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INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM RECEPTORAS DE EMBRIÕES EQUINOS:BUSCA POR UM MANEJO SUSTENTÁVEL

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UNICESUMAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

PROGRAMA DE MESTRADO EM TECNOLOGIAS LIMPAS

INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM RECEPTORAS DE

EMBRIÕES EQUINOS:BUSCA POR UM MANEJO

SUSTENTÁVEL

ANA CAROLINA FANHANI DE ARRUDA BOTELHO

MARINGÁ 2018

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UNICESUMAR – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ

PROGRAMA DE MESTRADO EM TECNOLOGIAS LIMPAS

INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM RECEPTORAS DE

EMBRIÕES EQUINOS: BUSCA POR UM MANEJO

SUSTENTÁVEL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá (UniCesumar), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologias Limpas.

Linha de pesquisa: Agroindústria e Agropecuária Sustentável

Orientador: Prof. Dr. Fabio Luiz Bim Cavalieri

Coorientadora: Profa. Dra. Marcia Aparecida Andreazzi

MARINGÁ 2018

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Leila Nascimento – Bibliotecária – CRB 9/1722 Biblioteca Central UniCesumar

Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). B748i Botelho, Ana Carolina Fanhani de Arruda.

Indução da ciclicidade em receptoras de embriões equinos: busca por um manejo sustentável / Ana Carolina Fanhani de Arruda Botelho. – Maringá-PR, 2018.

44 f.: il. color. ; 30 cm.

Orientador: Fabio Luiz Bim Cavalieri. Coorientadora: Marcia Aparecida Andreazzi.

Dissertação (mestrado) – UNICESUMAR - Centro Universitário de Maringá, Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Limpas, 2018.

1. Éguas. 2. Estação reprodutiva. 3. Produção sustentável. I. Título.

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ANA CAROLINA FANHANI DE ARRUDA BOTELHO

Indução da Ciclicidade em Receptoras de Embriões Equinos: Busca por um

Manejo Sustentável

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em

Tecnologias Limpas pela Comissão Julgadora composta pelos membros:

COMISSÃO JULGADORA

__________________________________________ Prof. Dr. Fabio Luiz Bim Cavalieri

Centro Universitário de Maringá (Presidente)

_________________________________ Profª. Dra. Isabele Picada Emanuelli

Centro Universitário de Maringá

__________________________________ Prof. Dr. Rafael Castoldi

Universidade Estadual de Maringá

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Aos melhores pais do mundo, Ana Paula e Emmanuel, por sempre me apoiarem na realização de todos os meus sonhos.

Ao meu namorado Igor, por ter me feito muito feliz nesses anos de namoro. Que venham mais anos e anos!

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus, pois sem Ele nada teria acontecido na minha vida. Quero agradecer também à Santa Rita de Cássia, que tem me ajudado muito em todas as dificuldades da vida, a todos os Santos que intercedem por mim e ao meu anjo da guarda, por nunca ter deixado nada de mau me acontecer.

À minha mãe Ana Paula. Muito obrigada por todos os momentos dedicados a mim, por suas palavras, seus conselhos, seu amor, sua honestidade, seu afeto e por nossa amizade. É um presente de Deus ser sua filha! Quero te dizer, mais uma vez, que te amo incondicionalmente, não seria nada sem você e, se dependesse de mim, você viveria ao meu lado eternamente. De coração, obrigada mãe! Estaremos sempre juntas.

Ao meu pai Emmanuel, pois desde sempre me incentivou a amar os cavalos e, principalmente, incentivou-me a seguir firme e nunca desistir da profissão que eu já tinha escolhido desde pequena. Você é uma pessoa especial que sempre fez de tudo para estar presente em todos os momentos importantes da minha vida. Também é um presente de Deus ser sua filha! Eu te amo muito! De coração, obrigada pai!

Ao meu namorado Igor, por todos os momentos que passamos juntos, pela paciência com meus estudos, por tudo o que você me ensinou, por ser tão amigo e parceiro. Obrigada por sempre fazer tudo dar certo e por estar sempre ao meu lado, incentivando-me em todas as minhas decisões. Eu te amo muito, amor. O caminho até aqui, com certeza, foi muito mais fácil e especial com você.

Aos meus bebês de quatro patas, Nina, Spike, Anita e, em especial, à minha fiel companheira Cinch, por ter ficado horas e horas ao meu lado, às vezes dormindo, às vezes entediada, mas sempre presente, implorando, algumas vezes com patadas nada carinhosas, para que eu lhe desse mais atenção do que eu estava dando ao computador. Vocês serão para sempre o meu quarteto fantástico.

À minha madrasta Silvia, por ter me ajudado a cuidar dos meus cachorros, enquanto eu estava ocupada e preocupada com a realização deste trabalho. Meu pai e eu somos muito gratos por tudo o que você faz por nós. De coração, obrigada Sil!

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Ao prof. Dr. Fábio Luiz Bim Cavalieri, pela oportunidade, orientação, disponibilidade e consideração ao longo desta caminhada que já vem desde o estágio curricular. Você é uma pessoa incrível, professor!

À profª. Dra. Marcia Aparecida Andreazzi, pela coorientação e por toda ajuda durante o período do mestrado. Eu não tenho palavras para descrever sua dedicação e vontade de ajudar. Agradeço muito, professora.

À profª. Dra. Isabele Picada Emanuelli, por ter aceitado fazer parte da banca e por toda a ajuda também ao longo do mestrado.

Ao prof. Dr. Rafael Castoldi, por também ter aceitado prontamente fazer parte desta banca.

Aos amigos que Maringá me deu e aos colegas de turma do mestrado. Foi tudo muito mais fácil com vocês!

Ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá e a todos os seus professores, pela oportunidade e pelos ensinamentos proporcionados.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.

Aos Médicos Veterinários, Dyorgenes Mathaus e Pedro Baeza, por todos os ensinamentos e pela parceria.

Ao prof. Msc. Antônio Hugo Colombo, pela paciência e respeito, por tudo o que ensinou durante todo o tempo que tive a oportunidade de acompanhá-lo. Obrigadão mesmo, Hugo!

