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Conceituação e definição de solidão

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CONCEITUAÇÃO

E DEFINiÇÃO

DE SOLIDÃOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

ÂNGELA DE ALENCAR ARARIPE PINHEIRO* ÂLVARO TAMAYO**

Apresenta sumariamente a situação do estudo da soli-dão no geral, e particularmente em relação ao Brasil. Con-ceituação e definição de solidão são exploradas e discutidas, a partir das dimensões do fenômeno encontradas na

litera-tura pertinente. Ao final,

rqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

é proposta uma definição para a solidão, com base no material bibliográfico consultado e

procurando-se abranger as dimensões apresentadas (33 referências) .

1. INTRODUÇÃO

A solidão, f.enômeno de grande difusão e reconhecida relevância social, vem sendo alvo da preocupação de razoável número de estudiosos, mormente a partir de 1970.

Periódicos da área de Psicologia Social têm publicado, nos últimos anos,

crescente número de trabalhos que abordam o assunto, como é exemplo o

ONMLKJIHGFEDCBA

J o u r n a l o f P e r s o n a lit y a n d S o c ia l P s y c h o lo g y (Anderson, Horowitz & French, 1983; Jones, Hobbs & Hockenburv, 1982; Michela, Peplau & Weeks, 1982; Russell, Peplau & Cutrona, 1980; Schmidt & Sermat, 1983; Solano, Batten

&

Parish, 1982; Weeks, Michela, Peplau

&

Bragg, 1980; Wheeler, Reis

&

Nezlek,1983).·

No caso específico do nosso País, a pesquisa científica sobre a solidão teve início com a adaptação e validação da "Revised UCLA Loneliness Scale" (Russell, Peplau

&

Cutrona, 1980; Russell, '>eplau

&

Ferguson, 1978) para

* U niversidade Federal do Ceará U niversidade de Brasília

(2)

lima

população brasileira, recebendo a denom inação de Escala U CLA de Solidão (Pinheiro

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

& Tam ayo, 1984). A dem ais, acresça-se a real ização de estudo teórico

sobre a relação entre sexo e solidão (Pinheiro & Tam ayo, no prelo), enquanto

outro, que aborda em piricam ente a relação entre sexo, urbanização e solidão,

ncontra-se em fase de elaboração final.

A o se dispensar tratam ento científico a um tem a, evidente se constitui a

necessidade de que seja estabelecida um a definição para o term o central, a' fim

de que venha possibilitar um a m elhor com preensão do conteúdo do trabalho.

D iversos autores têm dem onstrado preocupação na tentativa de definir o

term o solidão. A o m esm o tem po, alguns ressaltam ser a solidão

insatisfatoria-m ente conceituada.

Sobre esse últim o aspecto, From m -Reichm ann (1959) adm ite ser a solidão

um dos fenôm enos psicológicos m enos satisfatoriam ente conceituados. M uito

pouco é conhecido entre cientistas sobre suas genéticas e psicodinâm icas e, além

disso, diversas experiências distintas, que são descritiva e dinam icam ente

dife-rentes entre si, tais com o solidão culturalm ente determ inada, estar sozinho por

auto-im posição, solitude com pulsória, são todas incluídas no recipiente term

ino-lógico da solidão.

M ediante revisão feita na literatura relevante de Filosofia Existencial,

Psiquiatria e Enferm agem Psiquiátrica, H endrix (1972) afirm a que o conceito e

o fenôm eno da solidão não eram bem definidos.

D 'A boy (1973), tam bém através de um a avaliação da literatura existente

sobre solidão, verificou que não há, para o referido fenôm eno, um a definição

consistente. Para este autor, o uso da palavra solidão é confuso, na m edida em

que vocábulos com o alienação, solitude criativa e isolam ento culturalm ente

indu-zido, utilizados para a descrição de diferentes estados efetivos. foram

encon-trados descritos com o solidão. Evidencia, portanto, a falta de clareza no uso do

term o e a dificuldade em se com unicar acuradam ente o que é solidão, com o o

significado de um estado afetivo.

