• Nenhum resultado encontrado

Ficha catalográfica por Maria Nazaré Fabel, Bibliotecária, CRB-199, 14.Região

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ficha catalográfica por Maria Nazaré Fabel, Bibliotecária, CRB-199, 14.Região"

Copied!
33
0
0

Texto

(1)

1

1

F A S C Í C U L O

(2)
(3)

Capa e Diagramação: Capa e Diagramação: Capa e Diagramação: Capa e Diagramação:

Capa e Diagramação: Soluções e Informática Ltda. - Joinville - SC www.solucoes.com.br

Redação/Apresentação: Redação/Apresentação: Redação/Apresentação: Redação/Apresentação:

Redação/Apresentação: Dra. Cleusa Coral-Ghanem Supervisão:

Supervisão: Supervisão: Supervisão:

Supervisão: Dra. Cleusa Coral-Ghanem DIREITOS DE REPRODUÇÃO

DIREITOS DE REPRODUÇÃO DIREITOS DE REPRODUÇÃO DIREITOS DE REPRODUÇÃO DIREITOS DE REPRODUÇÃO:::::

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, sem permissão expressa dos autores. A violação dos direitos é punível nos termos do art. 184 e parágrafos do Código Penal, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 122, 123, 124 e 126 da Lei 5988, de 14.12 1976, Lei dos Direitos Autorais).

Ficha catalográfica por Maria Nazaré Fabel, Bibliotecária, CRB-199, 14.Região

CORAL-GHANEM, Cleusa, STEIN, Harold A. & FREEMAN, Melvin I. – Lentes de Contato; do básico ao avançado. – Joinville: Soluções e Informática, 1999. 32p.

1. Lentes de contato. I. Stein, Harold II. Freeman, Melvin III. Título.

617.7523 C787

(4)

Dra. Cleusa Coral-Ghanem

• Chefe do Departamento de Lentes de Contato do Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem - Joinville - Santa Catarina

• Representante Internacional da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Córnea -SOBLEC - biênio 97/99

• Finance Committee Chairperson for the ICLSO - International Contact Lens Society of Ophthalmologists

• SOBLEC’s Representative at ICLSO 1994 - 1998; 1998 - 2002 • Ex-Presidente da Sociedade Catarinense de Oftalmologia

• ExPresidente da Sociedade Brasileira de Lentes de Contato e Córnea SOBLEC -biênio 93/95

Melvin I. Freeman, MD, FACS

• Clinical Professor of Ophthalmology, Emeritus, University of Washington School of Medicine, Seattle, Washington

• Affliliate Clinical Investigator, Virginia Mason Research Center, Seattle, Washington • Past Head, Section of Ophthalmology, Virginia Mason Clinicand Medical Center,

Seattle, Washington

• Medical Director, Emeritus, Department of Continuing Medical Education, Virginia Mason Medical Center, Seattle, Washington

• President, Alliance for Continuing Medical Education, Birmingham, Alabama • Past President, Contact Lens Association of Ophthalmologists, New Orleans,

Louisiana

• Past President, Joint Commission on Allied Health Personnel in Ophthalmology, St. Paul, Minnesota

Harold A. Stein, MD, FRCS (C)

• Professor of Ophthalmology, University of Toronto, Ontario, Canada • Director, Bochner Eye Institute, Toronto, Canada

• Attending Ophthalmologist, Scarborough General Hospital, Scarborough, Ontario • Attending Ophthalmologist, Mount Sinai Hospital, Toronto, Canada

• Past President, International Refractive Surgical Club

• Past President, International Contact Lens Council of Ophthalmology

• Past President, Joint Commission on Allied Health Personnel in Ophthalmology, St. Paul, Minnesota

• Past President, Contact Lens Association of Ophthalmologists, New Orleans, Louisiana • Past President, Canadian Ophthalmological Society, Otawa, Canada

• Director, Professional Continuing Education, Centennial College of Applied Arts, Toronto, Ontario, Canada

