CONCEITUAÇÃO
E DEFINiÇÃO
DE SOLIDÃOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
ÂNGELA DE ALENCAR ARARIPE PINHEIRO* ÂLVARO TAMAYO**
Apresenta sumariamente a situação do estudo da soli-dão no geral, e particularmente em relação ao Brasil. Con-ceituação e definição de solidão são exploradas e discutidas, a partir das dimensões do fenômeno encontradas na
litera-tura pertinente. Ao final,
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
é proposta uma definição para a solidão, com base no material bibliográfico consultado eprocurando-se abranger as dimensões apresentadas (33 referências) .
1. INTRODUÇÃO
A solidão, f.enômeno de grande difusão e reconhecida relevância social, vem sendo alvo da preocupação de razoável número de estudiosos, mormente a partir de 1970.
Periódicos da área de Psicologia Social têm publicado, nos últimos anos,
crescente número de trabalhos que abordam o assunto, como é exemplo o
ONMLKJIHGFEDCBA
J o u r n a l o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l P s y c h o lo g y (Anderson, Horowitz & French, 1983; Jones, Hobbs & Hockenburv, 1982; Michela, Peplau & Weeks, 1982; Russell, Peplau & Cutrona, 1980; Schmidt & Sermat, 1983; Solano, Batten
&
Parish, 1982; Weeks, Michela, Peplau&
Bragg, 1980; Wheeler, Reis&
Nezlek,1983).·
No caso específico do nosso País, a pesquisa científica sobre a solidão teve início com a adaptação e validação da "Revised UCLA Loneliness Scale" (Russell, Peplau
&
Cutrona, 1980; Russell, '>eplau&
Ferguson, 1978) para* U niversidade Federal do Ceará U niversidade de Brasília
lima
população brasileira, recebendo a denom inação de Escala U CLA de Solidão (PinheirozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
& Tam ayo, 1984). A dem ais, acresça-se a real ização de estudo teóricosobre a relação entre sexo e solidão (Pinheiro & Tam ayo, no prelo), enquanto
outro, que aborda em piricam ente a relação entre sexo, urbanização e solidão,
ncontra-se em fase de elaboração final.
A o se dispensar tratam ento científico a um tem a, evidente se constitui a
necessidade de que seja estabelecida um a definição para o term o central, a' fim
de que venha possibilitar um a m elhor com preensão do conteúdo do trabalho.
D iversos autores têm dem onstrado preocupação na tentativa de definir o
term o solidão. A o m esm o tem po, alguns ressaltam ser a solidão
insatisfatoria-m ente conceituada.
Sobre esse últim o aspecto, From m -Reichm ann (1959) adm ite ser a solidão
um dos fenôm enos psicológicos m enos satisfatoriam ente conceituados. M uito
pouco é conhecido entre cientistas sobre suas genéticas e psicodinâm icas e, além
disso, diversas experiências distintas, que são descritiva e dinam icam ente
dife-rentes entre si, tais com o solidão culturalm ente determ inada, estar sozinho por
auto-im posição, solitude com pulsória, são todas incluídas no recipiente term
ino-lógico da solidão.
M ediante revisão feita na literatura relevante de Filosofia Existencial,
Psiquiatria e Enferm agem Psiquiátrica, H endrix (1972) afirm a que o conceito e
o fenôm eno da solidão não eram bem definidos.
D 'A boy (1973), tam bém através de um a avaliação da literatura existente
sobre solidão, verificou que não há, para o referido fenôm eno, um a definição
consistente. Para este autor, o uso da palavra solidão é confuso, na m edida em
que vocábulos com o alienação, solitude criativa e isolam ento culturalm ente
indu-zido, utilizados para a descrição de diferentes estados efetivos. foram
encon-trados descritos com o solidão. Evidencia, portanto, a falta de clareza no uso do
term o e a dificuldade em se com unicar acuradam ente o que é solidão, com o o
significado de um estado afetivo.
Finalm ente, W eiss (1973) estabelece um a crítica à definição de solidão
apresentada no dicionário de W ebster - um estado de desânim o ou pesar pela
condição de estar sozinho - por se tratar de um a definição enganosa, um a vez
que a solidão é causada, não pelo fato de se estar sozinho, m as por se estar
privado de certo relacionam ento ou conjunto de relacionam entos.
