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A SÍNDROME DE BURNOUT NO TRABALHO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE: ESTUDO JUNTO AOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM HOSPITALAR 1

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Academic year: 2022

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A SÍNDROME DE BURNOUT NO TRABALHO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE:

ESTUDO JUNTO AOS PROFISSIONAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM HOSPITALAR

1

LANA, Letice Dalla2; MÜLLER, Daniela Virote Kassick3; SCHNEIDER, Rodolfo Herberto4,

RODRIGUES, Marlene Kreutz

5

; PORTELA, Odete Teresinha

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Esta pesquisa não teve financimanento.

RESUMO

O trabalho é essencial à vida e à felicidade do ser humano, mas também pode ser fonte de tensão e estresse. O Burnout, do anglo-saxão, queimadura interna, é a resposta ao estresse ocupacional e/ou institucional crônico, derivado de atitudes e sentimentos negativos das pessoas com quem se trabalha ou a quem se destina o trabalho. Este estudo tem por objetivo identificar a ocorrência da síndrome entre os profissionais da área de assistência à saúde (enfermeiros, técnicos e auxiliares), bem como verificar se aspectos pessoais e organizacionais, principalmente em relação à hierarquia profissional, influenciavam no aparecimento dos sintomas. Estudo realizado no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, com uma amostra de 55 pessoas. Foi utilizado o questionário de Burnout(1) como instrumento de pesquisa que considera as três categorias ou subescalas da Síndrome: Exaustão Emocional, Despersonalização e Sentimento de Incompetência Profissional. Os resultados mostraram que os enfermeiros estão mais desgastados emocional e profissionalmente em relação aos técnicos e auxiliares de enfermagem, apresentando maiores níveis de Burnout.

Descritores: Burnout; Enfermagem; Hospital.

1 Texto extraído da Dissertação de Mestrado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, com ênfase em Ergonomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

2 Enfermeira, Mestranda em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Católica do Rio Grande do Sul. Email:

leticedl@hotmail.com

3 Fisioterapeuta, Mestre em Engenharia de Produção com ênfase em Ergonomia (UFRGS); Docente do Departamento de Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB); Blumenau, SC, Brasil.

4 Médico Geriatra. Doutor em Medicina e Ciências da Saúde pela PUCRS. Professor e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da Faculdade de Medicina da PUCRS. Preceptor do ambulatório do Programa de Residência Médica de Geriatria do Hospital São Lucas da PUCRS, POA- RS.

5 Enfermeira. Mestranda em Engenharia da Produção da UFSM. (RS).

6 Enfermeira. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria. Doutoranda em Enfermagem pela UFGRS.

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2

Abstract

The work is essential to life and happiness of human beings, but can also be a source of tension and stress. Burnout, the Anglo-Saxon, burning inside, is the response to occupational stress and / or institutional chronic derived from negative attitudes and feelings of the people with whom you work or who intended to work. This study aims to identify the occurrence of the syndrome among professionals in health care (nurses, technicians and assistants) and verify personal and organizational aspects, especially in relation to the occupational hierarchy, influenced the onset of symptoms. A study conducted in Santa Casa de Misericordia de Porto Alegre, with a sample of 55 people. We used the questionnaire Burnout(1) as a research tool that considers the three categories or subscales Syndrome:

Emotional Exhaustion, Depersonalization and Feelings of professional incompetence. The results showed that nurses are more worn out emotionally and professionally in relation to technical and nursing assistants, with higher levels of burnout.

Keywords: Burnout; Nursing; Hospital.

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3

1. INTRODUÇÃO

O trabalho é essencial à vida e à felicidade do ser humano, mas também pode ser fonte de tensão e estresse1. Assim, o trabalho não tem somente um significado material, como fonte de recursos para a sobrevivência do indivíduo, mas um significado psicológico e social, que pode expor a riscos específicos3. Conforme estudos, a enfermagem, está mais exposta a fatores de risco ocupacionais que podem levar ao estresse ocupacional2.

Estresse é um conjunto de reações orgânicas e psíquicas de adaptação do organismo quando é exposto a qualquer estímulo que o excite, irrite, amedronte ou o faça feliz2. Um subtipo de neurose ou estresse ocupacional a que os profissionais da área de serviços humanos são os mais predispostos é a síndrome de desgaste profissional ou Burnout3, pois há uma relação interpessoal muito intensa4.

2. OBJETIVO

Identificar, através do questionário de Burnout, a ocorrência da síndrome de Burnout entre os profissionais da área de assistência à saúde (enfermeiros, técnicos e auxiliares).

