizes telangiectásicas).
ü Cirurgia: Indicação na doença venosa crónica SINTOMÁTICA COM REFLUXO no sistema venoso superficial documentado
Laqueação da crossa afetada (safeno-femoral/safeno-popliteia) +/- stripping da veia safena interna/externa
Ablação de trajectos varicosos/colaterais
Uso de meia de compressão e venotrópicos recomendado após intervenção
ABLAÇÃO