2. DIMENSOES DA SOLIDÃO
N o que concerne às definições e conceituações apresentadas sobre a solidão,
foram registradas dim ensões do fenôm eno que são ressaltadas pelos estudiosos
aqui discutidas nos 06 seguintes aspectos: falta de objetivo e significado de vida;
reação em ocional; sentim ento indesejado e desagradável; sentim ento de
isola-m ento e separação; deficiência nos relacionam entos e carência de intim idade; e
JIHGFEDCBA
u n a t t a c h m e n t . Tal divisão visa a elucidar o assunto e a fornecer esclarecim entos
suficientes para um a conceituação m ais acurada para a solidão.
30 Rev. de Psicologia, Fortaleza, 2 (1) :29-37, jan.jjun, 1984
2 . 1 . F a l t a d e S i g n i fi c a d o e O b j e t i v o d e V i d a
A falta de significado e objetivo de vida é apontada com o um a dim ensão
do fenôm eno da solidão por alguns autores.
Para Burton (1961), a solidão não é um a condição, m as um a necessidade de
autenticação, de significado e de unidade, em um a cultura desum anizante.
E
aconfirm ação da vivência psíquica do indivíduo.
O sentim ento de falta de objetivo ou significado de vida é apontado por
Bradley (1970) com o um dos aspectos fundam entais para um a definição de
solidão.
Ellison (1978) refere-se ao sentido hum ano de separação de ou m utualidade
com um significado de vida e de D eus com o um a dim ensão da solidão, em seu
aspecto existencial. Fundam enta-se nos escritos do m ovim ento existencialista,
que têm repetidam ente discorrido sobre a alienação essencial dos seres hum anos,
que são fundam entalm ente separados uns dos outros, os quais transcendem o
im ediato e o propósito da vida. D esse m odo, os existencialistas indiretam ente
têm delineado o perfil das pessoas existencialm ente solitárias.
2 . 2 . R e a ç ã o E m o c i o n a l
A dim ensão de reação em ocional para a solidão é salientada por M ishara
(1975), que apresente um a conceituação em que a solidão é um a reação em
ocio-nal a um a ausência de relacionam entos gratificantes im portantes.
Enquanto isso, para Ellison (1978), a experiência de solidão inclui com
po-nentes em ocionais, sendo caracterizada por intensa dor em ocional.
2 . 3 . S e n t i m e n t o I n d e s e j a d o e D e s a g r a d á v e l
O aspecto qualitativo do sentim ento de solidão, quanto ao contínuo
desa-gradável-agradável, é salientado por Sullivan (1953), para quem a solidão se
con-figura com o o sentim ento que acom panha um a experiência excessivam ente
desagradável e dirigida. Considera, outrossim , a solidão com o a m ais distingüível
entre as experiências dos seres hum anos, pela qualidade insípida de tudo que é
dito a seu respeito.
Por outro lado, M ousta kas (1961) afirm a que a solidão infinita e inevitável
do ser hum ano não é exclusivam ente um a condição terrível, m as tam bém um
instrum ento para experienciar nova com paixão e nova beleza de vida. Essa
afir-m ação fica m ais clara, ao se exam inar outro trabalho do autor, a seguir com
en-tado.
Para M oustakas (1972), a solidão significa experienciar a agonia da vida, d
ser, de m orte com o um indivíduo isolado, ou conhecer a beleza, a alegria a
m aravilha de estar vivo em solitude. Esse duplo significado para o term o Óju li
ficado pela opinião do autor de que a solidão tanto pode ser um estado do Uql.1
d v
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
I
com o agradável,. neste últim o caso representado pela solitude, estado emque a m aioria dos estudiosos considera com o distinto da solidão. H á que se
con-lderar, assim , que o estado agradável do fenôm eno a que se refere M oustakas
não corresponde àsolidão, que é por ele caracterizada com o desagradável.
O utro autor, W alden (1973) tam bém aponta a solidão com o um sentim ento
indesejado e doloroso, enquanto G erson e Perlm an (1979) afirm am que o
fenôm eno da solidão é quase sem pre acom panhado de senso doloroso de
descon-forto.
Finalm ente, Russell, Peplau e Cutrona (1980) referem -se à solirlão com o
um a experiência desagradável.
JIHGFEDCBA
2 . 4 . S e n t i m e n t o d e I s o l a m e n t o e S e p a r a ç ã o
D iversos autores têm dispensado atenção à dim ensão do sentim ento de
isolam ento e separação no fenôm eno da solidão, com o um aspecto relevante.
O sentido de unidade, ressaltada por Burton (1961). relaciona-se à idéia de
isolam ento e separação, com o dim ensão da solidão.
