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AULA 01: FAKE NEWS E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

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Academic year: 2022

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AULA 01: FAKE NEWS E SEUS IMPACTOS NA SOCIEDADE BRASILEIRA

Com o advento e evolução da comunicação via internet, a circulação de notícias aumentou bastante. No entanto, nem sempre essas informações são verdadeiras, já que não há fiscalização e, quando há, ela é falha.

O nome que se dá às notícias falsas veiculadas na internet é Fake News. Devido à sua grande abrangência e ao crescente número de casos atualmente, o tema se tornou um candidato em potencial para a redação do Enem.

Por isso, trouxemos essa temática para ajudá-lo a adquirir conhecimento sobre o assunto. Dessa forma, você poderá argumentar e propor intervenções para o problema, construindo uma boa redação. Confira!

Aluno: __________________________________________________________

Professor: Leonardo Costa

Componente Curricular: Atualidades

Ano/Turma: 9º Ano Turno Matutino/Vespertino Data: ___/___/18

3º Bimestre

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Fake news são notícias e informações falsas — ou modificadas — veiculadas na internet com o propósito de manipular pessoas e eventos. Elas também estão ligadas ao sensacionalismo, que visa chamar a atenção e obter “likes” para gerar lucro.

Segundo pesquisa do Instituto Reuters para o estudo do Jornalismo, as redes sociais são a maior fonte de notícias para os brasileiros. E isso só aumenta, já que o percentual de pessoas que usam as redes sociais como fonte de notícias foi de 47% em 2013 para 72% em 2016.

Isso mostra que a repercussão de uma notícia falsa pode atingir inúmeras pessoas em poucos minutos e acarretar prejuízos morais e até mesmo financeiros.

Algumas pessoas acreditam que as Fake News prejudicam apenas pessoas públicas, mas isso não é uma regra.É o caso de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a morte depois acusada de sequestrar e matar crianças para fazer magia negra. Os boatos associavam seu nome e imagem ao crime e só após sua morte a verdade apareceu.

Outra situação envolvendo Fake News foi a da vereadora Marielle Franco, que teve seu nome vinculado a mentiras com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das notícias foi a de que ela seria casada com um traficante e eleita por uma das maiores facções criminosas do país, o Comando Vermelho. Contudo, tais informações eram inverídicas!

Para se sair bem na redação cujo tema são as Fake News e seus impactos sociais, é importante conhecer as estatísticas sobre o assunto e os prejuízos que a veiculação de notícias falsas acarretam para a sociedade de um modo geral.

Dizer o que são Fake News não deve ser a ideia central da redação e sim como elas podem impactar a vida das pessoas. Para isso, é preciso ter conhecimento de casos recentes e suas consequências.

Além disso, é importante colocar o assunto como problema social que merece atenção e conscientização.

Por fim, o candidato deve apresentar soluções para o problema por meio de ações que auxiliem a população a identificar essas notícias e a rejeitá-las em vez de propagá-las. O tema é complexo e requer soluções não só do poder público, mas também de cada pessoa que se depara todos os dias com milhões de notícias, principalmente nas redes sociais. É preciso um trabalho abrangente de conscientização social para que as Fake News sejam barradas e não veiculadas.

É preciso um esforço para detectá-las e combatê-las e isso não é impossível. Há cuidados simples que podem ajudar a mudar esse cenário. Uma delas é verificar a fonte das notícias e não repassar sem a mínima análise.

Isso é educação digital e deve ser usada para fortalecer a liberdade de expressão e o uso da internet de forma democrática.

Por fim, é preciso a criação de políticas públicas de conscientização em massa e de leis para penalizar os responsáveis pela criação de Fake News. Inclusive, há um projeto de lei ( que, dentre outras coisas, visa tipificar como crime a divulgação ou compartilhamento de informação falsa — ou incompleta — na internet.

Fonte: https://foconoenem.com/fake-news-redacao-enem/

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AULA 02: CONGRESSO APROVA DECRETO DE INTERVENÇÃO FEDERAL NO RIO DE JANEIRO; ENTENDA O QUE A MEDIDA SIGNIFICA.

O Senado aprovou nos últimos minutos desta terça-feira o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que determina intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, deixando a segurança pública fluminense sob responsabilidade de um interventor militar, que responde ao presidente da República. O placar foi de 55 votos favoráveis, 13 contrários e uma abstenção.