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa apresentou cunho quantitativo e exploratório. O estudo foi realizado na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, RS, e a amostra foi acidental, composta por 20 enfermeiros (36,36%), 26 técnicos de enfermagem (47,27%) e 8 auxiliares de enfermagem (14,54%). Como instrumento de pesquisa foi utilizado o Maslach Burnout Inventory (MBI), desenvolvido por Maslach e Jackson5. Este questionário foi traduzido e validado por Lautert7 e é dividido em 3 subescalas que avaliam os três aspectos fundamentais da síndrome de Burnout: Exaustão Emocional (EE); Despersonalização (D) e Sentimento de Incompetência Profissional (I).

A coleta de dados foi de Julho à Novembro de 2003. Foram distribuídos 150 questionários em diferentes setores do hospital, dos quais retornaram 55 devidamente respondidos. A análise das respostas foi por meio do programa SPSS 17.0. As respostas do questionário de Burnout foram pontuadas com valores de zero (0) a quatro (4) e submetidas a um levantamento estatístico quantitativo, com os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney.

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4

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A função de cuidados ao paciente é exercida pela equipe de assistência à saúde composta por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Apesar do grande número de profissionais do setor de enfermagem, cerca de quase 5mil funcionários, a amostra, dos técnicos e auxiliares de enfermagem, foi pequena. Tendo em vista que foram devolvidos apenas 36,66% dos questionários, pode-se supor que a quantidade de indivíduos acometidos dentro da instituição seja maior ou ainda que, os realmente mais acometidos, não fizeram parte da amostra.

Quanto à síndrome de Burnout, observou-se que quase a metade dos enfermeiros (45%), apresentam níveis moderados na subescala de exaustão emocional, como destacado na Tabela 1. Estes níveis moderados já demonstram a existência da patologia, visto ser a principal escala para o diagnóstico da síndrome6.

Nas demais subescalas, despersonalização e sentimento de incompetência profissional, predominam os escores baixos para ambos os grupos profissionais, mas García7 admite que, independentemente de qual subescala a síndrome de Burnout se inicie, uma pessoa não necessariamente passa por todas as suas fases e já pode apresentar a patologia.

Dados semelhantes nesta subescala foram observados no estudo de Lautert7, onde 72,03% dos enfermeiros analisados apresentaram-se realizados profissionalmente, ou seja, com níveis baixos de Sentimento de Incompetência Profissional. Leopardi8, também em um estudo com enfermeiros, encontrou que a maioria considera as atividades exercidas ou que lhes são confiadas correspondentes com sua qualificação. Desta forma, estas afirmações explicam a maior prevalência de um escore baixo para os enfermeiros nesta subescala.

Tabela1- Subescalas da Síndrome de Burnot. Porto Alegre-RS Profissão Escore

S. de E. E. S. de D. S. de S. I. P.

N % N % N %

Enfermeiro(a)

Baixo Moderado

Alto Total

11 55 19 95 13 65

9 45 1 5 6 30

- - - - 1 5

20 100 20 100 20 100

Técnicos e Auxiliares de enfermagem

Baixo Moderado

Alto Total

29 82.8 31 88.5 28 80

4 11.4 3 8.6 6 17.1

2 5.7 1 2.9 1 2.9

35 100 35 100 35 100

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5

*Subescala E.E= Subescala de Exaustão Emocional; S. de D.= Subescala de Despersonalização; S. S.I.P.= Subescala de Sentimento de Incompetência Profissional

5. CONCLUSÃO

Os resultados mostraram que enfermeiros apresentam níveis mais elevados de exaustão emocional quando comparados aos técnicos e auxiliares de enfermagem. Apesar dos enfermeiros apresentarem um menor envolvimento com os pacientes internados na instituição hospitalar, eles apresentam uma intensa sobrecarga emocional no seu cotidiano de trabalho, pois são responsáveis pelo bom funcionamento do serviço de assistência à saúde, onde supervisionam os demais profissionais de enfermagem, sendo constantemente cobrados pela administração e organização hospitalar, além dos médicos, quanto ao atendimento aos pacientes.

REFERÊNCIAS

1. Paes da Silva MJP. Reflexões sobre a relação interpessoal no cuidar: o fator corpo entre a enfermeira e o paciente. In: Meyer D. Marcas da Diversidade: saberes e fazeres da enfermagem contemporânea. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998.

2. Bulhões I. Riscos do trabalho de enfermagem. 2ª ed. Rio de Janeiro: Folha Carioca; 1994.

3. Maslach C. Job Burnout: new directions in research and intervention. Current Directions in Psychological Science 2003; 12(5).

7. Lautert L. O desgaste profissional do enfermeiro [Tese]. Salamanca (Espanha):

Universidade Pontifícia de Salamanca; 1995.

12. Benevides-Pereira AMT. O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica InterAção Psy 2003; Ano 1, nº 1.

13. García M. Estudios de dos medidas de Burnout en personal sanitário. Psiquiatria 1994;

n 10.

14. Leopardi MT. Significação dos atendentes de enfermagem. Florianópolis, SC. Rev. Texto e Contexto de Enfermagem 1997.

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