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O USO DE METILFENIDATO E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO

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Revista Interdisciplinar de Ciências Médicas - Anais - Teresina-PI CNPJ:14.378.615/0001-60

O USO DE METILFENIDATO E SEUS EFEITOS NO ORGANISMO NOLÊTO, I. R. S. G1;SILVA, R. E1; FORTES T. M. L2

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA – PPGFARM/UFPI1; DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM - UFPI2

RESUMO

Introdução:O metilfenidato é um estimulante do Sistema Nervoso Central muito utilizado na psiquiatria, contudo, seu uso também é praticado de forma indiscriminada, o que leva a diversos outros efeitos.O objetivo do estudo foi realizar um levantamento da literatura atual, nas principais bases de dados, a respeito dos efeitos do uso de metilfenidato no organismo humanoMetodologia:Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada por meio de buscas no Science Direct, MEDLINE, LILACS e Scielo.

Foram encontrados 110 resultados e selecionados dez para o estudo.Resultados e Discussão: Os artigos encontrados evidenciaram diversos efeitos do uso de metilfenidato no organismo humano, sendo alguns benéficos e outros prejudiciais, assim destacaram a importância do uso dessa substância apenas com orientação e acompanhamento médico. Pesquisadores destacaram usos vantajosos do metilfenidato na prática psiquiátrica, já outros, evidenciaram o uso indiscriminado, principalmente na população universitária, sem indicação médica, o que aumenta o risco de efeitos colaterais e reações adversas. Conclusões: Constata-se assim a importância do uso controlado do metilfenidato, sob prescrição médica, para que sejam manifestados apenas os efeitos desejados e que se evite o risco de ocorrência de reações adversas.

Palavras-chave – Sistema Nervoso Central; Humanos; Estimulante;

Benefícios; Reações Adversas.

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ABSTRACT

Introduction: Methylphenidate is a Central Nervous System stimulant widely used in psychiatry, however, its use is also practiced indiscriminately, which leads to several other effects. The objective of the study was to carry out a survey of the current literature, in the main databases, regarding the effects of the use of methylphenidate in the human organism.Methodology:It’ s an integrative review of the literature conducted through searches in Science Direct, MEDLINE, LILACS and SciELO. Was found 110 results and selected ten for the study.Results and Discussion:The articles found evidenced several effects of the use of methylphenidate in the human organism, being some beneficial and others harmful, thus emphasized the importance of the use of this substance only with medical guidance and follow up. Researchers have

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pointed out the advantageous uses of methylphenidate in psychiatric practice, while others have demonstrated the indiscriminate use, mainly in the university population, without medical indication, which increases the risk of side effects and adverse reactions.Conclusions:It's verified the importance of the controlled use of the methylphenidate, under medicine prescription, for to manifest only the wanted effects and avoid the risks of occurrence adverse reactions.

Keywords - Central Nervous System; Humans; Stimulant; Benefits; Adverse Reactions.

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INTRODUÇÃO

O metilfenidato é um estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) utilizado principalmente na psiquiatria, no tratamento de distúrbios de hiperatividade.

Seu mecanismo de ação, ainda não tão bem esclarecido, está relacionado com a inibição dos transportadores de dopamina e norepinefrina, o que possibilita o aumento da concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica e, consequentemente, produz efeito de excitabilidade do SNC. Para o tratamento de transtorno de hiperatividade e déficit de atenção, o efeito desejado é aumento da atenção e diminuição de atitudes inquietas dos pacientes.

Contudo, apresenta potencial propensão para abuso e dependência, sendo assim necessário ser prescrito com cautela (BRATS, 2014).

O uso do metilfenidato tem sido foco para diversas pesquisas e debates, tudo inclui aspectos relacionados às indicações do fármaco, idade do paciente e outros usos relacionados ao consumo indiscriminado e não médico (COUTINHO; ESHER; CASTRO, 2017). É descrito como um agente anfetamínico que vem ganhando cada vez mais aumento no número de prescrições, além de ser relatado no consumo abusivo sem prescrição, há relatos na literatura de que o metilfenidato é usado muitas vezes para fins recreativos ou melhora no desempenho cerebral (GAHR et al., 2014).Diante do exposto, o presente estudo levantou a seguinte questão norteadora “o que há de relato na literatura atual sobre os efeitos do metilfenidato ao organismo humano?”, assim, o objetivo foi estabelecido como “realizar um levantamento da literatura atual, nas principais bases de dados, a respeito dos efeitos do uso de metilfenidato no organismo humano”.

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, método utilizado para aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto, por meio de uma análise da literatura (FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS UNESP, 2015). Para a elaboração da presente revisão primeiro estabeleceu-se a questão norteadora da pesquisa, em seguida foram feitas as buscas na literatura e posteriormente coleta de dados (artigos). Após a coleta de dados, os artigos passaram por uma análise crítica para que fossem interpretados e sintetizados e possibilitar a apresentação dos resultados em forma de revisão.

Para a busca online dos artigos, utilizaram-se os seguintes critérios de inclusão: ter disponibilizado texto completo, ser publicado nacional ou internacionalmente, estar disponível em inglês, português ou espanhol durante o período de 2013 a 2017. Excluíram-se dos resultados da pesquisa, aqueles que eram trabalhos de revisão ou que não foram realizados com humanos.

