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E que cara deveria ter esse SUS mais bem financiado?

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Academic year: 2021

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Quais as possibilidades de se contar com um orçamento generoso para o setor Saúde, de modo que o SUS cumpra seus objetivos constitucionais? Que fontes alternativas de financiamento de políticas públicas podem ser utilizadas?

Que estratégias podem ser adotadas para que esses recursos se viabilizem?

E que cara deveria ter esse SUS

mais bem financiado?

(2)

Primeira observação: diferença entre sistema de saúde e sistema de serviços (duas funções -saúde coletiva,

cuidados);

Quem discordaria que saúde/doença estão relacionadas com as condições de vida?

Quem discordaria do argumento de que as pessoas devam ter acesso aos serviços de saúde?

Qual modo de organizar e prestar serviços permite incorporar e interagir com um conceito ampliado de saúde, além de conferir qualidade e sustentabilidade para esses serviços?

(3)

SEGUNDA OBSERVAÇÃO: sucessivas reformas com convergência de desafios

Movimento pendular em que muitos discursos se repetem :

De um lado propostas que, coincidindo com crises cíclicas e ajustes macro-econômicos, fazem o pêndulo oscilar para a contenção de gastos, supressão de direitos com abertura ao mercado privado sob argumento de que competição melhora qualidade;

De outro, em conjunturas econômicas favoráveis ou aberturas políticas, o reconhecimento da saúde como direito e condição para o desenvolvimento e coesão social, ênfase na construção de redes coordenadas pela atenção primária para garantir a racionalidade necessária à qualidade e sustentabilidade do sistema.

(4)

Trajetória de reformas e convergência de problemas Expansão dos serviços

hospitalares com financiamento estatal; Países centrais

Reformas pró-coordenação, renovação da APS/Redes,

Obamacare,crise européia e pressões do mercado,

“Universal Health Coverage”

Aumento de gastos, reformas

“democrático-racionalizadoras;

Atenção primária de saúde-APS Ajustes , reformas neo-liberais, reformas tardias (Espanha,

Brasil), APS seletiva 1950-70

Período mais recente

Década de 70

Década de 80/90

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DESAFIOS COMUNS

MACROESTRUTURAIS

NO ÂMBITO DA MESO E DA MICROGESTÃO

SEGMENTAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO

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TERCEIRA OBSERVAÇÃO : DINÂMICA DA ACUMULAÇÃO SETORIAL

complexo médico- industrial (tecnologia e indústria farmacêutica), complexo médico-financeiro (seguros privados) com hipertrofia do setor de serviços (assessorias, TICs, exportação de hospitais, turismo médico) (Andreazzi &

Kornis,2008).

ganhos complementares entre segmentos com inflação crônica e crescimento dos gastos;

capacidade de regulação pública reduzida diante de uma complexa pluralidade de agentes relacionando-se com a política industrial, financeira e de serviços pessoais, todas permeadas por valores e normas éticas referentes à intervenção sobre a vida humana.

(7)

Estimativas de crescimento do mercado de serviços de saúde 2014: 9% Ásia, 8.5% economias em transição e África, 6.6% A.L, 4.8% América do Norte, 0.7 Europa (The Economist, 2014);

A proposta de “COBERTURA UNIVERSAL EM

SAÚDE”

(8)

MARCO LEGAL

ACESSO

DESEMPENHO

ADECUAÇÃO EFETIVIDADE

FINANCIAMENTO APS

CONDICIONANTES

COMPLEXO PRODUTIVO DEMOGRÁFICOS

DETERMINANTES

CONDICIÇÕES DE VIDA SOCIO-ECONÔMICOS

MATRIZ OIAPSS: TEMÁTICAS E DIMENSÕES

(9)
(10)

QUARTA OBSERVAÇÃO

Sistemas nacionais de saúde com prestação integrada de serviços de base territorial: bons indicadores, sustentáveis do ponto de vista macroeconômico;