U m a separação básica entre hom em e seu sem elhante e entre hom em e sua
própria natureza é um a das afirm ações de M oustakas (1961) que deve ser
consi-derada para um a conceituação de solidão. Para o autor, a experiência de solidão
é tão total, direta e vivida, tão profundam ente sentida, que não há espaço algum
para qualquer outra percepção, sentim ento ou consciência, durante sua perm
a-nência. M oustakas (1972) refere-se, ainda, ao indivíduo isolado que vivencia a
solidão, que significa estar aparte de e longe de si próprio, viver intensam ente o
m om ento de criação de um novo si m esm o.
Solidão é definida por W alden (1973) com o um sentim ento indesejado e
doloroso de separação de certa pessoa, ou de algum aspecto do m undo de
alguém .
Para Pittm an (1977). solidão significa um sentim ento de estar separado dos
outros, um sentim ento de não totalidade, sendo, m uitas vezes, não construtivo,
desintegrativo e sem objetivo orientado.
Finalm ente, Ellison (1978) afirm a ter observado que a solidão envolve
sem pre um a qualidade central de isolam ento, seja ele em ocional social ou
exis-tencial.
2 . 5 . D e fi c i ê n c i a n o s R e l a c i o n a m e n t o s
A dim ensão da solidão que m ais tem sido explorada por seus estudiosos é a
que se refere à deficiência nos relacionam entos da pessoa, à qual estão ligadas a
carência de intim idade e a falha na com unicação interpessoal.
Para Sullivan (1953), a solidão se configura com o o sentim ento que acom
-panha um a experiência excessivam ente desagradável e dirigida, conectada a um a
inadequada descarga de intim idade hum ana, de intim idade interpessoal. O autor
refere-se à intim idade com o significando exatam ente proxim idade, um tipo de
32 Rev. de Psicologia, Fortaleza, 2
(I) :
29-37, jan.jjun, 1984situação envolvendo duas pessoas, que perm ite a valorização de todos os com
po-nentes do valor pessoal.
From m -Reichm ann (1959) afirm a que a solidão é um estado de
pensa-m ento no qual a pessoa deseja ardentem ente que relacionam entos interpessoais
em sua vida futura possam ser excluídos da esfera da expectativa ou da im
agi-nação.
Por outro lado, M oustakas (1961) enuncia a falha na com unicação e no
doar-se o bastante a outras pessoas com o um ponto fundam ental para a
concei-tuação de sol idão. M oustakas (1972) refere-se ainda à solidão com o basicam ente
um sinal de m alogro e falha, um sintom a de colapso nos relacionam entos
hum anos.
Sol idão é considerada por Lopata (1969) com o um sentim ento vivenciado
por um a pessoa, quando ela define seu nível de experiência ou form a de
intera-ção com o sendo inadequados. É provável que tal sentim ento apareça quando
a profundidade habitual ou esperada das relações com outras pessoas é julgada
com o tem porária ou perm anentem ente invalidada, rom pida ou subdesenvolvida.
A inda dentro do conjunto de definições e/ou conceituações da solidão que
ressaltam a im portância dos relacionam entos interpessoais, está a de Bradley
(1970), que define solidão a partir de sentim entos de perda de relacionam entos
significativam ente personalizados na vida de alguém , com o tam bém de
necessi-dade pessoal de e falta de aproxim ação física e contato com outros.
Tendo encontrado, na literatura existente, a descrição de solidão de longo
term o com o significando um distúrbio que im pede a capacidade do indivíduo em
estabelecer relacionam entos satisfatórios, M ishara (1975) conceitua o term o
com o um a reação em ocional a tipos particulares de carências interpessoais,
em bora diferenças individuais tenham sido notadas na necessidade de contato
hum ano e na tolerância ao isolam ento social. A crescenta um a outra
conceitua-cão, segundo a qual solidão é um a reação em ocional a um a ausência de
relacio-nam entos gratificantes im portantes.
G ordon (1976) apresenta um a definição de solidão, com o um sentim ento
de privação causado pela falta de certas espécies de contatos hum anos, o
senti-m ento de que algo está faltando. A solidão é experim entada tanto pela falta de
relações íntim as com o pela falta de m enos profundos, porém não m enos im
por-tantes, relacionam entos sociais e de apoio - que equivalem a um a rede social de
relacionam entos.
Portnoff (1976), considerando existir apenas um a unidade fundam ental na
descrição de solidão, define-a com o um a experiência de desorientação ou com o
estar perdido dentro de um dom ínio de significado resultante da quebra ou
rom pim ento de relacionam ento com outros significantes.
