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Reflexão Crítica de Atividades. Ensino Clínico Saúde Mental e Psiquiatria

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Instituto Politécnico de Viana do Castelo Escola Superior de Saúde

Reflexão Crítica de Atividades

Ensino Clínico – Saúde Mental e Psiquiatria

Discente: Ana Carolina Fernandes Pereira, Nº11172, 3ºB

Ponte de Lima, 24 de Abril de 2014

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Página | 1 Instituto Politécnico de Viana do Castelo

Escola Superior de Saúde

XIII Curso de Licenciatura em Enfermagem Ano Lectivo: 2013/2014

Reflexão Crítica de Atividades

Ensino Clínico – Saúde Mental e Psiquiatria

Unidade Curricular: Ensino Clínico – Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria Regente da Unidade Curricular: Prof. Isabel Amorim Gestor Pedagógico: Prof. Joaquim Passos Enfermeiras Tutoras: Enf.ª Mónica Morais e Enf.ª Sílvia Pereira

Discente: Ana Carolina Fernandes Pereira, Nº11172, 3ºB

Ponte de Lima, 24 de Abril de 2014

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Página | 2 PENSAMENTO

“A saúde é o resultado não só de nossos atos como também de nossos pensamentos.”

Mahatma Gandhi

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Página | 3 ABREVIATURAS/SIGLAS

CE – Consulta Externa

EPS – Educação Para a Saúde

HCE – História Clínica de Enfermagem

PRESSE - Programa Regional de Educação Sexual e Saúde Escolar

UCC – Unidade de Cuidados na Comunidade

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Página | 4 ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 5

REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES ... 6

CONCLUSÃO ... 14

BIBLIOGRAFIA ... 15

(6)

Página | 5 INTRODUÇÃO

Esta reflexão crítica de atividades refere-se ao Ensino Clínico de Saúde Mental e Psiquiatria. O ensino clínico teve lugar em dois contextos diferentes – Unidade de Cuidados na Comunidade Saúde Mais Perto e na Consulta Externa de Saúde Mental e Psiquiatria do Hospital Conde de Bertiandos, sob orientação do gestor pedagógico professor Joaquim Passos e das enfermeiras tutoras Mónica Morais e Sílvia Pereira, que decorreu entre os dias 24 de Março e 2 de Maio de 2014.

O Ensino Clínico – Saúde Mental e Psiquiatria como primeira experiência de aprendizagem em contexto prático de saúde mental e psiquiatria tem como finalidade proporcionar a nós, estudantes de enfermagem, o desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e habilidades técnicas e humanas fundamentais à promoção da saúde mental em contexto comunitário e à prestação de cuidados de enfermagem ao indivíduo com patologia do foro mental integrada na família e comunidade aos diferentes níveis de prevenção. Pretende-se ainda que os estudantes de enfermagem desenvolvam capacidades crítico-reflexivas que permitam a identificação de problemas e intervenções de enfermagem à pessoa com patologia do foro mental e demonstrem capacidades de mobilização, articulação e integração global de conhecimentos de saúde mental e psiquiatria e de áreas curriculares subsidiárias. A natureza ética e deontológica na prestação de cuidados, quer seja ao indivíduo, família ou comunidade, é outra das competências fundamentais que os estudantes de enfermagem não devem menosprezar.

Além de ser um instrumento de avaliação muito importante, a reflexão crítica de

atividades tem como finalidade a reflexão sobre o meu desempenho e sobre a minha

evolução ao longo do ensino clínico. Neste sentido, pretendo fazer uma apreciação do

meu percurso tendo por base os contributos, dificuldades e a importância do meu

desempenho nos diferentes contextos de ensino clínico, experiências vivenciadas e

atividades desenvolvidas.

