• Nenhum resultado encontrado

Equa¸ c˜ oes de Maxwell

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Equa¸ c˜ oes de Maxwell"

Copied!
20
0
0

Texto

(1)

NH2802–Fundamentos da Eletrodinˆ amica

Prof. Jos´e Kenichi Mizukoshi

Aula 13 (vers˜ao 14/01/2014)

(2)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell

Equa¸c˜oes de Maxwell

(3)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

No caso de materiais que est˜ao sujeitos `as polariza¸c˜oes el´etrica e magn´etica, haver´a um ac´umulo de cargas de polariza¸c˜ao e correntes de magnetiza¸c˜ao, as quais n˜ao temos um controle direto. Por este motivo, ´e mais conveniente

reformular as equa¸c˜oes de Maxwell em termos de grandezas que est˜ao relacionados diretamente com as cargas e correntes livres.

Em eletrost´atica, a polariza¸c˜ao P produz uma densidade de carga de polariza¸c˜ao, tal que

ρp = −∇ · P

Similarmente, a polariza¸c˜ao magn´etica ´e respons´avel pela corrente de magnetiza¸c˜ao,

Jm = ∇ × M

Para o caso n˜ao-est´atico, qualquer mudan¸ca na polariza¸c˜ao el´etrica resulta na mudan¸ca de ρp, a qual produz uma corrente Jp, que deve ser somada `a

corrente total.

(4)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

Para efeito de discuss˜ao, considere um peda¸co de ma- terial polarizado, mostrado na figura ao lado. A pola- riza¸c˜ao introduz as densidades superficiais de carga de polariza¸c˜ao, +σp e −σp nas extremidades do material, pois

σp = P · nˆ

−σp

+σp

Um pequeno aumento em P ocasiona o aumento em σp, produzindo uma corrente

dI = ∂σp

∂t da = ∂P

∂t da Portanto, a densidade de corrente de polariza¸c˜ao ´e

Jp = ∂P

∂t

(5)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

Note que essa corrente ´e consistente com a equa¸c˜ao da continuidade:

∇ · Jp = ∇ · ∂P

∂t = ∂

∂t∇ · P = −∂ρp

∂t

A mudan¸ca na magnetiza¸c˜ao M n˜ao gera quaisquer ac´umulo de cargas ou uma nova corrente. Neste caso, a corrente de magnetiza¸c˜ao sofrer´a uma mudan¸ca de acordo com a rela¸c˜ao Jm = ∇ × M.

De acordo com que vimos acima, a densidade total de cargas pode ser dividida em duas partes:

ρ = ρl + ρp ⇒ ρ = ρl − ∇ · P onde ρl ´e a densidade de carga livre.

Similarmente, a densidade de corrente fica:

J = Jl + Jm + Jp ⇒ J = Jl + ∇ × M + ∂P

∂t

(6)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

Com isto, a lei de Gauss fica

∇ · E = 1 ǫ0

ρ = 1 ǫ0

l − ∇ · P) ⇒ ∇ · (ǫ0E + P) = 1 ǫ0

ρl

Por conveniˆencia, introduzimos o vetor deslocamento el´etrico, D ≡ ǫ0E + P

Enquanto isso, a lei de Amp`ere (com a contribui¸c˜ao de Maxwell) fica

∇ × B = µ0J + µ0ǫ0

∂E

∂t = µ0

Jl + ∇ × M + ∂P

∂t

+ µ0ǫ0

∂E

∂t

⇒ ∇ ×

1 µ0

B − M

= Jl + ∂

∂t(ǫ0E + P) Segue que

∇ × H = Jl + ∂D

∂t

(7)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

onde H ≡ 1 µ0

B − M.

Em termos das cargas e correntes livres, as equa¸c˜oes de Maxwell ficam (i) ∇ · D = ρl, (iii) ∇ × E = −∂B

∂t

(ii) ∇ · B = 0, (iv) ∇ × H = Jl + ∂D

∂t

As equa¸c˜oes acima cont´em os pares E e D, al´em de B e H. Para deix´a-las todas em fun¸c˜ao de E e B, temos de encontras as rela¸c˜oes constitutivas.