Aos colaboradores da Biotec: Dani, Laris, Fabiano, Luis, Sr. Ciço, Robinho, Tereza, Leila, e aos demais, pelas contribuições sempre que necessárias, pela amizade e pelos cafezinhos de todos os dias.

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SUMÁRIO

RESUMO

1 INTRODUÇÃO...1

2 REVISÃO DE LITERATURA...3

2.1 PECUÁRIA SUSTENTÁVEL...3

2.2 SUSTENTABILIDADE NA EQUIDEOCULTURA...4

2.2.1 CICLO ESTRAL DA ÉGUA...5

2.2.2 DESVIO FOLICULAR NOS EQUINOS...6

2.2.3 MANIPULAÇÃO FARMACOLÓGICA DO CICLO ESTRAL...7

3 REFERÊNCIAS...10

4 OBJETIVOS...14

5 ARTIGO 1...15

6 NORMAS DO ARTIGO 1...29

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tempo para o aparecimento do folículo dominante, tamanho do folículo

dominante no momento da retirada do implante, tempo para ovulação e taxa de ovulação em éguas Mestiças submetidas a tratamento com dispositivo de progesterona intravaginal, em função do diâmetro do folículo... ...21

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LISTA DE ABREVIATURAS

BE – Benzoato de estradiol D – Dia

DIB – Dispositivo Intravaginal Bovino FSH – Hormônio folículo estimulante

GnRH – Hormônio liberador de gonadotrofinas hCG – Gonadotrofina coriônica humana

IA – Inseminação artificial Km – Quilômetros

LH – Hormônio luteinizante

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mg – Miligramas mL – Mililitros mm – Milímetros ng – Nanogramas PGF2α – Prostaglandina P4 – Progesterona R$ – Reais T1 – Tratamento 1 T2 – Tratamento 2 TE – Transferência de embrião

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RESUMO

A cadeia produtiva do cavalo tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos, sobretudo em função da criação de cavalos atletas, os quais requerem mais cuidados, inclusive no emprego das biotécnicas da reprodução, que buscam reproduzir os melhores animais. Ao longo dos anos, a taxa de prenhez em éguas tem aumentado devido à utilização de várias técnicas, dentre elas o uso de hormônios exógenos, como a progesterona, que pode ser eficiente na indução da primeira ovulação do ano. O objetivo deste estudo foi investigar um manejo sustentável para a cadeia produtiva equina, por meio da utilização de implantes intravaginais de progesterona em éguas em anestro sazonal, visando antecipar a primeira ovulação da estação de monta. Foram utilizadas vinte e duas éguas mestiças, classificadas em dois tratamentos: T1 - animais com a presença de folículo menor ou igual a 20 mm, e o T2 - animais que apresentaram folículo maior ou igual a 20 mm, os quais receberam dispositivo intravaginal de progesterona. Após sete dias, os dois grupos foram submetidos a exames ultrassonográficos diários para verificação do crescimento folicular. Os implantes foram retirados quando os animais apresentaram um folículo maior ou igual a 35 mm e, um dia após a retirada do implante, todos os animais tiveram sua ovulação induzida. Os dados foram tabulados e analisados empregando o PROC GENMOD, e mostraram que a porcentagem de animais que responderam ao tratamento e apresentaram folículo dominante maior do que 35mm foi significativamente maior (P<0,05) nos animais do grupo T2 (62,5%) do que no T1 (28,5%). De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que o uso de dispositivos de progesterona induziu a ciclicidade das receptoras de embriões equinos e antecipou a primeira ovulação da estação de monta, mostrando que esta técnica pode tornar o manejo de fêmeas equinas mais eficiente, produtivo e sustentável sob o ponto de vista econômico e ambiental.

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ABSTRACT

The horse productive chain has shown an expressive growth on the last years, besides, in function of athlletes horses raise, in which, require more careful, including the use of reproduction biotequiniques, that search the best animals. Within the years, the pregnancy rate in mare incresead, due to the use of several techniques, including the hormone usages as progesterone that can be efficient inducing the first ovulation of the year. The main of the study was investigate a sustentable management at the equine reproductive chain, using intravaginal progesterone implants, in mares in seasonal anestrous, aiming the first ovulation at reproductive season. Twenty two crossbreed mares were used, classified in two treatments: TI- animals with foliculius smaller or equal 20mmand T2- animals with foliculus bigger or equal 20mm, which received progesterone intravaginal dispositive. After seven days, the two groups were submited to daily ultrasounds exams to verify the follicular growth, the implants were withdrawn when the animals presented a foliculus bigger or equal 35mm, and one day after the implant withdraw, all the animals had induced ovulation. The datas were tabulated and analized using PROC GENMOD. The data showed that the percentage of animals that responded to the treatment and had a dominant follicle greater than 35 mm was significantly higher (P <0.05) in the animals of the T2 group (62.5%) than in the T1 group (28.5 %). According to the obtained results in this research, we can conclude that the progesterone dispositive usage, induces the cyclicity in equine receptors of embryos, and antecipated the first ovulation at the reproductive season, showing that this technique can make the management of maresmore efficient, productive and sustentable, at the economic and ambiental point of view.

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1 INTRODUÇÃO

A sensibilização da sociedade para as questões relacionadas à preservação do planeta é crescente. O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) afirma que a cada geração percebe-se uma evolução positiva na sensibilização das pessoas quanto à necessidade da promoção da sustentabilidade socioeconômica e ambiental em todas as atividades produtivas (GTPS, 2016).

A sustentabilidade dos setores agropecuários se relaciona com a evolução dos sistemas de produção (BALBINO et al., 2012) e na cadeia produtiva equina este fato também acontece.

No Brasil, a cadeia produtiva do cavalo tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos. Dados mostram que o faturamento bruto anual nesta cadeia aumentou de R$7,5 bilhões em 2006 para R$16 bilhões de reais em 2015 (LIMA e CINTRA, 2015). Juntamente com muares e asininos são 8,5 milhões de cabeças que movimentam R$ 7,3 bilhões por ano, tornando o Brasil uma grande fonte geradora de empregos nas diversas áreas relacionadas à equinocultura (MAPA, 2017).