O caráter público que favorece virtudes, também encerra fragilidades (listas de espera, burocratização), mas formas de privatização não tem mostrado um desempenho melhor;

(11)

QUINTA OBSERVAÇÃO

DIFERENÇA ENTRE QUALIDADE EM NÍVEL INDIVIDUAL E COLETIVO:

ACESSO , DIMINUIR DESIGUALDADES COM GASTOS SUSTENTÁVEIS;

RESPOSTA RÁPIDA E EFICIENTE PARA O PROBLEMA DE SAÚDE

(12)

MUITAS ANÁLISES E INTERPRETAÇÕES SOBRE DIFICULDADES E PROBLEMAS FINANCIAMENTO : “Uma Ferrari que não botaram gasolina” (Gilson

Carvalho );

GESTÃO : espalhada (compartilhada ?) entre governo federal, estadual e municipal; mais de 5.500 operadores que são os municípios onde as pessoas ingressam nesse sistema; a maior parte de pequeno porte, grande

rotatividade política ;

CRESCIMENTO DO SETOR PRIVADO : “planos de saúde”, hospitais de ponta subvencionados, EVASÃO DAS CLASSE MÉDIAS , diversos arranjos perversos;

TRAJETÓRIA: reforma tardia, ênfase na arquitetura do sistema sem

mudanças no modo de atender as pessoas (10 primeiros anos), movimento sanitário aposta no Estado ;

SUCATEAMENTO DA REDE PÚBLICA E FALTA DE PROFISSIONAIS: apenas 1.2% dos médicos são especialistas em Medicina de Família e Comunidade

(13)

PARTICULARIDADES DA REFORMA BRASILEIRA NUMA PERSPECTIVA COMPARADA

Países centrais analisados: construções históricas, sistemas de atenção médica, seguro público com alta cobertura,

participação efetiva da sociedade, negociação com categoria médica ;

financiamento público adequado, papel restrito do seguro privado, é o sistema que TODOS usam;

“Democracia inconclusa”, seguro público ainda limitado, pouco

envolvimento de atores sociais estratégicos, incluindo categoria médica;

financiamento público menor que 50%, crescimento dos seguros (classe média, trabalhadores formais), arranjos adversos, influência de modelo com uso intensivo de tecnologia e especialização;

(14)

PARTICULARIDADES DA REFORMA BRASILEIRA NUMA PERSPECTIVA COMPARADA

Modelo de gestão :

descentralização até Estados ou regiões, menor número de

operadores;

Formação incremental de médicos de família e comunidade, carreira, especialistas funcionários em hospitais, divisão técnica das funções clínicas e de saúde coletiva;

Descentralização até município num complexo processo de gestão e

planejamento da prestação de serviços

MFC representam 1.2% dos

especialistas (Schaeffer, 2015), ausência de carreira, aumento de profissionais no setor privado;

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CONQUISTAS: o “milagre” do desempenho?

Gasto por pessoa : aprox. $ 1.000 dólares , R$ 3.500 reais, gasto público: 1.750 reais (OECD, 2013), estudo CFM/ONG Contas abertas: R$ 1,419 R$ 3,89 por dia (2014) ;

Esforço sustentado gestores locais, técnicos, profissionais, conselheiros;

Estratégia de Saúde da Família : mais de 40.000 equipes, indicadores e mudanças positivas nos processos de

trabalho;

Assistência odontológica;

Formação e pesquisa em saúde coletiva;

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Política de saúde é uma construção social, uma escolha da sociedade;

O SUS é visto como o sistema de saúde brasileiro?

Como seria se fosse para todos? O que levar em conta para legitimar uma (re) construção?

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O QUE VEM DIZENDO ALGUNS DOS PRINCIPAIS ATORES?