(5)

Sumário

Lista de Siglas Lista de SiglasLista de Siglas

Lista de SiglasLista de Siglas ... VI

Capítulo 1 Capítulo 1Capítulo 1 Capítulo 1Capítulo 1

HISTÓRICO DAS LENTES DE CONTATO (LC) ... 01

Autor: Cleusa Coral-Ghanem 1.1 - LC DE POLIMETILMETACRILATO (PMMA) ... 03

1.2 - LENTES HIDROFÍLICAS (LCH) ... 04

1.3 - LENTES RÍGIDAS GÁS-PERMEÁVEIS (RGP) ... 05

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 05

Capítulo 2 Capítulo 2Capítulo 2 Capítulo 2Capítulo 2 MATERIAIS DAS LC ... 06

Autor: Cleusa Coral-Ghanem 2.1 - PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS... 06

2.1.a - Função do Plastificador ... 07

2.1.b - Ligação Cruzada (Cross-link) ... 07

2.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS POLÍMEROS DAS LC ... 08

2.2.a - Termoplásticos ... 08

2.2.b - Rígidos Gás-Permeáveis ... 09

2.2.c - Elastômeros Sintéticos ... 09

2.2.d - Hidrofílicos ... 10

2.2.d.1 - Novos Materiais ... 11

2.2.d.2 - Classificação do FDA para os polímeros das LC Hidrofílicas ... 11

2.3 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS POLÍMEROS... 12

2.3.a - Permeabilidade dos Materiais ao Oxigênio ... 12

2.3.b - Dk/L e PEO ... 13

2.3.c - Umectabilidade ... 14

2.3.d - Transparência ... 14

2.3.e - Dureza e Rigidez ... 14

2.3.f - Força Tensional ... 15

2.3.g - Elasticidade ... 15

2.3.h - Gravidade ou Densidade ... 15

2.3.i - Índice de Refração ... 15

2.3.j - Hidratação ... 15

(6)

3.1 - PRINCIPAIS TIPOS DE LC ... 17 3.1.a - LC Rígidas ... 17 3.1.b - LC de Elastômero de Silicone... 17 3.1.c - LC Hidrofílicas ... 17 3.1.d - LC Silicone-Hidrofílicas ... 17 3.2 - DESENHOS ... 17

3.2.a - LC de Corte Simples ... 18

3.2.b - LC Lenticular ... 18

3.2.c - LC Tóricas ... 18

3.2.d - LC Bifocais / Multifocais ... 19

3.3 - PARÂMETROS DAS LC ... 20

3.3.a - Face Posterior da LC ... 21

3.3.a.1 - Curva Central Posterior (CCP) ou Curva Base (CB) ... 21

3.3.a.2 - Curva Intermediária Posterior (CIP) ... 22

3.3.a.3 - Curva Periférica Posterior (CPP) ... 23

3.3.b - Face Anterior ou Frontal da LC ... 23

3.3.b.1 - Curva Central Anterior (CCA) ... 23

3.3.b.2 - Curva Intermediária Anterior (CIA) ... 23

3.3.b.3 - Curva Periférica Anterior (CPA) ... 23

3.3.c - Outros Parâmetros Importantes ... 24

3.3.c.1 – Zona Óptica (ZO) ... 24

3.3.c.2 – Diâmetro (Ø) ... 24

3.3.c.3 – Borda ... 24

3.3.c.4 – Poder Dióptrico ou Grau ... 25

3.3.c.5 – Espessura Central ... 25

(7)

Lista de Siglas

CAB

– Acetato Butirato de Celulose

CB

– Curva Base

CCA

– Curva Central Anterior

CCP

– Curva Central Posterior

CIA

– Curva Intermediária Anterior

CIP

– Curva Intermediária Posterior

CPA

– Curva Periférica Anterior

CPP

– Curva Periférica Posterior

Ø

– Diâmetro da Lente de Contato

HEMA – 2-hidroxietil metacrilato

LC

– Lente de Contato

LCH

– Lente de Contato Hidrofílica

ml

– Microlitros

mm

– Milimicras

mm

– Milímetro

hm

– Namômetro

O

2

– Oxigênio

PEO

– Porcentagem Equivalente de Oxigênio

PHEMA – Poli(2-hidroxietil metacrilato)

