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FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO (FPCEUP)

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FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO (FPCEUP)

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (1980-)

No contexto dos anos subsequentes ao 25 de Abril de 1974 nascem diversas estruturas no ensino superior com o objectivo de preencher lacunas existentes no sistema universitário da época. É neste sentido que, procurando satisfazer uma “antiga aspiração da Universidade portuguesa”, o Governo aprova, por diploma de 20 de Janeiro de 19771, a institucionalização de um Curso Superior de Psicologia nas universidades de Coimbra, de Lisboa e do Porto, conferindo o grau de licenciado, o qual começa por funcionar, a título provisório, nas respectivas faculdades de Letras, “recebendo delas o necessário apoio administrativo, mas mantendo a sua autonomia científica, pedagógica e de gestão”2.

Esta medida formaliza o reconhecimento, através de grau académico, de uma área científica desde há muito tempo leccionada em disciplinas avulsas e instituída, a partir do ano lectivo de 1975-1976, como experiência pedagógica especificamente dirigida ao ensino da Psicologia.

O diploma que estabelece a licenciatura em Psicologia já prevê que venham a ser criadas escolas superiores destinadas ao ensino desta área do saber. Contudo, a falta de uma estrutura de enquadramento dos novos cursos leva a que seja homologada a criação de comissões instaladores “constituídas por cinco elementos nomeados de entre individualidades das Faculdades de Letras, Medicina e outras, especialistas científico-pedagogicamente qualificados” para “apreciar e propor os planos de estudo, analisar os currículos dos docentes e propor a sua contratação ou renovação dos respectivos contratos e exercer as funções que legalmente competem aos conselhos directivos”3.

A título transitório, é também homologada uma comissão consultiva ad hoc para o ensino da Psicologia, formada por membros das comissões instaladoras dos cursos das três universidades e com a função de emitir pareceres sobre a validade científica e pedagógica dos planos de estudos e dos curricula dos docentes.

O mesmo diploma prevê, ainda, que possa ser conferido o grau de doutor em Psicologia, nos termos da legislação aplicável às universidades portuguesas.

1

Decreto nº 12/77, de 20 de Janeiro. 2

Decreto nº 12/77, de 20 de Janeiro, art. 1.º, nº 2. 3

(2)

Pondo em prática as disposições desse texto legal, a Comissão Instaladora do Curso Superior de Psicologia da Universidade do Porto fez aprovar, em Janeiro de 1980, o plano de estudos da licenciatura em Psicologia4, remodelando o que até então se encontrava em vigor. E, poucos meses depois, um despacho da Secretaria de Estado do Ensino Superior5 homologa as especialidades e as disciplinas afins em que poderão incidir as provas de doutoramento no âmbito do mesmo Curso.

“A experiência colhida e o desenvolvimento alcançado pelos Cursos Superiores de Psicologia (...) aconselham a sua transformação em estabelecimentos de ensino superior universitário, dotados de uma estrutura mais adequada à expansão das actividades docentes e de investigação (...). Por outro lado, a complementaridade e afinidade dos domínios da psicologia com os das ciências da educação (...) permite conferir às Faculdades agora criadas uma dupla valência científica (...)”6. Estas afirmações, exaradas no texto introdutório do diploma que homologa as faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação nas universidades de Coimbra, de Lisboa e do Porto, em Novembro de 1980, justificam o nascimento das novas escolas, cujos fins são expressamente o ensino, a investigação científica e a extensão cultural no âmbito das duas áreas abrangidas.

O enquadramento legal, no que respeita aos órgãos de gestão e à estrutura administrativa e pedagógica, rege-se pelas disposições em vigor7, embora o diploma que institui as faculdades também contenha várias determinações respeitantes às competências do Conselho Directivo provisório8, que assegurará a transição, a todos os níveis, dos cursos superiores de Psicologia para as novas faculdades.

Ao ser criada a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto aprova-se, também, o respectivo quadro de pessoal. Para além do Secretário, responsável pelo serviço de Secretaria e com funções de apoio aos órgãos de gestão, o quadro integra pessoal técnico-profissional e/ou administrativo e pessoal auxiliar. Os serviços previstos na lei geral9, para além da Secretaria, são constituídos pela Biblioteca e pelo Serviço de Textos e Reprografia, a esta anexo.

No concernente à estrutura pedagógica e científica, e apesar de ainda só se ministrar a licenciatura em Psicologia (originária do Curso Superior e agora integrada na

4 Portaria nº 26-C2/80, de 9 de Janeiro. 5 Despacho nº 46/80, de 20 de Maio. 6

Decreto-Lei nº 529/50, de 5 de Novembro, [preâmbulo]. 7

A estrutura de gestão dos estabelecimentos de ensino superior era, nesta altura, regulamentada pelo Decreto-Lei nº781-A/76, de 28 de Outubro; a estrutura dos serviços estava enquadrada pelo Decreto-Lei nº 536/79, de 31 de Dezembro.

8

Até à nomeação deste Conselho, as respectivas competências seriam asseguradas pelas comissões instaladoras dos cursos superiores de Psicologia (cf.: Decreto-Lei nº 529/80, de 5 de Novembro, art. 16.º).