OBS: Assim, a segurança pública do Rio sai da esfera estadual e vai para a federal, com comando militar, até 31 de dezembro de 2018.

Assim como diversos Estados do país, o Rio de Janeiro vive uma crise de segurança. Episódios de violência durante o Carnaval teriam influenciado a tomada de decisão pelo governo.

A intervenção federal nos Estados está prevista na Constituição de 1988, mas nunca tinha sido aplicada até agora. Segundo o governo Temer, o objetivo da medida é "conter grave comprometimento da ordem pública", mas ainda não está definido concretamente como será essa intervenção.

"O que o cidadão poderá sentir e ter é um sistema muito mais robusto de segurança social, com coordenação mais estreita, capacidade operacional maior, inteligência bem mais integrada", declarou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Abaixo, saiba mais sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro, inédita no Brasil.

Temer assina intervenção ao lado de Rodrigo Maia e Luiz Fernando Pezão / Foto: Beto Barata/PR

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1. O que é a intervenção federal no Rio de Janeiro?

O governo federal fará uma intervenção na área de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro até 31 de dezembro deste ano. Com isso, a responsabilidade de gerir essa área, que é estadual, passa para as mãos do governo federal, que será representado por um interventor.

Foi nomeado para o cargo o General do Exército Walter Braga Netto, que lidera o Comando Militar do Leste (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo). Com isso, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, entregou o cargo.

A partir de agora, o interventor passa a ter total poder para gerir a segurança pública fluminense, controlando a Polícia Civil, a Polícia Militar, os bombeiros e administração penitenciária. Mas, por enquanto, não há definição de estratégias.

"Eu recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. No momento, não tenho nada que eu posso adiantar para os senhores. Vamos fazer um estudo, vamos conversar com todos. E nossa intenção é fortalecer ainda mais o sistema de segurança do Rio de Janeiro, para voltar a atuar conforme merece a população carioca", afirmou Braga Netto no fim da última semana.

O interventor não terá qualquer controle sobre outras áreas da administração fluminense. Nem sobre outros poderes - as atividades do Ministério Público Estadual, por exemplo.

Na prática, o que pode ocorrer é uma reorganização das forças de segurança. "Não tem gente nova, os recursos são os mesmos. As polícias já estão nas ruas do Rio. O Exército também. O que poderá ser feito é que as forças de segurança sejam alocadas de forma diferente e reestruturadas. Não haverá uma mudança de um dia para o outro", explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O Rio de Janeiro já vinha recebendo operações das Forças Armadas e da Força Nacional / Foto: Rania Rego/Ag Brasil.

2. Qual a diferença entre a intervenção federal e as outras ocasiões em que Exército e Força Nacional atuaram no Rio?

Até hoje, o Rio de Janeiro e outros Estados tinham sido auxiliados pela União na gestão da segurança pública por meio das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e do emprego da Força Nacional.

As operações de GLO permitem a atuação das Forças Armadas na segurança pública, de forma excepcional, em momentos de grave perturbação da ordem e esgotamento das forças tradicionais de segurança. Da mesma forma, a Força Nacional é uma força de segurança federal, usada para auxiliar as operações de segurança dos Estados, após solicitação dos mesmos.

Tanto durante as operações da GLO como durante o emprego da Força Nacional, os governos estaduais continuam responsáveis pela gestão da segurança pública. As atividades das forças da União são coordenadas com os Estados.

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Já na intervenção federal no Rio de Janeiro, toda a segurança pública fluminense sai da esfera estadual e fica sob o comando do interventor militar. Ou seja, não se trata apenas do emprego das Forças Armadas ou de forças federais. Mas sim da gestão federal de uma área que antes era coordenada pelo poder estadual.

"O emprego da GLO e da Força Nacional ocorrem de forma emergencial, pontual - um conjunto de policiais ou militares é enviado para ajudar a solucionar uma crise aguda. Já a intervenção assume a gestão e administração de toda a segurança pública", explica Sérgio de Lima.

"Na intervenção federal, o interventor pode adotar atos que o governador ou o secretário tomariam. Isso é algo impensável na GLO. Na GLO, os atos do governo estadual não ficam suspensos", explica Eloísa Machado, professora da FGV e especialista em política constitucional.

"A intervenção federal é uma medida muito mais drástica que a GLO, sinal de uma anormalidade institucional grave."

