• Nenhum resultado encontrado

Cyan Magenta Yellow Black

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Cyan Magenta Yellow Black"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

l. Promova-se na diocese a bênção das crianças, na festa da Apresentação do Senhor, como forma de realçar a filiação divina de todo o ser humano.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

m. Solicite-se dos professores de EMRC que, fiéis aos ensinamentos da Igreja, ensinem a doutrina da paternidade responsável, como forma de completar e esclarecer o que os alunos aprendem nas áreas da biologia sobre sexualidade e contracepção.

n. Realize o Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil e Vocacional um encontro para namorados, onde seja central o tema da abertura à vida.

o. Dedique-se uma jornada de actualização teológica do clero aos temas da paternidade responsável e abertura a vida com a

releitura e aprofundamento dos documentos do Magistério sobre estas temáticas.

6.5. E eu?

6.5.1. Na minha paróquia 6.5.2. No meu movimento 6.5.3. No meu arciprestado

(2)

A FÉ DA SENTIDO(S) À VIDA

a partir do Sínodo, renovar a vida da Igreja

PLANO DIOCESANO de Pastoral 2016-19

MagentaYellow

(3)

Igreja (Porção do Povo de Deus, Bispo em comunhão com o Colégio Apostólico, Presbitério em comunhão com o Bispo, Evangelho, Eucaristia – una, santa, católica, apostólica).

O Sínodo coloca-nos hoje a pensar sobre o que diz de si mesma a nossa Igreja diocesana. Uma avaliação do desempenho, como pede a presente interrogação, não se faz apenas com a conjugação de opiniões ao estilo de “eu acho que ... sim” e outro “acha que ...

não”! Uma avaliação do desempenho conduz-nos antes de mais ao encontro da identidade da Igreja, da sua natureza e da sua missão. E a avaliação do desempenho pede, precisamente, que consigamos ver e perceber se estamos a viver quotidianamente essa identidade e missão da Igreja ou se estamos e andamos dispersos por outras possibilidades.

Se a natureza da Igreja se define pela fé em Jesus Cristo que realiza comunhão e comunidade e se a sua missão é ser sinal e sacramento de Jesus Cristo, em termos práticos, como é que tem acontecido isto na vida da nossa Diocese? O que se tem feito e se projecta fazer, actividades, celebrações, formação, vida cristã, vocações, movimentos, vida paroquial, secretariados, esforços e contribuições, todas as actividades, tudo isso resiste e responde à exigência que, coerentemente, surgem da natureza e da missão específicas da Igreja?! Ao limite, a interrogação far-se-ia da seguinte forma: partindo do mistério da fé, temos tentado construir, de forma encarnada e realista, a Igreja de Jesus Cristo que chama a humanidade à comunhão conSigo e à salvação ou temos apenas colocado em prática desejos humanos de realização pessoal e enquadramento sociológico? O que nos move transcende-nos e, por isso, motiva-nos à descoberta de nós próprios e à confiança em Deus e na humanidade ou o que nos move tem apenas a ver com o “gosto” pessoal, o sabor subjectivo dos enquadramentos sociais, a afirmação de nós próprios? Diante de tudo o que o prato do quotidiano existencial nos serve, qual a novidade (em termos de fé e de sentido, de esperança, de caridade) que já sentimos nas nossas vidas por sermos cristãos e por termos fé, por sermos Igreja?

se esgota na comunhão entre os cônjuges, mas que está destinado a continuar-se, suscitando novas vidas” (cf. HV, nº 9);

Considerando que o amor conjugal e a paternidade/maternidade responsável são duas realidades próprias da vida matrimonial (cf.

HV, nº 7) e que o mesmo amor conjugal se manifesta também na fecundidade que lhe é própria, gerando novas vidas;

Considerando que a Igreja está sempre a favor da vida humana, sobretudo a vida nascente, e serve-a à luz do Evangelho e que, por isso, estimula diferentes serviços à vida: centros dos métodos

naturais de regulação da fertilidade, consultórios matrimoniais e familiares, centros de ajuda à vida e lares de acolhimento (cf.

encíclica EV, nº 88);

Considerando que a Encíclica Humanae Vitae exclui como ilícitos:

absolutamente, “a interrupção directa do processo generativo já iniciado e sobretudo o aborto querido directamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas”; “a esterilização directa, quer perpétua, quer temporária, e tanto do homem como da mulher”;

“toda a acção que, ou em previsão do acto conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação” (nº 14);

6.4. A assembleia Sinodal propõe FORMAR

a. Dêem-se a conhecer as orientações da Igreja e seus

fundamentos, sobretudo aos namorados, noivos, esposos, sobre as questões e as dificuldades actuais com que se debatem as famílias cristãs.

b. Cuide-se da formação do sentido e significado da sexualidade humana, à luz do projecto de Deus (“crescei e

multiplicai-vos…”) e à luz dos desafios da Igreja, apresentando a vida como um dom de Deus e salientando a dimensão positiva de cada nascimento para a família e para o rejuvenescimento da

sociedade.

c. Promova-se a cultura da vida, no respeito absoluto pela vida humana, como dom inestimável de Deus, reafirmando a

MagentaYellow

(4)

ilegitimidade do aborto e valorizando o testemunho de famílias numerosas.

d. Dêem-se a conhecer as orientações da Igreja sobre

natalidade, paternidade responsável, moral conjugal, métodos de regulação dos nascimentos, significado ‘esponsal’ do corpo,

tratamento de fertilidade…

e. Promova-se a visão cristã da vida, do amor e da vocação, aproveitando para o efeito a catequese e as aulas de Educação Religiosa e Moral Católica.

RENOVAR

f. As estruturas eclesiais de índole social estejam atentas às necessidades particulares resultantes das configurações familiares monoparentais

g. Apoiem-se os casais sem filhos, embora desejados, abrindo- lhes os horizontes à adopção e a outros serviços à vida.

h. Cuide-se do acompanhamento pastoral dos jovens casais, promovendo a continuidade de grupos de reflexão com eles, logo após celebração do Matrimónio.

INOVAR

i. Apoie-se a vida nascente, pelo acolhimento das futuras mães que experimentem maiores dificuldades: adolescentes, solteiras, separadas, abandonadas pelos maridos, pressionadas a recorrer ao aborto…

j. No plano pastoral da diocese acentue-se na temática da família o estudo aprofundado por parte de clero e leigos dos documentos do Magistério sobre o tema, sobretudo a Humane Vitae e a Familiaris Consortio, dando particular atenção aos novos desafios pastorais resultantes da III assembleia sinodal

extraordinária dos bispos (2014) e a XIV assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos (2015).

k. Realize-se um encontro anual de famílias numerosas na diocese, a cargo do secretariado diocesano da família, como forma de as valorizar e fortalecer, e como testemunho perante o mundo de que é possível viver no século XXI e ser aberto à vida.

Temas de reflexão para pequenos grupos paroquiais ou de movimentos

1. Igreja Diocesana, que dizes de ti mesma Escutar:

Mt 5 13«Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens.

14Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade

situada sobre um monte; 15nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim

alumia a todos os que estão em casa. 16Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.»

Desenvolvimento:

A Igreja pode ser vista, por qualquer pessoa, de muitas e diversas perspectivas: histórica, sociológica, política, espiritual, filantrópica! Mas, para um cristão, baptizado, crente, a Igreja não se reduz a nenhuma delas. Aliás, identificá-la em exclusivo com qualquer uma dessas possibilidades seria, de facto, resumi-la e, sobretudo, reduzi-la, não a conhecendo pelo que lhe é essencial.

Para um cristão, a Igreja é uma comunidade de crentes, baptizados, e, claramente, um mistério de fé. É a comunhão dos que respondem ao chamamento de Jesus Cristo. E, por isso, Igreja é convocação. Existe em milhares de pequenas comunidades, porção de todo o Povo e não apenas parcela, e existe como Igreja Universal, a comunhão da totalidade, a catolicidade da comunhão em torno do Colégio episcopal (Bispos) presidido pelo Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, o servo dos servos de Deus. Assim, na diversidade, a Igreja é una e, sendo um Povo de baptizados, ela é sinal e sacramento de Jesus Cristo, a Luz dos Povos.