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Página | 6 REFLEXÃO CRÍTICA DE ATIVIDADES

Refletir sobre a própria experiência permite-nos mobilizar e integrar conhecimentos teórico-práticos, ajudando a melhorar o nosso trabalho. Esta ação deve constituir-se um processo produtivo no qual pensamos e refletimos sobre as nossas práticas, dificuldades e estratégias adoptadas no sentido de ultrapassar os obstáculos. Ao refletirmos possibilitámos o desenvolvimento de competências reflexivas e uma melhor compreensão e controlo sobre as nossas experiências. Na perspectiva de Palmer, Burns e Bulman citados por Santos (2009), fazer reflexão em enfermagem é ter a visão de que as situações de cuidados são complexas, é tentar compreender do que trata a enfermagem, é fazer o esforço de se auto-informar e fazer auto-avaliação assim como questionar a rotinização e a ritualização nos cuidados e fazer esforços para mudar e desafiar a prática corrente.

Encontrando-me num processo de aprendizagem contínuo e do qual devo ser agente ativo na minha formação e desenvolvimento, a minha preocupação inicial com o ensino clínico de saúde mental e psiquiatria foi o facto de estar pela primeira vez num domínio comunitário e no qual seria necessário desenvolver conhecimentos, capacidades e habilidades técnicas e humanas fundamentais à promoção da saúde mental. Posto isto, espera-se que a pró-atividade dos estudantes seja diferente de todos os outros ensinos clínicos, isto porque a promoção da saúde e prevenção da doença requer um investimento enorme por parte dos agentes de educação para a saúde (ex. enfermeiros) no sentido de capacitar as pessoas a melhorar e a aumentar o controlo sobre a sua saúde e a obtermos ganhos em saúde. Apesar desta preocupação inicial, senti-me muito entusiasmada por ser o primeiro ensino clínico a desenvolver uma prática centrada na comunidade e no qual pude adquirir conhecimentos e desenvolver atividades diferentes dos contextos de internamento.

Relativamente ao início do ensino clínico, na reunião de integração realizada

com os gestores pedagógicos dos vários contextos, foi exposto o âmbito dos mesmos,

os objetivos, a equipa pedagógica e a metodologia de avaliação, contudo esta foi em

grande parte focada nos estudantes que iam para o contexto de internamento. Durante

a reunião tive algumas dificuldades em perceber de que forma é que os estudantes a

desenvolver ensino clínico na comunidade teriam de elaborar um plano de ação, pois

nunca antes tinha elaborado um documento desta natureza. Ainda no primeiro dia foi

realizada uma visita ao Departamento de Saúde Mental e Psiquiatria da ULSAM –

Consulta Externa e Hospital de Dia, com o objetivo de conhecer as dinâmicas de

intervenção multidisciplinar no atendimento do doente do foro psiquiátrico em regime

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Página | 7 ambulatório. Considero que esta visita foi uma mais-valia uma vez que nos permitiu conhecer outros contextos onde se prestam cuidados de saúde mental e psiquiatria para além do internamento. Pude compreender como é feita a articulação das diferentes unidades no Departamento de Saúde Mental e Psiquiatria e acima de tudo foi possível observar algumas das dinâmicas que nós iriamos desenvolver na Consulta Externa de Saúde Mental e Psiquiatria no Hospital Conde de Bertiandos.

No 2º dia de ensino clínico dirigimo-nos à Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) “Saúde Mais Perto” em Ponte de Lima, onde sob orientação da enfermeira tutora Mónica Morais pudemos conhecer a unidade e todos os projetos que estão a ser desenvolvidos pelos enfermeiros da UCC e de que forma contribuem para a promoção da saúde mental e prevenção da doença mental. Nesse mesmo dia também visitamos a Consulta Externa (CE), sob orientação da enfermeira tutora Sílvia Pereira que nos explicou a dinâmica do serviço, apresentou-nos a estrutura física, os profissionais, as patologias psiquiátricas mais frequentes e a medicação administrada na CE. Outro dos aspetos fundamentais abordados no dia de integração com a enfermeira Sílvia foi a avaliação inicial de enfermagem no âmbito da saúde mental e psiquiatria. A enfermeira deu-nos a conhecer este documento que está adaptado à CE e difere em alguns aspetos da avaliação inicial de enfermagem realizada no serviço de internamento. Explicou de forma breve como se realiza uma avaliação inicial deste tipo e a importância de complementarmos esta informação através da aplicação de algumas escalas. Como desconhecia algumas dessas escalas avaliativas, tive necessidade de realizar uma pesquisa bibliográfica de forma a consolidar conhecimentos e saber que escalas aplicar em cada situação específica. Tivemos ainda a oportunidade de conhecer algumas das atividades que os nossos colegas realizaram no âmbito da CE e fomos elucidados pela enfermeira Sílvia a fazer algo diferente e criativo. Factor este que me deixou bastante entusiasmada com o planeamento desta atividade e com a sua concretização.

