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ENSINO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO: ESTADO DA ARTE

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Academic year: 2021

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ENSINO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO: ESTADO DA ARTE

Elaine Maria dos Santos (UNICENTRO/USP-SC) elaine-maria@uol.com.br.br José Dutra de Oliveira Neto (USP-SC) dutra@usp.br

Vicente Toniolo Zander (UTFPR) vicente_2006@pg.cefetpr.br César Augusto Romano (UTFPR) romano@cefetpr.br

Resumo

O objetivo deste estudo é verificar o estado da arte do Ensino de Engenharia de Produção. Para realização desta pesquisa foi realizada uma análise sobre os artigos aceitos e publicados nos CD-Rom do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) em e dos artigos aceitos e disponíveis no site do Simpósio de Engenharia de Produção no período de 2002 a 2005. Os artigos foram ordenados por grupos de assuntos, constituindo os grandes temas. Para as áreas adotou-se a mesma nomenclatura utilizada pelo Enegep. Observou-se significativo crescimento da engenharia de produção, havendo também aumento de qualidade principalmente nos cursos de pós-graduação através dos conceitos recebidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Através dos grandes temas estudados, fica claro que as instituições de ensino de engenharia de produção em todos os seus níveis (graduação, especialização, mestrado e doutorado), buscam formar profissionais com as habilidades e competências exigidas pelo Conselho Nacional de Educação e Abepro, consolidando assim, o papel da engenharia de produção para o setor produtivo e para a sociedade.

Palavras-Chave: ensino de engenharia da produção; estado da arte; qualidade. 1. Introdução

Sabe-se que produzir é muito mais do que apenas utilizar conhecimento científico e tecnológico. Dentro desta perspectiva, o ensino de Engenharia de Produção volta sua ênfase para as dimensões do produto e processo do sistema produtivo, seja projetando produtos, viabilizando produtos, projetando sistemas produtivos, viabilizando sistemas produtivos, planejando a produção, produzindo e distribuindo produtos que a sociedade valoriza e necessita.

Atualmente, produtividade e qualidade são elementos fundamentais para as empresas e instituições, além de ser objeto de estudo da Engenharia de Produção, a qual trabalha este binômio, em suas áreas do conhecimento.

Desta forma, o objetivo deste estudo é verificar o estado da arte do Ensino de Engenharia de Produção.

O procedimento metodológico adotado foi a análise dos artigos aceitos e publicados nos CD-Rom do Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) e os artigos

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aceitos e disponíveis no site do Simpósio de Engenharia de Produção (www.simpep.feb.unesp.br) no período de 2002 a 2005, onde separou-se os artigos por grupos de assuntos que ao término foram transformados em grandes temas. Para as áreas adotou-se a mesma nomenclatura utilizada pelo Enegep (ensino de graduação, ensino de pós-graduação, ensino a distância e outros).

2. A Engenharia de Produção e suas Áreas e Sub-áreas

De acordo com o International Institute of Industrial Engineering (IIIE) e a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO):

“compete à Engenharia de Produção: o projeto, a implantação, a operação, a melhoria e a manutenção de sistemas produtivos integrados de bens e serviços, envolvendo homens, materiais, tecnologia, informação e energia. Compete ainda especificar, prever e avaliar os resultados obtidos destes sistemas para a sociedade e o meio ambiente, recorrendo a conhecimentos especializados da matemática, física, ciências humanas e sociais, conjuntamente com os princípios e métodos de análise e projeto da engenharia”.

A ABEPRO (2006) disponibiliza em seu site (www.abepro.org.br) informações acerca da Engenharia de Produção inclusive sobre as áreas e sub-áreas do conhecimento conforme Tabela 01.

TABELA 01: Áreas e sub-áreas da Engenharia de Produção ÁREA SUB-ÁREA

1. Gestão dos Recursos, Processos, Sistemas de Produção e Operações

- Planejamento e Controle da Produção

- Logística da Cadeia de Suprimentos e Distribuição

- Organização e Disposição Física de Máquinas e Equipamentos - Procedimentos, Métodos e Seqüências de Fabricação e Construção - Gestão da Manutenção

- Gestão Energética

- Gestão de Processos de Fabricação e Construção - Processos Intermitentes de Fabricação e Construção - Processos Contínuos de Fabricação e Construção - Gestão de Operações

- Concepção e Projeto das Operações de Produção - Organização das Operações de Produção - Sistemas e Processos Operacionais Produtivos

2. Pesquisa Operacional

- Modelagem, Análise e Simulação - Processos Estocásticos - Processos Decisórios - Análise de Demanda