Uma Diocese, mais do que apenas uma circunscrição jurídica ou geográfica, mais do que apenas um aglomerado de pessoas, é uma experiência de comunhão em Jesus Cristo, uma porção do Povo de Deus no qual estão presentes todas as notas identificativas da

MagentaYellow

(5)

falta de vocações de consagração, dispersão de meios, compromisso cristão), continua a ter vivos diante de si os desafios da evangelização e vivência da fé cristã;

Considerando que a realidade diocesana possui rico património humano de valores cristãos e de tradição eclesial, possui muito património artístico edificado e bens patrimoniais;

Considerando que a organização eclesial tem em vista integrar as pessoas no mistério de comunhão que a Igreja é por natureza e missão.

1.2. A ASSEMBLEIA SINODAL PROPÕE FORMAR

a. Dêem-se a conhecer as grandes linhas de construção e as grandes preocupações da Igreja Universal, Diocesana e Paroquial, nomeadamente as intenções do Santo Padre e do nosso Bispo.

b. Incentive-se à participação na formação e dêem-se a conhecer em devido tempo, as actividades de formação promovidas pelos secretariados diocesanos e pelo Centro de Cultura Católica.

c. Estudem-se as necessidades em termos de espaços físicos das instituições diocesanas (seminário e diocese).

RENOVAR

d. Invista-se na formação de agentes pastorais, tendo em vista os serviços ou ministérios que prestam à comunidade.

e. Catequise-se devidamente sobre os ritos do Baptismo, integrados no sentido teológico deste Sacramento.

f. Revitalize-se e renove-se o Centro de Cultura Católica na diocese, criando uma equipa formada por sacerdotes e leigos, alargando e coordenando o CAF (Curso de Aprofundamento da Fé) e colaborando com os Arciprestados e com os Secretariados da diocese.

g. Seja revitalizado em todas as paróquias o Conselho Paroquial para os Assuntos Económicos, de acordo com o Código de Direito Canónico e as orientações da legislação diocesana.

como primeiro e fundamental contributo a experiência de

comunhão e participação, que caracteriza a sua vida diária (cf. FC, 43).

6.1. A Família, célula base da Sociedade

O recém-nascido não sabe que tem uma família; ignora o que é uma família. Na condição de um ser que tem necessidade de tudo, sente ao seu redor uma ternura que responde a todos os seus

apelos e apetites. Não tem que fazer mais nada senão chorar e a família aí está … desdobrando-se em atenção e disponibilidade para satisfazer as suas necessidades. Muito melhor que através de fórmulas, a criança aprendeu a conhecê-la, vendo-a viver e a amar, sentindo-se amada e acolhida dentro dela.

6.2. A dimensão institucional da família – proteção de uma realidade decisiva na construção da sociedade

“Entre os laços sociais, necessários para o desenvolvimento do homem, alguns, como a família e a sociedade política,

correspondem mais imediatamente à sua natureza íntima; outros são antes fruto da sua livre vontade” (GS, 25).

Nenhuma sociedade pode subsistir sem nenhuma forma de

instituição, especialmente os grupos sociais que pela sua própria finalidade pretendem perdurar no tempo. Entre estes podemos colocar a família, as associações, etc. Mediante a instituição, garantem-se a sua continuidade, a identidade e a coesão.

A família, instituição natural, por corresponder às necessidades intrínsecas do ser humano, precisa também de ser reconhecida oficialmente pela sociedade. Como célula base da construção da sociedade, esta “comunidade de vida e de amor”, esta

“comunidade de pessoas” (FC, 18) precisa de ser por ela

promovida e defendida contra a intromissão indevida de terceiros

Pela complementaridade de funções na defesa e promoção do

bem de todos os homens e de cada homem, a família deve abrir-se à sociedade e participar nela de forma activa; ao mesmo tempo, a sociedade e o Estado devem reconhecer que a família goza de um direito próprio e primordial (existe antes do Estado e

MagentaYellow

(6)

independentemente dele) e devem, por isso, respeitar o princípio da subsidiariedade nas suas relações para com ela: não podem nem devem subtrair às famílias as tarefas que elas podem

desenvolver e que fazem parte integrante da sua missão:

realização pessoal, transmissão da vida; educação dos filhos, etc.

6.3. Considerando

Considerando que a sexualidade humana tem em vista o dom sincero de si mesmo, isto é, está ordenada para o amor; e que, no matrimónio, se ordena para o dom recíproco de duas pessoas – da mulher e do homem- na especificidade de cada um;

Considerando que a sexualidade envolve a pessoa na sua

totalidade: corpo, sentimento, inteligência, vontade, espírito, e que a pessoa é, já agora, digamos, um corpo ‘espiritualizado’ e um

espírito ‘corporizado’;

Considerando que a sexualidade está ao serviço do amor como dom de si mesmo e é expressão deste amor; e que, no matrimónio, a mesma sexualidade está também ao serviço da transmissão da vida humana, através do acto conjugal, próprio e exclusivo dos esposos;

Considerando que é no dom sincero de si mesma que cada pessoa, no matrimónio ou na virgindade, se encontra e se realiza a si

mesma (cf. GS, nº 14; FC, nº 11);

Considerando que é no dom de si mesmo que se manifesta o carácter esponsal e conjugal do amor e que, no matrimónio, o amor esponsal reveste particular expressão no acto conjugal, próprio e exclusivo dos esposos, mulher e homem.

Considerando que o amor conjugal é caracterizado pela unidade e pela indissolubilidade;

Considerando que o amor conjugal “é um amor plenamente

humano, quer dizer, ao mesmo tempo espiritual e sensível”; “é um amor total, quer dizer, uma forma muito especial de amizade

pessoal em que os esposos generosamente compartilham todas as coisas, sem reservas indevidas e sem cálculos egoístas”; “é um amor fiel e exclusivo, até à morte”; “é um amor fecundo, que não

O mundo e a vida não se podem ver nem dividir apenas a duas cores. Mas quem não distingue acaba por confundir. E se, mesmo no meio da experiência evidente da imperfeição à qual, por condição, não conseguimos fugir, não colocamos as interrogações sobre a possibilidade de perfeição e santidade, então nunca progredimos em sentido nenhum. Quem não tem ideais não encontra caminhos de construção, quem não vê para além de si mesmo e da sua situação, não se sente chamado a nada, quem não sabe para onde quer ir não encontra nunca ventos favoráveis.

A história e a experiência da nossa Igreja diocesana hão-de falar de muita coisa. Alegrias e esperanças, angústias e tristezas. É bom sabermos quem somos e de onde vimos para podermos descobrir para onde temos de ir. E então, depois de perceber o ‘para onde’ e o ‘para quê’ dos nossos rumos e trabalhos, interiorizar a validade existencial e teologal do projecto, empreender esforços, colocar no terreno os meios e os instrumentos, adequar as estruturas, crescer na valorização pessoal e da experiência comum, celebrar e ...

continuar a crescer!

1.1. CONSIDERANDO

Considerando que, como se pode ler no Decreto conciliar Christus Dominus (Sobre o ministério dos Bispos, nº 11), “a Diocese é a porção do Povo de Deus, que se confia a um Bispo, para que a apascente com a colaboração do presbitério, de tal modo que, unida ao seu pastor e reunida por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitui uma Igreja particular, na qual está e opera a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica”;

Considerando que as imagens bíblicas da Igreja apontadas na mesma Constituição para fazer compreender o mistério íntimo da Igreja (LG, 6), sobretudo as imagens de ‘Corpo de Cristo’, de ‘Povo de Deus’, de ‘Esposa de Cristo’, realçam que a Igreja é comunhão – “comunhão de vida, de caridade e de verdade” (LG, 9);

Considerando que a nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, diante dos desafios concretos da sua realidade (desertificação territorial e migração populacional para o exterior da Diocese,

MagentaYellow

(7)

t. Fomente-se a entreajuda e o intercâmbio pastoral entre as paróquias para resolução dos problemas comuns e ajustem-se as atividades paroquiais às possibilidades reais de meios e pessoas.

u. Dediquem-se os sacerdotes, em especial os párocos, ao ministério que lhes é próprio e abram-se à corresponsabilização dos leigos na vida paroquial.

v. Sejam mais conhecidas e acompanhadas pelo Conselho Pastoral Diocesano, as actividades das paróquias.