Durante a primeira semana na UCC “Saúde Mais Perto”, além de nos dar a

conhecer os projetos da unidade, a enfermeira tutora Mónica Morais orientou-nos

acerca dos projetos onde poderíamos intervir. Posto isto, decidimos desenvolver

atividades de promoção da saúde mental e prevenção da doença mental em grupos

vulneráveis ou de risco atuando nos três níveis de prevenção. A elaboração do plano

de ação, como já tinha mencionado, foi um dos aspetos que inicialmente me trouxe

algumas preocupações e dúvidas uma vez que desconhecia os aspetos que este

documento deve contemplar, contudo estas dúvidas desapareceram através das

orientações do gestor pedagógico, professor Joaquim Passos, que nos explicou

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detalhadamente como devíamos elaborar o projeto de intervenção comunitário, o

plano de ação e as respectivas atividades estruturadas. Inicialmente pensei que iria

ser mais complicado planear e organizar as atividades uma vez que precisamos de

várias autorizações e precisávamos de contactar diferentes entidades (ex. lares,

escolas, etc.). Com o tempo percebi que não é difícil projetar atividades desde que

saibamos enunciar a sua importância para a população-alvo e as estruturemos

devidamente. Com isto quero dizer que no nosso plano de ação foi efetuado com base

nos programas e projetos da UCC considerando o diagnóstico de situação e as

necessidades específicas de cada grupo e ao mesmo tempo tivemos em atenção a

vertente de promoção da saúde mental e prevenção da doença mental. O grupo

resolveu avançar com algumas ideias para as atividades que se inseriam nos projetos

da UCC. Ao apresentarmos grande parte das nossas ideias, a enfermeira Mónica deu

a sua opinião e em conformidade com esta cedemos alguns projetos devido à falta de

recursos e prosseguimos com outros. Entre as diferentes atividades desenvolvidas

pelo nosso grupo, demos continuidade a uma já iniciada pelo grupo anterior que

realizou ensino clínico na UCC “Saúde Mais Perto”. Em conjunto com a enfermeira

Mónica decidimos dar continuidade a este projeto visto ser uma problemática atual e

frequente na nossa sociedade. Deste modo, deliberámos que os dois projetos major

onde iriamos intervir promovendo a saúde mental e prevenindo a doença mental

seriam no Programa Regional de Educação Sexual e Saúde Escolar (PRESSE) e no

Envelhecimento Ativo. Pensamos ainda intervir junto dos alunos do 1ºciclo abordando

o tema do bullying e com as grávidas promovendo uma sessão de relaxamento

contudo uma vez que os alunos do 1ºciclo tiveram o período de férias da Páscoa o

tempo dificultou-nos o planeamento destas atividades e a sua execução. Perante a

orientação da enfermeira Mónica fomos informados que seria melhor dar prioridade às

outras atividades no sentido destas serem bem-sucedidas. Realizamos assim diversas

pesquisas bibliográficas acerca dos diferentes temas (Violência no Namoro,

Estimulação Cognitiva, Sensorial e Motora no Idoso) de modo a estruturar as

atividades e direccioná-las para a saúde mental. Aquando do planeamento das várias

atividades, o professor Joaquim deu-nos o seu feedback e foi corrigindo e sugerindo

alguns aspetos que devíamos reformular. Saliento que sendo este o primeiro ensino

clínico que planificamos atividades estruturadas, relevamos algumas dificuldades

principalmente na definição dos objetivos gerais e específicos pois estes deveriam

estar em consonância com o diagnóstico de situação, fundamentação da atividade e

sua descrição e nem sempre conseguimos atingir esta conformidade entre os

diferentes tópicos. Durante a primeira e segunda semana na UCC fomos projetando as