- Inteligência Computacional (Redes Neurais, Lógica Nebulosa, Sistemas Especialistas)

3. Qualidade

- Gestão da Qualidade - Engenharia da Qualidade

- Normalização e Certificação para a Qualidade - Organização Metrológica da Qualidade

- Análise de Desempenho de Sistemas Metrológicos - Confiabilidade de Produtos

- Confiabilidade de Processos - Qualidade em Serviços

4. Engenharia do Produto

- Planejamento do Produto Industrial - Métodos de Desenvolvimento de Produtos - Otimização de Produtos

5. Ergonomia e Higiene e Segurança do Trabalho

- Ergonomia do Produto

- Ergonomia dos Processos de Produção - Projeto e Organização do Trabalho - Biomecânica Ocupacional - Economia da Ergonomia - Ergonomia do Ambiente - Sistemas de Gestão em HST - Ergonomia Cognitiva (Software) - Gerência de Riscos

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6. Engenharia Econômica

- Gestão Financeira de Projetos e Empreendimentos - Análise de Risco em Projetos e Empreendimentos - Análise do Retorno em Projetos e Empreendimentos - Gestão de Custos dos Sistemas de Produção e Operações - Gestão de Investimentos em Produção e Operações

- Gestão do Desempenho dos Sistemas de Produção e Operações

7. Gestão de Recursos Naturais

- Gestão e Ordenamento Ambiental

- Monitoramento e Mitigação de Impactos Ambientais

8. Engenharia da Estrutura Organizacional

- Gestão de Projetos - Gestão da Tecnologia - Gestão da Inovação

- Gestão da Informação de Produção e Operações - Gestão e Estratégias da TI

- Gestão do Conhecimento em Sistemas Produtivos - Planejamento Estratégico e Operacional - Estratégias de Produção

- Organização Industrial

- Estratégia e Avaliação de Mercado

- Redes de Mercado de Empresas e Cadeia Produtiva - Gestão e Estratégia de Produtos, Marcas e Mercados - Gestão da Cultura Técnica

- Sistema Nacionais de Inovação, Relações Universidade, Indústria e Governo

9. Educação em Engenharia de Produção

- Gestão Acadêmica e Institucional de Cursos de EP - Sistemas e Metodologias de Avaliação de Cursos de EP - Métodos e Meios Educacionais em EP

- Metodologia e Avaliação de Ensino-Aprendizagem na EP - Organização e Gestão do Ensino a Distância para EP - Pesquisa, Extensão e Pós Graduação na EP

- Estudo das Atividades de Pesquisa Relacionadas à EP - Estudo das Atividades de Extensão Relacionadas à EP - Estudo das Atividades e dos Cursos de Pós Graduação em EP 10. Ética e Responsabilidade Social em Engenharia de Produção

11. Desenvolvimento Regional Sustentado e a Engenharia de Produção.

Fonte: Associação Brasileira de Engenharia de Produção

Observa-se que a classificação atual da engenharia de produção em comparação com a anterior de 2005 sofreu algumas alterações, tais como, mudança de nome de áreas, junção de sub-áreas, além do acréscimo das áreas de Ética e Responsabilidade Social em Engenharia de Produção e Desenvolvimento Regional Sustentado e a Engenharia de Produção.

Outro detalhe que é o foco deste estudo mostra que a área Educação em Engenharia de Produção teve seu nome alterado, pois antes era Ensino em Engenharia de Produção, além de mudanças e acréscimos nas sub-áreas, reforçando a importância desta temática tanto na formação quanto na atuação do futuro engenheiro de produção. Estas alterações possibilitarão uma abrangência maior de estudos que foquem o ensino e a aprendizagem dos futuros engenheiros, facilitando o estudo de aspectos que possam moldar e/ou adequar-se ao estilo do engenheiro.

3. A Engenharia de Produção no Brasil

A Engenharia de Produção é de extrema importância para o Brasil, uma vez que o desenvolvimento da mesma está diretamente ligado a capacidade do avançar em direção a produtividade e qualidade dos diversos segmentos produtivos, sendo que este é o principal binômio da engenharia de produção.

A engenharia de produção possui potencialidade para disseminar conhecimentos básicos referentes ao projeto, instalação e melhoria de sistemas integrados de pessoas, equipamentos e materiais, proporcionando a formação de engenheiros capazes de administrar e controlar sistemas produtivos.