1.3. E EU?

1.3.1. Na minha paróquia 1.3.2. No meu movimento 1.3.3. No meu arciprestado

FORMAR

a. Divulguem-se ainda mais os documentos do Magistério, sobretudo os do II Concílio do Vaticano, da Familiaris Consortio, do Catecismo da Igreja Católica e do Youcat, a partir dos seus ensinamentos propositivos sobre a família.

RENOVAR

b. Apresente-se a comunhão conjugal como inscrita no projecto originário da criação.

INOVAR

c. Dedique-se um ciclo de actualização teológica do Clero à Doutrina Social da Igreja.

d. Promovam-se os valores ecológicos e a relação harmoniosa do homem com a natureza, nomeadamente a partir dos

ensinamentos de S. João Paulo II na encíclica Centesimus Annus e do Papa Francisco na encíclica Laudato si.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

e. Valorize-se a compreensão do trabalho e da actividade humana como colaboração da pessoa humana com Deus no aperfeiçoamento da criação, à luz da Doutrina Social da Igreja.

5.5. E eu?

5.5.1. Na minha paróquia 5.5.2. No meu movimento 5.5.3. No meu arciprestado

MagentaYellow

(8)

6. Crescei e multiplicai-vos (pp 127-132) Escutando:

Sl 127

1bSe o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os construtores.

Se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigiam as sentinelas.

2 De nada vos serve levantar muito cedo e trabalhar pela noite dentro,

para comer o pão de tanta fadiga,

pois, até durante o sono, Ele o dá aos seus amigos.

3 Olhai: os filhos são uma bênção do SENHOR;

o fruto das entranhas, uma verdadeira dádiva.

4Como flechas nas mãos de um guerreiro, assim os filhos nascidos na juventude.

5Feliz o homem que deles encheu a sua aljava!

Não será envergonhado pelos seus inimigos, quando com eles discutir às portas da cidade.

Criados por amor, os esposos são chamados ao amor, segundo o projecto de Deus, “ao princípio”. A fecundidade, fruto e sinal do amor dos esposos, revela-se particularmente nos filhos gerados. A geração de novas vidas no seio da família, “comunidade de vida e de amor” (FC, 17), insere-se naquele projecto originário. “Crescei e multiplicai-vos” é um encargo confiado por Deus aos esposos (cf.

Gn. 1,28), encargo que engloba a geração, o crescimento e a educação dos filhos. Assim, “a tarefa fundamental da família é o serviço à vida” (FC, 28).

A família é o lugar onde cada um faz a aprendizagem

fundamental, ganhando consciência de si mesmo e dos outros que o rodeiam. É nela que pode crescer como pessoa, desenvolver-se intelectual e afectivamente, construir relações interpessoais. Só a experiência dessa pertença, que o estrutura como indivíduo,

permite a sua integração na sociedade. Deste modo, “a família constitui o fundamento da sociedade” (GS, 48), já que lhe oferece

h. Fomente-se a criação de grupos paroquiais (reflexão, estudo, ação social, visita a doentes, caritas, outros) e promova-se a sua interligação e complementaridade.

INOVAR

i. Dinamize-se e coordene-se a acção dos secretariados diocesanos de acordo com os objectivos próprios de cada um, no contexto das actividades pastorais da diocese.

j. Seja promovida a função pastoral dos serviços da Cúria diocesana, de modo a favorecer a comunhão.

k. Que o secretariado diocesano da pastoral fomente, a partir das realidades arciprestais, conselhos pastorais paroquiais ou interparoquiais.

l. Estude-se a vantagem, ou não, dos dias diocesanos.

m. Acompanhar as pessoas em processos de fim de vida, com evangelização do mundo do sofrimento, da dor e do luto.

n. Cuide-se da pastoral do ensino superior.

o. Repensem-se as visitas pastorais para que, servindo de aproximação/comunhão do Bispo com os cristãos e dos cristãos entre si, possam ser ocasião de edificação e estruturação das comunidades. Que existam objectivos claros e critérios para a sua avaliação.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

p. Favoreça-se a qualidade das celebrações diocesanas e a participação dos fiéis nas acções pastorais com a presença do Bispo.

q. Definam-se, elaborem-se e clarifiquem-se todas as normas diocesanas existentes, uniformizando critérios e manifeste-se a necessária comunhão no cumprimento dessas normas, por parte do clero, no exercício do seu ministério.

r. Evangelize-se pelo testemunho concreto de solidariedade e caridade cristã (novos pobres, marginalizados…).

s. Seja mais articulada a ação pastoral das estruturas existentes nas paróquias e arciprestados.

MagentaYellow

(9)

mistério (aquilo que revela é precisamente o seu ser mistério, o seu ser “obscuro”, não totalmente claro, não totalmente cognoscível ao homem na sua condição de criatura...). Jesus Cristo será então a revelação de Deus, o mistério que estava “em segredo desde os séculos...” (Rom. 16, 25-27) e que, progressivamente, foi sendo revelado por Deus.

Como St.º Agostinho deixou entrever num dos seus comentários ao Evangelho de João (Sermão 55, 1), o mistério de Jesus Cristo,

verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o de levar o homem a passar para aquilo que não passa, passar (ultrapassar) do mundo para não passar com o mundo e, portanto, passar constantemente para Deus.

E, de facto, se virmos à nossa volta e bem dentro de nós, tudo passa e tudo o que passa acaba por não ter capacidade para ser a finalidade da vida do homem criado à imagem e semelhança de Deus. Passam o pecado, a vaidade, o orgulho, a inveja … tudo.

Passam porque nunca preenchem nem dão segurança absoluta.

Passam porque não permanecem. Passam porque estão, muitas vezes, dependentes de estados anímicos e/ou emotivos.

Mas, para lá de tudo o que passa e não dá segurança, há Alguém que não passa: Deus, o Amor de Deus. Jesus não Se resumiu ao mundo e o seu chamamento é a que nós também não nos

resumamos ao mundo. A história e os tempos mudam, mas Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre (Heb. 13,8). Então o desafio é que, pressupondo a mudança da história, sejamos capazes de

referenciar cada momento e cada tempo a Jesus Cristo, o Único que permanece (a Cruz permanece, enquanto o mundo passa, têm como lema os Monges da Cartuxa).

E, sendo assim, que sentido tem hoje falar de evangelização ou, mais do que isso, de nova evangelização? Evangelizar, para a Igreja - como afirma o nº 18 da Exortação apostólica Evangelii Nuntiandi do Papa Paulo VI – “é levar a Boa Nova a todas as

parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu

a) Dinamismo personalizador

A família é o âmbito adequado para a conformação do sujeito humano. Na verdade, é a família que faz a integração do ‘eu’,

formando a personalidade integral do ser humano, pela presença e influência dos modelos distintos e complementares do pai e da mãe (masculino e feminino), pelo vínculo do afecto mútuo, pelo clima da confiança, intimidade, respeito e liberdade; pelo

ambiente social de uma hierarquia natural, suavizada pelo ‘clima familiar’ antes descrito. Tudo isto contribui para que a família se torne o ambiente capaz de formar personalidades fortes e

equilibradas para a sociedade.

A família permite o desenvolvimento para a genuína relação interpessoal em estabilidade afectiva, pela gratuidade que regula as relações no seu seio. Respeitando e favorecendo a dignidade pessoal como valor fundamental da sua vivência, a família torna-se lugar de acolhimento cordial, encontro, diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso e solidariedade profunda (cf. FC, 43).

A família é também lugar de iniciação à sabedoria, pois nela se realiza a aprendizagem desde a mais tenra idade e nela se dá a transmissão de valores pelo contacto entre as diferentes gerações (cf. GS, 52), gerando um projecto de vida que irá estruturar o ser e o pensar dos mais novos.

b) Dinamismo socializador

Além da formação da personalidade do indivíduo, a família

desenvolve uma acção importante para o crescimento harmonioso do ser humano – a preparação para a vida em sociedade

(socialização). “A promoção de uma autêntica e madura

comunhão de pessoas, no seio da família, torna-se a primeira insubstituível escola de sociabilidade” (FC, 43).

Esta educação para a sociabilidade concretiza-se no ‘clima familiar’ – respeito, justiça, diálogo e amor – que implanta um sistema de relações sociais que depois permitem um contacto interpessoal mais alargado.