3. O que diz a Constituição sobre a intervenção federal?

A Constituição de 1988 prevê a intervenção federal nos Estados, mas o instrumento nunca antes tinha sido acionado. Ele prevê a nomeação de um interventor federal para solucionar um grave problema estadual, removendo as autoridades locais.

Entre os cenários passíveis de intervenção está a necessidade de "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública" - que está sendo aplicado no Rio de Janeiro. Outras opções possíveis para a intervenção são reorganizar as finanças do Estado ou repelir invasão estrangeira.

A intervenção federal precisa ser feita por decreto, estipulando prazo e condições, e deve ser submetida à aprovação do Congresso Nacional.

A Constituição não é clara sobre como seria uma intervenção federal. Não menciona, por exemplo, a possibilidade de haver uma intervenção em uma área específica da administração estadual, como a segurança pública. Por isso, Sérgio de Lima acredita que há espaço para contestação legal: "O risco de judicialização é gigantesco".

O ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, da Defesa, Raul Jungmann, e o comandante Militar do Leste, General Braga Netto, falam sobre o decreto de intervenção no Rio / Foto:

Marcelo Camargo/Agência Brasil

4. Qual a diferença entre intervenção federal e Estado de Sítio ou Estado de Defesa?

O ministro da Defesa afirmou que a intervenção federal só está abaixo do Estado de Sítio e do Estado de Defesa. Mas, ao contrário das duas últimas, não implica em "qualquer transferência de responsabilidade entre as instituições. Tudo permanece como antes".

Em uma intervenção legal, não estão suspensos os direitos fundamentais do cidadão, como o direito de ir e vir, de protestar, de se reunir, a exigência de mandato judicial para busca e apreensão em domicílio, a prisão apenas sob circunstâncias legais e o direito ao devido processo legal.

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A única diferença em relação ao estado normal é que o governo federal assume, provisoriamente, um poder estadual. "A intervenção federal é a flexibilização excepcional e temporária da autonomia dos Estados. Não há nenhum tipo de restrição de direitos", explica Eloísa Machado.

Já o Estado de Defesa e o Estado de Sítio são momentos de exceção constitucional, levando à suspensão de direitos fundamentais. O Estado de Defesa pode ser acionado, por exemplo, para responder a calamidades naturais. E o de Sítio, em casos de guerra.

"A intervenção federal não suspende os direitos das pessoas. É uma questão puramente de administração pública. A população não poderá ser vítima de nenhum ato de violação de direitos sob justificava da intervenção", complementa Sérgio de Lima.

5. Qual o impacto dessa medida fora do Rio de Janeiro?

O impacto da medida extrapola o Rio de Janeiro, uma vez que a Constituição prevê que, durante uma intervenção federal, não pode haver qualquer alteração constitucional no país. Isso inviabilizaria, por exemplo, a Reforma da Previdência.

Porém, o governo Temer informou nesta sexta-feira que pretende anular a intervenção federal no Rio de Janeiro momentaneamente, com objetivo de votar a Reforma da Previdência.

Nesse caso, a figura do interventor deixaria de existir, deixando um vácuo no comando da segurança pública fluminense. Segundo o governo Temer, seria então acionada, provisoriamente, a Garantia da Lei e da Ordem, até o término da votação da reforma.

Além disso, o fato de o governo federal assumir a segurança pública de um Estado pela primeira vez pode fazer outras regiões do país cobrarem medidas semelhantes.

Militares na rua já são algo comum no Rio.

6. Por que essa medida está sendo tomada no Rio de Janeiro, e não em outros Estados?

O Rio de Janeiro vive uma grave crise de segurança pública, com aumento do número de homicídios, de mortes de policiais e confrontos com criminosos. Porém, outros Estados vivem emergências de segurança tão ou mais agudas.

Enquanto a taxa de homicídios no Rio de Janeiro foi de 32 por 100 mil habitantes em 2017, no Acre foi de 55 por 100 mil e, no Rio Grande do Norte, de 69 por 100 mil.

Só no início deste ano, o Ceará teve a maior chacina da sua história, seguida de um massacre no sistema prisional. No Rio Grande do Norte, forças de segurança entraram em greve, ampliando o cenário de violência. Goiás viveu uma série de rebeliões no sistema prisional.

Além disso, no ano passado, massacres no sistema prisional do Amazonas e de Roraima lançaram luz sobre a expansão da disputa das facções criminosas pelo país. No Espírito Santo, a Polícia Militar paralisou suas atividades, gerando uma onda inédita de violência no Estado. O antes pacato Acre se tornou o Estado onde a violência mais cresce no país, com decapitações e execuções bárbaras.

