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Efeitos do exercício em pessoas hipertensas

Effects of exercise in hypertensive patients

Dário Cabral de Alencar Neto

1

, Giulliano Gardenghi

2

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HSA) é uma condição clínica multifatorial

identificada pelos níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). Tem alta

prevalência e baixas taxas de controle, sendo por isso, considerada como um dos

principais fatores de risco modificáveis, além de ser também um importante problema

de saúde pública. O uso de fármacos para o controle da PA é a principal

recomendação médica. Como complemento tem sido indicado uma prática regular de

exercícios físicos aeróbios como parte do tratamento não medicamentoso da

hipertensão arterial. Objetivo: Conhecer os benefícios do exercício resistido em

hipertensos. Metodologia: Foi realizada uma revisão narrativa de ensaios clínicos,

randomizados ou não. Resultados: Os exercícios aeróbios associados ao treinamento

resistido contribuem como uma forma de treinamento sendo que muitos estudos

evidenciam o efeito hipotensor após o exercício.

Descritores: Hipertensão Arterial Sistêmica; Efeito hipotensor; Exercícios resistidos.

Abstract

Introduction: systemic arterial hypertension (SAH) is a multifactorial clinical condition

identified by high and sustained levels of blood pressure (BP). It has a high prevalence

and low rates of control and is therefore regarded as one of the major modifiable risk

factors, and is also a major public health problem. The use of drugs for BP control is

the main medical advice. As a complement has been appointed a regular practice of

physical exercise as part of the non-drug treatment of hypertension. Objective: To

know the benefits of resistance exercise in hypertensive. Methods: A systematic

review of clinical trials, randomized or not. Results / Final remarks was made:

Aerobic exercises associated with resistance training contribute as a form of training

with many studies show the hypotensive effect after exercise.

Key words: Hypertension; hypotensive effect; resistance exercises.

1. Graduado em Educação Física, pelo Centro Universitário Luterano de Palmas –

ULBRA- TO. Email: prof.dariocaneto@gmail.com

(2)

Introdução

A hipertensão arterial sistemica é uma doença caracterizada pela elevação dos

níveis tensionais no sangue. Geralmente esta doença está relacionada a

alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins

e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do

risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Objetivo: Discutir sobre os

exercícios para pessoas hipertensas¹.

Devido sua magnitude, dificuldades e riscos a hipertensão arterial é

considerada um problema de saúde pública. É também reconhecida como um

dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento do acidente

vascular cerebral e infarto do miocárdio² representando no Brasil um dos

problemas de saúde pública de maior prevalência na população, capaz de levar

a óbito aproximadamente 40% dos indivíduos acometidos

3

.

A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente,

linear e contínuo para doença cardiovascular. Essa doença apresenta custos

médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas

complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana,

insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de

extremidades

1

.

A presença de fatores de risco cardiovascular ocorre mais comumente na

forma combinada. Fatores ambientais podem contribuir para uma agregação de

fatores de risco cardiovascular em famílias com estilo de vida pouco saudável

4

.

Em amostras da população brasileira a combinação de fatores de risco entre

indivíduos hipertensos parece variar com a idade, predominando a inatividade

física, o sobrepeso, a hiperglicemia e a dislipidemia. A obesidade aumenta a

prevalência da associação de múltiplos fatores de risco

5

.

No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de

250.000 mortes por ano, e a hipertensão arterial sistêmica (HAS) participa de

quase metade delas. Estudos recentes mostram que, entre os idosos, sua

prevalência varia de 52% a 63% o que permite identificar a HAS como um

(3)

problema de saúde pública, conferindo ao paciente um alto risco

cardiovascular

6

.

A

mortalidade

por

doença

cardiovascular

(DCV)

aumenta

progressivamente com a elevação da PA a partir de 115/75 mmHg de forma

linear, contínua e independente

7

. Diversas classes de anti-hipertensivos já

demonstraram reduzir o risco cardiovascular e, na maioria dos casos, torna-se

necessário associar fármacos com mecanismos de ação diferentes

8

. Além da

evidência de benefício clínico, a escolha do anti-hipertensivo deve considerar

fatores como comorbidades do paciente, o perfil de efeitos adversos, a

interação medicamentosa, a posologia e até mesmo o preço do fármaco no

mercado

2

.

