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Finanças Comportamentais: Um Estudo de Caso na FACSAL

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Academic year: 2021

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FACSAL

Ana Carolina de Alcântara

Graduanda do curso de Administração da Faculdade da Cidade de Santa Luzia kakazinha.alcantara@hotmail.com

Cássia Karen de Oliveira

Graduanda do curso de Administração da Faculdade da Cidade de Santa Luzia cassiakaren@hotmail.com

Jânio Pereira de Oliveira

Graduando do curso de Ciências Contábeis da Faculdade da Cidade de Santa Luzia janiooliveira@oi.com.br

Rosângela Fernandes Coelho

Graduanda do curso de Administração da Faculdade da Cidade de Santa Luzia rosangelacoelho15@yahoo.com.br

Recebido em 12/08/2013. Aprovado em 14/12/2013

Resumo

As finanças comportamentais têm sido nos últimos tempos um dos conceitos mais discutido no campo financeiro e tem gerando muitas dúvidas. Assim este artigo busca evidenciar a história, o conceito, e a importância das finanças comportamentais. Também apresenta a analise de uma pesquisa realizada com estudantes universitários da Faculdade da Cidade de Santa Luzia, sobre a Teoria das Finanças Comportamentais e o comportamento dos alunos sobre os investimentos financeiros.

Palavras-Chave: Administração financeira, finanças, finanças comportamentais.

Abstract

Behavioral Finance has been recently one of the most discussed concepts in the financial field and has generated many questions. Thus this paper seeks to show the story, the concept, and the importance of the behavioral finance. It also presents the analysis of the survey of college students of the Santa Luzia City on the Theory of Behavioral Finance of students on financial investments.

KEY-WORDS: Financial management, finance, behavioral finance.

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Introdução

O estudo das Finanças comportamentais tem seus primórdios na psicologia e foram praticamente introduzidos por Kahneman, Slovic & Tversky (1982). Os estudos de Kahneman e Tverski procurava compreender o comportamento do investidor em relação ao mercado financeiro e o processo de tomada de decisão em relação ao risco dos benefícios e prejuízos. (Halfeld & Torres, 2001).

Apesar do grande desenvolvimentos nesta área, a finança comportamental é ainda um grande desafio para ter seu reconhecimento e isso se deve ao fato de ter ocorrido pouco desenvolvimento de sua teoria e poucos trabalhos que possa comprovar sua veracidade. Assim, este trabalho tem o objetivo de contribuir com o seu desenvolvimento, apresentando conceitos, historia e a relevância nos dias atuais das finanças comportamentais.

Complementa-se este estudo com uma pesquisa realizada através de um questionário eletrônico aplicados em alunos da Faculdade da Cidade de Santa Luzia (FACSAL), com intuito de verificar o conhecimento sobre Finanças Comportamentais e o comportamento deles como investidores.

Referencial Teórico A História

O estudo das finanças em sua visão teórica tradicional considera que as pessoas agem em todos os momentos de maneira racional, entretanto a visão desenvolvida para as finanças comportamentais este condicionante passa a ter uma nova interpretação, principalmente quando o assunto refere-se à tomada de decisão financeira, pois segundo esta teoria as pessoas assumem diversas vezes um comportamentos irracionais e muitas vezes decisões precipitadas. (Peverelli, Feniks, & Milaré, 2012).

Tais comportamentos podem levar os investidores a aturem no mercado e proporcionarem variações nos preços, contrariando os preceitos racionais, ou

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seja, os pesquisadores de finanças comportamentais consideram que as crenças, preferências, personalidade e aspectos podem gerar otimismo, excesso de confiança que podem interferir no processo decisório e impedir a racionalidade (Yoshinaga, Oliveira, Silveira, & Barros, 2008).

Percebe-se, assim uma relação entre a psicologia e a área financeira, pois o comportamento das pessoas influenciam diretamente a tomada de decisão. Para finanças comportamentais existem variáreis econômicas relacionadas às atitudes irracionais de investidores(Shefrin, 1999).

O Conceito

Finanças comportamentais consiste na visão em que questões psicológicas podem influenciar o processo decisório condicionados a situações financeiras.

As finanças comportamentais representam um novo ramo na teoria financeira, que busca incorporar os aspectos psicológicos dos indivíduos no processo de avaliação e precificação de ativos financeiros. Por apresentar uma visão multidisciplinar, envolvendo modelos financeiros tradicionais, métodos quantitativos, economia e psicologia, as finanças comportamentais surgem como uma das mais importantes e surpreendentes inovações na teoria de finanças nos últimos anos.

(Kimura, 2003, p. 3).