MagentaYellow

(10)

Além do ambiente de confiança, também o clima mais pessoal da família, face ao ambiente massificador e despersonalizante da

sociedade, tem um papel importante na construção da pessoa, pois é a experiência de cada um contar como indivíduo, sujeito

consciente da sua dignidade e irrepetibilidade, que permite depois a sua inserção na sociedade sem se perder no anonimato que esta muitas vezes gera.

Ao propor um projecto de vida, a família prepara o indivíduo para a vivência comunitária, tendo objectivos na sua vida e actuando como agente transformador da própria sociedade.

“A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. É de tanto peso esta função educativa que, onde não existir, não pode ser suprida” (GE, 3).

5.3. Considerando

Considerando que a toda a criação manifesta a bondade de Deus e o seu amor pelas criaturas;

Considerando que a criatura mais excelente que Deus criou é a pessoa humana, o homem e a mulher, e que ambos são imagem e semelhança de Deus (pela inteligência, conhecem o bem, o mal e a verdade; pela liberdade, escolhem o bem e a verdade e rejeitam o mal; pela vontade, aderem ao bem e à verdade; pelo amor,

difundem o bem e a verdade). Considerando que uma e outro são as únicas criaturas que Deus quer e ama por si mesmas e que a consciência de ser criado à imagem e semelhança de Deus por parte do homem e da mulher definem as suas identidades;

Considerando que, à luz da Palavra de Deus, homem e mulher são criados, na complementaridade, para o dom recíproco de si

mesmos; que, segundo o desígnio de Deus ‘ao princípio’, são um para o outro; que uma e outro são chamados à relação de amor, na diferença e na reciprocidade, e que a sua união constitui a

primeira forma de comunhão, pois possibilita que um ‘eu’ pessoal se dê, livre e generosamente, a um ‘tu’ igualmente pessoal;

Considerando que a vida em sociedade depende desta primeira forma de comunhão interpessoal;

5.4. A assembleia Sinodal propõe

2. O mesmo Jesus e a nova evangelização (pp 33-39)

A Igreja deve anunciar Jesus Cristo, revelador do Pai, na plenitude do seu mistério. Será o homem capaz de conhecer Deus? Como?

Em que medida? Uma interrogação e crise desta dimensão não se poderá ultrapassar senão na medida em que se re-descobrir a

intervenção de Deus em Jesus Cristo (revelação na carne, no gesto e na linguagem de Jesus Cristo que é carne, gesto e linguagem dos homens). De facto, “a Deus jamais alguém O viu” (1 Jo. 4,12), mas

“o Filho, que veio de junto do Pai, deu-O a conhecer”(Jo. 1,18).

O homem a quem Deus Se revela é também ele um homem concreto, com uma história concreta e a viver numa história determinada. A história, aliás, é o horizonte de interpretação de toda a revelação de Deus.

Jesus Cristo ocupa, pois, uma posição única no horizonte da revelação que faz distinguir o Cristianismo de todas as outras

religiões. É a única religião segundo a qual a revelação se incarna numa pessoa que se apresenta como a verdade viva e absoluta. E a Pessoa de Jesus Cristo, em Quem Deus encarna, recolhe e unifica em si todos os aspectos que ao longo da história do pensamento foram sendo requeridos na reflexão para que uma verdade se pudesse afirmar como tal e assim também pudesse ser

reconhecida: transcendência da verdade (correntes platónicas);

historicidade da verdade (pensamento moderno e contemporâneo);

interioridade da verdade (trazida à luz pelas diversas formas de existencialismo). Jesus Cristo transcende-nos em palavras e gestos, viveu historicamente como homem concreto, revelou uma verdade e um sentido novo para a vida de todos os homens e de todos os tempos.

Jesus Cristo não é, portanto, apenas um simples fundador de uma religião. Ele é, por um lado, imanente à história dos homens (está dentro dela e vive-a) e, por outro, transcende-a absolutamente [supera-a e está para além dela (mistério da Santíssima Trindade)].

Entra então em cena aquilo que denominamos mistério. O

mistério, segundo o conceito paulino, é o desígnio de Deus que se vai revelando progressivamente ... mas que nunca deixa de ser

MagentaYellow

(11)

A nova evangelização exige então um novo ardor, novos métodos e novas linguagens. A Igreja foi criada por Jesus de Nazaré, para que fosse a continuação viva da sua vida e presença no mundo e nunca faltou a esse dever. Nasceu com essa missão e, se deixasse de a realizar, faltaria à sua missão essencial. No meio de um

mundo como o que conhecemos (estamos à beira de uma nova era que, no entanto, nos parece altamente incerta e meio obscura), até pelo caminho que já foi realizado, o papel dos cristãos torna-se ainda mais significativo. Fomos chamados e enviados para sermos sal e luz, para dar sabor à vida e iluminar todos os que procuram um significado e sentido para as suas vidas. Somos mesmo

chamados a edificar e anunciar um novo humanismo no qual a paixão pela verdade se torne força de construção e de transmissão da fé. Trata-se de dar razões da nossa esperança (1 Pe. 3, 15).

2.1. Considerando

Considerando que, pelos tempos fora, Jesus Cristo Se fez “estilo de vida”, filial e fraterno, grato e dedicado, próximo e livre, que

podemos sempre apreciar, perscrutar e interiorizar a partir da vida concreta que é a nossa;

Considerando que é em Jesus Cristo que os cristãos de cada tempo e a Igreja encontram a definição da sua identidade cristã e que é impossível guardar apenas para si a Boa Nova destinada a todos;

Considerando que, na Igreja, comunidade cristã, transmitir a fé não é uma mera acção voluntarista e pontual mas faz parte essencial da vivência quotidiana da própria fé cristã e lhe é

absolutamente co-natural já que quem vive da fé, anuncia aquilo de que vive;

Considerando que os cristãos não se multiplicam por clonagem mas por testemunho de fé e que a fé é sempre da ordem da

decisão pessoal, necessitando, por isso, de agentes de transmissão;

Considerando que a transmissão da fé evoca a tradição e a

memória mas também a esperança e a dimensão profética da vida da Igreja;

Considerando que o amor (a caridade) se constitui como realidade específica do Cristianismo e como o seu melhor sinal de

5. No princípio era assim... (pp 123-127) Escutando:

Mt 19 3 Alguns fariseus, para o experimentarem, aproximaram-se dele e disseram-lhe: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?» 4Ele respondeu: «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, 5e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? 6Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem.»

7Eles, porém, objectaram: «Então, porque é que Moisés preceituou dar-lhe carta de divórcio, ao repudiá-la?» 8Respondeu Jesus: «Por causa da dureza do vosso coração, Moisés permitiu que

repudiásseis as vossas mulheres; mas, ao princípio, não foi

assim. 9Ora Eu digo-vos: Se alguém se divorciar da sua mulher - excepto em caso de união ilegal - e casar com outra, comete adultério.»

No contexto de toda a obra criada e querida por Deus, o homem e a mulher ocupam um espaço previlegiado e singular, como

pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus. Todas as coisas foram criadas para o seu bem. Por sua vez, o homem e a mulher foram criados um para o outro, para uma relação pessoal e única, como auxiliares um do outro. Os laços podem tornar-se tão fortes e singulares que os dois pelo amor se podem tornar como que um só, enriquecendo-se um ao outro. Porém, desde o princípio, o livro do Génesis refere também as fragilidades deste relacionamento.

O Concílio Vaticano II e outros documentos do Magistério

definiram o momento actual como um tempo de purificação ou de prova para a família. Diante das perturbações a que esta se

encontra sujeita, o seu valor surge como reacção de contraste, pois as profundas transformações da sociedade contemporânea, ao

mesmo tempo que trazem dificuldades à família, manifestam também o vigor e a solidez desta instituição e ajudam a revelar a sua verdadeira natureza e a sua missão insubstituível (cf. GS, 47).

MagentaYellow

(12)

“A família possui vínculos vitais e orgânicos com a sociedade, porque constitui o seu fundamento e alimento contínuo, mediante o dever de serviço à vida: de facto, é da família que saem os

cidadãos e é na família que encontram a primeira escola daquelas virtudes sociais, que são a alma da vida e desenvolvimento da mesma sociedade” (FC, 42). A sociedade alargada, neste mundo globalizado, será harmónica e feliz, na medida em que a família for defendida com energia e apoiada com convicção.

