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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

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Academic year: 2022

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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

1.0684.14.002373-1/001

Número do Númeração 0023731-

Des.(a) Afrânio Vilela Relator:

Des.(a) Afrânio Vilela Relator do Acordão:

23/06/2015 Data do Julgamento:

29/06/2015 Data da Publicação:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - EMBARGOS EXECUÇÃO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - CURADOR ESPECIAL - DEFESA DE RÉU REVEL CITADO POR EDITAL - EQUIPARAÇÃO A DEFENSOR DATIVO - H O N O R Á R I O S D E V I D O S - R E S P O N S A B I L I D A D E D O E S T A D O . CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA - ART. 1º-F DA LEI 9494/97 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.960/09 - RE 870.947- SENTENÇA MANTIDA. 1. O curador especial, nomeado para defesa do réu revel citado por edital em razão da inexistência de Defensor Público na comarca, equipara-se à do defensor dativo, razão pela qual os honorários advocatícios fixados pelo exercício do múnus também competem ao Estado. 2. Os juros de mora e a correção monetária devidos pela Fazenda Pública em débitos de natureza comum devem continuar sendo calculados pelo índice previsto no art. 1º-F da Lei 9494/97, com redação dada pela Lei 11.960/09, consoante recente entendimento proferido pelo Ministro Luiz Fux no RE 870.947, que reconheceu a repercussão geral sobre a matéria.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0684.14.002373-1/001 - COMARCA DE T A R U M I R I M - A P E L A N T E ( S ) : E S T A D O D E M I N A S G E R A I S - APELADO(A)(S): LUCIANA BONOMO DE ALBERGARIA EM CAUSA PRÓPRIA

A C Ó R D Ã O

Vistos etc., acorda, em Turma, a 2ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

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RELATOR.

DES. AFRÂNIO VILELA (RELATOR)

V O T O

Em exame, apelação cível aviada pelo ESTADO DE MINAS GERAIS contra a r. sentença de f. 65/66 que rejeitou os embargos à execução movida por LUCIANA BONOMO DE ALBERGARIA, condenando, por conseguinte, o embargante, ora apelante, ao pagamento de honorários arbitrados no patamar de R$ 200,00 (duzentos reais).

Aduz o apelante, em síntese, que a pretensão do autor é desprovida de fundamento uma vez que a defesa no caso dos autos, de réu citado por edital, não diz respeito à defesa de parte juridicamente necessitada, nem de patrocínio judicial; que o curador substitui o próprio réu citado por edital e sequer se constitui em mandatário judicial, razão pela qual o exercício do múnus público pelo autor não se confunde com a advocacia dativa. Afirma que houve violação aos artigos 9, II, 19, §2º e 20, do CPC. Requer, alternativamente, a redução do valor dos honorários advocatícios. Por fim, bate-se pela reforma da sentença no que pertine aos juros de mora e correção monetária, a fim de que se aplique os ditames do artigo 1º-F da Lei 9.494/1997, com a redação conferida pela Lei 11.960/2009.

Contrarrazões às f. 69/79.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso voluntário.

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Ao que se colhe, a nomeação da advogada para atuar como curadora especial deu-se em razão da impossibilidade da Defensoria Pública exercer aludido mister, conforme da execução em apenso.

Tem-se, portanto, que a curadora especial exerceu o múnus tão somente porque o requerido na demanda pretérita foi citado por edital e não foi encontrado, tornando-se réu revel e o Estado, que tinha a obrigação de disponibilizar os Defensores Públicos que pudessem atuar como curadores especiais, não cumpriu sua obrigação constitucional.

Sendo certo que o ônus da assistência judiciária é, evidentemente, do Estado, e constado que a Defensoria é inexistente ou insuficiente na localidade, é indispensável a nomeação de curador "ad hoc" para atuar em defesa do réu revel, surgindo ao curador o direito de ser remunerado, cujo ônus cabe ao Estado.

Releva anotar que a Lei 13.166/99 não se aplica apenas aos casos em que o causídico é nomeado para a defesa de réu pobre, mas também quando a sua atuação volta-se à defesa de réu que se encontra em local incerto e não sabido.