Finalm ente, W eiss (1973) estabelece um a crítica à definição de solidão

apresentada no dicionário de W ebster - um estado de desânim o ou pesar pela

condição de estar sozinho - por se tratar de um a definição enganosa, um a vez

que a solidão é causada, não pelo fato de se estar sozinho, m as por se estar

privado de certo relacionam ento ou conjunto de relacionam entos.

2. DIMENSOES DA SOLIDÃO

N o que concerne às definições e conceituações apresentadas sobre a solidão,

foram registradas dim ensões do fenôm eno que são ressaltadas pelos estudiosos

aqui discutidas nos 06 seguintes aspectos: falta de objetivo e significado de vida;

reação em ocional; sentim ento indesejado e desagradável; sentim ento de

isola-m ento e separação; deficiência nos relacionam entos e carência de intim idade; e

JIHGFEDCBA

u n a t t a c h m e n t . Tal divisão visa a elucidar o assunto e a fornecer esclarecim entos

suficientes para um a conceituação m ais acurada para a solidão.

30 Rev. de Psicologia, Fortaleza, 2 (1) :29-37, jan.jjun, 1984

2 . 1 . F a l t a d e S i g n i fi c a d o e O b j e t i v o d e V i d a

A falta de significado e objetivo de vida é apontada com o um a dim ensão

do fenôm eno da solidão por alguns autores.

Para Burton (1961), a solidão não é um a condição, m as um a necessidade de

autenticação, de significado e de unidade, em um a cultura desum anizante.

E

a

confirm ação da vivência psíquica do indivíduo.

O sentim ento de falta de objetivo ou significado de vida é apontado por

Bradley (1970) com o um dos aspectos fundam entais para um a definição de

solidão.

Ellison (1978) refere-se ao sentido hum ano de separação de ou m utualidade

com um significado de vida e de D eus com o um a dim ensão da solidão, em seu

aspecto existencial. Fundam enta-se nos escritos do m ovim ento existencialista,

que têm repetidam ente discorrido sobre a alienação essencial dos seres hum anos,

que são fundam entalm ente separados uns dos outros, os quais transcendem o

im ediato e o propósito da vida. D esse m odo, os existencialistas indiretam ente

têm delineado o perfil das pessoas existencialm ente solitárias.

2 . 2 . R e a ç ã o E m o c i o n a l

A dim ensão de reação em ocional para a solidão é salientada por M ishara

(1975), que apresente um a conceituação em que a solidão é um a reação em

ocio-nal a um a ausência de relacionam entos gratificantes im portantes.

Enquanto isso, para Ellison (1978), a experiência de solidão inclui com

po-nentes em ocionais, sendo caracterizada por intensa dor em ocional.

2 . 3 . S e n t i m e n t o I n d e s e j a d o e D e s a g r a d á v e l

O aspecto qualitativo do sentim ento de solidão, quanto ao contínuo

desa-gradável-agradável, é salientado por Sullivan (1953), para quem a solidão se

con-figura com o o sentim ento que acom panha um a experiência excessivam ente

desagradável e dirigida. Considera, outrossim , a solidão com o a m ais distingüível

entre as experiências dos seres hum anos, pela qualidade insípida de tudo que é

dito a seu respeito.

Por outro lado, M ousta kas (1961) afirm a que a solidão infinita e inevitável

do ser hum ano não é exclusivam ente um a condição terrível, m as tam bém um

instrum ento para experienciar nova com paixão e nova beleza de vida. Essa

afir-m ação fica m ais clara, ao se exam inar outro trabalho do autor, a seguir com

en-tado.

Para M oustakas (1972), a solidão significa experienciar a agonia da vida, d

ser, de m orte com o um indivíduo isolado, ou conhecer a beleza, a alegria a

m aravilha de estar vivo em solitude. Esse duplo significado para o term o Óju li

ficado pela opinião do autor de que a solidão tanto pode ser um estado do Uql.1

(3)

d v

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

I

com o agradável,. neste últim o caso representado pela solitude, estado em

que a m aioria dos estudiosos considera com o distinto da solidão. H á que se

con-lderar, assim , que o estado agradável do fenôm eno a que se refere M oustakas

não corresponde àsolidão, que é por ele caracterizada com o desagradável.