5.1. Criação e Dimensão Societária do Homem

Deus não criou o homem sozinho; desde o princípio “criou-os homem e mulher” (Gn. 1, 27). Deste modo, o homem é um ser social por sua própria natureza; não pode viver nem desenvolver as suas qualidades sem entrar em relação com os outros (Cf. GS, 12).

No plano do Deus Criador, a união homem-mulher, pelo livre e irrevogável consentimento mútuo, em que os esposos mutuamente se entregam e aceitam como marido e esposa, surge como resposta a esta necessidade de relação interpessoal e como caminho de

realização social do indivíduo. Pelo vínculo matrimonial surge assim, face à sociedade, uma instituição fundamental para a propagação do género humano, para o proveito pessoal dos membros da família e para a dignidade, paz e prosperidade de toda a família humana (cf. GS, 48).

5.2. Família – Comunidade Natural, espaço de personalização e socialização

Qual a razão de ser da instituição familiar? Nascida do projecto criacional, que faz do homem e mulher “uma só carne”, levando- os a abandonar pai e mãe (Gn. 1, 27), a família surge destinada à realização da estreita unidade do casal para mútua edificação e para a geração e educação dos filhos, tornando-se deste modo o

“princípio e o fundamento da sociedade humana” (cf. AA, 11 e FC, 42).

Podemos aprofundar a razão de ser da família em dois aspectos ou dinamismos do seu existir: a força personalizadora e a acção

socializante.

influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade” (cf. EN, nº 18).

Como não haverá humanidade nova sem haver homens novos, a finalidade da evangelização é precisamente esta mudança interior, em cada tempo que passa.

É este processo que hoje necessita fazer-se novo. As nossas

sociedades e os contextos concretos em que vivemos alteraram-se muitíssimo nos últimos anos. Pluralismo de ideias e experiências, secularização e secularismo, ateísmo e agnosticismo, formas

redutoras de vivência cristã da fé, privatização das vivências de fé, dimensão moral da vida alicerçada sobre o subjectivismo são

verdadeiros desafios à fé e ao testemunho da Igreja de Jesus Cristo.

A pretensão moderna e pós-moderna do pluralismo ético e

religioso que se impõe como a grande norma moral intransponível e insuperável acaba por não trazer à humanidade grandes ideais.

Quer se trate da economia, quer se trate da política ou mesmo das incertezas tecnológicas e ambientais, a situação convulsiva do mundo em que vivemos torna-se cada vez mais preocupante e angustiante, deixando as nossas mentalidades técnicas e éticas sufocadas e incapazes de dar respostas credíveis.

Talvez por tudo isto o conceito de ‘nova evangelização’ seja difícil de definir. Porque não se trata apenas de fazer o que sempre se fez com as formas que sempre se utilizaram. É que não se trata apenas de uma re-evangelização. Trata-se sim de uma nova

evangelização, tendo sempre como modelo o estilo de Jesus e de Paulo.

A transmissão da fé já não se faz apenas por determinadas práticas e obrigações. A nova evangelização é o convite a lembrar que a grande opção do Cristianismo e da fé é a opção pelo sentido, pela racionalidade. A cidade dos homens, onde vive a comunidade cristã, é uma realidade que obriga a pensar e a reflectir, que exige sentido do discurso e das práticas. É, sobretudo, uma cidade que já não dá a fé cristã como óbvia e que, muitas vezes por esse mesmo motivo, subjectiviza as questões.

MagentaYellow

(13)

e institucional ) e em todos os meios (imprensa, net, redes sociais, estacionário, publicações... )

j. Sejam aproveitadas as tecnologias na ação evangelizadora, recorrendo a novos meios e linguagem cuidada na transmissão da fé.

k. Estude-se a possibilidade da publicação de um suplemento de informação diocesana e eclesial que seja proposto aos diversos jornais com expressão na diocese, sejam ou não propriedade da Igreja.

l. Este suplemento deve ser porta-voz das actividades dos secretariados e movimentos e factor de unidade da Diocese.

m. Estude-se a relação deste título com o Boletim Pastoral e sua possível fusão.

n. Disponibilizem-se mais meios humanos e financeiros e promova-se uma adequada utilização dos meios áudio visuais e tecnológicos na evangelização.

o. Crie-se um novo portal diocesano, com possibilidade de alojar páginas paroquiais ou de movimentos.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

p. Defenda-se e valorize-se o património religioso das paróquias, em especial as obras de arte e outros bens móveis e

integrados (imagens, pinturas, livros antigos, etc.), tendo presente o seu valor catequético, sob a égide da Comissão diocesana dos

bens culturais da Igreja.

q. Sejam elaborados ou actualizados os inventários destes bens.

Escutar:

Ef 44 Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança;

5um só Senhor, uma só fé, um só baptismo;

6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos,

age por todos e permanece em todos.

Por isso, quando se fala de Vocação não se refere apenas o sentido superficial de ter jeito ou aptidão para algo. Vocação é uma

realidade profunda que se coloca ao nível do diálogo, consciente e livre do homem com Deus, como na Aliança: a pessoa é chamada por Deus – toma consciência do chamamento – responde

livremente.

4.1. Considerando

Considerando que o Baptismo é o primeiro Sacramento celebrativo da fé da Igreja, a porta de entrada no Corpo de Cristo pela fé

professada e assumida como caminho de vida (seja por si próprio, seja através dos pais e padrinhos, no caso das crianças);

Considerando que o Baptismo, mais do que um direito, é um dom que pede, para poder ser celebrado e vivido, as disposições de coração que os dons implicam e determinam - gratidão e

gratuidade, liberdade e liberalidade - já que os dons se acolhem na lógica do dom;

Considerando que o Baptismo abre e impele à participação na vida eclesial e à celebração dos outros Sacramentos; considerando que ao novo nascimento pelo sacramento corresponde um homem novo e a renovar-se; considerando que o Baptismo é um

Sacramento dinâmico de realização permanente e de referência totalizante;

Considerando que a vida nova recebida no Baptismo se transforma em existência quotidiana, manifestada em sentido da vida, em

opções concretas, em fé professada, em comunhão humana e eclesial vividas;

Considerando que o Baptismo define a vocação cristã original

(sacerdócio comum que habilita à santidade como participação na santidade de Deus) que será, depois, a raíz e o alicerce de todas as outras vocações cristãs e eclesiais;

Considerando que todas as respostas ao apelo e chamamento de Deus radicam neste chamamento à santidade que se recebe como dom pelo Baptismo; considerando que o dom recebido gera,

consequentemente, a vontade e a capacidade para o dom de si mesmo, manifestado em vocações específicas que desabrocham

MagentaYellow

(14)

na comunidade cristã e são assumidas como serviço a Deus e ao mundo na Igreja e pela Igreja;

4.2. A assembleia Sinodal propõe FORMAR

a. Sejam devidamente aproveitados os ‘momentos’

relacionados com a celebração do Baptismo (o pedido e a

inscrição para o Baptismo, a preparação da sua celebração, de preferência integrada na celebração dominical da Comunidade), para evangelizar pais e padrinhos e levá-los à prática da vida cristã, reforçando o acompanhamento pós-baptismal.

RENOVAR

b. Sejam os baptizados formados no sentido vocacional da sua vida cristã, sobretudo os jovens, dando-lhes a conhecer e

propondo-lhes a variedade de caminhos ou ‘vocações’, realizadores da vocação unificadora à santidade.

INOVAR

c. Cuide-se do acompanhamento pós-baptismal.

d. Integrem-se progressivamente nos diversos serviços e

grupos da comunidade cristã os adultos baptizados e os crismados.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

e. Estabeleça-se uma unidade diocesana na riqueza da administração do Sacramento.

f. Definam-se caminhos e formas de diálogo com as famílias e as novas configurações familiares.

g. Em comunhão corresponsável de presbitério (os Pastores das Comunidades), em pedagógico exemplo de capacidade de diálogo, revejam-se as condições de admissão à celebração do Sacramento do Baptismo.

4.3. E eu?

4.3.1. Na minha paróquia 4.3.2. No meu movimento 4.3.3. No meu arciprestado

credibilidade já que a caridade, que muitas vezes se desdobra em sinais evidentes e visíveis de solidariedade, são os sinais naturais da credibilidade do acto crente como integrando a vida toda e dando-lhe sentido;

Considerando que a nova evangelização exige novo ardor e novos métodos da mesma verdade de sempre da fé em Jesus Cristo.