Avaliação do SUS pela população (2015, 2014, 2013): Acesso , tempo de espera, satisfação

http://portal.cfm.org.br/images/PDF/pesquisadatafolhacfm2015.pdf

http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25807:2015-10-13-14-55-36&catid=3

43% : saúde deveria ser prioridade para Governo Federal;

SUS constantemente acionado: 86% (diretamente ou por proximidade com alguém da família) declarou ter procurado a rede pública;

postos e consultas;

mais da metade: difícil ou muito difícil conseguir procedimento pretendido, especialmente cirurgias (63%);

Entre dez serviços estudados, atendimento nos postos e distribuição de remédios com reprovação menor, chegando a 43%;

30% declararam estar aguardando ou ter alguém na família aguardando marcação ou realização de algum procedimento;

Falha na gestão (77%), SUS não tem recursos suficientes para atender bem a todos (53%),

Médicos precisam de estrutura para trabalhar (93%) e merecem ser valorizados (86%);

(18)

CEBES: “os inaceitáveis”,

Por um SUS de todos os brasileiros! (Vitória, 2014) Propostas do Movimento da Reforma Sanitária: projeto nacional (inclusão, direito a saúde, papel do Estado, sistema universal), reformas inadiáveis, seguridade, financiamento (fim dos subsídios), regionalização e redes, APS resolutiva (diálogo, integração, tempos de espera); caráter público da gestão (terceirizações,lógicas privatistas); formação, carreiras públicas de base municipal, regional ou estadual, incorporação de tecnologias, política industrial nacional. ABRASCO, ABRES,AMPASA, Associação de Membros do Ministério Público em Defesa da APSP,CEBES,IDISA, REDE UNIDA, SBB.

Sistema Único de Saúde –

Caixa ÚnicoMauro Junqueira

Estratégias para consolidação do SUS e do direito à saúde . Gastão Wagner :

O SUS Brasil – “Uma utopia possível?”

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USUÁRIOS EQUIPE PROFISSIONAL RECURSOS

FLUXOS

COMUNICAÇÃO INTEGRAÇÃO

MEDIDAS

OPERACIONAIS DECISÕES

DIREITOS COBERTURA FINANCIAMENTO REGULAÇÃO

CONTEXTO DEMOGRÁFICO, SOCIOECONÔMICO, CULTURAL BIOLÓGICO E COMPORTAMENTAL

DETERMINANTES NÃO MÉDICOS

MACRO SOCIAL

POLÍTICAS

MESO

GESTÃO

MARCO ABRANGENTE PARA COMPREENSÃO DOS SISTEMAS DE SAÚDE

RESULTADOS RELAÇÕES

INTERPESSOAIS

ACESSO

COMMUNICAÇÃO EFETIVIDADE

CONILL E, FAUSTO M, 2007:68

MICRO

CUIDADO

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Abrindo a discussão- o SUS reajustado, o SUS como um sistema: campos estratégicos de ação

1-Complexo produtivo (política industrial, regulação, incorporação tecnológica)

2- Formação/ Carreira SUS (provimento emergencial?)

(21)

3- Profissionalização da gestão (menor rotatividade político- partidária) – Nova ordem, nova estrutura jurídico-institucional nas regiões?

4- Informatização / Cartão Nacional SUS

5- Atenção básica : aperfeiçoamento do Programa de Melhoria do Acesso e Qualidade-PMAQ, resolubilidade;

6- Atenção especializada: nós críticos;

7- Vigilância e promoção: repensar divisão técnica em nível local

(22)

Satisfação no trabalho; Maior legitimação social; Menor medicalização;

Entraves político-administrativos; correlação

de forças na disputa de modelos técnico-

assistenciais, papel das classes médias;

(23)

O SUS provedor/comprador de coberturas , modelo de separação provedor/prestador

1- Cobertura integral e comum aos diversos segmentos;

2- Estimula competição e regula – repassa a atribuição de “eficiência” para o mercado

Natureza do Estado, pressões de mercado e manutenção do modelo fragmentado e insustentável a médio prazo, experiências negativas de outros países;

Média complexidade, apoio de muitos segmentos e forças sociais, “coerente com a tendência do pêndulo;”

(24)

Acesso oportuno ou

oportunidades de negócios?

Obrigada ! WWW.OIAPPS.ORG

Referências

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