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Página | 9 diferentes atividades e ainda tivemos oportunidade de participar num chã dançante, em duas sessões de educação para a saúde onde o tema abordado foi a sexualidade com jovens do ensino secundário e em três atividades desenvolvidas no âmbito do projeto PASSE (Programa Alimentação Saudável em Saúde Escolar) com os alunos da Escola E. B. 1 de Ponte de Lima. Considero que a realização das atividades de EPS escolar são muito importantes na medida em que tem assumido uma preponderância cada vez maior na sociedade actual e com o objetivo de influenciar positivamente a saúde e os comportamentos de saúde de crianças e adolescentes, assim como da restante comunidade escolar, através da implementação de programas. A participação nestas atividades foi uma mais-valia para a nossa formação e com elas pude compreender a forma como as escolas e os professores vêem-se perante a exigência de novas funções necessitando, por um lado, de alargar e de aprofundar conhecimentos noutras áreas que não as da sua formação de base e, por outro, de estabelecer parcerias com os profissionais de saúde para, em conjunto, desenvolverem intervenções mais consistentes.

A primeira atividade desenvolvida no âmbito do projeto de Envelhecimento Ativo foi uma atividade de estimulação cognitiva na qual estiveram presentes 38 idosos institucionalizados em vários lares do Concelho de Ponte de Lima. Segundo Apóstolo [et al.] (2011), a manutenção da saúde cognitiva tem uma importância fundamental na prevenção do compromisso cognitivo e no atraso da instalação do quadro demencial, da dependência e da incapacidade do idoso para se auto-cuidar.

No decorrer da atividade e posteriormente com a análise dos dados pude compreender como a estimulação cognitiva é fundamental pois com o envelhecimento estas capacidades atrofiam e se não forem estimuladas há um risco elevado de deterioração corporal e funcional, diminuição da vitalidade e da capacidade de adaptação do organismo às mudanças. Todas as atividades realizadas com os idosos contribuíram significativamente para a minha formação assim como proporcionaram aos idosos o mais alto nível de funcionamento biopsicossocial e consequentemente a melhor qualidade de vida possível através da reabilitação psicossocial. Adorei trabalhar com os idosos, pois apesar de ser um grupo vulnerável demonstra muitas capacidades de interação e participação ativa.

Outra das atividades desenvolvida com os idosos foi uma estimulação

sensorial. Com o envelhecimento, os nossos órgãos sensoriais vão diminuindo a sua

capacidade e velocidade de funcionamento e consequentemente a percepção altera-

se. De forma a mantermos a autonomia e a independência dos idosos, o papel do

enfermeiro revela ser de extrema importância uma vez que melhora a comunicação e

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Página | 10 o humor, o contacto com o ambiente, a funcionalidade cognitiva e social, aumenta a mobilidade e o bem-estar do idoso através de diferentes atividades de estimulação cognitiva e sensório-motora como estas que realizamos no âmbito do Envelhecimento Ativo. Apesar das condições meteorológicas não serem favoráveis, factor este que também comprometeu a participação dos lares, o grupo reduzido de idosos com o qual trabalhamos mostrou um feedback positivo, participou ativamente e realizou a maior parte das atividades com sucesso. Penso termos atingido os objetivos ao qual nos propusemos uma vez que estimulamos ativamente os sentidos primários mas acima de tudo considero que a interação social e com o meio envolvente possibilitou um momento de descontracção e de recordações e permitiu que os idosos redescobrissem o próprio corpo e as suas capacidades.

Por fim, outra das atividades ainda a desenvolver com os idosos será uma estimulação motora. Uma vez que a atividade física permite manter a saúde física, mental e social, a capacidade funcional e o bem-estar dos indivíduos, resolvemos realizar uma dança pois esta é uma das formas de influenciar positivamente a auto- imagem e satisfação corporal, o auto-conceito e a auto-estima da população sénior.