9

Decreto-Lei nº 536/79, de 31 de Dezembro, complementado, posteriormente, pelo Decreto-Lei nº 190/82, de 18 de Maio, que aprova os quadros de pessoal das universidades.

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Faculdade10), criam-se dois grupos – um de Psicologia e outro de Ciências da Educação – para enquadrar os docentes e respectiva actividade pedagógico-científica. O curso de licenciatura em Ciências da Educação terá, contudo, de aguardar até 1987 para ver a sua aprovação consignada na lei11. Desdobrando-se em ramos, este novo curso surge ao mesmo tempo que a homologação do ramo de Educação da Criança.

Entretanto, a dinâmica imposta pelo grupo de Psicologia já havia conseguido, no ano anterior, fazer aprovar o curso especializado conducente ao mestrado em Psicologia, com várias áreas de especialização12. Este foi o primeiro de uma extensa lista de cursos de ensino pós-graduado que a Faculdade viria a criar13.

À maior actividade pedagógica associa-se, naturalmente, o crescimento do sector administrativo, justificado, além do mais, pela descentralização dos serviços académicos face à Secretaria Geral da Universidade14.

Os anos de 1988 e 1989 introduzem, na Faculdade, algumas mudanças ao nível orgânico e funcional, por efeito de diplomas de carácter genérico. Por um lado, aprova-se a primeira Lei Orgânica da Universidade do Porto, que traz consigo uma remodelação dos quadros de pessoal15; por outro, promulga-se a lei que define a autonomia das universidades16; e por outro lado ainda, publicam-se os primeiros Estatutos da Universidade do Porto17.

É neste contexto que a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação vê o seu primeiro texto estatutário ser homologado em 199018. À luz deste diploma, a Faculdade é definida como uma “escola onde se realizam o ensino e a investigação nas áreas da

10

A Portaria nº 794/85, de 19 de Outubro, aprovou o regulamento, plano de estudos e regime de transição da licenciatura em Psicologia para a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto. 11

Portaria nº 816/87, de 30 de Setembro. 12

O curso de mestrado em Psicologia foi aprovado pela Portaria nº 213/86, de 13 de Maio, com as seguintes áreas de especialização: Consulta Psicológica de Jovens e Adultos, Psicologia do Desenvolvimento e da Educação da Criança. Psicologia do Comportamento Desviante, Psicologia e Saúde e Psicologia do Trabalho e das Empresas.

13

A regulamentação dos graus académicos veio a ser definida, pouco depois, no âmbito da Lei de Bases do

Sistema Educativo (Lei nº 46/86, de 18 de Outubro), na qual se prevêem os graus de bacharel, licenciado, mestre

e doutor, determinando-se, ainda, que os estabelecimentos de ensino podem atribuir “diplomas de estudos superiores especializados, bem como certificados e diplomas para cursos de pequena duração” (art. 13º, ponto 2). Mais tarde, num contexto de redefinição das especificidades do ensino universitário e do ensino politécnico, introduzem-se alterações ao articulado do diploma de 1986 quanto às “condições de atribuição dos graus académicos de forma a garantir o nível científico da formação adquirida” (Lei nº 115/97, de 19 de Setembro, art. 13º, ponto 6).

14

Esta descentralização foi determinada por decisão reitoral (Ordem de Serviço nº 27/86, de 15 de Julho), a qual estipulava que ficavam “a cargo das Escolas todas as actividades consequentes da frequência do 1º e 2º anos”, a partir do início do ano lectivo de 1986-1987.

15

Decreto-Lei nº 148/88, de 27 de Abril. 16

Lei nº 108/88, de 24 de Setembro. 17

Despacho Normativo nº 73/89, de 19 de Julho. 18

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Psicologia e das Ciências da Educação, concedendo graus de licenciado, mestre, doutor e agregado naquelas áreas, bem como em domínios afins, mono, pluri e interdisciplinares”19. A Faculdade tem, ainda, competência para organizar cursos de bacharelato e de licenciatura destinados à formação de educadores e professores e cursos de formação pedagógica para acesso à profissionalização de professores, bem como cursos de especialização, de actualização e de formação contínua nos vários domínios da Psicologia e das Ciências da Educação.

Os Estatutos consignam uma estrutura interna que se organiza funcionalmente em cursos, grupos, centros e serviços. Os cursos são definidos expressamente como “as unidades de projectos de formação humana, cultural, científica e técnica”20; os dois grupos – de Psicologia e de Ciências da Educação – “criam e gerem as condições necessárias ao desenvolvimento de actividades de ensino, de investigação e de prestação de serviços à comunidade”21; os centros, cuja criação é da competência do Conselho Científico, visam, sobretudo, o desenvolvimento da investigação e a prestação de serviços à comunidade; e os serviços são considerados unidades instrumentais que prestam apoio à gestão de recursos, às actividades de ensino/formação, investigação e prestação de serviços e ao normal funcionamento da Faculdade.

