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RECURSOS PESQUEIROS COMPARTILHADOS ENTRE BRASIL, URUGUAI E ARGENTINA: A PROBLEMÁTICA DE

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2006

RECURSOS PESQUEIROS COMPARTILHADOS ENTRE BRASIL, URUGUAI E ARGENTINA: A PROBLEMÁTICA DE Merluccius hubbsi, Engraulis anchoita,

Umbrina canosai e Illex argentinus

André Martins VAZ-DOS-SANTOS1,Carmen Lúcia Del Bianco ROSSI-WONGTSCHOWSKI2, José Lima de FIGUEIREDO3

1 Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo – IOUSP / Universidade Santa Cecília - UNISANTA Praça do Oceanográfico, 191 sala 103A CEP 05508-120 São Paulo (SP) Brasil.

Fone 55 (11) 3091-6546 E-mail: amvaz@usp.br / andre@unisanta.br

2 Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo – IOUSP. E-mail: cwongski@usp.br 3 Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo – MZUSP. E-mail: zelima@usp.br

RESUMO

O manejo dos recursos pesqueiros compartilhados entre Brasil, Uruguai e Argentina está totalmente negligenciado, contrariando as diretrizes da sustentabilidade. Merluccius hubbsi, principal recurso do Uruguai e da Argentina;

Engraulis anchoita, recurso pelágico potencial nos três países; Umbrina canosai, cienídeo de plataforma importante no sul do Brasil e Illex argentinus, um recurso de talude com grandes flutuações sazonais, foram escolhidos para mostrar essa problemática. No momento, em nenhum caso, há ações nesse sentido, mas, a partir de conhecimentos já existentes, M. hubbsi e U. canosai já podem ser submetidas a medidas conjuntas de manejo.

Quando E. anchoita for submetida à explotação, estudos serão necessários. Quanto à I. argentinus, sua complexidade biológica e seu habitat em áreas oceânicas tornam necessárias discussões para o estabelecimento de ações conjuntas. O caráter participativo é inerente ao manejo de recursos compartilhados, cabendo aos Estados envolvidos estabelecer ações para seu uso sustentável.

Palavras-chave: recursos compartilhados, manejo, pesca sustentável, Região Sudeste-Sul do Brasil.

1. INTRODUÇÃO

A pesca extrativista marinha no Brasil vive, atualmente, uma situação preocupante, em função do declínio e colapso da maioria das pescarias tradicionais, fato comprovado através da estatística dos desembarques [01] e da avaliação de estoques [02]. Na Região Sudeste-Sul [03, 04], desde 2001 ocorreram várias corridas do ouro [05], causando nos recursos considerados fauna acompanhante ou potenciais, super-explotação em curtos períodos (2 a 3 anos). Parte deste cenário se deve à expansão da atuação da frota pesqueira para a borda da plataforma continental e para o talude superior, em busca de novos recursos.

Esta situação diverge frontalmente das diretrizes de uso sustentável dos recursos pesqueiros, pontuadas em documentos internacionais importantes, como a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar [06], da qual o Brasil é signatário, e o Código de Conduta para a Pesca Responsável [07]. Deve-se esclarecer que a atividade pesqueira sustentável está fundamentada na disponibilidade de recursos para a manutenção de toda a cadeia produtiva do pescado.

Os documentos acima citados destacam a necessidade de normatização do uso dos recursos pesqueiros compartilhados, visando sua sustentabilidade. Estes recursos são definidos em quatro categorias não mutuamente exclusivas: transfronteiros (presentes em duas ou mais zonas econômicas exclusivas - ZEEs), transzonais (presentes em ZEEs e áreas oceânicas adjacentes), altamente migratórios (o caso dos atuns e afins) e oceânicos (recursos de livre acesso em áreas oceânicas) [08, 09].

Como tema recente no Brasil, as estratégias de uso de recursos pesqueiros compartilhados foram abordadas em um único estudo [09], que apresenta um diagnóstico desanimador para a pesca no Sudeste-Sul.