Segundo Carvalho [et al.] (2009), o exercício físico parece estar estreitamente ligado à saúde mental e de acordo com as avaliações psicológicas a sensação de bem-estar provém em grande parte da realização de atividade ou exercício físico. Posto isto, esperamos que com esta atividade sejamos capazes de promover momentos de distração relativamente às preocupações, o aumento da auto-estima, do bem-estar e da socialização entre os participantes assim como estimular a expressão corporal.

Penso que a atividade realizada no âmbito do PRESSE (Violência no Namoro)

foi das atividades que exigiu um maior investimento uma vez que lidamos com um

problema social grave e cada vez mais frequente. Pude verificar que o trabalho com

adolescentes requer especial atenção pelo facto desta idade ser um período

fundamental da maturação psicológica, marcado por uma grande instabilidade

emocional e pela presença de conflitos interpessoais. É durante a adolescência que a

sexualidade se manifesta de forma mais clara e intensa e que se estabelece a ligação

entre a sexualidade e a afetividade. Uma vez que a educação sexual constitui uma

importante dimensão da promoção e proteção da saúde, o nosso objetivo principal era

instruir sobre o respeito pelo outro, a igualdade de direitos entre homens e mulheres, a

recusa de todas as formas de violência, a importância da comunicação e envolvimento

afectivos e a promoção da saúde física e mental. Penso que abordamos a temática de

forma interessante e que a ajuda da enfermeira Mónica foi imprescindível para

alcançarmos os objetivos. Na minha opinião, a utilização do teatro revelou-se uma

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Página | 11 forma dinâmica de transmitir informação e que se apropriou eficazmente à temática e à população-alvo. A meu ver a nossa comunicação melhorou progressivamente aquando das sessões e além de transmitirmos novos conhecimentos fizemos com que os adolescentes refletissem sobre comportamentos e relações menos saudáveis que comprometem o seu bem-estar físico e psicológico. Com esta atividade pude ainda compreender a importância do papel do enfermeiro, em complementaridade com as famílias e o sistema educacional, em ajudar o adolescente a criar laços afetivos e sociais mais estáveis e em promover comportamentos e atitudes saudáveis.

De uma forma geral, penso que o meu percurso pela UCC correu bem, tive oportunidade de intervir em várias áreas da saúde mental e em diferentes grupos e consegui ultrapassar as dificuldades que surgiram através do forte investimento pessoal no plano de ação e nas atividades. Uma das grandes preocupações que tive neste aspeto foi o receio de não conseguirmos organizar as atividades em tempo oportuno uma vez que todas elas exigiram muita preparação a nível teórico e prático.

Em relação às orientações da enfermeira Mónica considero que estas foram fundamentais e oportunas na medida em que nos ajudou a melhorar diversos aspetos das nossas atividades e a sermos mais assertivos naquilo que pretendíamos alcançar.

A sua motivação contagiou-me ao longo de todo o ensino clínico e penso que a forte capacidade de comunicação, originalidade e criatividade que possui são das características mais importantes quando trabalhamos com comunidades e queremos captar a sua atenção para as problemáticas de saúde e utilizar estratégias que ajudem os indivíduos e a comunidade a adoptar ou modificar comportamentos que permitam um melhor nível de saúde física e mental.

No âmbito da CE de Saúde Mental e Psiquiatria tive oportunidade de acompanhar, em grande parte, doentes com patologia depressiva. Até à data tive oportunidade de comparecer 3 dias na CE, sendo que logo no primeiro dia pude assistir a duas consultas realizadas pela enfermeira Sílvia e tive oportunidade de realizar cinco consultas sob orientação da mesma. Também neste contexto houve necessidade de realizar um trabalho prévio de forma a maximizar as oportunidades e obter experiências mais proveitosas.