Nesse sentido, é a jurisprudência deste Sodalício:

"Não havendo ou sendo insuficiente a Defensoria Pública local, ao Juiz é conferido o poder-dever de nomear um advogado particular para o exercício da função de defensor e, também, pelas mesmas razões, para o encargo de curador especial (art. 9º, II, CPC), conforme o caso, seja o autor ou o réu pobre ou encontrando-se o réu em local incerto e não sabido. Sendo a prestação de assistência judiciária um dever do Estado, cabe à Fazenda remunerar aqueles que tenham sido indicados como defensores dativos ou curadores especiais pelo Juiz, consoante disposição do artigo 22 do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei nº 8.906/94). Se as certidões acostadas aos autos, extraídas pela Secretaria do Juízo dos processos dos quais participou a autora como defensora dativa, comprovam sua efetiva e regular atuação nesta qualidade, cabe ao Estado efetuar o pagamento dos

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judicialmente arbitrados em seu proveito, em sede de ação judicial de cobrança, mormente quando evidenciada a tentativa frustrada de recebimento dos créditos pela via administrativa." (TJMG, 1ª CC. Ap n°

1.0378.05.018379-7/001, rel. Des. Armando Freire, julgado em 13.02.2007).

Nesse mote, o curador especial, nomeado para defesa do réu revel citado por edital em razão da inexistência de Defensor Público na comarca, equipara-se à do defensor dativo, razão pela qual os honorários advocatícios fixados pelo exercício do múnus também competem ao Estado.

Na espécie, apresentadas as certidões de f. 08 e 19 que comprovam a atuação da apelada como curadora especial, e considerando que pela legislação pertinente, ela faz jus ao recebimento dos honorários, sendo certo, ademais, que o poder público tem o dever de arcar com o ônus da defesa prestada, o que não se confunde com os honorários de sucumbência.

No que concerne aos juros e correção monetária, não obstante a exequente não os tenha incluído na memória de cálculo, tratam-se de consectários da condenação, razão pela qual devem ser fixados de ofício, não sendo considerada a fixação de seu índice e dos termos de incidência reformatio in pejus, consoante posicionamento do c. STJ.

"PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. JUROS MORATÓRIOS E CORREÇÃO MONETÁRIA. MODIFICAÇÃO DO TERMO INICIAL. PEDIDO IMPLÍCITO. INEXISTÊNCIA DE JULGAMENTO EXTRA PETITA OU REFORMATIO IN PEJUS.

1. Esta Corte Superior fixou entendimento no sentido de que os juros de mora e a correção monetária integram os chamados pedidos

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implícitos, de modo que a alteração ou modificação de seu termo inicial não configura julgamento extra petita ou reformatio in pejus. Nesse sentido: AgRg no AREsp 324.626/SP, Segunda Turma, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe 28/06/2013; AgRg nos EDcl no Ag 1240633/PE, Terceira Turma, Rel.

Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 23/05/2013; REsp 1070929/RJ, Quinta Turma, Rel. Ministra Laurita Vaz, DJe 11/10/2010.

2. Agravo regimental não provido."

(AgRg no AREsp 632.493/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 23/04/2015) Assim, a correção monetária do valor executado deverá iniciar da data da expedição das certidões e os juros de mora desde a citação, na forma do art.

1º-F da Lei 9494/97, com redação dada pelo o art. 5º, da Lei nº 11.960/2009, nos débitos de natureza não tributária devidos pela Fazenda Pública, consoante recente entendimento proferido pelo Ministro Luiz Fux no RE 870.947, que reconheceu a repercussão geral sobre o tema.

Por derradeiro, entendo que os honorários advocatícios já foram fixados em patamar ínfimo, não podendo ser reduzidos sob pena de aviltar o trabalho da nobre causídica, em detrimento do disposto no art. 20, §§ 3º e 4º do CPC.

Isso posto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para determinar a incidência do art. 1º-F da Lei 9494/97 para a correção monetária, desde a data da expedição das certidões, bem como para os juros de mora, desde a citação.

Tendo em vista a sucumbência mínima da parte, mantenho os ônus sucumbenciais como distribuídos.

DES. MARCELO RODRIGUES (REVISOR) - De acordo com o(a) Relator(a).

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DES. RAIMUNDO MESSIAS JÚNIOR - De acordo com o(a) Relator(a).

SÚMULA: "<DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.>"

Referências

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