Essa evolução ocorreu, principalmente, devido à criação de cavalos destinados ao segmento esportivo. Ao contrário dos animais direcionados para lida, em geral associados à bovinocultura, o cavalo de esporte ou de lazer requer maiores cuidados e gastos (LIMA e CINTRA, 2015). Associado a este fato, ocorreu também um aumento no número e no tamanho dos eventos esportivos, resultando numa busca pelos melhores animais. Desta maneira, o emprego das biotécnicas da reprodução na espécie equina se tornou imperativo, a fim de reproduzir apenas os melhores animais (BORTOT e ZAPPA, 2013).

O Brasil é uma referência no estudo e na utilização de biotécnicas de reprodução assistida, como a inseminação artificial (IA) e transferência de embriões (TE) (DE OLIVEIRA FILHO et al., 2012). No entanto, no caso dos equinos, há de se considerar as características particulares das éguas, como a sazonalidade, que fazem com que sejam consideradas pouco produtivas. Sendo assim, uma alternativa para ampliar o período reprodutivo das éguas é utilizar ciclos artificiais, administrando hormônios exógenos (JARDIM et al., 2015). Várias técnicas têm sido estudadas para antecipar a primeira ovulação da estação de monta das éguas, destacando-se o uso de progesterona

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2 (P4), podendo ser administrada via oral, injetável ou por meio do uso de dispositivos intravaginais (RODRIGUES et al., 2012).

Os dispositivos de P4 podem ser eficientes na indução da primeira ovulação do ano em éguas, uma vez que, na espécie equina, a P4 não inibe a foliculogênese e a ovulação (MCKINNON et al., 2011), inibe apenas o pico do hormônio luteinizante (LH), fazendo com que se acumule na hipófise e facilite a ovulação (MCKINNON et al., 2011;STAEMPFLI et al., 2011). A retirada do dispositivo reduzirá os níveis de P4, levando a manifestação do estro nas éguas (SAMPER et al., 2007; RODRIGUES et al., 2012).

Dessa maneira, investigações que busquem aumentar a eficiência reprodutiva das éguas, produzindo mais potros com uma menor quantidade de animais, são de grande relevância para se alcançar a sustentabilidade econômica e ambiental da cadeia produtiva dos equinos.

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3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PECUÁRIA SUSTENTÁVEL

O conceito de pecuária sustentável vem sendo amplamente discutido entre o poder público, setor privado e a sociedade (BALBINO et al., 2012). Essa atividade, que prevê práticas socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis, conta com o apoio do governo federal, que colabora com o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), com o objetivo específico de desenvolver uma pecuária capaz de produzir com maior eficiência e menor impacto ambiental (GTPS, 2016).

Com relação à demanda crescente por alimentos, bioenergia e produtos florestais, em contraposição à necessidade de redução de desmatamento e da emissão de gases de efeito estufa (GEE), são necessárias soluções que permitam incentivar o desenvolvimento socioeconômico sem comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais (NASCIMENTO e COSTA, 2010). A intensificação do uso da terra em áreas agrícolas e o aumento da eficiência dos sistemas de produção podem contribuir para harmonizar esses interesses (GTPS, 2016).

De fato, os impactos da criação animal sobre o meio ambiente incluem desde degradação do solo, poluição dos recursos hídricos, emissão de gases do efeito estufa (GEE) e diminuição da biodiversidade (GTPS, 2016). Contudo, várias técnicas vêm sendo estudadas objetivando a redução desses impactos. Um exemplo a ser considerado é o sistema de integração lavoura-pecuária, que, pela diversificação das atividades econômicas, reduz os custos e promove um aumento na produtividade (BALBINO et al., 2011; BALBINO et al., 2012). Nos sistemas em integração que apresentam o componente florestal, conhecidos como integração lavoura-pecuária-floresta, considera-se também na receita a comercialização de produtos madeireiros e não madeireiros obtidos no mesmo espaço (SALTON et al., 2015).

Além desses exemplos, outros estudos buscam a sustentabilidade e melhores índices de produção por meio de pesquisas que envolvem mudanças no manejo nutricional, melhoramento genético, cuidados sanitários e o emprego de biotecnologias da reprodução animal (GUERREIRO et al., 2014).

Segundo Koscheck et al. (2011), o emprego das biotécnicas da reprodução, os estudos sobre o manejo correto do solo, a melhora da sanidade dos rebanhos e a oferta

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4 de nutrição adequada para as diferentes espécies e categorias animais permitem que esses animais expressem ao máximo seu potencial genético, demonstrando padrões que servem como referência para se aumentar a produtividade por hectare.

2.2 SUSTENTABILIDADE NA EQUIDEOCULTURA

A busca pela sustentabilidade se faz necessária em todas as cadeias produtivas, inclusive na equina, a qual tem se destacado economicamente no Brasil (LIMA e CINTRA, 2015). Contudo, a maioria dos trabalhos que se relacionam com as questões de sustentabilidade versam sobre o uso de co-produtos na alimentação dos animais. A utilização da polpa cítrica (MENEZES et al., 2014), casca de soja, casca de trigo e casca de milho são exemplos de alimentos alternativos que podem ser utilizados na espécie equina (TRIBUCCI et al., 2013; DE ARRUDA et al., 2010). Entretanto, pesquisas que investigam a obtenção de uma equideocultura sustentável por meio do uso de biotécnicas da reprodução são escassas na literatura.

A utilização das biotécnicas da reprodução é uma ferramenta importante em vários programas de melhoramento genético de equinos por todo o mundo, principalmente porque permite a produção de múltiplos potros de éguas de alto potencial genético (DE OLIVEIRA FILHO et al., 2012; BORTOT e ZAPPA, 2013) tornando-os animais mais produtivos (BALBINO et al., 2012).

De acordo com Allen e Wilsher (2017), ao longo dos anos, a taxa de prenhez por temporada em éguas puras cresceu de 70 para 90%, principalmente devido à utilização de técnicas que incluem a aplicação de iluminação artificial para indução da ciclicidade no período do anestro até o início da primavera, associado a hormônios exógenos, entre eles, a P4. De fato este protocolo contribui com a sustentabilidade da cadeia equina, visto que resulta em melhores índices produtivos, contudo, outros trabalhos (POLASEK et al., 2017; NEWCOMBE et al., 2001) que empregaram somente P4 se mostram mais sustentáveis, demonstrando menor investimento, menor geração de resíduos, maior economia com relação ao manejo e à utilização de energia elétrica para manter a iluminação artificial, além de apresentarem bons índices produtivos.