Para os meios lineares, temos as seguintes rela¸c˜oes, P = ǫ0χeE e M = χmH

(8)

Equa¸ c˜ oes de Maxwell na mat´ eria

Equa¸c˜oes de Maxwell

Segue que

D = ǫ0(1 + χe)E ≡ ǫE H = 1

µ0B − χmH ⇒ H = 1

µ0(1 + χm)B ≡ 1 µB

Devido ao fato que D ´e chamado deslocamento el´etrico, o segundo termo na equa¸c˜ao (iv) possui o nome de corrente de deslocamento:

Jd = ∂D

∂t

(9)

Condi¸ c˜ oes de contorno

Equa¸c˜oes de Maxwell

Em geral, os campos E, B,D e H ser˜ao descont´ınuos no contorno entre dois meios diferentes ou em superf´ıcies que possuem uma densidade de carga σ ou densidade de corrente K.

A forma das descontinuidades podem ser deduzidas `a partir das equa¸c˜oes de Maxweel na forma integral:

(i)

I

S

D · da = Ql,inc

(ii)

I

S

B · da = 0





sobre qualquer superf´ıcie fechada S.

(iii)

I

P

E · dl = − d dt

Z

S

B · da

(iv)

I

P

H · dl = Il,inc + d dt

Z

S

D · da





para qualquer superf´ıcie S

delimitada pelo loop fechado P.

(10)

Condi¸ c˜ oes de contorno

Equa¸c˜oes de Maxwell

Aplicando a Eq. (i) para uma superf´ıcie gaus- siana em formato de uma pequena caixa, de uma espessura infinitesimal, na interface entre dois materiais (veja figura ao lado), obtemos

D1 · a − D2 · a = σla

σl

De acordo com a nossa escolha, o sentido positivo do vetor a aponta do meio 2 para o meio 1. N˜ao haver´a contribui¸c˜ao do fluxo atrav´es da ´area lateral da caixa, no limite em que a sua espessura for a zero.

Temos portanto que

D1 − D2 = σl

Utilizando argumentos similares aos acima, a Eq. (ii) leva a B1 − B2 = 0

(11)

Condi¸ c˜ oes de contorno

Equa¸c˜oes de Maxwell

Para a Eq. (iii), se escolhermos uma espira amperiana muito fina na regi˜ao da interface entre dois meios (veja figura ao lado), obte- mos

E1 · l − E2 · l = − d dt

Z

S

B · da Kl

onde as contribui¸c˜oes das superf´ıcies laterais na integral de E d˜ao zero

quando a espessura vai a zero. Nesse limite, o fluxo magn´etico tamb´em vai a zero. Logo,

Ek

1 − Ek

2 = 0

ou seja, os componentes de E paralelos `a interface s˜ao cont´ınuos atrav´es do contorno.

De forma similar,

H1 · l − H2 · l = Il,inc

(12)

Condi¸ c˜ oes de contorno

Equa¸c˜oes de Maxwell

Il,inc ´e a corrente livre passando atrav´es da espira amperiana.

No limite em que a espira amperiana ´e fina, n˜ao haver´a contribui¸c˜ao da densidade volum´erica de corrente livre, mas a densidade superficial ir´a

contribuir. Se nˆ for um vetor unit´ario perpendicular `a interface, apontando do meio 2 para o meio 1, temos que

Il,inc = Kl · (ˆn × l) = (Kl × nˆ) · l

onde nˆ × l ´e um vetor normal `a espira amperiana. A segunda igualdade ´e devida `a identidade vetorial A · (B × C) = (A × B) · C.

Portanto,

Hk

1 − Hk

2 = Kl × nˆ

ou seja, os componentes paralelos do campo H possuem uma descontinuidade proporcional `a densidade de corrente superficial.

(13)

Condi¸ c˜ oes de contorno

Equa¸c˜oes de Maxwell

No caso de meios lineares, as condi¸c˜oes de contorno podem ser expressas em termos dos campos E e B:

(i) ǫ1E1 − ǫ2E2 = σf, (iii) Ek

1 − Ek

2 = 0 (ii) B1 − B2 = 0, (iv) 1

µ1Bk

1 − 1

µ2Bk

2 = Kl × nˆ

(14)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

Ex. 1 Na magnetost´atica, se Jf = 0, o rotacional do campo H vai a zero e portanto podemos expressar H como um gradiente de um potencial escalar W:

H = −∇W Como

∇ · H = 1 µ0

∇ · B − ∇ · M = −∇ · M temos que

2W = (∇ · M)

Logo, W obedece `a equa¸c˜ao de Poisson com ∇ · M sendo a fonte.

Levando-se em conta este resultado, encontre o campo magn´etico dentro de uma esfera de raio R uniformemente magnetizada (M = M ˆz; veja Aula 6, p. 20),

atrav´es do m´etodo da separa¸c˜ao de vari´aveis.