Entre 1961 e 1974 existiu a Comissão Assessora Regional de Pesca para o Atlântico Sul Ocidental (CARPAS), organizada pela FAO (Food and Agriculture Organization) e composta por Brasil, Uruguai e Argentina. Como organização regional de manejo pesqueiro [10], permitiu o estabelecimento da primeira etapa no uso de recursos compartilhados:

diálogo internacional e uma incipiente cooperação em pesquisa, no caso, baseada apenas em troca de informações. A CARPAS foi dissolvida pela FAO em 1997, dada sua inatividade desde 1974, quando da realização do último encontro entre especialistas [11].

A criação, em 1973, da Comisión Técnica Mixta para el Frente Marítimo (CTMFM), para manejo de

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recursos compartilhados entre Uruguai e Argentina na região do Rio da Prata [12] explica, parcialmente, o enfraquecimento e inatividade da CARPAS.

Um levantamento inicial sobre espécies compartilhadas entre as três nações mostrou mais de quarenta espécies, entre teleósteos, elasmobrânquios e invertebrados de interesse comercial [09]. Embora existam medidas de manejo, estas são unilaterais e, no caso, deficientes e incompatíveis com a pesca sustentável, principalmente porque geram a competição pelo uso dos recursos [13]. Nesse contexto, este trabalho apresenta exemplos de espécies cujos estoques requerem manejo compartilhado: merluza, Merluccius hubbsi, anchoíta, Engraulis anchoita, castanha, Umbrina canosai e calamar, Illex argentinus.

2. CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS E BIOGEOGRAFIA DA REGIÃO ENTRE O

CABO FRIO E O GOLFO SAN MATÍAS A biogeografia dos peixes da área entre o Cabo de São Tomé (22°S) à Península Valdez (43°S) foi estudada por Figueiredo [14], que assinalou nesta região uma fauna típica, restrita a esta área, além de espécies caribenhas (tropicais) e patagônicas (temperadas-frias), de distribuição mais ampla, cujos respectivos limites meridionais e setentrionais aí se encontram.

Antes da biologia de cada espécie, torna-se necessário compreender as peculiaridades oceanográficas da região em questão, que a tornam um ecossistema de transição com características únicas, fato que justifica sua classificação como um grande ecossistema marinho, baseado nos processos ambientais e ecológicos que aí ocorrem [15].

A dinâmica da plataforma continental e talude superior da região é influenciada por águas frias e eutróficas provenientes das Malvinas, pelas descargas das águas do Rio da Prata e das Lagoas dos Patos e Mirim. A mistura dessas águas ricas em nutrientes, devido ao movimento geostrófico, normalmente flui em direção norte. Águas da Corrente do Brasil, quentes e oligotróficas, vêm em sentido oposto, de norte para sul. A maior ou menor atuação de cada uma dessas massas d’água e sua posição espacial varia em função dos ventos. A dinâmica dos recursos pesqueiros aí presentes é regida por esse sistema, havendo deslocamentos entre as ZEEs dos três países [16, 17].

3. SOBRE AS ESPÉCIES ESCOLHIDAS Procurando representar diferentes exemplos de recursos compartilhados, a escolha das espécies se baseou em critérios biológicos e pesqueiros. M.

hubbsi apresenta maiores concentrações na plataforma externa no Brasil e é o principal recurso pesqueiro no Uruguai e na Argentina [18, 19]. E.

anchoita é um recurso pelágico potencial nos três países, apesar de já haver alguma captura por parte das frotas uruguaias e argentinas [20, 21, 22]. U.

canosai é um cienídeo de plataforma e está entre os de maior importância no Rio Grande do Sul [23, 24].

I. argentinus é um cefalópode com ciclo de vida anual que vem sendo intensamente explotado no Brasil desde 2001, sendo comumente capturado na Argentina [25].

3.1 Merluccius hubbsi

A merluza é uma espécie demerso-pelágica que se distribui entre o sul do Espírito Santo (21°S) e o sul da Argentina (55°S). Ocupa desde regiões costeiras até o talude superior, em profundidades de até 500 metros. Na Argentina e no Uruguai, por sua explotação, vem sendo intensamente estudada desde 1958 [26], havendo um grande volume de informações disponíveis. Em contrapartida, no Brasil, apenas recentemente sua biologia foi estudada em toda a área de distribuição [19, 27, 28, 29], sendo que, resultados preliminares [19, 30] indicam que há dois estoques, sendo o da costa Sul compartilhado com o Uruguai e a Argentina. Parte deste estoque, que é uma extensão do estoque bonaerense (entre 34°S e 41°S), se reproduz durante o outono-inverno na costa do Rio Grande do Sul. A merluza caracteriza-se como um recurso compartilhado transfronteiro.