PMMA – Polimetilmetacrilato

PS

– Profundidade Sagital

RGP

– Rígida Gás-Permeável

ZO

– Zona Óptica

ZOA

– Zona Óptica Anterior

ZOP

– Zona Óptica Posterior

(8)

A

lgumas fontes atribuem a primeira idéia sobre LC aos tempos da Renascença: Leonardo da Vinci (1452-1519) e René Descartes (1596-1650).

Outros estudiosos também são cita-dos como colaboradores para o desenvol-vimento da primeira LC: Philip de la Hire (1685), trabalho citado por Duke-Elder (1970) e Thomas Young (1801), relatado por Airy (1827).

Na realidade, a primeira descrição definitiva de uma LC foi publicada por volta de 1827 a 1845, pelo astrônomo inglês John Frederick William Herschell, que relata uma cápsula de vidro cheia de geléia funcionando como uma superfície refrativa posterior.

Em 1886, Xavier Galezowksi criou a primeira LC terapêutica. Essa era um quadrado de gelatina mergulhado em uma solução de cloreto de mercúrio e hidrocloreto de cocaína. O quadrado era mantido no lugar através de uma cober-tura de goma aplicada à córnea. A LC de Galezowski era utilizada para auxiliar a cura e reduzir infecções após a cirurgia de catarata.

O ano de 1888 presenciou progres-sos importantes em LC. Na França, Eugene Kalt desenvolveu a primeira LC para uso em ceratocone e apresentou o primeiro trabalho de LC em ceratocone, na Academia de Medicina de Paris. Na Alemanha, Adolf E. Fick produziu o primeiro estudo clínico sobre LC. Poste-riormente, Fick testou conchas corneo-esclerais com correção óptica ao invés de furos estenopêicos centrais. Ele teve dificuldade, no entanto, em encontrar ópticos para fabricá-las conforme suas especificações.

Histórico das

Lentes de Contato (LC)

1

Um importante resumo precoce da teoria de LC foi a tese de doutorado de August Müller para a Universidade de Kiel, Alemanha, em 1889. Müller descre-veu seu conceito de uma lente corneana com a prescrição corretiva na sua superfí-cie anterior e foi o primeiro a utilizar o termo lente corneana. Ele postulou que a lente iria aderir à superfície da córnea devido à atração capilar do filme lacri-mal. Müller fabricou várias lentes cor-neoesclerais, das quais nenhuma foi bem sucedida. No entanto, como um resultado dessas tentativas, Müller descobriu que o filme lacrimal possui uma importante função metabólica e que é necessária a circulação adequada da lágrima para o uso bem sucedido da LC.

As dificuldades na fabricação de LC associadas à inabilidade do olho em adaptar-se às lentes de vidro tornaram o progresso mais lento, de meados de 1890 até cerca de 1912.

Com o desenvolvimento da indús-tria óptica, voltou-se a investir nessa área. Duas companhias alemãs, a Carl Zeiss e a Müller, fabricaram LC que foram utilizadas principalmente por pacientes portadores de ceratocone.

Várias melhorias notáveis no dese-nho de LC foram alcançadas na década de 30 por Joseph Dallos, de Budapeste-Hungria. Dallos descobriu que as LC que se movimentavam ao piscar eram melhor toleradas do que as LC mais apertadas. Ele deduziu que essa tolerância devia-se ao fato de as LC frouxas permitirem uma maior circulação de lágrimas. Por isso, projetou uma LC com curva suplementar na altura do limbo. Dentre as melhorias desenvolvidas estava o uso de fenestrações (furos através do material da LC) na jun-ção corneoescleral e a adojun-ção de novas técnicas de fabricação.

