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Apelação em face da sentença se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento

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Academic year: 2021

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Apelação

Didaticamente, a apelação é o recurso cabível em face da sentença, seja ela com ou sem resolução do mérito, bem como a que extingue a execução. Desta forma, caso a parte não concorde com a decisão final do juiz, ele ingressa com uma apelação visando sua anulação ou modificação pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal.

A apelação pode ser interposta nos procedimentos de jurisdição contenciosa ou voluntária, bem como no processo de conhecimento ou execução. Existem casos também de sentenças que não são apeláveis, como o caso das sentenças proferidas em execução fiscal, de valor igual ou inferior a 50 ORTN (Artigo 34, LEF).

É importante também salientarmos que as decisões interlocutórias que não cabe recurso imediato por meio de agravo de instrumento também serão reexaminadas pelo Tribunal, por meio da preliminar de apelação ou em suas contrarrazões. Vejamos:

§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

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§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.

Sobre o tema, a FCC (2019), considerou INCORRETA: Na apelação, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, são cobertas pela preclusão e não podem mais ser suscitadas.

(FUNDATEC)

Em uma demanda cível de procedimento comum, a

decisão do juiz de primeiro grau que indefere o pedido do autor de

realização de prova pericial: Poderá ser recorrida em preliminar de

apelação ou contrarrazões desse recurso. R: Correto!

O prazo para a interposição da apelação será de 15 dias, lembrando que a Fazenda Pública possui o prazo em dobro, bem como se computam apenas os dias úteis (Art. 219, CPC). Os seus requisitos para a interposição são os seguintes:

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

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§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Importante! A apelação é um recurso de fundamentação livre, podendo ser formulada qualquer espécie de crítica à sentença.

A apelação é dotada do efeito devolutivo e também, via de regra, do efeito suspensivo. No entanto, é importante que vocês saibam as hipóteses em que a mesma não possuirá efeito suspensivo, haja vista que costuma ser cobrado em provas. Vejamos:

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:

I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos;

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;

IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;

VI - decreta a interdição.

A apelação possui ainda o efeito translativo, ou seja, permite ao Tribunal conhecer de ofício das matérias de ordem pública, ainda que não suscitadas. É

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importante salientar que o juízo de primeiro grau não efetua nenhum juízo de admissibilidade na apelação. Vejamos a previsão legal:

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Caso o Juiz de primeiro grau não receba a apelação, cabe a utilização de reclamação constitucional, por usurpação de competência. Neste sentido é o enunciado 207 do FPPC.

Sobre o tema, a CESPE considerou CORRETO: "o juízo de admissibilidade é realizado diretamente pelo tribunal''.

No Tribunal, o julgamento da apelação será pelo voto de três juízes. É possível a aplicação da técnica de julgamento ampliado, em caso de divergência, conforme autoriza o Artigo 942, CPC. Sobre o tema, vejamos a explicação do Professor Márcio André:

Constatada a ausência de unanimidade no resultado da apelação, é obrigatória a aplicação do art. 942 do CPC/2015, sendo que o julgamento não se encerra até o pronunciamento pelo colegiado estendido, ou seja, inexiste a lavratura de acórdão parcial de mérito. Os novos julgadores convocados não ficam restritos aos capítulos ou pontos sobre os quais houve inicialmente divergência, cabendo-lhes a apreciação da integralidade do recurso. O prosseguimento do julgamento com quórum ampliado em caso de divergência tem por objetivo a qualificação do debate, assegurando-se a

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oportunidade para a análise aprofundada das teses jurídicas contrapostas e das questões fáticas controvertidas, com vistas a criar e manter uma jurisprudência uniforme, estável, íntegra e coerente. STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.815-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 13/11/2018 (Info 638). No CPC-15, durante o julgamento da apelação, não mais existe a figura do revisor. Bem como é viável a sustentação oral em seu julgamento.

É importante também verificar o teor do artigo 496 e parágrafo único do CPC, que dispõe:

Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo processo.

Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.

O Código de Processo Civil prevê as hipóteses em que o Tribunal pode decidir diretamente o mérito da causa, após dar provimento à apelação. Para tanto, é necessário que a causa esteja em condições de imediato julgamento, ou seja, réu citado e provas produzidas, faltando apenas a decisão de mérito. Vejamos o que dispõe o CPC:

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485 (sem resolução do mérito);

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II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;

III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;

IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

Sobre o tema, na Prova do CRM-MS (2021), foi considerada CORRETA: 'Quando o tribunal decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação e verificar que o processo está em condições para imediato julgamento, decidirá logo o mérito, sem determinar o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau'.

Bem como na PGM - Foz do Iguaçu: De acordo com o CPC/2015, se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando decretar a nulidade da sentença por falta de fundamentação. R: Correto!

É importante também salientarmos que o artigo 1.014 do CPC permite que o apelante ou apelado suscite questões de fato novas na apelação, desde que prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Vejamos:

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

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Em relação ao efeito de retratação da apelação, como regra geral, não se permite a retratação pelo juízo que proferiu a sentença. Tal regra, conhecida como inalterabilidade da sentença, possui algumas exceções. Vejamos:

1) Apelação contra a sentença que indefere a petição inicial;

2) Apelação contra a sentença que julga liminarmente improcedente o pedido;

3) Apelação contra a sentença que extingue o processo sem resolução do mérito;

4) Apelação contra sentença proferida nas causas que digam respeito a direitos de criança ou adolescente.

Em todos esses casos, é possível que o juiz possa se retratar, desde que a apelação seja admissível, preenchendo todos os requisitos de admissibilidade.

Por fim, vamos verificar alguns entendimentos jurisprudenciais sobre o tema: A extensão do efeito devolutivo da apelação é definida pelo pedido do recorrente e qualquer julgamento fora desse limite não pode comprometer a efetividade do contraditório, ainda que se pretenda aplicar a teoria da causa madura. STJ. 4ª Turma. REsp 1909451-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/03/2021 (Info 690).

A técnica do julgamento ampliado vale também para sentença mantida pelo Tribunal no julgamento da apelação por decisão não unânime. A técnica de ampliação de julgamento prevista no art. 942 do CPC/2015 deve ser utilizada quando o resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que reforma ou mantém a sentença impugnada. Assim, o que importa é que a decisão que julgou a apelação tenha sido por maioria (julgamento não unânime), não importando que a

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sentença tenha sido mantida ou reformada. Obs: cuidado com as hipóteses de cabimento do art. 942 do CPC nos casos de acórdão que julga agravo de instrumento e ação rescisória. STJ. 4ª Turma. REsp 1733820-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/10/2018 (Info 639).

No julgamento de apelação, o Tribunal poderá manter a sentença recorrida, mas utilizando novos fundamentos legais não invocados pelo juiz na 1ª instância. STJ. 2ª Turma. REsp 1352497-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/2/2014 (Info 535).

É possível que a parte junte novos documentos em sede de apelação, desde que atendidos os seguintes requisitos: a) não se trate de documento indispensável à propositura da ação; b) não haja indício de má fé; c) seja ouvida a parte contrária, garantindo-se o contraditório (art. 398 do CPC 1973 / art. 437, § 1º do CPC 2015). STJ. 1ª Turma. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/9/2013 (Info 533).

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