A partir de 1990 houve um acelerado processo de crescimento na engenharia de produção, e segundo informações da Abepro, em 1993 existiam, no Brasil, 17 cursos de graduação. Em 1996, no XVI Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP), o número de cursos de graduação já passava de 20. Atualmente, segundo a ABEPRO (2006) são

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140 instituições que oferecem cursos de graduação, 6 que ofertam cursos de especialização, 28 de mestrado acadêmico, 5 de mestrado profissional e 24 que oferecem doutorado.

Dentro deste desenvolvimento, observa-se que a pesquisa vem se destacando, uma vez que houve um significativo aumento nas submissões de artigos nestes eventos em estudo, conforme informação contida nos sites dos mesmos, além do aumento do número de revistas especializadas na área, que atualmente são dez, sendo algumas com elevado conceito Qualis e quatro revistas eletrônicas que também buscam indexação para futura avaliação Qualis.

Verifica-se também uma evolução nas publicações de livros, sendo que no período de 2002 a 2005 houveram dezessete livros publicados, enquanto que antes deste período, as publicações eram pouco significativas (ABEPRO, 2006).

Este cenário mostra e reforça aquilo que não é novidade, onde a engenharia de produção juntamente com o seu grupo de Engenharia III, conforme classificação da CAPES, são áreas com forte potencial acadêmico e tecnológico.

4. O Engenheiro de Produção

O perfil deste profissional bem como suas competências profissionais e as habilidades desejadas seguem as diretrizes formuladas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), (2002) e Associação Brasileira de Engenharia de Produção (2004), que há alguns anos vem conduzindo a discussão deste assunto em nível nacional. O perfil desejado para o egresso do curso é:

“sólida formação científica e profissional que capacite o engenheiro de produção a identificar, formular e solucionar problemas ligados às atividades de projeto, operação e gerenciamento do trabalho e de sistemas de produção de bens e/ou serviços, considerando seus aspectos humanos, econômicos, sociais e ambientais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade”.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (2002) para os cursos de engenharia o perfil do egresso em Engenharia deve ser embasado por uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando os seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade.

Em 2005, a Portaria INEP nº 165 estabeleceu princípios para o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), o qual partindo deste perfil genérico expresso pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, esperava que o engenheiro de produção fosse capaz de: - Gerir, planejar, elaborar, organizar, analisar, avaliar, executar, implementar, supervisionar,

inspecionar, auditar e coordenar projetos de produtos de engenharia referentes à concepção, inovação, racionalização, operação e manutenção de produtos e processos e dos sistemas de produção de bens e serviços, envolvendo a gestão do conhecimento, do tempo e dos demais recursos produtivos (humanos, econômico-financeiros, energéticos e materiais - inclusive, naturais);

- Dimensionar, integrar, aplicar os recursos produtivos de modo a viabilizar perfis adequados de produção, consoante o contexto de mercado existente, visando produzir com qualidade, produtividade e ao menor custo, considerando a possibilidade de introdução de melhorias contínuas;

- Gerir e otimizar o fluxo de informação e o fluxo de materiais no processo produtivo, utilizando metodologias e tecnologias adequadas;

- Incorporar conceitos, métodos e técnicas de natureza organizacional, de modo a racionalizar a concepção e a realização de produtos e processos, inclusive, produzindo normas e procedimentos de monitoração, controle e auditoria;

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- Prever e analisar demandas de mercado, de modo a adequar o perfil da produção e dos produtos produzidos ao contexto de mercado;

- Prever a evolução dos cenários produtivos, consoante a interação entre as organizações e o mercado, inclusive, atuando no planejamento corporativo para viabilizar a manutenção e o crescimento da competitividade;

- Acompanhar os avanços metodológicos e tecnológicos, colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade;

- Compreender a inter-relação entre os sistemas de produção e o meio ambiente, tanto no que se refere a utilização de recursos escassos, quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de produção com sustentabilidade;

- Elaborar e utilizar indicadores de desempenho do sistema produtivo com relação à aplicação e utilização de todas as formas de recursos produtivos.

Aliadas a estas capacidades, as habilidades e competências esperadas do estudante após seu processo de formação são:

- Aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia;

- Projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados;

- Conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos produtivos;

- Planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; - Identificar, formular e resolver problemas de engenharia;

- Desenvolver e/ou utilizar novos métodos e técnicas;

- Supervisionar e avaliar a operação e a manutenção de sistemas produtivos; - Avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia;

- Avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; - Comunicar-se eficientemente nas formas escrita e gráfica;

- Atuar em equipes multidisciplinares;

- Compreender e aplicar a ética e a responsabilidade profissionais; - Assumir a postura de permanente busca de atualização profissional.

Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais (2002) as competências e habilidades esperadas pelo engenheiro de produção são:

- Ser capaz de dimensionar e integrar recursos físicos, humanos e financeiros a fim de produzir, com eficiência e ao menor custo, considerando a possibilidade de melhorias contínuas;

- Ser capaz de utilizar ferramental matemático e estatístico para modelar sistemas de produção e auxiliar na tomada de decisões;

- Ser capaz de projetar, implementar e aperfeiçoar sistemas, produtos e processos, levando em consideração os limites e as características das comunidades envolvidas;

- Ser capaz de prever e analisar demandas, selecionar tecnologias projetando produtos ou melhorando suas características e funcionalidades;

- Ser capaz de incorporar conceitos e técnicas da qualidade em todo o sistema produtivo, tanto nos seus aspectos tecnológicos quanto organizacionais, aprimorando produtos e processos e produzindo normas e procedimentos de controle e auditoria;

- Ser capaz de prever a evolução dos cenários produtivos, percebendo a interação entre as organizações e os seus impactos sobre a competitividade;

- Ser capaz de acompanhar os avanços tecnológicos, organizando-os e colocando-os a serviço da demanda das empresas e da sociedade;

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- Ser capaz de compreender a inter-relação dos sistemas de produção com o meio ambiente, tanto no que se refere à utilização de recursos escassos quanto à disposição final de resíduos e rejeitos, atentando para a exigência de sustentabilidade;

- Ser capaz de utilizar indicadores de desempenho, sistemas de custeio, bem como avaliar a viabilidade econômica e financeira de projetos;

- Ser capaz de gerenciar e otimizar o fluxo de informação nas empresas utilizando tecnologias adequadas;

- Ter compromisso com a ética profissional; - Possuir iniciativa empreendedora;

- Ter disposição para o auto-aprendizado e educação continuada; - Dispor de boa comunicação oral e escrita;

- Efetuar leitura, interpretação e expressão por meios gráficos; - Possuir visão crítica;

- Ter domínio das tecnologias de informação e comunicação, em especial, o computador e a internet;

- Ter domínio de língua estrangeira;

- Possuir conhecimento acerca da legislação pertinente; - Ser capaz de trabalhar em equipes multidisciplinares;

- Possuir capacidade de identificar, modelar e resolver problemas;

- Ser capaz de compreender os problemas administrativos, sócio-econômicos e do meio ambiente;

- Ter responsabilidade social e ambiental.

Diante do perfil, das habilidades e competências expressas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e pelo ENADE, verifica-se a importância de uma sólida formação científica, de forma a capacitar o futuro engenheiro de produção em todos os aspectos necessários para uma boa atuação profissional.

5. Área de atuação da Engenharia de Produção

Diante das inovações tecnológicas e de mercado ocorridas nos últimos tempos, faz-se necessária à presença de engenheiros de produção no âmbito da empresa/indústria, pelo fato de que possuem uma forte visão sistêmica, podendo fornecer importante contribuição para o processo industrial e administrativo, pois é capaz de visualizar a fábrica como um sistema e entender a interconexão entre as partes deste sistema. Ele é capaz, também, de prever o impacto que as alterações em uma determinada área poderá produzir no sistema como um todo. Enfim, as organizações/instituições aprenderam a reconhecer a importância de tais conhecimentos.

É importante ressaltar que até a década de 60, o campo da Engenharia de Produção era limitado quase que exclusivamente a ambientes industriais. No entanto, logo ficou evidente que as técnicas da Engenharia de Produção também podem ser aplicadas a bancos, hospitais, sistema de transporte, etc. (BOLETIM ABEPRO, 2003).

Assim sendo, observa-se que está havendo uma ampliação no campo de atuação dos profissionais formados nos cursos de Engenharia de Produção, proporcionando assim, a inserção deste profissional em segmentos diversos da sociedade.

De acordo com Naveiro (2000) o mercado de trabalho para o engenheiro de produção tem-se mostrado extremamente diversificado. Além do mercado tradicional (empresas e empreendimentos industriais), altamente instável e dependente da estabilidade econômica, uma série de setores/áreas passaram a procurar os profissionais formados pelas melhores universidade em engenharia de produção. Alguns setores tais como: finanças, atuária, telecomunicações, informática e internet são bastante promissores, uma vez que mesmo em períodos de estagnação econômica estes segmentos continuam crescendo.