Existem muitas estratégias de intervenção que sao eficazes meios de

tratamento da HA e dentre elas estão modificações no estilo de vida, como

hábitos dietéticos e volume de atividades físicas

3

. Na hipertensão arterial a

execução do treinamento aeróbico, complementado pelo treinamento resistido

de baixa intensidade tem sido indicado

4

.

O exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo

de sua homeostase, pois implica no aumento instantâneo da demanda

energética da musculatura exercitada e, consequentemente, do organismo

como um todo

5

.

As alterações cardiovasculares proporcionadas pelo exercício são

também identificadas na pressão arterial, diante de níveis pressóricos de

repouso durante a realização de exercício submáximo considerando-se a

mesma potência absoluta que se reduz após o treinamento físico aeróbio

7

. Há

dados sugerindo que mesmo exercícios com baixa intensidade são capazes de

induzir à redução da pressão arterial (PA) em hipertensos

10

.

O treinamento físico aeróbio de moderada intensidade proporciona

beneficios na prevenção e no tratamento das doenças cardiovasculares e

endócrino-metabólicas

11

. Sua prática regular tem sido sugerida em todo o

(4)

Os exercícios resistidos são habitualmente realizados com movimentação

articular e são classificados como “isotônicos” que também alternam as

contrações musculares concêntricas e excêntricas. Cada exercício enfatiza a

ação de um grupo muscular, justificando a denominação de “exercícios

localizados”. Assim sendo, embora os programas de treinamento resistido

ativem todos os grupos musculares, é possível enfatizar os exercícios para as

regiões anatômicas prioritárias para as necessidades individuais

13

.

A produção energética nos exercícios resistidos, na maioria das vezes é

do tipo anaeróbia, sendo os exercícios denominados anaeróbios ou

anaeróbicos

11

. Isto se deve a que as contrações musculares que geralmente

ocorrem com mais de 40% das fibras em ativação, acima do limiar anaeróbio,

cuja correspondência em porcentual de fibras ativadas vai de 30% a 40%

14

.

Com esses níveis de ativação muscular a contração das fibras produz oclusão

momentânea de vasos sanguíneos, impedindo a chegada de sangue e

oxigênio às fibras por eles irrigadas e impedindo o metabolismo aeróbio. Após

uma série de exercício resistido a acidose localizada no músculo exercitado é

importante, e durante o intervalo de descanso ocorre o seu tamponamento

15

.

Estudo têm mostrado que o exercício físico aeróbio, realizado

regularmente,

proporciona

relevantes

adaptações

autonômicas

e

hemodinâmicas que influenciarão o sistema cardiovascular

9

. Entre as

adaptações proporcionadas por esse tipo de exercício está a redução nos

níveis de repouso da pressão arterial que é importante no tratamento da

hipertensão arterial de grau leve a moderado, uma vez que o treinamento

permite ao paciente hipertenso diminuir a dosagem dos seus medicamentos

anti-hipertensivos ou mesmo ter sua pressão arterial controlada sem a adoção

de medidas farmacológicas

6

.

Como exemplo, cita-se a bradicardia de repouso, a reduçao da atividade

nervosa simpática renal, da atividade nervosa simpática muscular, além de

proporcionar o menor débito cardíaco em hipertensos

8

. Além disso, o

treinamento físico aumenta a bradicardia e taquicardia reflexa

10

.

Em estudo realizado

12

demonstrou-se que cada sessão de exercício

(5)

denomina hipotensão pós-exercício, e que perdura por várias horas em

indivíduos hipertensos. Em relação ao treinamento resistido, os dados

existentes na literatura são escassos e controversos.

Por meio do treinamento físico, é possível para o paciente hipertenso

diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos ou mesmo ter

sua pressão arterial controlada sem a adoção de medidas farmacológicas

7

.

Metodologia

O estudo resulta de uma pesquisa bibliográfica que prevê o

levantamento, seleção e documentação de materiais publicados sobre o

assunto ou que está sendo pesquisado em materiais diversos. Esta revisão foi

conduzida por meio de informações obtidas na base de dados: SCIELO,

LILACS e MEDLINE. Os artigos selecionados foram escritos em inglês e

português.