O utro autor, W alden (1973) tam bém aponta a solidão com o um sentim ento

indesejado e doloroso, enquanto G erson e Perlm an (1979) afirm am que o

fenôm eno da solidão é quase sem pre acom panhado de senso doloroso de

descon-forto.

Finalm ente, Russell, Peplau e Cutrona (1980) referem -se à solirlão com o

um a experiência desagradável.

JIHGFEDCBA

2 . 4 . S e n t i m e n t o d e I s o l a m e n t o e S e p a r a ç ã o

D iversos autores têm dispensado atenção à dim ensão do sentim ento de

isolam ento e separação no fenôm eno da solidão, com o um aspecto relevante.

O sentido de unidade, ressaltada por Burton (1961). relaciona-se à idéia de

isolam ento e separação, com o dim ensão da solidão.

U m a separação básica entre hom em e seu sem elhante e entre hom em e sua

própria natureza é um a das afirm ações de M oustakas (1961) que deve ser

consi-derada para um a conceituação de solidão. Para o autor, a experiência de solidão

é tão total, direta e vivida, tão profundam ente sentida, que não há espaço algum

para qualquer outra percepção, sentim ento ou consciência, durante sua perm

a-nência. M oustakas (1972) refere-se, ainda, ao indivíduo isolado que vivencia a

solidão, que significa estar aparte de e longe de si próprio, viver intensam ente o

m om ento de criação de um novo si m esm o.

Solidão é definida por W alden (1973) com o um sentim ento indesejado e

doloroso de separação de certa pessoa, ou de algum aspecto do m undo de

alguém .

Para Pittm an (1977). solidão significa um sentim ento de estar separado dos

outros, um sentim ento de não totalidade, sendo, m uitas vezes, não construtivo,

desintegrativo e sem objetivo orientado.

Finalm ente, Ellison (1978) afirm a ter observado que a solidão envolve

sem pre um a qualidade central de isolam ento, seja ele em ocional social ou

exis-tencial.

2 . 5 . D e fi c i ê n c i a n o s R e l a c i o n a m e n t o s

A dim ensão da solidão que m ais tem sido explorada por seus estudiosos é a

que se refere à deficiência nos relacionam entos da pessoa, à qual estão ligadas a

carência de intim idade e a falha na com unicação interpessoal.

Para Sullivan (1953), a solidão se configura com o o sentim ento que acom

-panha um a experiência excessivam ente desagradável e dirigida, conectada a um a

inadequada descarga de intim idade hum ana, de intim idade interpessoal. O autor

refere-se à intim idade com o significando exatam ente proxim idade, um tipo de

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(I) :

29-37, jan.jjun, 1984

situação envolvendo duas pessoas, que perm ite a valorização de todos os com

po-nentes do valor pessoal.

From m -Reichm ann (1959) afirm a que a solidão é um estado de

pensa-m ento no qual a pessoa deseja ardentem ente que relacionam entos interpessoais

em sua vida futura possam ser excluídos da esfera da expectativa ou da im

agi-nação.

Por outro lado, M oustakas (1961) enuncia a falha na com unicação e no

doar-se o bastante a outras pessoas com o um ponto fundam ental para a

concei-tuação de sol idão. M oustakas (1972) refere-se ainda à solidão com o basicam ente

um sinal de m alogro e falha, um sintom a de colapso nos relacionam entos

hum anos.

Sol idão é considerada por Lopata (1969) com o um sentim ento vivenciado

por um a pessoa, quando ela define seu nível de experiência ou form a de

intera-ção com o sendo inadequados. É provável que tal sentim ento apareça quando

a profundidade habitual ou esperada das relações com outras pessoas é julgada

com o tem porária ou perm anentem ente invalidada, rom pida ou subdesenvolvida.