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5 2.2.1 CICLO ESTRAL DA ÉGUA

As éguas são poliéstricas sazonais ou estacionais, pois apresentam vários ciclos seguidos dentro de um período de tempo denominado estação de monta (THORSON et al., 2014). São também classificadas como poliéstricas sazonais de dias longos ou fotoperíodo positivas, pois apresentam ciclicidade influenciada pela sazonalidade e luminosidade, sendo assim, apresentam a estação reprodutiva ou estação de monta no período do verão que compreende os meses de outubro a março no hemisfério sul (ALLEN e WILSHER, 2017).

A fase anterior a essa estação reprodutiva é denominada transição de primavera, que compreende os meses de agosto a outubro, na qual as éguas começam a ciclar, mas os cios são prolongados (GUINTHER, 2017a). A fase posterior à reprodutiva é chamada transição de outono e acontece nos meses de março a maio, e as éguas param de ciclar com o passar dos dias. Após essa fase, entram em um período de anestro, que se estende de maio a agosto, período em que a atividade ovariana é quase nula (LANDIM-ALVARENGA e IGNÁCIO, 2011).

O eixo hipotálamo-hipófise-gônada se baseia na liberação do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo, de forma pulsátil, que chegará na hipófise, estimulando a mesma a liberar as gonadotrofinas: hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo estimulante (FSH). O FSH é responsável pelo crescimento inicial do folículo e das células da granulosa do ovário (THORSON et al., 2014; GINTHER, 2017b). Já o LH é responsável pela maturação folicular, ovulação e luteinização. Esses hormônios são liberados pela hipófise por meio de alterações na frequência da pulsação do GnRH, ou seja, quando o GnRH chega com baixa frequência na hipófise ocorre a liberação do FSH, e quando chega com alta frequência ocorre a liberação do LH (THORSON et al., 2014).

O crescimento folicular nas éguas é dividido em quatro fases distintas: emergência da onda folicular, crescimento folicular comum, desvio ou divergência e, por último, a fase de dominância, na qual apenas o maior folículo continua seu crescimento (GINTHER, 2017b).

A égua apresenta duas fases do ciclo estral: o estro, com duração de 5 a 7 dias, caracterizado pelo aumento do hormônio estrógeno (E2) e comportamento de cio, e o diestro, com duração de 14 a 16 dias, caracterizado pelo aumento de P4 e possível reconhecimento materno da gestação (CLAES et al., 2017). O aumento do FSH

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6 acontece em conjunto com a emergência da onda folicular, pois os folículos estão iniciando seu desenvolvimento. Após essa fase, começa o crescimento folicular comum, no qual todos os folículos crescem na mesma proporção (3 mm/dia) (GURGEL et al., 2008; GINTHER, 2017a).

A concentração de FSH aumenta até o maior folículo atingir 13 mm de diâmetro, desse modo começa a produzir inibina, que é um hormônio supressor da liberação de FSH. O crescimento dos folículos faz com que aumente a concentração de E2 circulante e o animal apresentará comportamento de estro, com urinar frequente, aceitação de monta e eversão do clitóris (GINTHER, 2017b).

Quando o folículo de maior diâmetro atingir 22,5 mm, o seu crescimento ficará sob responsabilidade do LH, uma vez que esse folículo já possuirá receptores para esse hormônio. Após o pico de E2, ocorre o aumento da secreção do GnRH, que estimulará a hipófise a produzir LH e, no pico do LH, ocorre a ovulação (THORSON et al., 2014)

Após a ovulação, ocorre a diferenciação das células do folículo ovulado em corpo lúteo, ou seja, as células da teca e da granulosa são luteinizadas rapidamente após a ovulação, processo conhecido como luteinização (TREVISOL et al., 2013).

O corpo lúteo é responsável pela produção da P4, que, por sua vez, é responsável pela preparação do útero e manutenção de uma possível gestação (TREVISOL et al., 2013). Caso não aconteça o reconhecimento materno da gestação, que na espécie equina ocorre entre os dias 14 a 16 pós-ovulação, uma cascata de fatores resultarão na produção de prostaglandina (PGF2α) pelo endométrio uterino. Após, tem-se a quebra do corpo lúteo ou luteólise, reativação do eixo hipotálamo-hipófise-gônada e, consequentemente, um novo ciclo (DA SILVA et al., 2012).

2.2.2 DESVIO FOLICULAR NOS EQUINOS

O ciclo reprodutivo da égua se caracteriza por uma fase folicular seguida de fase luteal, decorrente, na maioria das vezes, de uma única ovulação. Na ocorrência da emergência de uma onda folicular ovulatória, os folículos se desenvolvem em uma fase de crescimento comum até o início do desvio, quando o folículo dominante continua a crescer e os folículos subordinados começam a regredir (MEDEIROS et al., 2017). O desvio começa quando o futuro folículo dominante apresenta cerca de 22,5mm, sendo a capacidade para a dominância semelhante entre os quatro maiores folículos, no início do desvio (GINTHER et al., 2017a).

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7 O crescimento paralelo dos folículos finaliza quando o maior folículo alcança um diâmetro de 22 mm e o segundo maior folículo alcança 19 mm com o desvio começando em 6,2 dias depois da emergência de folículos de 6 mm. O folículo que alcançar primeiramente 20 mm se tornará dominante em 93% das ondas (GINTHER et al., 2000; GINTHER et al., 2017a).

O mecanismo de desvio tem como evento principal a queda da concentração de FSH, o qual estará na circulação em quantidades inferiores àquelas exigidas pelos folículos menores, mas suficiente para o folículo maior (GINTHER et al., 2017b).

O folículo maior, ao atingir o diâmetro decisivo para o desvio, reduz a concentração de FSH circulante a níveis abaixo dos requeridos pelos outros folículos, mantendo-se responsivo à baixa concentração desse hormônio, continuando seu crescimento. Na divergência folicular há uma alteração na dependência gonadotrófica do folículo dominante, cujo crescimento passa a ser orientado pelo LH circulante (ROSER e MEYERS-BROWN, 2012; OLIVEIRA et al., 2010).