Palavras-chaves utilizadas:

Hipertensão Arterial Sistêmica; Efeito

hipotensor; Exercícios resistidos. Buscou-se chegar a um artigo de revisão de

literatura, que incluísse revisões sistemáticas e ensaios clínicos, randomizados

ou não, que conduzissem a uma maior evidência disponível na literatura. Para

tanto, utilizou-se uma padronização para a revisão bibliográfica visando

representar seus estudos. Diante da importância da discussão do tema em

estudo foram inclusos 15 artigos dos 30 encontrados na literatura em razão de

tratarem especificamente do tema em questão.

Resultados

A seguir estão relacionados os estudos encontrados durante o

levantamento bibliográfico.

(6)

Resultado da busca de artigos relacionados aos benefícios dos exercícios resistidos para pessoas com hipertensão arterial

Referência Objetivos Métodos Conclusão

Brum, et al, 2004

Apresentar uma exposição retrospectiva dos principais estudos realizados na linha de pesquisa “Adaptações agudas e crônicas do exercício físico sobre o sistema cardiovascular” nos últimos 10 anos.

Análise dos efeitos agudos do exercício físico sobre a função cardiovascular considerando-se FC, VS, DC, RVP e PA.

O efeito hipotensor do exercício agudo principalmente em indivíduos hipertensos apresenta relevância clínica, sendo que o treinamento físico foi eficaz em atenuar a hipertensão arterial em hipertensos do avental branco.

Rosa e Franken 2008

Ressaltar que o uso da monitorização

ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e da monitorização

residencial da pressão arterial (MRPA) podem ser úteis no diagnóstico, no prognóstico e no acompanhamento do idoso hipertenso.

Análise de dados quantitativos referentes a resultados anteriores e posteriores a monitorização com MAPA.

A MRPA deve ser considerada um método útil no diagnóstico E no controle da HA no idoso.

Costa et al, 2008 Comparar as adaptações

fisiológicas agudas de variantes do mesmo exercício básico de Hidroginástica.

16 sujeitos do sexo feminino, jovens, clinicamente saudáveis e com um nível de atividade física regular.

O incremento do número de segmentos em ação simultânea, assim como, a utilização de halteres flutuantes tendem a aumentar significativamente a resposta fisiológica aguda em Hidroginástica.

Cunha et al, 2006

Comparar os efeitos hipotensores de exercícios de intensidade variada (EIV) e constante (EIC) e verificar se EIV potencializa a HPE.

Onze hipertensos (56,8 ± 2,6 anos; IMC = 26,5 ± 0,3kg/m²) foram submetidos a teste ergométrico (TE) e a duas sessões de exercícios submáximos em esteira (45 min), em dias distintos e com intervalo de 48h, sendo uma sessão de EIV alternando-se 2 min a 55,9 ± 2,6% e 1 min a 74,5 ± 4,0% da reserva de frequência cardíaca (RFC) e uma sessão de EIC a 60 ± 2,5% da RFC.

O EIV não potencializa o efeito hipotensor pós-exercício quando comparado com o EIC.

Urbana; Rondon; Brum, 2003

Ressaltar que o exercício físico aeróbio, realizado regularmente, provoca importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular.

Revisão integrativa de literatura no período de 1986 a 2003.

A promoção de adequada atividade física para os pacientes hipertensos como uma intervenção para a prevenção e o tratamento da hipertensão arterial apresenta implicações clínicas importantes. Novos estudos abordando o perfil genético dos pacientes podem, num futuro próximo, auxiliar no conhecimento da melhor abordagem terapêutica, assim como da efetividade do treinamento físico no paciente hipertenso. Longo; Martelli; Zimmermann, 2011 Verificar os quadros de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e análise das principais classes dos agentes

51 sujeitos com faixa etária entre 52 e 87 anos de idade, em sua maioria portadora de distúrbios psiquiátricos e outras comorbidades clínicas, sendo

A população idosa com HAS é significativo e sugere acompanhamento clínico e medicamentoso. A terapêutica medicamentosa adotada para tratamento da HAS no setor em questão está de

(7)

anti-hipertensivos orais usados pelos pacientes integrantes da Unidade Terapêutica - Setor Estância do Instituto Bairral de Psiquiatria localizado na cidade de Itapira, SP. excluídos da amostra os pacientes sem histórico de HAS e com níveis pressóricos considerados normais pelas V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.

acordo com a recomendada na literatura.