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6. O Ensino de Engenharia de Produção

Para que seja possível formar um engenheiro com as competências e habilidades acima citadas, muitas alterações curriculares e muitas inovações estão sendo implementadas. Desta forma, destacam-se os principais estudos sobre o ensino de engenharia de produção apresentados no Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) e Simpósio de Engenharia de Produção (SIMPEP) no período de 2002 a 2005.

Para facilitar o entendimento, os trabalhos foram separados por categorias (Ensino de Graduação, Ensino de Pós-Graduação, Ensino a Distância e Outros) e grandes temas. Dentre estas categorias observou-se que os assuntos mais tratados foram:

Ensino de Graduação

Grandes temas:

• Importância das diretrizes curriculares para formação do engenheiro de produção; • A engenharia de produção como fonte de conhecimento para a comunidade; • Simulação como ferramenta de ensino;

• Inserção da tecnologia no ensino de engenharia; • Pesquisa operacional.

Pós-Graduação

Grandes temas:

• Desenvolvimento e inovação tecnológica para empresas e universidades; • Utilização de softwares como facilitador do processo ensino-aprendizagem. Ensino a Distância

Grandes temas:

• Avaliação da aprendizagem;

• Ambientes mediatizados e interativos;

• Avaliação de projetos e programas de educação a distância; • Utilização de ambientes para cursos de educação a distância. Outros

Grandes temas:

• Utilização de diferentes metodologias para o desenvolvimento profissional; • Desenvolvimento de projetos acadêmicos;

• Avaliação institucional;

• Utilização de jogos como instrumento de treinamento;

• Abordagem interdisciplinar nos cursos de engenharia de produção; • Novos paradigmas no ensino de engenharia.

É importante ressaltar que as sub-áreas da Educação em Engenharia de Produção sofreram alterações a partir de 2006.

7. Considerações Finais

A engenharia de produção como pode ser verificada, sofreu significativo crescimento nos últimos anos, mas tal fato não prejudicou a qualidade do ensino, pelo contrário, observa-se aumento de qualidade, principalmente nos cursos de pós-graduação, uma vez que é possível acompanhar através da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a evolução dos conceitos dos programas de pós-graduação.

Ao analisar os temas discutidos nos eventos em estudo, verifica-se uma tendência na graduação para uma sólida formação científica, embasada pelas diretrizes e apoiada pela tecnologia. Em relação a pós-graduação, nota-se uma valorização das inovação para na busca

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de ferramentas facilitadoras do processo ensino-aprendizagem. Quanto ao ensino a distância (EAD), observa-se uma preocupação dos pesquisadores com a avaliação de projetos e programas de EAD.

Através da verificação destes grandes temas estudados, fica claro que as instituições de ensino de engenharia de produção em todos os seus níveis (graduação, especialização, mestrado e doutorado), buscam formar profissionais com as habilidades e competências exigidas pelo CNE e Abepro, consolidando assim, o papel da engenharia de produção para o setor produtivo e para a sociedade.

8. Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO (ABEPRO). Boletins Informativos. Disponível em: <www.abepro.org.br> Acesso em: 5 de junho de 2006.

________. Cursos e áreas de Engenharia de Produção. Disponível em: <www.abepro.org.br> Acesso em: 5 de junho de 2006.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CNE). Diretrizes Curriculares dos Cursos de Engenharia. Diário Oficial de 11 de março de 2002.

COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR (CAPES). (2004).

Cursos Reconhecidos. Disponível em: < www.capes.gov.br > Acesso em: 5 de junho de 2006.

ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XXII, Curitiba. Anais Eletrônicos. Curitiba, 2002. ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XXIII, Ouro Preto. Anais Eletrônicos. Ouro Preto, 2003. ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XXIV, Florianópolis. Anais Eletrônicos. Florianópolis, 2004.

ENCONTRO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XXV, Porto Alegre. Anais Eletrônicos. Porto Alegre, 2005.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA (MEC). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Disponível em: < www.inep.mec.gov.br > Acesso em: 3 de junho de 2006.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Portaria INEP nº 165. Disponível em:

<www.inep.mec.gov.br > Acesso em: 3 de junho de 2006.

NAVEIRO. R. Saiba mais sobre Engenharia de Produção. Disponível em:

<http://www.unaberta.ufsc.br/index.html> Acesso em: 15 de junho de 2006.

SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, X, Bauru. Anais Eletrônicos. Bauru, 2002. SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XI, Bauru. Anais Eletrônicos. Bauru, 2003. SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XII, Bauru. Anais Eletrônicos. Bauru, 2004. SIMPÓSIO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, XIII, Bauru. Anais Eletrônicos. Bauru, 2005.

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