2.2.3 MANIPULAÇÃO FARMACOLÓGICA DO CICLO ESTRAL

Entre os benefícios da manipulação do ciclo estral dos equinos pode-se incluir: o aumento do período de ciclicidade durante o ano, a diminuição do período de cio, o aumento do número de ovulações/ciclo, a possibilidade de tornar o ambiente uterino propício ao desenvolvimento embrionário e a contribuição na utilização de biotécnicas reprodutivas (FARIA e GRADELA, 2010; MELO et al., 2012).

Os medicamentos que atualmente são utilizados para controlar o ciclo estral na égua são os mesmos utilizados para os bovinos, cujos protocolos, algumas vezes, são aplicados da mesma forma, sem considerar a diferença entre as espécies. Desde a década de 70, generalizou-se o uso de um potente agente luteolítico, a PGF2α, pela sua facilidade de aplicação (TREVISOL et al., 2013). Entretanto, há alguns anos vem aumentando o uso de E2, P4, GnRH, progestágenos, gonadotrofina coriônica humana (hCG) e do extrato de pituitária equina (EPE) (FARIA e GRADELA, 2010).

APGF2α e seus análogos são os hormônios mais utilizados na reprodução equina. Apresenta boa contribuição quando utilizada sozinha para indução de cio em éguas cíclicas ou quando em apoio ao uso de biotécnicas reprodutivas. A PGF2α é considerada o agente luteolítico primário em éguas, pois, em fêmeas não gestantes,

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8 controla a lise do CL que ocorre após sua liberação pelas células endometriais entre os dias 13 e 16 após a ovulação (DA SILVA et al., 2012)

Por sua vez, o hCG, cuja ação é similar ao LH, tem sido usado com eficácia na indução da ovulação em éguas, pois reduz a duração do estro e o intervalo até a ovulação (dentro de 48h) (KAMADA et al., 2013), reduzindo o número de inseminações e de coberturas necessárias por estro. Esses efeitos são considerados positivos na contribuição com a sustentabilidade econômica e ambiental.

Outro hormônio muito utilizado é o GnRH. Em resposta à estimulação nervosa, pulsos de GnRH são liberados no sistema porta-hipotálamohipofisário, induzindo a hipófise anterior a liberar LH e FSH (THORSON et al., 2014; GINTHER, 2017b). O GnRH pode ser utilizado para iniciar um crescimento folicular ou para indução da secreção de FSH em éguas em anestro ou que não desenvolvem folículo pré-ovulatório durante a estação de monta (MCKINNON et al., 2011) e, também, como uma alternativa não antigênica ao uso da hCG na indução de ovulação em éguas pré-ovulatórias (MELO et al., 2012).

O EPE é um preparado parcial de gonadotrofina equina que pode ser utilizado em éguas para induzir ovulação, antecipar a primeira ovulação do ano em éguas na fase de transição (FARIA e GRADELA, 2010), induzir ovulações múltiplas para coleta de ovócitos ou de embriões e para diminuir o intervalo entre a indução e a ovulação, podendo favorecer o uso de sêmen congelado pela redução do número de doses sem comprometimento da fertilidade (MELO et al., 2012).

A P4 é o progestágeno natural secretado pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela placenta e pelas glândulas adrenais. Sua secreção é estimulada pelo LH e sua função é promover o encerramento dos sinais de estro, manter a fêmea não receptiva ao macho, preparar o útero para a recepção do embrião e manter a gestação inicial aumentando a atividade secretora das glândulas endometriais e a tonicidade uterina (RODRIGUES et al., 2012). Além disso, inibe a liberação episódica de LH quando em níveis elevados, sendo, portanto, um importante regulador do ciclo estral (ALLEN e WILSHER, 2017).

A administração de P4 tem grande aplicabilidade no controle do ciclo reprodutivo em éguas, pois seus efeitos desejáveis são a supressão do crescimento folicular e o controle da ovulação, embora a inibição do desenvolvimento folicular não ocorra de maneira uniforme em éguas cíclicas quando administrada sozinha (STAEMPFLI et al., 2011).

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9 Uma das estratégias recentemente estudada consiste na utilização de implantes intravaginais de P4, semelhantes aos utilizados em vacas. Esses experimentos baseiam-se na hipótebaseiam-se de que o brusco aumento e queda dos níveis de P4 em éguas em anestro possam estimular a produção e liberação de GnRH pelo hipotálamo, com consequente aumento da liberação de LH e FSH pela hipófise, fundamentais para a estimulação do crescimento folicular e ovulação (GINTHER, 2017b).

Usando o dispositivo de P4, o folículo dominante presente no momento da inserção regride, mas, em resposta à queda do nível de P4, um novo folículo se desenvolve após 10 dias de tratamento atingindo 35mm. Por isso, quando o dispositivo for removido, as éguas rapidamente entram em estro e ovulam entre 4 a 8 dias (STAEMPFLI et al., 2011).

O sucesso do tratamento com P4 depende do período e do diâmetro folicular que o animal apresenta no dia do tratamento, visto que, de modo geral, quanto mais evoluído o período transicional, maior a probabilidade da égua ovular após o tratamento (POLASEK et al., 2017).

Segundo McKinnon et al. (2011), as éguas que apresentam ovários pequenos e inativos não devem ser escolhidas para a realização do protocolo, mas, sim, éguas que contenham múltiplos folículos com diâmetro entre 20 a 30 mm, independentemente se estão ou não apresentando estro.

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3 REFERÊNCIAS

ALLEN, W. R.; WILSHER, S. Half a century of equine reproduction research and application: a veterinary tour de force. Equine Veterinary Journal, v. 50, n. 1, p. 10-21, 2017.

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14

4 OBJETIVOS

O objetivo deste estudo foi investigar um manejo reprodutivo sustentável, sob o ponto de vista econômico e ambiental, para a cadeia produtiva equina, por meio da utilização de implantes intravaginais de progesterona em éguas em anestro, induzindo a ciclicidade das receptoras de embriões equinos, visando antecipar a primeira ovulação da estação de monta e, assim, tornar o manejo mais eficiente, produtivo e lucrativo.