Referência Objetivos Métodos Conclusão

Forjaz et al, 2003

Avaliar o efeito do treinamento físico como efeito hipotensor em pacientes hipertensos.

Revisão bibliográfica integrativa no período de 1991 a 1996 considerando-se o efeito do exercício resistido na pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de indivíduos com pressão arterial elevada.

O treinamento resistido de baixa intensidade (RML) é indicado ao paciente hipertenso em complemento ao aeróbio, enquanto o treinamento resistido de alta intensidade (força/hipertrofia) deve ser evitado.

Farinatti et al, 2005

Observar a influência de quatro meses de um programa domiciliar não supervisionado de exercícios sobre a pressão arterial (PA) e aptidão física em hipertensos.

Observação de grupo experimental com 26 homens e 52 mulheres e um grupo controle, com 9 homens e 7 mulheres, com idades entre 25 e 77 anos.

Programas domiciliares não supervisionados de exercícios podem exercer efeito positivo sobre a PA e aptidão física de hipertensos.

Zanesco e Antunes, 2010

Abordar os conhecimentos atuais voltados à fisiologia da ereção peniana, bem como os aspectos fisiopatológicos da DE relacionados às doenças cardiovasculares e endócrino metabólicas, com ênfase para as estratégias farmacológicas e não farmacológicas empregadas na clínica médica e em modelos experimentais.

Revisão integrativa no período de 1988 a 2010 em artigos e periódicos relacionados.

Atualmente, existem diversas abordagens para prevenir e/ou tratar a disfunção erétil, envolvendo desde terapêuticas farmacológicas até mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercício físico. Lobo; Medina; Forjaz, 2010 Discutir os efeitos, os mecanismos e a orientação de exercícios para hipertensos.

Revisão da literatura integrativa no período de 1997 a 2007.

Devido aos comprovados benefícios sobre a pressão arterial, o treinamento aeróbico é o treinamento de escolha em indivíduos hipertensos, porém ele deve ser complementado pelo treinamento resistido para garantir a saúde global do paciente.

Marchand, 2001 Salientar alguns princípios como a sobrecarga, a intensidade, a duração, a especificidade, os testes de determinação de carga, a velocidade de execução e os intervalos entre as séries e entre os treinos.

Revisão integrativa no período de 1990 a 2000 em artigos e periódicos relacionados.

Os exercícios favorecem a melhora da força e resistência muscular, mantém e melhoram a massa corporal magra.

FC, frequência cardíaca; VS, volume sistólico; DC, débito cardíaco; RVP, resistência vascular periférica; PA, pressão arterial; PAS, pressão arterial sistólica; PAD, pressão arterial diastólica;

EIV, intensidades variadas; EIC, intensidade constante; HPE, hipotensão pós-exercício; IMC, Índice de Massa Corporal; DE, disfunção erétil

(8)

Discussão

A pressão arterial sistêmica é considerada um problema de saúde pública. Não

somente no Brasil, mas em todo o mundo a prevalência desta doença é alta.

Conforme publicação das Diretrizes Básicas de Hipertensão

1

esta doença apresenta

custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas

complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana,

insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.

Os estudos de Rosa e Franken

2

e Urbana e colaboradores

7

relatam

que a

predisposição genética, fatores ambientais podem contribuir para uma agregação de

fatores de risco cardiovascular em famílias com estilo de vida pouco saudável. O

estudo de Longo e colaboradores

8

em amostras de populações selecionadas

demonstraram que a combinação de fatores de risco entre indivíduos hipertensos

parece variar com a idade, predominando a inatividade física, o sobrepeso, a

hiperglicemia e a dislipidemia. A obesidade aumenta a prevalência da associação de

múltiplos fatores de risco.