Durante as consultas que realizei senti-me um pouco nervosa por ser das

primeiras experiências de aprendizagem em contexto de saúde mental e psiquiatria e

na qual estive em contacto directo com indivíduos com patologia do foro mental e sua

família. No entanto, uma das estratégias que me ajudou a ultrapassar esta dificuldade,

que já previa, foi a realização de um guião com a ordem das questões a seguir durante

a entrevista. Este guião realizado por mim estava em complementaridade com a

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Página | 12 avaliação inicial de enfermagem e especificava quais os aspetos mais importantes que devia focar. Considero que esta foi uma estratégia eficaz que permitiu diminuir a minha ansiedade, fez-me sentir mais preparada para a recolha de dados sobre a situação do utente atendendo à sua dimensão holística e consequentemente permitiu-me redigir e completar a história clínica de enfermagem (HCE) de forma pertinente, completa, precisa e com rigor científico. Outra das estratégias que me permitiu mobilizar mais facilmente os conhecimentos teórico-práticos e preparar-me para as entrevistas, foi a consulta de outras fontes de informação como o processo clínico do doente e os relatórios médicos antes da consulta, para este último aspeto foi fundamental o auxílio da enfermeira Sílvia, uma vez que os relatórios estão informatizados e nós não tínhamos acesso. Relativamente à avaliação inicial de enfermagem, considero ter atingido com alguma eficácia os objetivos para este parâmetro uma vez que através da técnica de entrevista e da observação, bem como a consulta de outras fontes de informação tentei sempre recolher o máximo de dados possíveis. Apesar de esta ter sido a primeira experiência na qual entrevistei doentes do foro mental, penso ter aperfeiçoado o rigor e os pormenores no registo das HCE, contudo em várias situações, tive necessidade de recorrer à ajuda da enfermeira Sílvia e da consulta bibliográfica para torná-la o mais precisa e completa possível, sobretudo ao nível do exame do estado mental.

O contexto de CE permitiu-me ainda lidar de forma recorrente com a administração de psicofármacos (injectáveis intramusculares), pude melhorar a técnica propriamente dita, pois até agora foi o único contexto onde tive oportunidade de aperfeiçoar este procedimento, e mobilizar e articular conhecimentos de semiologia psiquiátrica e psicofarmacologia em cada situação específica.

Em relação à elaboração do estudo de caso, penso que este parâmero de

avaliação enquanto parte integrante do processo formativo deve ser visto como um

contributo para o desenvolvimento da aprendizagem, pois mais do que um momento

avaliativo é um momento de reflexão e aprendizagem. Tive algumas dificuldades na

elaboração do estudo de caso, nomeadamente na abordagem da patologia

psiquiátrica pois esta já tinha ocorrido à 7 anos e atualmente a utente encontra-se

numa fase compensada pelo que não pude observar e/ou identificar sinais e sintomas

que evidenciassem qualquer alteração do estado mental. Houve necessidade de

recorrer a diferentes referências bibliográficas, o que me permitiu alargar o meu campo

de conhecimento sobretudo ao nível do diagnóstico e classificação das perturbações

do humor e na elaboração do exame do estado mental. Um dos aspetos que me

ajudou bastante na identificação dos diagnósticos e intervenções de enfermagem na

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Página | 13 realização do estudo de caso foi a obtenção do máximo de dados possíveis na HCE e a aplicação de algumas escalas.

A atividade que realizamos na CE foi direccionada para os doentes com patologia depressiva, e teve como objetivo geral ajudar a identificar e gerir alguns dos sinais e sintomas da patologia depressiva. Sendo a depressão uma das patologias psiquiátricas com grande prevalência na CE, consideramos pertinente intervir junto destes doentes no sentido incentivar à participação em atividades de distração e consequentemente diminuir o sofrimento psicológico e o impacto da doença no funcionamento global. Consideramos ter atingido os objetivos aos quais nos propusemos uma vez que os participantes demonstraram um feedback positivo acerca da nossa intervenção e houve sempre uma interação e participação ativa destes durante a sessão.

Posto isto, penso que tive uma prestação bastante positiva, com a perfeita noção que ainda tenho aspetos que posso e devo melhorar. Considero que esta foi uma experiência gratificante e enriquecedora para o meu processo formativo pois permitiu-me conhecer a realidade da CE de Saúde Mental e Psiquiatria e estar em contacto directo com doentes do foro mental. Ao longo do ensino clínico tentei sempre aproveitar o máximo de experiências que o contexto me ofereceu. Relativamente às orientações dadas pela enfermeira Sílvia, considero que demonstrou disponibilidade total para retirar as minhas dúvidas e explicar algumas das situações com as quais nos deparamos.