Em conceito de solidão definido e discutido com referência à velhice,
W illiar .. s (1978) coloca que o referido fenôm eno é um sentim ento que dom ina
determ inada pessoa, quando lhe parece que ninguém se preocupa com o qU I!Ih
acontece. O sentim ento é expressado com o auto-piedade, assim fazendo com
que a pessoa pense apenas em si e em coisas que espera dos outros.
Para G erson e Perlm an (1979). "solidão reflete um a deficiência nas
rela-ç ociais de alguém , que quase sem pre é acom panhada dum 'sentido doloroso
tl d sconforto", (p. 258).
Chelune, Sultan e W illiam s (1980) afirm am que "a solidão parece ser larga-m nte ularga-m a experiência subjetiva associada à percepção de um a falta de relacio-n m erelacio-nto interpessoal" (p. 462). A lém disso. citam afirm ação de Serm at e Sm ith (1973). segundo a qual a solidão decorre principalm ente da falta de um a oportu-nidade para falar de assuntos particulares pessoalm ente im portantes com m ais
Iguém . Perlm an e Peplau (no prelo,
JIHGFEDCBA
a p u d Chelune, SultanzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA& W illiam s, 1980) sseguram que a solidão existe, na m edida em que a rede de relacionam entossociais de um a determ inada pessoa é m enor ou m enos satisfatória do que a pessoa deseja.
Para A nderson, H orow itz e French (1983). a falha interpessoal e a falta de com petência interpessoal estão irnplfcitas no conceito de solidão.
Schm idt e Serm at (1983) descrevem a solidão em term os de um a discre-pância sentida subjetivam ente entre os tipos de relacionam entos que o indivíduo percebe que tem e aqueles que ele gostaria de ter.
Finalm ente, a solidão é definida por W heeler, Reis e N iezlek (1983) com o a ausência relativa de participação social significativa.
Ellison (1978) afirm a que a solidão envolve a falta de intim idade positiva-m ente experienciada com outra pessoa, que é percebida com o significante e que deseja m utuam ente o relacionam ento. A solidão basicam ente refere-se à falta de relacionam ento satisfat6rio para o indivíduo, estado no qual a pessoa se sente
u n a t t a c h e d ; por várias razões, é incapaz de iniciar e continuar relacionam entos significativos, ou é incapaz de obter satisfação psicolóqica de relacionam entos que lhe são im portantes.
A lém disso, Ellison (1980) m enciona que a solidão não é o m esm o que estar só, um a vez que solidão é sentir-se só, sentir-se desligado; um desejo insa-tisfeito de com panhia, um senso de separação das pessoas que são em ocional-m ente iocional-m portantes para quem sente solidão. A solidão deve-se a um a deficiência de intim idade, e um certo grau de intim idade é necessário a todos os seres hum anos. Para Ellison, a solidão é a falta de ser querido e de ter um relaciona-m ento significativo, para as pessoas que têm dificuldade de encetar um relacio-nam ento íntim o. Em relação às dem ais pessoas, significa a perda de um a relação íntim a por um a separação tísica ou psicológica. M ais à frente, acrescenta que "a solidão é um desejo insatisfeito de com panhia". (p. 34).
3. CONCLUSAO
2 . 6 . U n a t t a c h m e n t
Em bora o u n a t t a c h m e n t possa ser incluído em um a discussão geral sobre a deficiência de relacionam entos hum anos com o um a dim ensão da solidão, o seu nível m ais profundo e acentuado vem a m erecer tratam ento m ais específico. dada a sua im portância para a com preensão e definição de solidão, conform e afirm ação de alguns autores, a seguir exploradas.
A ssim , convém citar W eiss (1973). que define solidão com o um a resposta à ausência de algum tipo particular de relacionam ento ou, m ais acuradam ente, um a resposta à ausência de algum a provisão relacional particular. Em m uitas instâncias, constitui-se um a resposta às ausências das provisões de um a t t a c h m e n t
rntimo, verdadeiram ente íntim o, podendo ser, tam bém , um a resposta à ausência de provisão de am izades significativas, relacionam entos colegiais ou outras liga-ções para um a com unidade coerente. Tom ando essas instâncias com o suporte, o referido autor infere que a solidão é um a resposta à deficiência relaciona I e que, apesar das diferenças de cada experiência de solidão, existem sintom as com uns, o que possibilita falar-se de solidão com o um a condição singular.