2.2. A assembleia Sinodal propõe FORMAR

a. Constituam-se grupos missionários de jovens e adultos nas paróquias, para um anúncio mais próximo e personalizado do Evangelho.

b. Sejam chamadas e envolvidas em acções de evangelização as religiosas de vida consagrada.

c. Envolvam-se os fiéis leigos em actividades missionárias.

d. Façam-se semanas de missão ou missões populares

actualizadas, nos lugares dispersos, com a presença do pároco.

e. Reúnam os párocos com os Ministros Extraordinários da Celebração do Domingo na Ausência de Presbítero (MECDAP), com os Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC), com os Ministros Extraordinários das Exéquias (MECEAP), formem-nos e escutem com solicitude pastoral as dificuldades e as alegrias que sentem no exercício do seu ministério.

f. Estimulem-se, formem-se os jovens na evangelização de outros jovens.

RENOVAR

g. Seja apresentado a todos o Evangelho como boa notícia, que se transmite e acolhe com alegria, não como um fardo pesado.

h. Dinamize-se a pastoral juvenil paroquial, inter-paroquial e diocesana (campos de férias, festivais de música, caminhadas,

retiros, peregrinações, visitas a santuários, (…), com participação e envolvimento inter-geracional.

INOVAR

i. Crie-se uma comissão para o estudo da comunicação na diocese em todas as suas dimensões (comunicação interna, externa

MagentaYellow

(15)

3. Fé em Cristo e Evangelização (pp 73-80) Escutando:

Mc 16 9 Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu primeiramente a Maria de Magdala, da qual

expulsara sete demónios. 10Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto. 11Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não

acreditaram.

12Depois disto, Jesus apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. 13Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.

14Apareceu, finalmente, aos próprios Onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.

15E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. 16Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado.

17Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, 18apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.»

Para reflectir a relação entre a fé e a evangelização podemos deixar que S. Paulo nos conduza: «Anunciar o evangelho não é para mim um título de glória; é, antes, uma necessidade que se impõe. Ai de mim se não evangelizar. Se eu o fizesse por iniciativa própria, teria direito a um salário, mas se não o faço por iniciativa própria, é porque me confiaram um encargo. Qual é então o meu salário? É que, pregando o evangelho, o prego gratuitamente, sem usar os direitos que a pregação do Evangelho me confere » (1 Cor.

9, 16–18). Paulo fala-nos da origem e do sentido da sua missão: Ai de mim se não evangelizar! Faz-nos lembrar o Profeta Jeremias ou um dos outros profetas quando, impelidos pela força de Deus, são incapazes de dizer não: “Eu sentia dentro de mim como que um

do Corpo de Cristo e participas da sua dignidade de sacerdote, profeta e rei.

Existe, assim, um sacerdócio comum – o de todos os baptizados e para ser vivido diariamente por todos os baptizados – e um

sacerdócio ministerial – o dos que são chamados de entre os baptizados para se configurarem a Cristo Cabeça e Pastor.

É, portanto, no Baptismo que reside a origem da vida nova como sendo oferecida (dom) a todos os homens . O Baptismo é Fonte de Vida e é Fonte de todas as vocações na Igreja. Primeiro está a

experiência de ser Povo congregado. Depois, em consequência, está a experiência de cada membro deste Povo perceber que, no seio deste Povo, tem uma missão – a cada um a sua missão.

Desde o primeiro momento que a Igreja se compreendeu a si mesma e compreendeu a existência cristã como uma resposta a um chamamento. O Novo Testamento refere-se, aliás, muitas vezes à pregação da Igreja primitiva como um verdadeiro

chamamento. E o conceito ‘Vocação’ designa, nesse contexto, o momento em que os chamados se tornam cristãos. A sua Vocação é serem de Cristo, o Verbo de Deus feito Homem, e, para isso, são chamados. É por isso também que na Igreja primitiva vemos

existirem muitos serviços, mas uma só comunidade, ou seja, há uma Vocação (a cristã, na força do Espírito Santo) que, depois, se realiza numa imensa diversidade de dons, carismas e ministérios.

A fé - e a vivência da fé - é a primeira Vocação de todo o cristão.

Mas a mesma fé desabrocha, depois, em vocações específicas.

Podemos, portanto, falar da existência cristã como uma existência chamada, na medida em que todos, por sermos cristãos, somos chamados à santidade. E o nosso Baptismo é a primeira resposta a esse chamamento. Há uma só salvação em Jesus Cristo, uma só esperança, uma única caridade sem divisões. Todos, como

baptizados, estamos no caminho da fé. Efectivamente a Vocação de qualquer cristão é manifestar a presença de Cristo no mundo. O Baptismo não nos tira do mundo, antes nos envia a ele com a

marca de Cristo em nós.

MagentaYellow

(16)

A existência cristã, toda ela, constitui-se, portanto, a partir do chamamento e da Vocação. Somos chamados. Ora, ser chamado supõe um movimento, uma transformação daquele que responde.

O Apóstolo Pedro diz-nos que “somos chamados das trevas para a sua admirável luz” (1 Pe. 2, 9). E Paulo, na Carta aos Romanos, sublinha que somos chamados de entre os judeus e pagãos.

Quando respondemos ao chamamento, experimentamos, portanto, uma novidade na nossa vida. Sem dúvida que, na resposta existe também uma escolha pessoal. Mas essa escolha (de ser cristão) não é a expressão de um “super ego” que se impõe à vontade de cada um. É sim a resposta à provocação de Deus pela tomada de consciência que a mensagem cristã é da ordem de uma boa nova para este mundo concreto no qual nós existimos.

A questão da Vocação coloca-se, portanto, originalmente, no

contexto de um diálogo entre o homem e Deus. O Evangelho só se torna credível, resistindo a duas condições:

• que não procure impor-se como evidência que despreza as outras possibilidades;

• que abra entre os crentes um espaço em que o ser humano pode ser ele mesmo e ultrapassar-se (superar-se) a si próprio no encontro com Deus e, ao mesmo tempo, inserir-se no mundo em que vive e para a modificação do qual contribui, à maneira do fermento, do sal e da luz.

Dizer que a existência cristã é, essencialmente, uma “existência chamada” equivale a dizer que a fé tem de ser vivida como um permanente e grande desafio, uma Vocação que desabrocha em muitas outras vocações.

O cristão não tem que ter medo de ser um ‘estrangeiro’ no meio do mundo. A diferença que ele oferece é a diferença que parte da aceitação do Evangelho, vivida de uma forma unitária na sua vida.

Pelo sentido de tudo o que fomos dizendo até aqui, percebemos que Vocação e missão são binómios inseparáveis no seio da Igreja.

Quando somos chamados, somos sempre chamados a qualquer coisa e para qualquer coisa. Chamados por Alguém e para fazer algo: a amizade transborda sempre em serviço gratuito.

7Mas, a cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. 8 Por isso se diz:

Ao subir às alturas,

levou cativos em cativeiro, deu dádivas aos homens.

9Ora, este «subiu» que quer dizer, senão que também desceu às regiões inferiores da terra? 10Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, a fim de encher o universo. 11 E foi Ele que a alguns constituiu como Apóstolos,

Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres, 12 em ordem a preparar os santos para uma actividade de serviço, para a construção do Corpo de Cristo, 13até que cheguemos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo. 14Assim, deixaremos de ser crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento da doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que

maliciosamente leva ao erro; 15 antes, testemunhando a verdade no amor, cresceremos em tudo para aquele que é a cabeça, Cristo.

16É a partir dele que o Corpo inteiro, bem ajustado e unido, por meio de toda a espécie de articulações que o sustentam, segundo uma força à medida de cada uma das partes, realiza o seu

crescimento como Corpo, para se construir a si próprio no amor.

2.3. E EU?

2.3.1. Na minha paróquia 2.3.2. No meu movimento 2.3.3. No meu arciprestado

MagentaYellow

(17)

A Igreja foi-se, por isso, apercebendo de que a fé possui quatro grandes dimensões no seu núcleo central: a relação pessoal com Deus, a pertença a uma comunidade, a moral enquanto vida nova em Cristo e a doutrina enquanto expressão da comunhão.

Ao reflectir a relação entre fé e evangelização percebemos então, logo de princípio, que a evangelização não se resume a um

espécie de publicidade e/ou angariação de simpatizantes.