Quanto às capturas, constitui alvo das frotas de arrasto. A estatística pesqueira dos últimos anos (tabela 01) revela tendência de queda na produção do Uruguai e da Argentina, enquanto que, no Brasil, se nota claramente como um caso de “corrida do ouro”

da pesca demersal [05]. A pesca de merluza pelo Reino Unido na região das Ilhas Malvinas é irrisória diante da produção argentina.

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Tabela 01: Produção pesqueira de Merluccius hubbsi, por país, em toneladas. Fonte: [31].

Ano Brasil Uruguai Argentina Malvinas

(Falklands)

1994 1.500 56.981 465.368 43 1995 255 57.874 574.317 194 1996 <0.5 57.937 604.208 383 1997 - 48.367 585.679 2.440 1998 - 49.111 458.569 2.254 1999 128 32.045 314.073 2.739 2000 226 27.710 193.700 2.758 2001 2.654 27.618 249.443 1.462 2002 4.513 32.231 358.819 2.540 2003 3.072 35.247 334.098 3.752 2004 1.419 41.705 416.739 7.885 No Brasil, não existem informações publicadas sobre o estado de explotação dos estoques de merluza, apesar do mais recente informe do Subcomitê Científico da Pesca Demersal do Sudeste-Sul, que assessora a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), alertar para a sobre-explotação desse recurso, devido a reduções em sua biomassa e capturas [32]. Todavia, a drástica e volumosa captura de peixes com idades inferiores a um ano até principalmente quatro anos, indica sobrepesca de crescimento. Em termos de gerenciamento, não existe qualquer regulamentação de sua pescaria. Em 2004, a merluza constou do anexo II da Instrução Normativa 5 (MMA, 21/05/2004) como espécie em sobre- explotação, sendo retirada e excluída desta IN pela IN 52 (MMA, 08/11/2005). Não foi considerada no edital do Fundo Nacional do Meio Ambiente 02⁄2006, que versa sobre a Elaboração de Planos de Recuperação e de Gestão para Espécies de Peixes e Invertebrados Aquáticos - MMA. No Brasil, há recomendações [19] para a criação de restrições espaço-temporais de suas capturas e a adoção de mecanismos de escape em redes de arrasto.

Na Argentina e no Uruguai, o estoque bonaerense, presente ao norte de 41°S e compartilhado com o Brasil, e o estoque patagônico, ao sul de 41°S, estão sobre-explotados, precisando ser recuperados [18, 33]. As medidas de manejo propostas envolvem cotas e tamanho mínimo de captura, proteção de juvenis e reprodutores através de restrições espaço-temporais e o uso de dispositivos de escape.

Destas medidas, defesos podem ser imediatamente adotados pelos três países com base nas informações já disponíveis sobre a espécie, assim como a adoção de mecanismos de escape. Para a adoção de cotas de captura, são necessárias avaliações de estoque e biomassa conjuntas. No Brasil, o tamanho mínimo de captura como medida isolada de manejo foi refutado [28], mas pode vir a ser adotado quando da adoção de outras medidas.

3.2 Engraulis anchoita

A anchoíta é uma espécie pelágica que se distribui desde 22°S, no Cabo de São Tomé, até 47°S, região de Deseado, na Patagônia. Ocorre sobre a plataforma até 200 metros, onde forma grandes cardumes. É o recurso pelágico mais importante da Argentina [20, 34]. Em termos de estudos, os realizados na Argentina enfatizam aspectos biológicos, destacando- se estudos tróficos, pois é uma espécie chave no ecossistema: é planctófaga e alimento de várias outras espécies [21, 35, 36, 37]. No Brasil, destacam-se estudos abordando sua biologia, muitos com ênfase no ictioplâncton [36, 38, 39, 40]. Os mais recentes tratam estimativas de biomassa, ponderações sobre aprovar sua pescaria e seu papel no ecossistema [41, 42].