Percebe-se assim um novo paradigma, em que o modelo financeiro é exposto a novos condicionantes com o intuito de uma nova visão e até mesmo um aperfeiçoamento. (Silva, Corso, Silva, & Oliveira, 2009).

Esta mesma percepção é encontrada em Halfeld e Torres (2001, p. 65)

Uma das hipóteses mais fortes do Modelo Moderno de Finanças é a idéia de que o homem (homo economicus) é um ser perfeitamente racional que, no processo de tomada de decisão, é capaz de analisar todas as informações disponíveis e considerar todas as hipóteses para a solução do problema. Essa hipótese, apesar de sua força, contradiz os resultados de diversos estudos realizados por psicólogos e psicanalistas de todo o mundo, que concluem que a racionalidade não é o centro ou a diretriz do pensamento humano. As Finanças Comportamentais surgem nesse cenário como uma tentativa de aperfeiçoar o Modelo Moderno de Finanças pela incorporação ao modelo de estudos sobre o comportamento e a irracionalidade do homem.

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O que se percebe é que o novo modelo financeiro introduz os preceitos da irracionalidade humana, ou seja, credita-se a possibilidade que os processos decisórios financeiros podem não ocorrer de forma completamente racional o tempo todo. (Thaler, 1999).

Assim o novo modelo considera que a existência de tais comportamentos – insegurança, otimismo, autoconfiança excessiva, pessimismo, ou seja, exageros comportamentais podem acarretar novos direcionamentos ao processo decisório, entretanto existe uma grande dificuldade dos pesquisadores em comprovar empiricamente que esses comportamentos podem definitivamente alterar os condicionantes do mercado. (Halfeld & Torres, 2001).

Sintetiza-se assim que o modelo proposto pelas finanças comportamentais representa um posicionamento da existência de um ser humano falho, que muitas vezes atua de forma irracional e equivocada em processos decisórios financeiros e assim influenciar os condicionantes competitivos de mercado. (Shleifer, 2000).

A Relevância

O estudo das finanças com foco em valores comportamentais é substancialmente muito mais que uma peça fundamental para se investir no mercado financeiro atual, pois está relacionado ao processo decisório do investidor. (Halfeld & Torres, 2001; Silva et al., 2009).

O estudo comportamental do processo decisório permite analisar os possíveis equívocos cometidos pelos profissionais que atuam no mercado e assim identificar ou até mesmo modelar os momentos em que há desequilíbrio financeiros. (Lopes, Martins, Martins, Borges, & Torres, 2011).

Verifica-se assim que visão comportamental de finanças ampla e pode beneficiar uma extensa área de finanças: i) Investimentos; ii) Análise de mercado; iii) Relacionamento com o consumidor; iv) Produtos financeiros. (Burr, 1997).

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A área de investimentos foi o foco inicial dos estudos comportamentais de finanças e é o mais desenvolvido. Busca por relações que influenciam o processo decisório de investidor.

A análise de mercado busca por movimentos de mercados associados a erros de investidores e corrobora por novos processos decisórios para a correção. Associa o processo decisório a movimentações financeira.

A relação com os consumidores estuda os valores comportamentais e o nível de satisfação dos clientes no ato que se fecha um negócio.

Os valores comportamentais associados ao estudo dos produtos financeiros busca avaliar as perspectivas de perdas e ganhos e o planejamento de novos investimentos.

Permeia-se assim que os valores comportamentais permitem uma melhor compreensão dos fenômenos financeiros ao relaxar os pressuposto tradicional de

Metodologia e Resultado

Este estudo buscou descrever o posicionamento dos alunos da FACSAL perante as finanças comportamentais. Elaborou-se assim um questionário aplicado de forma eletrônica e desenvolvido com base em apenas cinco questões.

Quadro 1 - Questionário de Pesquisa

Fonte: Próprios autores.

Em toda a pesquisa foram obtidas 210 respostas composta, nas quais podem ser classificadas com relação ao período em que o aluno está cursando, sendo (i)

Questão Opções

1. Qual o período que você está cursando? Pode variar de 1 a 10 2. Qual o curso que você está cursando?

Administração; Ciências Contábeis; Direito;

Farmácia; Educação Física; Fisioterapia;

Pedagogia.

3. Você tem o conhecimento do que é

Finança Comportamental? Sim(1) ou Não(0) 4. Ao fazer um investimento você analisa o

seu risco e retorno? Sim(1) ou Não(0) 5. Os seus sentimentos interferem nas

decisões de investimentos? Sim(1) ou Não(0)

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4,28% Terceiro Período; (ii) 26,19% Quarto Período; (iii) 38,09% Quinto Período;

(iv) 25,23% Sexto Período; (v) 6,19% Sétimo Período. Através do Gráfico 1 percebe-se a inexistência da participação do primeiro, segundo, oitavo, nono e décimo período.