Cada homem, cada pessoa humana, para viver necessita de um suporte basilar de confiança, esperança e de amor. E a fé não é uma invenção sua, está sim na sua raiz como abertura à questão de Deus que dá sentido à vida. Evangelizar é, por isso, anunciar esta Boa Nova de uma vida que encontra sentido, encontra razões e respostas ao ‘para quê’ e ‘para onde’, encontra valores de

referência e alicerces de construção.

O contexto actual de vida fala do secularismo como proposta de atrofio da fé e de secularização, como processo de diminuição da visibilidade da mesma fé; fala de um homem desorientado entre a emoção e a indignação, onde o bem não é verdadeiro e onde o desejo da igualdade se manifestou uma quimera serenamente inalcançada; fala do anacronismo de uma desumanização

civilizada; fala de existências parcelares e vidas dispersas; fala do pensamento cínico, fala do renascimento dos mitos; fala da

desilusão com a verdade e, por isso, do regresso do utilitarismo;

fala de decepção do progresso; fala da crítica das obras feitas mas sem alternativa para fazer de outra maneira; fala do consenso

como manifestação de pouco senso e de indiferença; fala de uma mundo apenas feito verbalmente; fala, enfim e permanentemente, de crise.

E os cristãos? E o que está para lá da crise? E o futuro? Que tem a nossa fé cristã a oferecer de belo, de bom e de diferente ao

mundo?

Os cristãos oferecem o testemunho de uma vida centrada em Jesus Cristo que é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Heb. 13, 8), dispostos a dar razões da sua esperança (1 Pe. 3, 15). A

evangelização é, portanto, inerente à identidade e natureza da

4. Batismo, fonte da vida e da vocação Cristã (pp 80-86) Escutando:

Act 8 34Dirigindo-se a Filipe, o eunuco disse-lhe: «Peço-te que me digas: De quem fala o profeta? De si mesmo ou de outra pessoa?»35 Então, Filipe tomou a palavra e, partindo desta passagem da

Escritura, anunciou-lhe a Boa-Nova de Jesus. 36 Pelo caminho fora, encontraram uma nascente de água, e o eunuco disse: «Está ali água! Que me impede de ser baptizado?» 37 Filipe respondeu: «Se acreditas com todo o coração, isso é possível.» O eunuco

respondeu: «Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.»

38 E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o. 39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais, seguindo o seu caminho cheio de alegria. 40Filipe encontrou-se em Azoto e, partindo dali, foi anunciando a Boa-Nova a todas as cidades, até que chegou a Cesareia.

O Baptismo, como já reflectimos no primeiro Caderno da nossa caminhada sinodal, é o sacramento da fé em Jesus Cristo e da fé na acção de Deus na história dos homens. Marca o início de uma

nova relação: de Deus com o homem e do homem com Deus. E assume-se como uma relação estruturante de toda a vida humana, o início de uma história que terá sempre as suas consequências ao nível da compreensão da vida e das opções subsequentes.

Estamos, certamente, habituados a ouvir e a dizer também que o Baptismo nos faz participantes no mistério da morte e ressurreição de Cristo, que nos dá uma nova vida e que nos faz filhos de Deus.

A grande novidade do Baptismo na Igreja radica, de facto, na nova relação com Jesus Cristo. Significa que toda a vida fica orientada para Jesus Cristo. É isso a conversão, passar da dispersão de muitas possibilidades para o compromisso com um núcleo que polariza a vida. E isso significa que o Baptismo faz memória do Mistério

pascal e actualiza-o, fazendo passar aqueles que são baptizados das trevas para a luz (1 Pe. 2, 9), da escravidão para a liberdade (cf. Gál. 5,1), da morte do pecado para a vida de Deus (Ef. 2,1.5).

MagentaYellow

(18)

O baptismo é iluminação (Heb. 10,32) e os baptizados são filhos da luz (1 Tes. 5,5).

É porque o Baptismo se manifesta e se vive como participação na vida de Cristo pela força do Espírito que cada Cristão (baptizado) está vocacionado a crescer à medida de Cristo, a crescer até à

estatura de Cristo (cf. Ef. 4,13). Essa estatura é a estatura do amor, a estatura do dom de si mesmo, da entrega confiada de si para o que Deus chamar.

O primeiro grande chamamento é o chamamento a sermos Igreja.

Igreja significa isso mesmo, congregação que é consequência de uma convocação. A Igreja, neste sentido, é o Corpo de todos os baptizados, todos os que aceitam viver e vivem “em Cristo”. A relação nova com Jesus, o Filho de Deus, faz a humanidade perceber-se e viver filialmente em relação a Deus. Podíamos

parafrasear Henri de Lubac e afirmar que o Baptismo faz a Igreja e a Igreja faz o Baptismo. Baptizando alguns homens, toda a Igreja se renova na fé.

O povo que assim se reúne é, nesse sentido um povo sacerdotal, como diz a Primeira Carta de Pedro: “Vós, porém, sois geração escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido em por Deus, a fim de proclamardes as maravilhas d’Aquele que vos

chamou das trevas para a sua luz admirável; a vós que outrora não éreis um povo, mas agora sois povo de Deus, vós que não tínheis alcançado misericórdia e agora alcançastes misericórdia” (1 Pe. 2, 9-10).

É a missão confiada por Deus aos homens que dá consistência à sua identidade de povo, como diz a Constituição Lumen Gentium:

“Na verdade, os baptizados, pela regeneração e pela unção do Espírito Santo, são consagrados para serem casa espiritual,

sacerdócio santo, para que, por meio de todas as obras próprias do cristão, ofereçam oblações espirituais e anunciem os louvores

daquele que das trevas os chamou à sua admirável luz” (LG, 10).

A unção com o santo Crisma no Baptismo das crianças sublinha precisamente esta dimensão do sacerdócio real: A partir de agora – diz o sacerdote – tu fazes parte do povo de Deus. Tu és membro

fogo ardente encerrado nos ossos; fazia esforços para conter a Palavra de Deus mas não podia” (Jer. 20, 9).

No início da experiência de Paulo está a fé em Cristo ressuscitado, a experiência do caminho de Damasco em que Paulo cai das suas

“auto-confianças” para aprender a confiar em Deus. A partir da sua conversão, Paulo entrega-se plenamente a Cristo para realizar a missão evangelizadora. É, por isso mesmo, e permanentemente, evangelizador e evangelizado, zeloso missionário, incansável viajante por terra e por mar, “Servidor de Cristo, apóstolo por Vocação, posto à parte para anunciar o Evangelho de Deus”...

(Rom. 1, 1).

O homem é uma ânsia em busca de harmonia, de afecto e de sentido e só adere, de verdade, àquilo que percebe como

oferecendo-lhe esse valor, Deus. E a fé cristã é o dom que impele cada um a comunicar o tesouro encontrado. “É a atitude que Deus planta no coração do homem para que, em etapa de redenção, não perca a notícia de ser ‘imagem de Deus’ e não esmoreça no ardor do desejo de voltar a estar na intimidade com Deus. A fé não tem a harmonia do estado original nem a plenitude do estado

definitivo. Ela é a atitude possível do peregrino, do homem

redimido do pecado mas ainda em busca da felicidade definitiva.

Ela é fruto da redenção, obra de Deus em nós, como o foi a imagem de Deus com que fomos criados” .

A fé cristã é, de facto e fundamentalmente, uma atitude de confiança, uma relação do homem com Deus que engloba a

adesão a Jesus Cristo; é uma atitude existencial global que envolve todas as capacidades e potencialidades humanas; é essencialmente cristológica, já que se centra no Mistério pascal de Jesus; é,

simultaneamente, dom de Deus e resposta livre do homem; é experiência de salvação e de libertação, porque entrada numa nova forma de viver e de reagir à vida; é uma resposta pessoal mas, essencialmente, num contexto comunitário; é confiança e engloba a esperança, o amor e a caridade; tem uma dimensão histórica e afirma-se na história; manifesta-se sempre como um projecto de vida ao qual dá origem.