O estoque compartilhado de anchoíta compõe a unidade de manejo bonaerense (ao norte de 41°S), sendo transfronteira. Realiza deslocamentos desde a foz do Rio da Prata até o Rio Grande do Sul, utilizando as águas brasileiras entre 29° e 34°S para desova e criação durante o inverno [17]. Resultados de prospecção pesqueira e hidroacústica detectaram maiores concentrações de anchoíta na costa do Rio Grande do Sul durante o inverno [41], quando a espécie utiliza este ambiente associada à penetração de águas frias originárias da região austral.

Por ser uma espécie potencial para explotação, aparece apenas nas capturas das frotas de cerco da Argentina, onde já é utilizada pela indústria de conservas, e do Uruguai, onde é ocasional, mas de interesse para a indústria de farinha. Na tabela 02 constam as capturas de E. anchoita no período entre 1994-2004. A espécie não aparece nas estatísticas pesqueiras brasileiras e nas da FAO, assim como nas capturas britânicas em torno das Malvinas.

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Tabela 02: Produção pesqueira de Engraulis anchoita, por país, em toneladas. Fonte: [31].

Ano Uruguai Argentina 1994 25 19.438 1995 41 24.457 1996 22 21.001 1997 13 25.198 1998 67 13.350 1999 3.193 10.659 2000 6 12.158 2001 318 12.815 2002 11 21.324 2003 142 28.428 2004 2.101 37.266

Sobre as estimativas de abundância no Brasil, os valores variam entre 467.870 toneladas [41] e 750.000 toneladas [42]. Na Argentina, as avaliações do estoque sugerem medidas de manejo precautórias, apesar de constar como uma pescaria com possibilidade de expansão. O estoque bonaerense (compartilhado) é melhor estudado que o patagônico, apresentando captura máxima de 120.000 toneladas por ano e estimativas de biomassa entre 1.000.000 e 5.000.000 de toneladas [29, 37].

Apenas com as informações disponíveis, que não levam em consideração o compartilhamento, a expansão das pescarias de E. anchoita nos três países não pode ser feita. Como recurso potencial, é o mais suscetível à competição entre as frotas do Brasil, do Uruguai e da Argentina, situação que fatalmente levará à sobrepesca [43]. A anchoíta poderia ser utilizada como modelo para o estabelecimento de cooperação em pesquisa entre os três países, uma vez que seus aspectos biológicos gerais já são conhecidos e sua biomassa poderia ser constantemente monitorada através de cruzeiros de prospecção hidroacústica.

3.3 Umbrina canosai

A castanha é um recurso demersal costeiro, ocorrendo até os 50-70 metros, desde o Cabo de São Tomé (22°S) até a Argentina, em 41°S. A espécie não tem sido objeto de estudos científicos direcionados e o conhecimento sobre sua biologia e pesca restringem- se basicamente aos trabalhos de Haimovici e equipe [44, 45, 46, 47, 48], posteriores ao pioneiro de Zaneti- Prado [49].

A castanha é capturada principalmente através de arrastos e emalhe e constitui um recurso tradicional nas pescarias do Brasil, fato indicado nas estatísticas sobre o desembarque da espécie (tabela 03). Na Argentina e no Uruguai, consta entre aquelas espécies capturadas pela frota costeira artesanal, que atua nos 50 metros de profundidade, principalmente na Zona Comum de Pesca Argentino-Uruguaia, numa pescaria que é multiespecífica [50]. Também é uma espécie transfronteira.

Tabela 03: Produção pesqueira de Umbrina canosai, por país, em toneladas. Fonte: [31].

Ano Brasil Uruguai Argentina

1994 9.000 1.576 921

1995 9.268 1.708 3.561

1996 4.983 1.210 6.770

1997 3.358 547 2.753

1998 2.216 1.112 1.956

1999 4.849 1.401 1.433

2000 7.729 1.071 421

2001 13.567 1.416 2.083 2002 14.596 1.546 1.539 2003 11.301 2.197 1.668 2004 12.899 2.536 1.889 Em termos de comportamento, a castanha acompanha o avanço de águas frias durante o inverno na costa do Rio Grande do Sul, região de desova e criação [24].

Fica nesta região até o final da primavera, quando retorna às águas uruguaias e argentinas para se alimentar [51]. Por estas características, é classificada como espécie visitante na região entre 34-41°S [52].