A partir dessas colocações, W eiss apresenta duas form as am plas de solidão, a saber: solidão de isolam ento em ocional, resultante da ausência de um a ligação em ocional íntim a, e solidão de isolam ento social - associada com a falta de um a rede social engajante. M esm o apresentando sintom as diferentes, tanto para a solidão em ocional com o para a social são inerentes à m esm a inquietação dirigida e à m esm a ânsia pela falta de provisões relacionais.
U m a análise das definições e conceituações ora apresentadas sobre solidão perm ite registrar, com o já anteriorm ente com entado, que os estudiosos incluem as seguintes dim ensões para o fenôm eno: falta de objetivo e significado de vida; reação em ocional; sentim ento indesejado e desagradável; sentim ento de isola-m ento e separação; deficiência nos relacionam entos e carência de intim idade; e
u n a t t a c h m e n t . A lguns autores enfatizam determ inadas dim ensões e om item outras, observando-se, ainda, a pouca ênfase que é dispensada a dim ensões que se configuram im portantes para o fenôm eno da solidão, com o a sua intrín-seca característica de desagradabilidade e a sua inerente característica de
u n a t t a c h m e n t.
H á que se observar, assim , a falta de um consenso conceitual par;; o term o solidão, entre os estudiosos do assunto. U m a conseqüência por dem ais im por-tante desse fato é a ausência de um a linguagem universalm ente com preensiva sobre o tem a. A dem ais, conceituações insatisfatórias surgem e, desse m odo, não cobrem a am plitude total do fenôm eno da solidão, abrangendo, então, apenas algum as de suas dim ensões.
N ecessário se faz, portanto, que se estabeleça um a definição consistente para o fenôm eno da solidão, de m odo a que sua com preensão se faça real e am pla o suficiente para um entendim ento m ais com pleto de seu significado.
A ssim , com base na literatura consultada sobre a solidão, propõe-se a seguinte definição para o term o, consideradas as suas dim ensões: solidão é um reação em ocional de insatisfação, decorrente da falta e/ou deficiência de relacio-nam entos pessoais significativos, a qual inclui algum tipo de isolam ento.
4.
REFER~NCIAS
BIBLlOGRAFICAS
ANDERSON, C. A.; HOROWITZ, L. M.; FRENCH, R. S. Attibutional style of lonely and depression people.
ONMLKJIHGFEDCBA
J o u r n a l o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l P s v c h o lo q v , 45 (1): 127-36, 1983. BRADLEY, R. Measuring Loneliness.D is s e r t s t io n A b s t r a c t s ln t e r n e t io n e t , 30 (7-B): 3382,jan.1970.
BU RTON, A. On the nature of loneliness.A m e r ic a n J o u r n a l o f P s y c h o a n a lv s is , 21 (31): 34-9,1961.
CHELUNE, G. J.; SULTAN, F. E.; WILLlAMS, C. L. Loneliness, Self-disclosure, and inter-personal effective ness.J o u r n a l o f C o u n s e lin g P s v
JIHGFEDCBA
c h o t o ç v , 27 (5): 462-8, 1980. D'ABOY, J. E. Loneliness: An investigation of terminology. D is s e r t e t io n A b s t r a c t s I n t e r n a-t i o n e l , 33 (7-B). 3281, jan. 1973.
ELLlSON, C. W. Loneliness: A social-developmental analysis.J o u r n a l o f P s y c h o lo g y a n d o
T h e o lo g y , 6 (1): 3-17,1978.
ELLlSON, C. W.S o lid ã o - U m a d o e n ç a p s ic o ló g ic a . Rio de Janeiro, Record, 1980. FROMM-REICHMANN, F. Loneliness.P s v c h i e t r v ,22 (1): 1-15, 1959.
GERSON, A. C. & PERLMAN, D. Loneliness and expressive communication. J o u r n a l o f
A b n o r m a l P s y c h o lo g y , 88 (3): 258-61,1979.
GORDON, S.L o n e ly in A m e r ic a . New York, Simon and Schuster, 1976,318 p.
HENDRIX, M. J. Toward an operational definition of loneliness.D is s e r t a t io n A b s t r a c t s
I n t e r n a t io n a l, 33 (4-B): 1974, oct. 1972.
JONES, W. H.; HOBBS, S. A., HOCKENBURY, D. Loneliness and social skill deficits.
J o u r n a l o f P e r s o n e t it v a n d S o c ia l P s y c h o lo g y , 42 (4): 682-9, 1982.