São também objecto do texto estatutário os órgãos de gestão da Faculdade que, seguindo a matriz definida nos Estatutos da Universidade do Porto, são compostos pela Assembleia de Representantes e pelos conselhos Directivo, Científico, Pedagógico e Administrativo. Para além destes, existe ainda um Conselho Consultivo.

A Assembleia de Representantes, constituída por elementos representativos do corpo docente, dos estudantes e do pessoal não docente, tem um papel importante na definição global das regras de funcionamento da Faculdade, cabendo-lhe também a fiscalização dos actos do Conselho Directivo. Este é, por natureza das funções que lhe estão cometidas, o órgão executivo e compete-lhe assegurar a ligação da Escola à Universidade e ao ministério de tutela. Ao Conselho Científico, composto pelos coordenadores de grupo e mais dez elementos eleitos de entre os docentes possuidores do grau de doutor, cabe um leque alargado de atribuições, que vão desde a competência para criar, alterar e extinguir cursos até à definição da política de desenvolvimento da investigação científica, dos serviços à comunidade e das actividades de extensão cultural. O Conselho Pedagógico, cuja acção se centra, naturalmente, em todas as questão relacionadas com a actividade docente, é composto por representantes dos professores,

19

[Estatutos da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação], art. 2.º, nº 2. 20

[Estatutos da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação], art. 6.º, nº 1. 21

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assistentes e estudantes, organizados em comissões de cursos por cada projecto de ensino. Finalmente, ao Conselho Administrativo, órgão de natureza técnica, cabem funções, sobretudo, de carácter financeiro.

Para estabelecer a ligação da Faculdade com a comunidade é criado o Conselho Consultivo, integrado pelos presidentes dos órgãos de gestão, pelos responsáveis dos centros e por dez personalidades representativas dos domínios de actividade social relacionados com o âmbito de actuação da Faculdade.

A cada um dos sectores funcionais que compõem a estrutura interna da Faculdade e que foram acima discriminados, também se atribuem, estatutariamente, diversas disposições regulamentares. Contudo, as respectivas competências22 só serão definidas mais tarde, uma vez que a regulamentação orgânica dos serviços e os novos quadros de pessoal têm de aguardar dois anos para ser homologados por deliberação da Universidade do Porto23.

Na reestruturação dos serviços merece realce o facto de estes passarem a depender de um Director de Serviços, pese embora a circunstância de o Secretário se manter em funções24. O quadro aprovado, com um total de cinquenta e nove lugares, indicia já o grau de complexidade atingida pela estrutura orgânica da Faculdade, em pouco mais de uma década de existência.

A organização e o funcionamento da Faculdade são objecto de uma outra remodelação, ainda que ligeira, em 1995, ano em que se procede à aprovação de alterações aos Estatutos25. Seguindo, no essencial, o texto estatutário anterior, a revisão efectuada introduz significativas mudanças no que respeita à composição do Conselho Científico, que se alarga agora a todos os docentes doutorados e passa a funcionar em plenário e em comissão coordenadora, esta de constituição mais restrita.

No domínio das actividades pedagógicas e científicas, a década de 90 também representa uma fase de intensa actividade. Por um lado, há uma oferta diversificada de novos cursos: é criado o mestrado em Ciências da Educação (1991), com múltiplas áreas de especialização, e são aprovados os programas de doutoramento, em regime experimental, em Psicologia e em Ciências da Educação (1998). Por outro, surgem novas valências nas linhas de investigação, através dos centros previstos nos Estatutos.

22

Nos Estatutos apenas se definem as competências dos órgãos de gestão da Faculdade. 23

Aprovada em 13 de Outubro de 1992 e publicada em: Diário da República. 2ª série. Lisboa. 268 (19 Nov. 1992) 10.943-10.947.

24

O lugar de Secretário será extinto quando vagar. 25

Homologadas em 31 de Outubro de 1995 e publicadas em: Diário da República. 2ª série. Lisboa. 273 (25 Nov. 1995) 14.091-14.096.

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A este propósito, importa salientar que, aquando da aprovação dos Estatutos da Faculdade, em 1990, esta já dispunha de quatro centros de investigação (Instituto de Consulta Psicológica, Formação e Desenvolvimento26; Centro de Ciências do Comportamento Desviante27; Centro de Psicologia do Desenvolvimento e Educação da Criança28; Centro de Investigação e Intervenção Educativa29), os quais passaram a ter, desde essa data, um enquadramento legal consentâneo com a lei que rege todos os aspectos orgânico-funcionais da instituição. Na dependência do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC), existia também, desde 1980, o Centro de Psicologia, mais tarde integrado na Faculdade, assim como o Centro de Investigação e Intervenção Educativa que, apesar de ter sido aprovado pelo Conselho Científico, rapidamente passou a ser financiado pelo INIC. Posteriormente, surge o Centro de Cognição e Afectividade, financiado, a partir de Maio de 1994, pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT).

26

Aprovada a sua criação em reunião do Conselho Científico de 13 de Julho de 1982. 27

Aprovada a sua criação em reunião do Conselho Científico de Julho de 1984. 28

Aprovada a sua criação em reunião do Conselho Científico de 26 de Julho de 1985. 29

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