Apesar disso, em recente diagnóstico sobre a pescaria da castanha [24], os autores informam que ainda não há uma definição clara sobre os estoques em sua área de distribuição. Com base no ciclo reprodutivo, considera-se que um provável estoque sul se distribui entre o Cabo de Santa Marta (29°S) e o Golfo San Matías (41°S). Esclarecer este aspecto e adotar medidas conjuntas de ordenamento da pescaria de U.

canosai deve motivar a colaboração entre Brasil, Uruguai e Argentina, a fim de se obter um diagnóstico conciso sobre o assunto.

Deve-se ressaltar que o esclarecimento dos aspectos bioecológicos da castanha é essencial ao manejo de

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recursos compartilhados [53] e que sua biologia deve ser constantemente monitorada.

Apesar disso, estimativas de biomassa realizadas no Brasil [24], indicam declínio acentuado na biomassa da castanha, estimada em 35.000 toneladas. Na Argentina [50], o valor da captura máxima permissível fixado em 10.000 toneladas é superior às atuais capturas do país, indicando possibilidades de expansão da pescaria. Esta disparidade reflete a falta de troca de informação entre os países envolvidos, apesar das estratégias argentinas para o manejo dos recursos costeiros deverem ser consensuais com as emanações da Comisión Técnica Mixta para el Frente Marítimo, contemplando ainda o Uruguai.

Sobre o manejo da pescaria de U. canosai no Brasil, o edital FNMA 02/2006 (MMA) inclui a espécie, que consta também do anexo II da IN 5 (MMA, 21/05/2004), como espécie em sobre-explotação.

Qualquer proposta que for aprovada para a castanha deverá contemplar seu compartilhamento, a fim de que medidas eficientes de recuperação de seu estoque sejam adotadas.

3.4 Illex argentinus

O calamar-argentino é um cefalópode nectônico que ocupa principalmente a região da borda da plataforma e o talude superior, distribuindo-se desde o Rio de Janeiro até o sul da Argentina, entre as latitudes 21°S e 54°S. Destaca-se pelo ciclo de vida anual e semelparidade (uma única reprodução, após a qual fenece), tornando seu recrutamento extremamente variável e muito suscetível às condições ambientais [54].

No Brasil, entre os estudos direcionados à espécie destacam-se os que tratam de sua distribuição e reprodução [55, 56, 57], incluindo larvas [58] e trofodinâmica [59]. Resultados recentes de prospecção hidroacústica [60] identificaram concentrações abundantes do calamar-argentino no talude superior, tal qual de outros omastrefídeos [61].

Constitui-se, desta forma, um recurso pesqueiro transzonal.

Na região sul brasileira o calamar apresenta vários grupos desovantes, principalmente durante o inverno e a primavera, constituído por indivíduos oriundos de áreas de criação e crescimento situadas ao longo do litoral do Uruguai e norte de Argentina [síntese de informações constantes em 62]. Nestes países, há

grandes concentrações de calamares adultos ao norte de 41°S durante o inverno, que migram para se reproduzir. As concentrações primaveris compreendem juvenis [61].

Para I. argentinus da região patagônica (ao sul de 41°S), a avaliação de estoque e manejo das pescarias tem sido abordada principalmente a partir dos anos 90. Nessa época, na região sul de sua distribuição, na zona marítima das Ilhas Malvinas pertencentes à Inglaterra, barcos de doze nações operavam na pesca do calamar [63]. O uso deste recurso motivou, em novembro de 1990, a criação da Comisión de Pesca del Atlântico Sul, uma organização regional de manejo para a área entre 45 e 60°S. Congregando a Argentina e o Reino Unido, esta comissão tem atuado também sobre outros recursos transzonais, além do calamar [64].

Atualmente, as produções pesqueiras uruguaia e argentina de calamar vêm declinando paulatinamente, com valores muito inferiores àqueles observados na década de 90 (tabela 04). É necessário destacar que a captura de I. argentinus por outros países (Belize, China, Estônia, Japão, Coréia, Federação Russa, Espanha e Taiwan) se rivaliza à da Argentina e do Uruguai. Isto é mais uma indicação do caráter transzonal do recurso, altamente explotado a partir da

“milha 201”, termo popular no meio científico para designar a atuação de frotas estrangeiras fora da ZEE de um país. No presente caso, os países asiáticos são os maiores responsáveis por estas outras capturas.