(9)

Capítulo 1

Histórico das Lentes de Contato (LC)

Fatos Importantes

P

rimeiramente, Fick trabalhou com coe-lhos retirando moldes de seus ocoe-lhos e projetando conchas de vidro sopradas, enchidas com uma solução de glicose. As conchas aderiam com sucesso aos globos oculares e se moviam com os olhos.

Depois disso, Fick produziu as conchas a partir de moldes de olhos de cadáveres humanos. Essas conchas se ajustavam ao raio da esclera e tinham um raio de córnea mais elevado.

Em testes com olhos de humanos vivos essas conchas eram toleradas por 2 horas. Devido ao fato de suas primeiras lentes não terem qualquer poder óptico, Fick projetou então conchas de qualidade óptica que foram adaptadas em seis pacientes com córneas irregulares, portadoras de cicatrizes. As conchas eram tingidas de preto, deixando uma pupila estenopêica transparente central, o que permitiu uma melhora mensurável na visão dos seis pacientes.

1827 ou 1845 1886 1888 1888 1889 1930 John Frederick William Herschell Xavier Galezowksi Eugene Kalt Adolf E. Fick August Müller Joseph Dallos

fez a primeira descrição definitiva de uma LC.

criou a primeira LC terapêutica. desenvolveu a primeira LC para uso em ceratocone.

produziu o primeiro estudo clínico sobre LC.

postulou que a LC iria aderir à superfície da córnea devido à atração capilar do filme lacrimal.

descobriu que as LC que se

movimentavam ao piscar eram melhor toleradas do que as LC mais apertadas. Projetou uma LC com curva

suplementar na altura do limbo.

Até a década de 30, o

Até a década de 30, o

Até a década de 30, o

Até a década de 30, o

Até a década de 30, o

vidro foi o único material

vidro foi o único material

vidro foi o único material

vidro foi o único material

vidro foi o único material

utilizado para a

utilizado para a

utilizado para a

utilizado para a

utilizado para a

fabricação de LC.

fabricação de LC.

fabricação de LC.

fabricação de LC.

fabricação de LC.

Em 1889, A

Em 1889, A

Em 1889, A

Em 1889, A

Em 1889, August Müller

ugust Müller

ugust Müller

ugust Müller

ugust Müller

foi o primeiro a utilizar o

foi o primeiro a utilizar o

foi o primeiro a utilizar o

foi o primeiro a utilizar o

foi o primeiro a utilizar o

termo lente corneana.

termo lente corneana.

termo lente corneana.

termo lente corneana.

termo lente corneana.

1888 - Primeiro Estudo Clínico sobre LC – por Adolf E. Fick

Ano Ano Ano Ano

(10)

E

m 1936, fabricando uma len-te escleral, o norlen-te americano W. Fleinbloom introduziu o plástico em combinação com o vidro. A parte corneana era feita de vidro e a escle-ral de plástico.

Em 1938, Müller e Obrig utilizaram, pela primeira vez, o polimetilmetacrilato (PMMA) para a fabricação de prótese ocular. Com a introdução do PMMA, uma combinação de monômeros de metil-metacrilato, a LC corneana tornou-se viável porque o novo material era muito

Até 1949, 200.000 pares de LC de

Até 1949, 200.000 pares de LC de

Até 1949, 200.000 pares de LC de

Até 1949, 200.000 pares de LC de

Até 1949, 200.000 pares de LC de

PMMA haviam sido produzidas nos

PMMA haviam sido produzidas nos

PMMA haviam sido produzidas nos

PMMA haviam sido produzidas nos

PMMA haviam sido produzidas nos

Estados Unidos.

Estados Unidos.

Estados Unidos.

Estados Unidos.

Estados Unidos.

mais leve do que o vidro, fácil de ser tra-balhado e inerte aos tecidos oculares.