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As buscas dos artigos foram realizadas nas bases de dados Science Direct, LILACS eMEDLINE (via PUBMED), para tanto, foram utilizados os descritores

"Methylphenidate" and "Amphetamine-RelatedDisorders", e no Scielo, no qual utilizou-se o descritor “Methylphenidate”, nos três idiomas referidos anteriormente. As buscas foram desenvolvidas durante o mês de outubro de 2017, disponibilizando ao todo 110 resultados, que, após passarem pela aplicação dos critérios de inclusão, exclusão e análise do conteúdo, resumiram- se a dez estudos para compor a presente revisão. Para a análise dos selecionados, foi utilizado um instrumento de coleta de dados contento as variáveis “título do estudo, objetivos, tipo de estudo e principais resultados”, assim, os dados foram organizados e analisados com base na literatura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos estudos selecionados para compor essa revisão, a maioria (30%) foi publicada no ano de 2017, já 2013, 2014 e 2015 representaram 20% das publicações, cada um, e o ano de 2016 concentrou 10% das publicações.Os estudos destacaram os principais efeitos do uso de metilfenidato, seja para uso em tratamentos prescritos ou não. Konsteniuset al (2013), com o objetivo de testar a eficácia do metilfenidato de liberação osmótica no tratamento de TDAH e na prevenção de recaída do uso de anfetaminas, realizaram um estudo prospectivo multicêntrico e constataram que o tratamento dom o metilfenidato reduziu os sintomas de déficit de atenção e hiperatividade e diminuíram o risco de recaída ao uso de substâncias que causam dependência. Outro estudo também avaliou seu uso contra dependência de anfetaminas e metanfetaminas na Finlândia e Nova Zelândia, porém, não obteve resultados positivos se comparado com a literatura já existente (MILES et al., 2013). Já no estudo de Linget al (2014), o metilfenidato se mostrou eficaz na redução do desejo de consumo de metanfetaminas, especialmente em usuários de nível moderado e severo. Esses dados aponta algumas benefícios do uso dessa substância.

Rezaeiet al (2015) realizaram um estudo randomizado, duplo-cego, e constataram que o metilfenidato foi seguro e bem tolerado nos usuários ativos de metanfetaminas, destacando que houve uma significativa redução da dependência e sintomas depressivos. Um diferente estudo avaliou o comportamento de crianças com TDAH antes e depois do tratamento com metilfenidato e apontou que ele melhorou a memória das crianças participantes do estudo (BOLFER et al., 2017).

Contudo, mesmo sendo uma medicação que necessite de prescrição para sercomercializada, muitos estudos relatam o uso indiscriminado do metilfenidato, como entre a população universitária, que faz uso para na tentativa de obter melhor desempenho acadêmico. Isso está relatado no estudo de Silveira et al (2014), que constataram que 34,2% da população do estudo já haviam feito uso do metilfenidato, sendo que dessa parcela, 23,02%

praticavam essa ação sem indicação médica. O estudo também constatou um alto consumo de álcool entre esses participantes. Morgan et al (2017) reforçam esses achados ao relatarem em seu estudo que a prevalência do uso dessa substância entre estudantes de medicina foi de 20% durante a vida e que, no momento da pesquisa, 5,5% dos participantes estavam fazendo uso da mesma. Esses mesmos participantes alegaram que houve melhora do raciocínio e da memória em 90,9% e 81,8% dos casos, respectivamente, resultados mais positivos que outros participantes que faziam uso de outros

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estimulantes. Porem, autores sugerem que essa melhora do desempenho cognitivo dos jovens pode estar ligado ao bem-estar subjetivo (Batistelaet al., 2016).Bottelier e colaboradores (2015) também constataram que o metilfenidato induziu comportamentos semelhantes com o da ansiedade.

Um relato de caso descreveu a ocorrência de distonia (contrações musculares de caráter involuntário que causam movimentos repetitivos ou de torção) orolingual em um adulto que fazia uso indiscriminado e dependente de metilfenidato, tendo, essa manifestação, ocorrido após a retirada da medicação, devido a sua internação para desintoxicação hospitalar de dependência de outras drogas (GRAU-LÓPEZ et al., 2017).

Tais achados evidenciam diversos efeitos do uso de metilfenidato em humanos, sejam eles para tratamento de TDAH, dependência de outras drogas ou uso indiscriminado, isso comprova que a referida medicação apresenta efeitos benéficos, que contribuem bastante com condutas médicas psiquiátricas, contudo, se não prescrito ou utilizado corretamente, o metilfenidato pode causar dependência ou outras consequências relacionadas ao uso não apropriado.Algumas limitações foram presentes no estudo, como exigir apenas estudos experimentais ou de relato de caso realizados em humanos, excluindo assim as pesquisas realizadas em animais ou as revisões literárias. Contudo, os resultados foram claros e válidos para demonstrar os relatos sobre os efeitos do metilfenidato no organismo humano.

CONCLUSÕES

O estudo relatou diversos efeitos relacionados ao consumo de metilfenidato em humanos, assim, foram descritos efeitos benéficos e prejudiciais à saúde da população. Sugere-se que mais estudos sejam realizados a fim de esclarecer tanto os aspectos farmacológicos como epidemiológicos, a fim de melhorar a qualidade de vida dos usuários. Deve-se destacar a necessidade da realização de campanhas para sensibilização da população a respeito do adequado uso de medicamentos que podem causar dependência e, principalmente, reforçar a importância a necessidade de prescrição médica para comercialização dessas substâncias.

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