A inda dentro do conjunto de definições e/ou conceituações da solidão que

ressaltam a im portância dos relacionam entos interpessoais, está a de Bradley

(1970), que define solidão a partir de sentim entos de perda de relacionam entos

significativam ente personalizados na vida de alguém , com o tam bém de

necessi-dade pessoal de e falta de aproxim ação física e contato com outros.

Tendo encontrado, na literatura existente, a descrição de solidão de longo

term o com o significando um distúrbio que im pede a capacidade do indivíduo em

estabelecer relacionam entos satisfatórios, M ishara (1975) conceitua o term o

com o um a reação em ocional a tipos particulares de carências interpessoais,

em bora diferenças individuais tenham sido notadas na necessidade de contato

hum ano e na tolerância ao isolam ento social. A crescenta um a outra

conceitua-cão, segundo a qual solidão é um a reação em ocional a um a ausência de

relacio-nam entos gratificantes im portantes.

G ordon (1976) apresenta um a definição de solidão, com o um sentim ento

de privação causado pela falta de certas espécies de contatos hum anos, o

senti-m ento de que algo está faltando. A solidão é experim entada tanto pela falta de

relações íntim as com o pela falta de m enos profundos, porém não m enos im

por-tantes, relacionam entos sociais e de apoio - que equivalem a um a rede social de

relacionam entos.

Portnoff (1976), considerando existir apenas um a unidade fundam ental na

descrição de solidão, define-a com o um a experiência de desorientação ou com o

estar perdido dentro de um dom ínio de significado resultante da quebra ou

rom pim ento de relacionam ento com outros significantes.

Em conceito de solidão definido e discutido com referência à velhice,

W illiar .. s (1978) coloca que o referido fenôm eno é um sentim ento que dom ina

determ inada pessoa, quando lhe parece que ninguém se preocupa com o qU I!Ih

acontece. O sentim ento é expressado com o auto-piedade, assim fazendo com

que a pessoa pense apenas em si e em coisas que espera dos outros.

(4)

Para G erson e Perlm an (1979). "solidão reflete um a deficiência nas

rela-ç ociais de alguém , que quase sem pre é acom panhada dum 'sentido doloroso

tl d sconforto", (p. 258).

Chelune, Sultan e W illiam s (1980) afirm am que "a solidão parece ser larga-m nte ularga-m a experiência subjetiva associada à percepção de um a falta de relacio-n m erelacio-nto interpessoal" (p. 462). A lém disso. citam afirm ação de Serm at e Sm ith (1973). segundo a qual a solidão decorre principalm ente da falta de um a oportu-nidade para falar de assuntos particulares pessoalm ente im portantes com m ais

Iguém . Perlm an e Peplau (no prelo,

JIHGFEDCBA

a p u d Chelune, SultanzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA& W illiam s, 1980) sseguram que a solidão existe, na m edida em que a rede de relacionam entos

sociais de um a determ inada pessoa é m enor ou m enos satisfatória do que a pessoa deseja.

Para A nderson, H orow itz e French (1983). a falha interpessoal e a falta de com petência interpessoal estão irnplfcitas no conceito de solidão.

Schm idt e Serm at (1983) descrevem a solidão em term os de um a discre-pância sentida subjetivam ente entre os tipos de relacionam entos que o indivíduo percebe que tem e aqueles que ele gostaria de ter.

Finalm ente, a solidão é definida por W heeler, Reis e N iezlek (1983) com o a ausência relativa de participação social significativa.

Ellison (1978) afirm a que a solidão envolve a falta de intim idade positiva-m ente experienciada com outra pessoa, que é percebida com o significante e que deseja m utuam ente o relacionam ento. A solidão basicam ente refere-se à falta de relacionam ento satisfat6rio para o indivíduo, estado no qual a pessoa se sente

u n a t t a c h e d ; por várias razões, é incapaz de iniciar e continuar relacionam entos significativos, ou é incapaz de obter satisfação psicolóqica de relacionam entos que lhe são im portantes.