"Essa intervenção no Rio de Janeiro é fruto da conveniência política do governo Temer. Vários Estados poderiam se enquadrar (em uma intervenção federal na segurança pública). Não tem como dizer que o Rio de Janeiro é um caso mais grave do que outros Estados, como Goiás, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo", avalia Sérgio de Lima.

O governador fluminense Luiz Fernando Pezão é do mesmo partido de Temer, o MDB.

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7. É uma intervenção militar?

"Não é intervenção militar. Nunca passou isso pela nossa cabeça. É uma intervenção federal, na qual o interventor é um general", afirmou o ministro da Defesa Jungmann.

Porém, além de escolher um general como interventor, o decreto do governo federal estipula que o cargo é de natureza militar.

"A previsão constitucional de intervenção federal não é um instrumento de intervenção militar. Não é para troca de governo civil por governo militar. Mas o governo está substituindo uma autoridade civil por um militar. É um retrocesso democrático", opina Eloísa Machado.

Segundo ela, a natureza militar do cargo faz com que o interventor fique sob jurisdição militar, não civil.

Em entrevista à imprensa, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional General, Sérgio Etchgoyen, foi questionado sobre a intervenção militar não poder colocar a democracia em risco. "As Forças Armadas jamais foram ameaça à democracia em qualquer tempo, após a redemocratização. Ameaça à democracia é a incapacidade de as polícias estaduais em enfrentarem a criminalidade", respondeu.

Por outro lado, intervenção federal de natureza militar acaba jogando no colo das Forças Armadas uma atribuição que não é sua - a segurança pública. Isso poderia prejudicar a execução de outras atividades de responsabilidade militar.

"A intervenção tira a capacidade de resposta do Exército a atividades que são exclusivas a ele, como fiscalização de armas e explosivos", afirma Sérgio de Lima.

O comandante das Forças Armadas, general Eduardo Villas Bôas, já declarou publicamente sua preocupação com a frequência do uso das forças militares na segurança pública.

"Preocupa-me o constante emprego do Exército em intervenções (GLO) nos Estados. Só no Rio Grande do Norte, as Forças Armadas já foram usadas três vezes em 18 meses. A segurança pública precisa ser tratada pelos Estados com prioridade zero. Os números da violência corroboram as minhas palavras", afirmou em postagem no Twitter em 30 de dezembro.

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43079114 Amanda Rossi

Da BBC Brasil – São Paulo 21 fevereiro 2018

AULA 03: CRISE MIGRATÓRIA: CRESCE FLUXO DE MIGRANTES E REFUGIADOS VENEZUELANOS NO BRASIL

Diante da escalada da crise na Venezuela que leva cada vez mais venezuelanos a cruzarem as fronteiras rumo ao Brasil em busca de uma vida melhor, o Governo de Michel Temer assinou um decreto reconhecendo a "situação de vulnerabilidade" em Roraima. O Estado é a principal porta de entrada dos imigrantes que fogem da crise de abastecimento de alimentos, do colapso dos serviços públicos e de uma

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ações de assistência emergências para imigrantes venezuelanos no Estado em diversas áreas, como proteção social, saúde, educação, alimentação e segurança pública. Elas serão coordenadas por um comitê federal composto por representantes de distintos ministérios e conduzidas em parcerias entre União, Roraima e municípios.

A prefeitura de Boa Vista estima que cerca de 40.000 venezuelanos já tenham entrado na cidade, o que representa mais de 10% dos cerca de 330.000 habitantes da capital. O número de imigrantes equivale aproximadamente a população de uma cidade como Boituva, em São Paulo. Guardadas as devidas proporções, Roraima vive sua crise particular de refugiados. Os abrigos estão lotados e milhares de imigrantes vivem em situação de rua. A maioria chega pelo pequeno município de Pacaraima, com 16.000 habitantes e depois segue para Boa Vista. Apesar de o fluxo de venezuelanos ter aumentado desde o fim de 2016, uma nova leva chegou após a Colômbia colocar mais travas para a entrada de refugiados no país.