Muitos estudos têm ressaltado que é bastante comum controlar a PA com

medicação sendo que grande parte dos pacientes fazem uso contínuo desses

fármacos. Por outro lado estudos têm comprovado os benefícios dos exercícios

resistidos no controle da hipertensão. Cunha et al

3

, Forjaz et al

9

, Farinatti et al

10

demonstraram a partir de revisão integrativa ou observacional que muitas pessoas

conseguiram ter a PA controlada a partir de programas de exercícios aeróbicos ou

resistidos. A pesquisa de Farinatti et al

10

envolvendo homens mulheres e um grupo

experimental com 9 homens e 7 mulheres, com idades entre 25 e 77 anos demonstrou

os benefícios dos exercícios resistidos no controle da PA. O grupo experimental

submeteu- se a um programa domiciliar de exercícios, com atividades aeróbias

(60-80% da FC máxima para a idade, 30min de caminhadas no mínimo três vezes por

semana), exercícios de flexibilidade.

Urbana e colaboradores

7

em revisão integrativa concluíram que promoção de

adequada atividade física para os pacientes hipertensos como uma intervenção para a

prevenção e o tratamento da hipertensão arterial apresenta implicações clínicas

importantes, uma vez que o exercício físico regular pode reduzir ou mesmo abolir a

necessidade do uso de medicamentos anti-hipertensivos, evitando, assim, os efeitos

(9)

adversos do tratamento farmacológico e reduzindo o custo do tratamento para o

paciente e para as instituições de saúde.

Lobo e colaboradores

10

em revisão da literatura sobre o efeito hipotensor do

exercício físico demonstrou que o treinamento aeróbico é o indicado para indivíduos

hipertensos, contudo, ele deve ser complementado pelo treinamento resistido para

garantir a saúde global do paciente.

Em nossa opinião, após o levantamento bibliográfico realizado, percebemos

que em razão do grande índice de casos de hipertensão arterial que por consequência

reduz a qualidade de vida e expõe a pessoa a doenças cardiovasculares, os

exercícios resistidos precisam ser recomendados, realizados e monitorados por

profissionais capacitados para orientar e acompanhar o paciente. Esses exercícios

além de promover o efeito hipotensor também reduzem o uso de medicamentos e

proporcionam melhor qualidade de vida aos portadores de hipertensão arterial.

Conclusão

Estudos têm confirmado a eficácia dos exercícios resistidos na prevenção e

controle da hipertensão arterial sistêmica. Pacientes submetidos a programas de

exercícios tiveram sua pressão arterial controlada, além de reduzirem também o uso

de medicamentos. Também estudos de revisão integrativa realizados a partir de várias

publicações nos últimos vinte anos demostraram os benefícios desses exercícios

sobre a saúde e consequente melhora na saúde dos pacientes. Por outro lado existem

autores que apesar de considerarem tais benefícios também indicam exercícios

associados como aeróbicos e resistidos. Pessoas hipertensas podem contar com mais

esse aliado e sendo assim, sua qualidade de vida poderá ser potencializada, além de

se ingerir menos fármacos para controlar esta doença.

Referências

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/Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras

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idoso: papel da monitorização ambulatorial da pressão arterial e da monitorização

residencial da pressão arterial. Rev Bras Hipertens vol.14(1): 21-24, 2007.

(10)

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aeróbio de intensidades variadas e exercício de intensidade constante. Rev Bras Med

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4. Costa, G; Afonso, S; Bragada, JA; Reis,VM; Barbosa,TM. Estudo comparativo das

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Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde,

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7. Urbana, MP. Rondon B; Brum, PC. Exercício físico como tratamento não

farmacológico da hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens vol 10(2): abril/junho de

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8. Longo, MAT; Martelli, A; Zimmermann, A. Hipertensão Arterial Sistêmica: aspectos

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Psicogeriatria do Instituto Bairral de Psiquiatria, no Município de Itapira, SP. Rev. Bras.

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(11)

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Digital - Buenos Aires - Año 7 - N° 43 - Diciembre de 2001.

15. Mcardle W. Katch F. Katch V. Fundamentos de Fisiologia do Exercício. Guanabara

Koogan. Rio de Janeiro, 2002.

Endereço para correspondência:

Dário Cabral de Alencar Neto

Avenida Paes de Carvalho, Número 2711, Centro. Conceição do Araguaia – PA

CEP: 68540-000

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