(15)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

Solu¸c˜ao

Dentro da esfera (r < R), temos que ∇ · M = 0. Fora, evidentemente M = 0. Portanto,

2W = 0 (r 6= R)

A equa¸c˜ao de Laplace em coordenadas esf´ericas (com simetria azimutal) leva

`as seguintes solu¸c˜oes:

W2(r, θ) =

X

l=0

AlrlPl(cosθ) (r < R)

W1(r, θ) =

X

l=0

Bl

rl+1 Pl(cosθ) (r > R)

onde Al’s e Bl’s s˜ao constantes e Pl(x)’s s˜ao os polinˆomios de Legendre.

(16)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

Condi¸c˜oes de contorno.

Continuidade do potencial W em r = R. Pelo teorema do gradiente, Z b

a

(∇W) · dl = W(b) − W(a) ⇒ −

Z b

a

H · dl = W(b) − W(a)

Para dois ponto a e b muito pr´oximos um do outro, a integral em H se anula (Kl = 0). Logo,

W1(R, θ) = W2(R, θ) Portanto,

X

l=0

AlRl − Bl Rl+1

Pl(cosθ) = 0 ⇒ Bl = AlR2l+1 ()

(17)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

Temos que B1 − B2 = 0 [Eq. (ii) na p´ag. 13]. Como B = µ0(H + M), temos que na interface (r = R)

µ0(H1 + M1) − µ0(H2 + M2) = 0 ⇒ H1 − H2 = M onde M1 = 0 e M2 = M. Como H = −∇W, H ´e a componente radial de H. Portanto,

−∂W1

∂r + ∂W2

∂r = M (r = R) Segue que

X

l=0

(l + 1)Bl

Rl+2 + lAlRl−1

Pl(cosθ) = M cosθ (✻ ✻)

onde usamos que M = Mr = (M · ˆr).

(18)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

Substituindo a Eq. () na Eq. (✻ ✻),

X

0

(2l + 1)AlRl−1Pl(cosθ) = M cos θ

Lembrando que P0(x) = 1, P1(x) = x, . . . , temos que A0

R + 3A1 cosθ + . . . = M cos θ ou seja, Al = 0 para l 6= 1 e A1 = M/3.

Temos portanto que

W2(r, θ) = 1

3M r cosθ = 1

3M z Logo,

H2 = −∇W2 ⇒ H2 = −1

3M ˆz

(19)

Condi¸ c˜ oes de contorno – exemplo

Equa¸c˜oes de Maxwell

No interior da esfera,

B2 = µ0(H2 + M) = 2

0M ˆz ⇒ B2 = 2

0M que ´e o resultado obtido achando-se as densidades de correntes de magnetiza¸c˜ao Jm e Km.

(20)

Referˆ encias

Equa¸c˜oes de Maxwell

David J. Griffiths, Introduction to Electrodynamics, Third Edition, Prentice Hall, 1999.

Referências

Documentos relacionados

Ora, j´ a vimos que as ´ unicas solu¸c˜ oes da equa¸c˜ ao de Legendre usual que permanecem limitadas nos extremos ±1 (assim como suas derivadas) s˜ao os polinˆ omios de Legendre P

Um dos campos abaixo n˜ ao pode ser de natureza

Com isso, alguns objetivo foram tra¸ cados tais como: o estudo te´ orico e a implementa¸ c˜ ao num´ erica de m´ etodos aplicados ` a resolu¸ c˜ ao de Sistemas de Equa¸ c˜ oes n˜

Veículo de passeio de serviço comum (popular), para transporte de funcionários em serviço, movido a gasolina, bicombustível (gasolina/álcool) ou a gás, ar condicionado,

Para cada canal utilizado, é necessário ligar os cabos e o transdutor à unidade M Series e ajustar o transdutor para zero antes de efectuar uma medição.. Configuração

Resumo: Neste texto s˜ao apresentadas algumas propostas de marcos significativos cujo objectivo ´e provar, sem margem para d´ uvidas, que a actividade matem´atica na Universidade

Demonstra¸c˜ao. Designamos esse tipo de ponto fixo de n´o repulsivo. Analogamente, se a derivada da fun¸c˜ao F tiver o valor entre 0 e 1, as sequˆencias que come¸carem

Publicamos em 2001 artigo nesta Revista [1], inti- tulado ‘Esfera condutora em movimento: campo, po- tenciais e d´ uvidas’. As ‘d´ uvidas’ se referiam ao sentido f´ısico