Segundo o documento assinado por Temer, as medidas visam também ampliar as políticas de mobilidade, distribuição no território nacional e apoio à interiorização dos imigrantes venezuelanos, desde que eles manifestem essa vontade. De acordo com Camila Asano, coordenadora do programa de Política Externa da Conectas Direitos Humanos, o apoio aos venezuelanos que chegam via Roraima e querem procurar oportunidades em outros locais é fundamental, já que o mercado de trabalho no Estado é bem restrito. "A prática de interiorização necessita, no entanto, condições mínimas. Eles precisam estar documentados. É importante que as cidades que forem receber os venezuelanos estejam articuladas, para evitar ações problemáticas como no caso da imigração dos haitianos há alguns anos", explica. Asano afirma que, no auge do fluxo migratório dos imigrantes vindos do país caribenho, após o terremoto de 2010, o Governo do Acre chegou a despachar diversos ônibus com refugiados haitianos para São Paulo sem a menor coordenação com as autoridades do Estado. "As pessoas chegavam e não tinham sequer um primeiro local de abrigo, sendo colocadas outra vez em uma situação bastante vulnerável", diz.

O deslocamento dos venezuelanos que chegam pela fronteira é complexo. Muitas vezes, por não terem dinheiro para custear passagens ou táxis, alguns imigrantes percorrem a pé o caminho de mais de 200 quilômetros que separa Pacaraima, na fronteira, e Boa Vista. "Famílias com crianças pequenas fazem o trajeto caminhando durante dias em uma estrada perigosa, já que muitas vezes não há acostamento. O táxi- lotação cobra cerca de 50 reais, o que é muito para quem chega sem dinheiro, fugindo da fome", explica Asano que é membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CDNH) e participou no fim de janeiro de uma missão para avaliar a situação dos da acolhida dos imigrantes venezuelanos em Roraima, Pará e Amazonas .

Na quarta-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, já tinha anunciado a atuação das Forças Armadas na coordenação das ações humanitárias e que o efetivo militar também será duplicado, passando de 100 para 200 homens. Após visitar Roraima durante o carnaval, o presidente Temer ressaltou que “ninguém vai impedir a entrada de refugiados” no Brasil, mas que irá “ordenar” o ingresso no país. O plano, segundo o Governo, é que um hospital de campanha seja deslocado para a fronteira e os postos de controle no interior de Roraima sejam duplicados.

Na avaliação da coordenadora da Conectas, o Governo Federal demorou muito para assumir a responsabilidade frente ao fluxo de imigrantes venezuelanos. "A gestão migratória é de competência federal.

Espero que eles não foquem tanto nesta questão de controle de segurança, a prioridade é a questão humanitária. O importante é conseguir que esses imigrantes consigam se inserir na sociedade", explica.

Alerta de surto de sarampo e serviços sobrecarregados

A forte imigração impacta ainda os serviços de saúde e educação, que estão sobrecarregados, segundo as autoridades. A deputada Shéridan Oliveira (PSDB) representante de Roraima na Câmara dos Deputados, afirma que o Estado tem apenas um hospital de alta complexidade e atualmente metade da capacidade de atendimento da saúde está sendo ofertada aos estrangeiros. "Desde o início, avisamos que isso levaria a um colapso social, porque Roraima já é muito vulnerável, um dos mais pobres. Cobramos uma atitude do Governo Federal, mas ele foi negligente. Essa crise já se arrasta há dois anos e só agora chegam essas medidas?", disse a deputada ao EL PAÍS.

O secretário de Saúde de Boa Vista, Marcelo Batista, informou na última quarta-feira que o Estado está sob alerta de um possível surto de sarampo, após uma criança venezuelana de 1 ano ser diagnosticada com a doença. O vírus havia sido erradicado desde 2015 no país, de acordo com o secretário que ressaltou que uma barreira sanitária no município de Paracaima é essencial.

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Número recordes de pedidos de refúgio

De acordo com Polícia Federal, em 2017 foram registrados 22.247 pedidos de refúgio por venezuelanos.

Um recorde de solicitações nos últimos anos. Nem todos os venezuelanos são considerados refugiados porque o refúgio é concedido àqueles que sofrem perseguições políticas, étnicas e religiosas. Mas muitos já pedem esse visto porque ao conseguir apenas o documento de solicitação já podem emitir documentos e trabalhar legalmente no Brasil.

Além do refúgio, os estrangeiros agora também pedem a chamada residência temporária que foi permitida no ano passado e passou a ser gratuita a partir de agosto. No ano passado, foram registrados mais de 8.000 pedidos dessa nova modalidade.

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/16/politica/1518736071_492585.html

Bom estudo!!!

Referências

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