No Brasil, em 2005, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP) lançou o Edital de Convocação 01/2005 (18/01/2005), para habilitar as capturas, entre outras espécies, do calamar-argentino, por embarcações estrangeiras arrendadas, por um período de dois anos. Foram contempladas duas embarcações de bandeira argentina (Comunicado SEAP publicado no Diário Oficial da União de 08/03/2005 Seção 3). Até o momento não há como avaliar o impacto destas ações sobre os estoques de calamar, uma vez que a biomassa e o recrutamento do recurso sofrem grandes variações anuais.

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Tabela 04: Produção pesqueira de Illex argentinus, por país, em toneladas. Fonte: [31].

Ano Uruguai Argentina Malvinas

(Falklands) Outros 1994 2.022 198.833 - 303.026 1995 4.182 199.744 351 315.718 1996 5.669 294.252 196 357.319 1997 20.857 411.719 11.023 547.485 1998 13.175 291.240 8.358 386.139 1999 13.679 343.437 10.160 785.381 2000 12.144 279.046 9.754 635.366 2001 7.373 230.272 8.660 500.941 2002 11.811 177.314 10.475 335.616 2003 6.363 140.938 10.073 345.231 2004 4.728 76.485 2.178 45.776 Sobre o ordenamento da pescaria de I. argentinus, há diferentes objetivos de manejo entre Brasil e Argentina. No Brasil, não se recomenda o estabelecimento de uma frota direcionada ao recurso, devendo continuar a ser capturado de forma oportunista [62]. Por outro lado, na Argentina, há uma frota que tradicionalmente captura o calamar, além do grande problema da atuação de frotas estrangeiras fora da ZEE, que debilita as estimativas de biomassa. Estas diferentes realidades devem ser discutidas, com base em estudos conjuntos sobre a biologia da espécie, garantindo um manejo correto.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O manejo dos recursos compartilhados entre o Brasil, o Uruguai e a Argentina é um assunto negligenciado e um problema iminente. As espécies aqui utilizadas para discutir o tema refletem a urgência em estabelecer diálogo entre os três países, contemplando a cooperação em pesquisa e manejo [08, 09, 53].

Nos casos analisados, Merluccius hubbsi (de maior importância para a Argentina e para o Uruguai) e Umbrina canosai (mais importante para o Brasil) necessitam de ações emergenciais conjuntas baseadas nos conhecimentos obtidos isoladamente em cada país. Ambos são recursos sobre-explotados, cujos declínios têm mostrado a ineficiência de suas próprias gestões até o presente. Engraulis anchoita requer cuidado especial em função do atual nível de sub- explotação e por seu papel chave no ecossistema pelágico. No caso de Illex argentinus, sua plasticidade biológica, os diferentes métodos de

explotação e as medidas de manejo adotadas e sugeridas em cada país, exigem ponderações conjuntas. Estabelecer uma adequada administração pesqueira para o calamar depende também da avaliação dos estoques em regiões oceânicas, além de ZEEs.

Neste sentido, o manejo dos recursos compartilhados se impõe como uma nova perspectiva inerente à globalização. Ignorar o manejo compartilhado significa protelar ou condenar à insolvência o uso desses recursos pesqueiros, que serão inevitavelmente conduzidos à - ou mantidos em - sobrepesca. Esta situação é denominada equilíbrio bionômico [08, 09]

e conduz à manutenção da crise – situação atual da merluza e da castanha - cuja solução está, obrigatoriamente [13], no manejo compartilhado.

Considerando que o Estado Brasileiro é o responsável pela gestão dos recursos pesqueiros [65] e por honrar os compromissos internacionais assinados (destacando-se o Código de Conduta para a Pesca Responsável), compete a ele promover ações neste sentido. Torna-se claro que emanações relacionadas ao uso de recursos compartilhados dependem de atuação multidisciplinar e competente, com representatividade real dos diversos setores envolvidos. É necessário contemplar seus aspectos de ciência, meio ambiente, economia, política, diplomacia, segurança nacional e sociedade com diligência, sendo este o único caminho para o desenvolvimento sustentável.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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