LOPATA, H. Z. Loneliness: Forms and components.S o c ia l P r o b le m s , 17 (2): 248-61,1969. MICHE LA, J. L.; PEPLAU, L. A. WEEKS, D. G. Perceived dimensions of attributions for
loneliness.J o u r n a l o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l P s y c h o lo g y , 43 (5): 929-36, 1982. MISHARA, T. T. A social self approach to loneliness among college students. O i s s e r t e t i o n
A b s t r a c t s I n t e r n a t io n a l, 36 (3-B): 1446, sep 1975.
MOUSTAKAS, C. E.L o n e lin e s s . Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1961, 103 p. MOUSTAKAS, C. E.L o n e lin e s s a n d lo v e . Englewood Cliffs, Prentice-Hall, 1972, 146 p. PERLMAN, D., & PEPLAU, L. A. Toward a social psychology of loneliness. ln ;
GILMOUR R. & DUCK S. (eds.),P e r s o n a l r e la t io n s h ip s in d is o r d e r s . New York, Academy Press,in press.
PINHEIRO, A. de A. A. & TAMAYO, A. Escala UCLA de solidão: Adaptação e validação.
A r q u iv o s B r a s ile ir o s d e P s ic o lo g ia , 36 (1): 36-44, 1984.
PINHEIRO, A. de A. A. & TAMAYO, A. Sexo e solidão: Uma revisão.A r q u iv o s B r a s ile ir o s
d e P s ic o lo g ia , Rio de Janeiro, 1984 (no prelo).
PITTMAN, W. M. The relative effectiveness of three group counseling approaches in reducing loneliness among college students. D is s e r t a t io n A b s t r a c t s I n t e r n a t io n a l, 3 7
(8-A): 4870, feb, 1977.
PORTNOFF, G. The experience of loneliness. D is s e r t a t io n A b s t r a c t s t nt e r n e t i o n e t , 3 6 (12-B, pt. 1): 6452, jun. 1976.
RUSSELL, D.; Peplau, L. A. CUTRONA, C. E. The Revised UCLA loneliness Scale: Con-current and discriminant validity evidence. J o u r n a l o f P e r s o n e t it y a n d S o c ia l
P s y c h o lo g y ,39 (3): 472-80.1980.
RUSSELL, D.; PEPLAU, L. A. FERGUSON, M. L. Developing a measure of loneliness
J o u r n a l o f P e r s o n e t it v A s s e s s m e n t , 42 (3),290-4,1978.
rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
36 Rev. de Psicologia, Fortaleza, 2 (l) : 29-37, jan./jun. 1984
SCHMIDT, N. & SERMAT, V. Measuring loneliness in different relationships.J o u r n lo f P e r s o n a lí t y a n d S o c ia l P s vc b o l o ç v , 44 (5), 1038-47, 1983.
SERMAT, V. & SMITH, M. Content analysis of verbal communication in the development of a relationship: Conditions influencing self-disclosure.J o u r n a l o f P e r s o n a lit y e n d S o c ia l P s v c h o t o q v , 26: 332-46 1973.
SOLANO, C. H.; BATTEN, P. G.; PARISH, E. A. Loneliness and patterns of self-disclosure.
J o u r n a l o f P e r s o n a lí t y a n d S o c ia l P s v c b o t o q v , 43 (3): 524-31, 1982.
SULLlVAN, H. S.T h e in t e r p r e r s o n a l t h e o r y o f p s vc h i e t r v , New York, Norton, 1953. WALDEN, P. A. A philosophical investigation of loneliness.O is s e r t e t io n A b s t r a c t s I n t e r n a
-t io n a l, 3 4 (4-A): 1978, oct. 1973.
WEEKS, D. G.; MICHELA, J. L.; PEPLAU, L. A. BRAGG, M. L. Relation between loneli-ness and depression: A structural equation analysis.J o u r n a l o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l
P s v c n o t o ç v , 39 (6): 1238-44, '1980.
WEISS, R. S., ed.L o n e lin e s s : T h e e x p e r ie n c e o f e m o t io n a l a n d s o c ia l is o le t io n . Carnbridqe, MIT Press,1973,236 p.
WHEELER, L.; REIS, H.; NEZLEK, J. Loneliness, social interaction, and sex roles.J o u r n a l
o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l P s y c h o lo g y , 45 (4): 943-53, 1983.
WI LLlAMS, L. M. A concept of loneliness in the elderly.J o u r n a l o f t h e A m e r ic a n G e r is t r ic s
S o c ie t y , 2 6 (4): 183-7, 1978.