Gráfico 1: Período em que o aluno está cursando.

Fonte: Próprios autores.

Em relação ao curso dos estudantes verifica-se uma participação de (i) 3,29%

para os alunos de Farmácia; (ii) 25,82% para os alunos de Direito; (iii) 36,15%

para os alunos de Administração; (iv) 31,46% para os alunos de Ciências Contábeis; (v) 3,29% para os alunos de Sistema de Informação (Gráfico2).

Gráfico 2: Curso do pesquisado.

Fonte: Próprios autores.

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Na terceira questão sobre o conhecimento das finanças comportamental, verificamos que 48,83% dos estudantes que responderam o questionário ainda não possuem nenhum conhecimento sobre o que são finanças comportamentais, e qual a sua utilidade. Já 51,17% dos restantes dos estudantes possuem um conhecimento prévio do que são as finanças comportamentais (Gráfico 3).

Verifica-se que um número elevado dos estudantes pesquisados não conhecerem a teoria das finanças comportamentais, condizendo com o já exposto por Brabazon (2000), o qual afirma que o estudo das finanças comportamentais não é novo, porém, só recentemente o assunto vem sendo abordado com maior interesse, cuidado e dedicação.

Gráfico 3: Conhecimento sobre Finanças Comportamentais.

Fonte: Próprios autores.

Na quarta questão foi abordado o risco e o retorno ao fazer determinado investimento, no qual verifica-se que 50,23% dos estudantes participantes ao fazerem investimento não analisam antecipadamente risco e o retorno. Já 49,77%

dos alunos levam em consideração a importância da analise antes de tomar qualquer tipo de decisão referente ao investimento (Gráfico 4).

A teoria das finanças comportamentais contribuir para analise dos investimentos, pois auxilia na identificação dos motivos que levam o investidor a escolher e decidir qual é o melhor investimento financeiro. Por meio desta questão verifica-se

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a importância das conceitos comportamentais aplicados a finanças, tendo em vista o percentual encontrado para o condicionante de não analisar a relação risco e retorno antes de um investimento.

Gráfico 4: Consideram a relação risco retorno de um investimento.

Fonte: Próprios autores.

O percentual elevado em não levar em consideração a relação risco e retorno está de acordo com os preceitos definidos por Shefrin(1999), o qual afirma que os valores psicológicos se adequam aos conceitos de finanças e que um grande número de investidores utilizam-se de pressupostos para obter informações, a percepção de risco e retorno é, sem dúvida, muito influenciada pela forma de como os problemas são estruturados e a sua falta de relevância induz a variação dos preços de mercado de um ativo.

Na ultima questão foi analisado o sentimento do indivíduo na tomada de decisão sobre os investimentos, assim verifica-se que 50,70% dos estudantes consideram que os sentimentos não são capazes de interferir nas decisões financeiras, já 49,30% dos estudantes concordam que o sentimento está diretamente relacionado e influenciando nas decisões financeiras. (Gráfico 5)

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65 - 75 ∙ jan./dez. 2013 ∙ n. 1 ∙ v. 2∙ Santa Luzia ∙ REAC ∙73 Gráfico 5: Influência comportamental nas decisões financeiras.

Fonte: Próprios autores.

Considerações Finais

Os estudos em finanças deve, sem dúvida, levar em conta a irracionalidade humana em processos decisórios, as respostas do questionário indicam esta necessidade, principalmente a Questão 5.

Assim, o objetivo deste trabalho foi atingido completamente, pois verifica-se a necessidade de considerar a irracionalidade nos processos decisórios, o que indica a relevância dos estudos comportamentais em finanças.

Apesar de ser uma amostra pequena para uma generalização, verifica-se que o objetivo deste trabalho foi atingido completamente, tendo em vista que apesar de um número elevado de alunos possuírem um pequeno conhecimento prévio da teoria das finanças comportamentais, um grande percentual de alunos não se preocupam em obter informações para uma orientação na tomada de decisão, agindo, deste modo, de forma irracional.

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Referências Bibliográficas

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Shefrin, H. (1999). Beyond greed and fear: understanding behavioral finance and the psychology of investing. New York: Oxford University Press.

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Silva, W. V., Corso, J. M. D., Silva, S. M. da, & Oliveira, E. de. (2009). Finanças comportamentais: análise do perfil comportamental do investidor e do propenso investidor [doi: 10.5329/recadm.20080702001]. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa - RECADM, 7(2), 1–14.

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Yoshinaga, C. E., Oliveira, R. F. de, Silveira, A. D. M. da, & Barros, L. A. B. de C.

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Referências

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