MagentaYellow

(19)

Considerando que, como nos diz Bento XVI (VD, 95), o ardor

missionário é o sinal e a consequência clara da maturidade da fé e da comunidade eclesial;

Considerando que a fé em Jesus Cristo nos integra na Igreja que é o seu Corpo, o Corpo constituído por todos os baptizados;

Considerando que a fé cristã é uma relação mas tem também

conteúdos e verdades que se podem objectivar e que, desta forma, a distinguem de outras formas de fé;

Considerando que a dimensão pessoal e eclesial da fé se implicam mutuamente, já que ninguém nasce ou cresce sozinho e isolado dos contextos humanos e cristãos da vida dos que o geram;

Considerando que fé cristã se fortalece, de forma genuína e natural, na vida em Igreja;

Considerando que Jesus deixou aos seus Apóstolos a missão de serem suas testemunhas até aos confins do mundo (cf. Act. 1, 8) e que a evangelização sempre passou pelo testemunho vivo e

existencial; considerando que o Evangelho de Jesus, quando aceite, desencadeia nas pessoas e, por elas, nas sociedades, um processo transformador; considerando que os cristãos de cada tempo hão-de manifestar, em gestos e palavras, o rosto de Jesus Cristo (que, como lemos em Heb. 13, 8, é o mesmo “ontem, hoje e por toda a eternidade”); considerando que tanta gente procura

hoje ver Jesus na vida e testemunho dos que são seus discípulos;

Considerando que, mesmo entre os cristãos e em alguns ambientes eclesiais, os textos bíblicos, nomeadamente os do Novo

Testamento e particularmente os das Cartas paulinas, são desconhecidos;

Considerando que o Evangelho não pode nunca reduzir-se a uma mera ideologia, uma mera moral, uma mera teologia teórica, uma mera liturgia ou prescrição dogmática;

Considerando que a adesão à fé cristã é também, e

necessariamente, uma adesão a conteúdos concretos (Credo,

Catecismo e verdades da fé, tradição viva da Igreja); considerando a catequese como um momento e uma experiência estruturante da fé cristã, e da evangelização;

Considerando a necessidade actual de revitalizar a catequese infantil, a catequese dos adolescentes, dos jovens e dos adultos;

Considerando que evangelizar não é, prioritariamente, uma

‘técnica’, mas essencialmente uma ‘pedagogia’ ou um processo global para onde convergem vivências e caminhadas, descobertas e compromissos pessoais;

3.2. A assembleia Sinodal propõe FORMAR

a. Centre-se a evangelização a partir do aprofundamento da vida e da Pessoa de Cristo, a começar na iniciação cristã.

b. Tome-se consciência da Eucaristia como lugar natural da relação pessoal com Cristo - Palavra e Pão - e organizem-se momentos ou espaços de oração (tais como Adoração do SS.

Sacramento; Lectio Divina; recitação do Rosário nos meses de Maio e Outubro; Liturgia das Horas; Catequese...).

RENOVAR

c. Valorizem-se os atos litúrgicos e de religiosidade popular, recentrando-os e fazendo deles momentos de oração e de

encontro com Cristo.

d. Organizem-se acções missionárias durante as quais se privilegie a formação para a acção apostólica, o testemunho, a oração comunitária e a celebração da fé.

e. Procurem-se modos diversificados de presença eclesial, como resposta à busca de sentido e desejo de experiências espirituais.

f. Sejam repensados os horários das celebrações e ajustados ao ritmo da vida actual, tendo em atenção as sensibilidades de cada paróquia em concreto e a justeza da disponibilidade dos ministros.

INOVAR

g. Crie-se em cada arciprestado, em estreita colaboração com o Centro de Cultura Católica e com os diversos Secretariados – um e outros de âmbito diocesano – um Centro Arciprestal de

Evangelização (CAEV), tendo em vista uma mais próxima formação da fé dos cristãos e a consequente acção apostólica.

MagentaYellow

(20)

h. Promova-se a criação de novos grupos, a renovação e a dinamização dos existentes nas paróquias – movimentos,

associações, catequistas, escola do altar, ministérios e outros – a partir dos quais e com os quais serão fomentadas as diversas acções pastorais, paroquiais, interparoquiais e arciprestais. Esta proposta implica que se desenvolva uma cultura paroquial de abertura e acolhimento por parte dos próprios sacerdotes.

i. Formem-se agentes pastorais, leigos ou consagrados, que possam garantir a formação da fé dos outros leigos em registo arciprestal e interparoquial.

j. Criem-se estruturas missionárias nos arciprestados e nas paróquias, segundo a recomendação dos Bispos de Portugal (cf.

Carta Pastoral Como Eu fiz, nº 20), nas quais se integrem leigos adultos, jovens e crianças, que cooperem estreitamente com o Secretariado Diocesano das Missões.

COMPROMETER E COMPROMETER-SE

k. Intensifique-se o estudo do Catecismo da Igreja Católica, sobretudo nos grupos paroquiais ou interparoquiais ou nos

arciprestados.

l. Fomente-se a recitação do Credo ou uma fórmula aprovada do Acto de fé, na oração pessoal e comunitária.

m. Valorize-se o «IDE» no final da Eucaristia ou da Celebração Dominical, como envio missionário no Espírito (cf. RM, 22).

3.3. E eu?

3.3.1. Na minha paróquia 3.3.2. No meu movimento 3.3.3. No meu arciprestado

própria Igreja. Mais, é a Vocação própria da Igreja. Não existe evangelização verdadeira se o nome, o ensinamento, a vida, as promessas, o Reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não são anunciados (EN, 22).

Quais são hoje os lugares e os contextos da evangelização?

Podemos referir um conjunto de elementos como campos para a nova evangelização: a cultura (dita pós-moderna), a vida dos homens do nosso tempo, a Liturgia da Igreja e a catequese, a

caridade, o diálogo com os outros, a comunicação e redes sociais, o acolhimento humano.

E os novos evangelizadores quem são? O chamamento é comum, porque também a raiz é comum: o baptismo, o crisma, a

Eucaristia. Todos os baptizados são chamados e convocados para a evangelização. Evidentemente que, de modo particular, são chamados os bispos, os presbíteros, os diáconos, os consagrados, os leigos. A finalidade é chegar a toda a gente.

3.1. Considerando

Considerando que Cristo é o centro da nossa fé e que o centro da vida de Cristo é o seu Mistério Pascal; Considerando que a fé é uma relação pessoal com Jesus Cristo e com a sua vida concreta (gestos e palavras);

Considerando que, nas nossas Comunidades, se tem com a Pessoa e o Mistério de Jesus Cristo uma relação demasiado “institucional”

em detrimento de uma relação mais pessoal e personalizada;

Considerando que a religiosidade popular nem sempre privilegia a expressão cristológica da fé mas mais a expressão mariana e dos santos;

Considerando que a fé nasce do amor, gera e fortalece o amor;

Considerando que, pela fé em Cristo, recebemos de Deus os seus dons, já que estabelecemos com Ele, Pai, a relação que Jesus, o Filho, já vive;

Considerando que, tendo conhecido Jesus Cristo e tendo compreendido a profundidade da sua vida, nos tornamos anunciadores do mistério da sua vida e pessoa, ou seja evangelizadores;

MagentaYellow

Referências

Documentos relacionados

Eu tenho duas coisas em mente: primeiro, que entender o teatro de bonecos é entender a natureza do mundo material na cena; segun- do, que este mundo material é a forma

Por isso, quando a quantidade de Oxigênio Dissolvido na água diminui, os peixes não conseguem compensar esta.. Diminuição, ficando prejudicados e,

Equipamentos de emergência imediatamente acessíveis, com instruções de utilização. Assegurar-se que os lava- olhos e os chuveiros de segurança estejam próximos ao local de

A prova do ENADE/2011, aplicada aos estudantes da Área de Tecnologia em Redes de Computadores, com duração total de 4 horas, apresentou questões discursivas e de múltipla

17 CORTE IDH. Caso Castañeda Gutman vs.. restrição ao lançamento de uma candidatura a cargo político pode demandar o enfrentamento de temas de ordem histórica, social e política

O enfermeiro, como integrante da equipe multidisciplinar em saúde, possui respaldo ético legal e técnico cientifico para atuar junto ao paciente portador de feridas, da avaliação

Para avaliar a gravidade da dor foi utilizada a escala visual analógica (EVA). O ensaio clínico e levantamento foram realizados duas vezes: antes e uma semana após a

a) A formação do montante em juros simples é linear. Dizer que a formação do montante é linear significa dizer que o montante cresce de forma constante, como uma