A natureza ética e deontológica na prestação de cuidados, quer seja ao indivíduo, família ou comunidade é uma vertente incutida na arte do cuidar em enfermagem pelo que devemos sempre respeitar os direitos e valores dos doentes e das suas famílias, bem como os próprios valores pessoais. Penso ter demonstrado competências a este nível assim como também apresentei responsabilidade face aos valores e princípios da profissão e do papel do enfermeiro. Ao longo do ensino clínico, as questões éticas evidenciaram-se mais no contexto da CE pois era nesse espaço que contactava com utentes frequentemente, no entanto também durante as atividades procurei ter presente valores como respeito, a dignidade, a autonomia, a individualidade, a igualdade, a privacidade, o bem-estar e o consentimento informado.

O trabalho em equipa foi um aspeto muito importante ao longo de todo o ensino

clínico uma vez que contribui claramente para que este fosse bem-sucedido. Penso

que o grupo demonstrou capacidades para interagir e colaborar em equipa e que

todos nós participamos ativamente nas decisões e na planificação das atividades.

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Página | 14 CONCLUSÃO

Analisando todo o meu percurso durante o ensino clínico de saúde mental e psiquiatria, considero que este contexto e o trabalho na comunidade, despertou em mim um interesse diferente daquele que já havia experienciado noutras áreas. Posso afirmar que aprendi bastante e tentei sempre responder aos objetivos inicialmente propostos de forma a puder melhorar progressivamente.

Uma vez que me encontro em processo formativo penso que a minha atitude de interesse e motivação face à aprendizagem ajudou bastante na aquisição de novos conhecimentos e competências e tentei sempre aproveitar o máximo de experiências possíveis. Relativamente às dificuldades sentidas no ensino clínico penso ter adquirido estratégias que me permitiram ultrapassá-las com alguma eficácia. Ao longo destas semanas considero que evolui tanto a nível individual como em grupo, aumentando progressivamente a autonomia na escolha de atividades, no planeamento e na sua gestão.

De uma forma geral faço um balanço positivo do ensino clínico no qual pude

desenvolver atividade de promoção da saúde mental e prevenção da doença mental

na comunidade em vários estádios do ciclo vital e estar em contacto com doentes do

foro mental e suas famílias na consulta externa de saúde mental e psiquiatria. Nas

várias experiências vivenciadas tive oportunidade de alargar o meu campo de

conhecimento, adquirir novas experiências, novos saberes e orientações fundamentais

para o meu percurso formativo. Para isso contribuíram as enfermeiras tutores e o

gestor pedagógico, aos quais agradeço todo o apoio e disponibilidade. Foi uma

experiência gratificante trabalhar na Unidade de Cuidados na Comunidade “Saúde

Mais Perto” e na Consulta Externa de Saúde Mental e Psiquiatria pelos excelentes

profissionais de saúde que estes contextos possuem e pela especificidade de

pessoas/utentes com quem trabalhei pois permitiu-me desenvolver novas capacidades

na área da saúde mental e psiquiatria.

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Página | 15 BIBLIOGRAFIA

ALVES, Ana Maria Seco [et al.] – Orientações para a elaboração e apresentação de trabalhos científicos: projetos, relatórios, monografias e dissertações. 2013 Acessível na Escola Superior de Saúde, Viana do Castelo, Portugal.

APÓSTOLO, João Luís Alves [et al.] – Efeitos da estimulação cognitiva em idosos.

Revista de Enfermagem Referência. Coimbra. ISSN: 0874-0283. Nº5. (2011), p. 193- 201.

CARVALHO, José Carlos [et al.] – Atividades: Compilação de Atividades Terapêuticas. Estágio de Saúde Mental no Hospital de Magalhães Lemos. 2009 Acessível na Escola Superior de Enfermagem do Porto, Portugal.

SANTOS, Elvira Maria Martins – A Aprendizagem pela Reflexão em Ensino Clínico.

Estudo Qualitativo na Formação Inicial em Enfermagem. Universidade de Aveiro,

Departamento de Didática e Tecnologia Educativa, 2009. Tese de doutoramento.

Referências

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