(27)

15

5 ARTIGO 1

INDUÇÃO DA CICLICIDADE EM RECEPTORAS DE EMBRIÕES EQUINOS: BUSCA POR UM MANEJO SUSTENTÁVEL

(Induction of Cyclicity in Equine Embryos Recipients: Search for Sustainable Management)

RESUMO

A cadeia produtiva do cavalo tem apresentado um crescimento expressivo, sobretudo, em função da criação de cavalos atletas. Esses animais requerem mais cuidados, inclusive no emprego das biotécnicas da reprodução, que buscam reproduzir os melhores animais. Ao longo dos anos, a taxa de prenhez em éguas aumentou devido à utilização de várias técnicas, dentre elas o uso de hormônios como a progesterona, que pode ser eficiente na indução da primeira ovulação do ano. O objetivo deste estudo foi investigar um manejo sustentável para a cadeia produtiva equina, por meio da utilização de implantes intravaginais de progesterona em éguas em anestro, visando antecipar a primeira ovulação da estação de monta. Foram utilizadas vinte e duas éguas mestiças, classificadas em dois tratamentos: T1 - animais com a presença de folículo menor ou igual a 20 mm, e o T2 - animais que apresentaram folículo maior ou igual a 20 mm, os quais receberam dispositivo intravaginal de progesterona. Após sete dias, os dois grupos foram submetidos a exames ultrassonográficos diários para verificação do crescimento folicular. Os implantes foram retirados quando os animais apresentaram um folículo maior ou igual a 35 mm e, um dia após a retirada do implante, todos os animais tiveram sua ovulação induzida. Os dados foram tabulados e analisados

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16 empregando o PROC GENMOD. Os dados mostraram que a porcentagem de animais que responderam ao tratamento e apresentaram folículo dominante maior do que 35mm foi significativamente maior (P<0,05) nos animais do grupo T2 (62,5%). De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que o uso de dispositivos de progesterona induziu a ciclicidade das receptoras de embriões equinos e antecipou a primeira ovulação da estação de monta, mostrando que essa técnica pode tornar o manejo de fêmeas equinas mais eficiente, produtivo e sustentável sob o ponto de vista econômico e ambiental.

Palavras-chave: éguas; estação reprodutiva; manejo sustentável.

ABSTRACT

The horse productive chain has shown an expressive growth on the last years, besides, in function of athlletes horses raise, in which, require more careful, including the use of reproduction biotequiniques, that search the best animals. Within the years, the pregnancy rate in mare incresead, due to the use of several techniques, including the hormone usages as progesterone that can be efficient inducing the first ovulation of the year. The main of the study was investigate a sustentable management at the equine reproductive chain, using intravaginal progesterone implants, in mares in seasonal anestrous, aiming the first ovulation at reproductive season. Twenty two crossbreed mares were used, classified in two treatments: TI - animals with foliculius smaller or equal 20 mm and T2 - animals with foliculus bigger or equal 20 mm, which received progesterone intravaginal dispositive. After seven days, the two groups were submited to daily ultrasounds exams to verify the follicular growth, the implants

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17 were withdrawn when the animals presented a foliculus bigger or equal 35 mm, and one day after the implant withdraw, all the animals had induced ovulation. The datas were tabulated and analized using PROC GENMOD. The datas showed the percentage of animals that responded the treatment and presented dominant folliculus bigger than 35 mm, was significantly bigger (P<0,05) in T2 group animals. According to the obtained results in this research, we can conclude that the progesterone dispositive usage, induces the cyclicity in equine receptors of embryos, and antecipated the first ovulation at the reproductive season, showing that this technique can make the management of mares more efficient, productive and sustentable, at the economic and ambiental point of view.

Key-words: mare, reproductive season, sustainable management.

INTRODUÇÃO

No Brasil, a cadeia produtiva do cavalo tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos. Dados mostram que o faturamento bruto anual nesta cadeia aumentou de R$7,5 bilhões em 2006 para R$16 bilhões de reais em 2015 (Lima e Cintra, 2015), além de se constituir numa atividade que gera muitos empregos diretos e indiretos (Mapa, 2017).

Este crescimento ocorreu, principalmente, devido à criação de cavalos destinados ao segmento esportivo. Ao contrário dos animais direcionados para lida, em geral associados à bovinocultura, o cavalo de esporte ou de lazer requer maiores cuidados e investimentos (Lima e Cintra, 2015). Neste cenário, o emprego das biotécnicas da reprodução na espécie equina se torna

(30)

18 essencial, a fim de reproduzir apenas os melhores animais (Bortot e Zappa, 2013).

Considerando os aspectos reprodutivos, deve-se considerar que as éguas possuem características particulares, tais como a sazonalidade, que faz com que sejam consideradas pouco produtivas. Uma alternativa para ampliar o período reprodutivo das éguas é utilizar ciclos artificiais, administrando hormônios exógenos (Jardim et al., 2015). Várias técnicas têm sido estudadas para antecipar a primeira ovulação da estação de monta, dentre essas técnicas destaca-se o uso de progesterona (P4) (Rodrigues et al., 2012).

Os dispositivos intravaginais de P4 podem ser eficientes na indução da primeira ovulação do ano em algumas éguas, uma vez que, na espécie equina, a P4 não inibe a foliculogênese e a ovulação (McKinnon et al., 2011). O uso de P4 baseia-se na hipótese de que o brusco aumento e queda dos níveis de P4 em éguas em anestro pode estimular a produção e liberação de GnRH pelo hipotálamo, com consequente aumento da liberação de LH e FSH pela hipófise, fundamentais para a estimulação do crescimento folicular e ovulação (Ginther, 2017b).

Usando o dispositivo de P4, o folículo dominante presente no momento da inserção regride, mas, em resposta à queda do nível de P4, um novo folículo se desenvolve após 10 dias de tratamento atingindo 35 mm. Por isso, quando o dispositivo for removido, as éguas rapidamente entram em estro e ovulam entre 4 a 8 dias (Staempfli et al., 2011).

O sucesso do tratamento com P4 depende do período e do diâmetro folicular, sendo que, quanto mais evoluído o período transicional, maior a probabilidade da égua ovular após o tratamento (Polasek et al., 2017).

(31)

19 Segundo McKinnon et al. (2011), as éguas que melhor respondem a esta técnica são as que apresentam múltiplos folículos com diâmetro entre 20 a 30 mm, independente se estão ou não apresentando estro.