A lém disso, Ellison (1980) m enciona que a solidão não é o m esm o que estar só, um a vez que solidão é sentir-se só, sentir-se desligado; um desejo insa-tisfeito de com panhia, um senso de separação das pessoas que são em ocional-m ente iocional-m portantes para quem sente solidão. A solidão deve-se a um a deficiência de intim idade, e um certo grau de intim idade é necessário a todos os seres hum anos. Para Ellison, a solidão é a falta de ser querido e de ter um relaciona-m ento significativo, para as pessoas que têm dificuldade de encetar um relacio-nam ento íntim o. Em relação às dem ais pessoas, significa a perda de um a relação íntim a por um a separação tísica ou psicológica. M ais à frente, acrescenta que "a solidão é um desejo insatisfeito de com panhia". (p. 34).

3. CONCLUSAO

2 . 6 . U n a t t a c h m e n t

Em bora o u n a t t a c h m e n t possa ser incluído em um a discussão geral sobre a deficiência de relacionam entos hum anos com o um a dim ensão da solidão, o seu nível m ais profundo e acentuado vem a m erecer tratam ento m ais específico. dada a sua im portância para a com preensão e definição de solidão, conform e afirm ação de alguns autores, a seguir exploradas.

A ssim , convém citar W eiss (1973). que define solidão com o um a resposta à ausência de algum tipo particular de relacionam ento ou, m ais acuradam ente, um a resposta à ausência de algum a provisão relacional particular. Em m uitas instâncias, constitui-se um a resposta às ausências das provisões de um a t t a c h m e n t

rntimo, verdadeiram ente íntim o, podendo ser, tam bém , um a resposta à ausência de provisão de am izades significativas, relacionam entos colegiais ou outras liga-ções para um a com unidade coerente. Tom ando essas instâncias com o suporte, o referido autor infere que a solidão é um a resposta à deficiência relaciona I e que, apesar das diferenças de cada experiência de solidão, existem sintom as com uns, o que possibilita falar-se de solidão com o um a condição singular.

A partir dessas colocações, W eiss apresenta duas form as am plas de solidão, a saber: solidão de isolam ento em ocional, resultante da ausência de um a ligação em ocional íntim a, e solidão de isolam ento social - associada com a falta de um a rede social engajante. M esm o apresentando sintom as diferentes, tanto para a solidão em ocional com o para a social são inerentes à m esm a inquietação dirigida e à m esm a ânsia pela falta de provisões relacionais.

U m a análise das definições e conceituações ora apresentadas sobre solidão perm ite registrar, com o já anteriorm ente com entado, que os estudiosos incluem as seguintes dim ensões para o fenôm eno: falta de objetivo e significado de vida; reação em ocional; sentim ento indesejado e desagradável; sentim ento de isola-m ento e separação; deficiência nos relacionam entos e carência de intim idade; e

u n a t t a c h m e n t . A lguns autores enfatizam determ inadas dim ensões e om item outras, observando-se, ainda, a pouca ênfase que é dispensada a dim ensões que se configuram im portantes para o fenôm eno da solidão, com o a sua intrín-seca característica de desagradabilidade e a sua inerente característica de

u n a t t a c h m e n t.

H á que se observar, assim , a falta de um consenso conceitual par;; o term o solidão, entre os estudiosos do assunto. U m a conseqüência por dem ais im por-tante desse fato é a ausência de um a linguagem universalm ente com preensiva sobre o tem a. A dem ais, conceituações insatisfatórias surgem e, desse m odo, não cobrem a am plitude total do fenôm eno da solidão, abrangendo, então, apenas algum as de suas dim ensões.

N ecessário se faz, portanto, que se estabeleça um a definição consistente para o fenôm eno da solidão, de m odo a que sua com preensão se faça real e am pla o suficiente para um entendim ento m ais com pleto de seu significado.

A ssim , com base na literatura consultada sobre a solidão, propõe-se a seguinte definição para o term o, consideradas as suas dim ensões: solidão é um reação em ocional de insatisfação, decorrente da falta e/ou deficiência de relacio-nam entos pessoais significativos, a qual inclui algum tipo de isolam ento.

(5)

4.

REFER~NCIAS

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Referências

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