Em 1947, o americano Kevin Tuohy iniciou a era moderna das LC introdu-zindo as LC corneanas. Recebeu uma patente por sua LC, em 1948. Essa lente, denominada Solex, provou ser bem suce-dida em testes humanos.

Em 1952, Dickinson, Neil e Soehnges reduziram o diâmetro das LC corneanas para 9,5 mm e a denomiram de micro-lente.

LC de Polimetilmetacrilato (PMMA)

1.1

Fatos Importantes

1936 1938 1947 1952 W. Fleinbloom Müller e Obrig Kevin Tuohy Dickinson , Neil e Soehnges

introduziu o plástico em combinação com o vidro na fabricação de uma LC escleral.

utilizaram o PMMA para a fabricação de prótese ocular.

introduziu as LC corneanas. reduziram o diâmetro das LC corneanas para 9,5 mm. Ano

Ano Ano Ano

(11)

Capítulo 1

Histórico das Lentes de Contato (LC)

N

os anos 50, a descoberta que as LC poderiam ser fabricadas a partir de hidroxietilmetacrilato poli-merizado (HEMA) estabeleceu o está-gio para as LC hidrofílicas de hoje. O trabalho pioneiro com LC de HEMA foi feito em Praga, Tchecoslováquia, por Otto Wichterle, Daroslav Lim e Maximillian Dreifus.

As primeiras LC de HEMA, em 1963, tiveram pouca aceitação por serem muito frágeis e pesadas. Sua evolução deu-se após a invenção de uma máquina que produzia LC através do processo spin casting, desenvolvido por Wichterle. Em 1966, a patente desse processo foi com-prada pela Bausch & Lomb, que levou a um grande desenvolvimento nessa área.

Lentes Hidrofílicas

1.2

Fatos Importantes

Data Data Data Data

Data Acontecimento no Mercado MundialAcontecimento no Mercado MundialAcontecimento no Mercado MundialAcontecimento no Mercado MundialAcontecimento no Mercado Mundial Março de 1971 Junho de 1973 Junho de 1978 Junho de 1979 Janeiro de 1971 Setembro de 1981 Junho de 1982 Junho de 1987 Agosto de 1994 Setembro de 1998 Setembro de 1998 - disponibilização das LCH.

- utilização das primeiras LCH terapêuticas. - disponibilização das LCH tóricas.

- aprovação das LC de uso prolongado para afácicos. - desenvolvimento das primeiras LCH para uso prolongado, por John de Carle.

- introdução das LC pintadas.

- aprovação pelo FDA da primeira LCH bifocal. - introdução das LC descartáveis para uso contínuo de uma semana ou uso diário de duas semanas. - lançamento das LC descartáveis de um dia. - lançamento das LC descartáveis multifocais.

(12)

N

a década de 70, tentativas fo-ram feitas para produzir LC que combinassem a habilidade do PMMA em corrigir astigmatismo com a qualida-de gás-permeável das LCH. O resultado foi a introdução, em 1978, das LC rígidas gás-permeáveis (RGP) de acetato buti-rato de celulose (CAB). Esse material tinha boa permeabilidade aos gases, mas parou de ser utilizado devido à falta de reprodutibilidade, instabilidade de parâ-metros e pela sua afinidade com depósi-tos lipídicos.

As primeiras LC RGP para uso

As primeiras LC RGP para uso

As primeiras LC RGP para uso

As primeiras LC RGP para uso

As primeiras LC RGP para uso

prolongado foram lançadas em 1985.

prolongado foram lançadas em 1985.

prolongado foram lançadas em 1985.

prolongado foram lançadas em 1985.

prolongado foram lançadas em 1985.

Nos anos 80, o problema clínico foi resolvido com o desenvolvimento de ou-tro material derivado da copolimeri-zação do PMMA e do siloxane (LC silico-nadas). Com a adição do monômero de flúor às LC siliconadas (LC fluorcarbo-nadas), o que aumentou a permeabili-dade ao oxigênio, foi possível o uso pro-longado das RGP.