Atualmente é consenso entre os pesquisadores a busca da sustentabilidade em diversos segmentos, inclusive no setor agropecuário, o qual, notoriamente, relaciona-se com a evolução dos sistemas de produção (Balbino et al., 2012).

Considerando a escassez de trabalhos relacionados à produção sustentável na cadeia equina, principalmente no que tange ao emprego das biotécnicas da reprodução, o objetivo deste estudo foi investigar um manejo sustentável, sob o ponto de vista econômico e ambiental, para a cadeia produtiva equina, por meio da utilização de implantes intravaginais de progesterona em éguas em anestro, visando antecipar a primeira ovulação da estação de monta, tornando o manejo desses animais mais eficiente, produtivo e lucrativo.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Fazenda Escola/BIOTEC, do Centro Universitário de Maringá/UNICESUMAR, Maringá, estado do Paraná (23°25'S, 51º57'W e altitude de 550 metros), no período de 20/08/2017 a 20/10/2017.

Foram utilizadas vinte e duas éguas mestiças, com escore de condição corporal e idades compatíveis com a atividade reprodutiva, entre 5 a 12 anos. Os animais foram mantidos em piquetes, com pastagem de Tifton 85,

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20 suplementados com concentrado, com água e sal mineral ad libidum. Todas as éguas estavam com vacinação e vermifugação em dia.

As éguas foram avaliadas por exame ultrassonográfico (Aloka SSD-500™) duas vezes, com intervalo de 10 dias, objetivando verificar as condições do útero e ovários, bem como observar a presença ou ausência de corpo lúteo, caracterizando ou não o anestro. Também foi mensurado o diâmetro dos folículos, através da média de suas medidas horizontal e vertical, o que permitiu classificar os animais nos dois tratamentos estudados: o grupo 1 (T1), composto por 14 animais, com a presença de folículo menor ou igual a 20 mme, e o grupo 2 (T2), com 8 animais que apresentaram folículo maior ou igual a 20 mm de diâmetro.

Após o exame ultrassonográfico, foi realizada a lavagem da região perianal e vulvar dos animais e o dispositivo intravaginal bovino (DIB® - Zoetis, São Paulo – SP, Brasil), contendo 1g de progesterona, foi introduzido em todos eles sem a corda plástica que fica na sua extremidade inferior. Uma solução de terramicina e hidrocortisona (Terra-Cortril Spray®, Pfizer, Nova York – NY, Estados Unidos) foi borrifada nos implantes antes de colocá-los nos animais para evitar possíveis vaginites. Além disso, caso os animais chegassem a ficar 14 dias com implantes, também visando evitar vaginites, os dispositivos seriam retirados e os animais seriam classificados como não responsivos ao tratamento.

Após sete dias, os dois grupos foram submetidos a exames ultrassonográficos diários para verificação do crescimento folicular e presença ou ausência de edema uterino.

(33)

21 Os implantes foram retirados quando os animais apresentaram um folículo maior ou igual a 35 mm (pré-ovulatório) e, no mesmo dia, foi aplicado 2,5 mg de benzoato de estradiol (BE). Um dia após a retirada do implante, todos os animais tiveram sua ovulação induzida por meio do uso de uma associação de hCG (Vetecor®, Hertape, Juatuba – MG, Brasil) com deslorelina (GnRH – Sincrorrelin®, Ourofino, Cravinhos – SP, Brasil), nas doses recomendadas pelo fabricante, sendo elas 1500 U.I e 750 μg, respectivamente. A ovulação de todos os animais foi verificada através de exame ultrassonográfico, aproximadamente, 40 horas após a indução.

Após a realização do experimento, os dados foram tabulados e as análises estatísticas das variáveis foram feitas empregando o procedimento PROC GENMOD do programa estatístico SAS (2000), versão 8.01.

Os protocolos das biotécnicas utilizadas para a coleta dos dados desta pesquisa foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais do Centro Universitário de Maringá (008/2017 CEUA) / UNICESUMAR.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados sobre a porcentagem de animais que responderam ao tratamento, ou seja, apresentaram um folículo maior que 35 mm de diâmetro, o tempo para o aparecimento do folículo dominante, tempo para ovulação em dias e a taxa de ovulação em éguas Mestiças durante a fase transição do

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22 anestro para estação reprodutiva, submetidas a tratamento com dispositivo de P4 intravaginal, em função do diâmetro do folículo, estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1 – Porcentagem de animais que responderam ao tratamento, tempo para o aparecimento do folículo dominante, tamanho do folículo dominante no momento da retirada do implante, tempo para ovulação e taxa de ovulação em éguas Mestiças submetidas a tratamento com dispositivo de progesterona intravaginal, em função do diâmetro do folículo.

Variáveis T1 T2

Animais que responderam ao

tratamento (%) 28,5 ± 0,46

a

62,5 ± 0,51b Tempo (dias) para aparecimento do

folículo dominante (35 mm) 8,0 ± 2,23ª 9,50 ± 0,57

b

Tempo para ovulação (dias) 3,0 ± 0,66a

3,0 ± 0,50a

Taxa de ovulação (%) 80,00a

100,00a

1 a,b

letras iguais na mesma linha não diferem entre si estatisticamente (P>0,05).

2

T1= animais com a presença de folículo menor ou igual a 20 mm no momento da implantação do dispositivo contendo progesterona; T2 = animais com a presença de folículo maior ou igual a 20 mm no momento do implante de progesterona.

A porcentagem de animais que responderam ao tratamento, isto é, apresentaram folículo dominante maior do que 35mm, foi significativamente maior (P<0,05) nos animais do grupo T2 (62,5%), comparado com o T1, que apresentou 28,5 mm. A média de tempo, em dias, para o aparecimento do folículo dominante também foi superior (P<0,05) para o grupo T2.

Dados próximos aos obtidos nesta pesquisa foram relatados por De Oliveira Filho et al. (2012), os quais observaram que, em um experimento com éguas Quarto de Milha, após a retirada do implante de P4, 80% (8/10) das éguas apresentaram folículo dominante. Somente 20% (2/10) não apresentaram.

Uma maior quantidade de fêmeas com folículo dominante na transição de primavera, utilizando P4, foi observado por Botelho (2012). No experimento realizado com éguas Mangalarga Marchador tratadas com P4, o autor verificou

(35)

23 que 77,27% (34/44) apresentaram o folículo dominante, enquanto que no grupo controle foi detectado apenas 22,7% (10/44).

Os achados desta pesquisa mostraram que o dispositivo não causou supressão do crescimento folicular, fato contrário ao reportado por Schutzer (2012) que verificou inibição do crescimento folicular durante tratamento com P4.

A maioria dos experimentos com P4 citados na literatura baseia-se na hipótese de que o aumento e a posterior queda brusca dos níveis de P4 em éguas em anestro possa estimular a produção e liberação de GnRH pelo hipotálamo, com aumento da liberação dos hormônios LH e FSH pela hipófise, fundamentais para a estimulação do crescimento folicular e ovulação (McKinnon et al., 2011). Usando o dispositivo de P4, o folículo dominante presente no momento da inserção regride, mas, em resposta à queda do nível de P4, um novo folículo se desenvolve após 10 dias de tratamento atingindo 35 mm. Por isso, quando o dispositivo for removido, as éguas rapidamente entram em estro e ovulam após alguns dias, em média de 4 a 8 (Staempfli et al., 2011), relato que concorda com os achados desta pesquisa.

Foi possível verificar neste estudo que os folículos apresentaram um crescimento normal, porém, no momento da retirada do implante não foram observadas diferenças (P<0,05) no diâmetro do maior folículo (24,14 mm vs31,75 mm).

Handler et al. (2006) também não encontraram diferenças no diâmetro do folículo dominante em éguas tratadas com dispositivo de P4. Polasek et al. (2017), trabalhando com éguas mestiças, relataram que a duração da inserção da P4 não teve efeito sobre o diâmetro do maior folículo, contudo, os

(36)

24 pesquisadores relataram que os animais do grupo controle apresentaram diâmetros menores (30,0 mm) quando comparados aos animais do grupo que recebeu implante de P4 (33,8 mm).

O tratamento com P4 não inibe a liberação do hormônio folículo estimulante (FSH), sendo assim o desenvolvimento folicular continua e tem-se o aumento do diâmetro dos folículos, mesmo no período do tratamento (Guinter, 2017). Reway (2017) realizou um experimento com dispositivos contendo 1,44g de P4 em éguas mestiças com idade entre 6 e 14 anos, e relatou que, em 57,1% dos animais (12/21), foi observado crescimento folicular e ovulação do folículo dominante.

A taxa de ovulação das fêmeas neste estudo foi calculada em relação ao número de éguas que apresentaram um folículo de 35 mm de diâmetro. Essa taxa não foi alterada (P>0,05) pelo emprego do implante de P4 (Tabela 1). Polasek et al. (2017) também não encontraram diferença estatística nas taxas de ovulação entre os grupos tratados (com P4) (64,3%) e controle (sem P4) (43,7%), utilizando éguas mestiças em anestro e iniciando a transição para a estação reprodutiva.

Por outro lado, Schutzer (2012) relatou que 46% (7/15) das éguas ovularam em até 60 dias após o início do tratamento com implantes de P4, e apenas 13,46% (2/15) ovularam no grupo controle. Resultados que evidenciaram a superioridade da taxa de ovulação em éguas submetidas ao tratamento com implante de P4 também foram demonstrados por De Oliveira Filho et al. (2012), que relataram que 80% (8/10) das éguas ovularam após o tratamento contra 20% (2/10) das éguas do grupo sem P4.

(37)

25 O emprego de implantes de P4 pode ser uma opção para aumentar a quantidade de éguas a ovular no período da transição do anestro para a estação reprodutiva, uma vez que a P4 inibe o pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (LH), o qual se acumula na hipófise em forma de reservas, facilitando a ovulação desses folículos, fato que também foi observado no presente estudo (Staempfli et al., 2011).

Éguas que apresentam ovários pequenos e inativos não devem ser escolhidas para a realização deste tratamento, pois se houver um folículo dominante no momento da retirada da P4, este poderá progredir rapidamente para a ovulação (McKinnon et al., 2011). Entretanto, se estiverem presentes apenas folículos pequenos no momento da retirada do dispositivo, estes podem demorar de 7 a 10 dias para que um novo folículo cresça, torne-se o dominante e ovule (Larsen e Norman, 2010).

Alguns autores observam que o sucesso do tratamento com P4 depende do período e do diâmetro folicular que o animal apresenta no dia do tratamento, visto que, de modo geral, quanto mais evoluído o período transicional, maior a probabilidade da égua ovular após o tratamento (Polasek et al., 2017).

De acordo com Allen e Wilsher (2017), ao longo dos anos, a taxa de prenhez por temporada em éguas puras cresceu de 70 para 90%, principalmente devido à utilização de técnicas que incluem a aplicação de iluminação artificial para indução da ciclicidade no período do anestro até o início da primavera associado a hormônios exógenos, entre eles, a P4.

De fato, este protocolo contribui com a sustentabilidade da cadeia equina, visto que resulta em melhores índices produtivos, contudo, outros trabalhos (Polasek et al., 2017; Schutzer, 2012; Newcombe et al., 2001) que

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26 empregaram somente P4 mostram-se mais sustentáveis, revelando menor investimento, menor geração de resíduos, maior economia com relação ao manejo e à utilização de energia elétrica para manter a iluminação artificial, além de apresentarem bons índices produtivos.

Estas afirmações são corroboradas pela presente pesquisa, a qual evidenciou, além dos benefícios citados acima, que o uso de dispositivos de progesterona induziu a ciclicidade das receptoras de embriões equinos e antecipou a primeira ovulação da estação de monta. Cabe ressaltar também que, ao iniciar a estação de monta mais cedo antecipando a primeira ovulação, uma maior quantidade de embriões pode ser coletada dos animais dentro do período reprodutivo, aumentando também a lucratividade do produtor.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, conclui-se que o uso de dispositivos de progesterona induziu a ciclicidade das receptoras de embriões equinos, mostrando que essa técnica pode tornar o manejo de fêmeas equinas mais eficiente, produtivo e sustentável sob o ponto de vista econômico e ambiental.

AGRADECIMENTO

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos.

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6 NORMAS DO ARTIGO 1

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