Lentes Rígidas Gás-Permeáveis (RGP)

1.3

Fatos Importantes

Data Data Data Data

Data AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento 1978

Década de 80

- introdução das LC RGP de acetato butirato de celulose (CAB).

- desenvolvimento das LC siliconadas e depois, das fluorcarbonadas.

BARR, J.T.; BAILEY, N.J. History and development of contact lenses. In: BENNETT, E.S.; WEISSMANN, B.A. Clinical Contact Lens Practice. Philadelphia: Lippincott – Raven Publishers, 1994, Chapter 11, p. 1–8.

BARR, J.T. Anniversary of a revolution – 25 years of soft contact lenses in the U.S. Spectrum, p. 11, 1996.

STEIN, H. A.; SLATT, B.J.; STEIN, R.M. History of Contact Lenses. In: _____, Fitting Guide for Rigid and Soft Contact Lenses, 3rd ed. Toronto: The C.V. Mosby Company,

1990, Chapter 15, p. 162-163.

SABELL, A.G. The history of contact lenses. In: PHILLIPS, A.J.; SPEEDWELL, L. Contact Lenses, 4th ed. Oxford: Butterworth-Heinemann, 1997, Chapter 1, p. 1-16.

(13)

Capítulo 2

Materiais das LC

A

s LC são manufaturadas a par-tir de plásticos que, por sua vez, são polímeros. Um polímero consiste na formação de cadeias de unidades chama-das monômeros.

As propriedades dos polímeros deri-vam da habilidade de certos átomos se unirem para formar ligações covalentes estáveis. O primeiro entre esses átomos é o carbono (C) que pode se unir a outros quatro átomos iguais a si ou, alternativa-mente, a átomos de, por exemplo, hidro-gênio (H), oxihidro-gênio (O2), nitrogênio (N),

enxofre (S), e cloro (Cl). Esses polímeros podem ser puramente naturais, como a celulose; polímeros naturais modificados, como o acetato de celulose; ou completa-mente sintéticos, como o polimetilmeta-crilato (PMMA).

A única característica que une esses e outros polímeros é o fato de serem conec-tados em longas cadeias. Os polímeros com os quais são fabricadas as LC per-tencem ao reino da química orgânica, ou a química dos compostos de carbono.

A maioria desses polímeros são sin-téticos e processados por polimerização. Assim, o polímero mais simples, polie-tileno, é obtido pela polimerização do monômero etileno (fig. 1).

Isso é normalmente representado por uma equação geral que mostra a con-versão de n unidades etileno numa cadeia de polietileno de n unidades de compri-mento (fig. 2).

Materiais das LC

2

Propriedades dos Polímeros

2.1

Figura 2 - Cadeia de polietileno de n unidades de comprimento

Em um polímero comercial, n pode-ria ter o valor de alguns milhares.

A polimerização de metilmetacrilato pode ser demonstrada de maneira pareci-da (fig. 3).

Figura 3 – Polimetilmetacrilato (PMMA)

A estrutura fechada entre parênteses é conhecida como a unidade repetenteunidade repetenteunidade repetenteunidade repetenteunidade repetente, e é praxe que quando se escreve o nome de um polímero se identifique especificamente o que é essa unidade. Portanto, deve-se

(14)

Em temperaturas muito baixas, todos os polímeros são

Em temperaturas muito baixas, todos os polímeros são

Em temperaturas muito baixas, todos os polímeros são

Em temperaturas muito baixas, todos os polímeros são

Em temperaturas muito baixas, todos os polímeros são

duros e vítreos. Em temperaturas altas, a energia térmica

duros e vítreos. Em temperaturas altas, a energia térmica

duros e vítreos. Em temperaturas altas, a energia térmica

duros e vítreos. Em temperaturas altas, a energia térmica

duros e vítreos. Em temperaturas altas, a energia térmica

do sistema aumenta, permitindo que as correntes

do sistema aumenta, permitindo que as correntes

do sistema aumenta, permitindo que as correntes

do sistema aumenta, permitindo que as correntes

do sistema aumenta, permitindo que as correntes

individuais de polímeros tenham energia suficiente para

individuais de polímeros tenham energia suficiente para

individuais de polímeros tenham energia suficiente para

individuais de polímeros tenham energia suficiente para

individuais de polímeros tenham energia suficiente para

suportar rotação.

suportar rotação.

suportar rotação.

suportar rotação.

suportar rotação.

lato), mas como esses são polímeros co-merciais conhecidos, os parênteses são normalmente omitidos. O mesmo serve para poliestireno (fig. 4) e cloreto de polivinila (fig. 5).

Para indicar que um polímero tem mais de um tipo de unidade repetente obtida pela polimerização de diferentes tipos de polímeros ao mesmo tempo, uti-liza-se o termo copolímerocopolímerocopolímerocopolímerocopolímero; portanto, ao se copolimerizar o estireno e o metilmeta-crilato, obtém-se um copolímero de esti-reno e de metilmetacrilato.

O termo copolímero pode ser utiliza-do para descrever a mistura de utiliza-dois ou

Função do Plastificador

2.1.a

U

m material duro, vítreo e termoplástico como o PMMA ou o cloreto de polivinila, pode ser con-vertido em material flexível pela incorpo-ração de um plastificadorplastificadorplastificadorplastificadorplastificador. Este é um com-ponente móvel, geralmente um líquido orgânico com ponto de ebulição alto, que agirá como um lubrificante interno.lubrificante interno.lubrificante interno.lubrificante interno.lubrificante interno. Sua presença separa as correntes poliméricas permitindo assim que se movam com mais liberdade. Sua função é elevar a temperatura na qual ocorre a mudança de estado vítreo ao flexível. Assim, cloreto de

polivinila, em seu estado intacto, é um material rijo e vítreo, conhecido comerci-almente como telhas transparentes ondu-ladas. Quando um plastificador é incor-porado, o material se torna flexível como, por exemplo, assentos de carro de vinil. Nesses casos, pigmentos e outras mudan-ças nos processos também permitirão que o polímero seja produzido em várias cores e texturas.

Um princípio quase idêntico está envolvido na formação de polímeros co-nhecidos como hidrogel.hidrogel.hidrogel.hidrogel.hidrogel.

termo específico para descrever polí-meros formados pela polimerização de três monômeros.

Se as propriedades químicas e a orga-nização de uma corrente de polímeros for modificada, pode-se mudar as proprieda-des físicas e obter um comportamento flexível, elástico, ou o inverso, um compor-tamento duro, vítreo.

Existem várias sutilezas adicionais envolvidas no desenho de polímeros que permitem submetê-los a grandes deforma-ções e recuperá-los instantaneamente. É a característica ideal de comportamento elastomérico.

Figura 4 - Poliestireno

Figura 5 - Cloreto de Polivinila

Ligação Cruzada (Cross-link)

2.1.b

É

necessário que se descreva mais uma característica molecular que é importante para polímeros elásti-cos (ambos hidrogel e elastômeros sinté-ticos), que é a ligação cruzada (cross-link).

A cadeia cruzada deriva da reação do HEMA com o etileno glicol dimetacrilato (EGDMA). Outros monômeros, como por exemplo o N-vinil pirrolidona e o ácido metacrílico, quando combinados com HEMA podem formar copolímeros de alto poder aquoso.

(15)

Capítulo 2

Materiais das LC

O

s polímeros utilizados ou suge-ridos como materiais para LC dividem-se em quatro grupos:

- termoplásticos;

- rígidos gás-permeáveis;

O

s termoplásticos representam um grupo de polímeros que podem ser moldados sob o efeito de calor e pressão.

Em temperatura ambiente, são razo-avelmente rígidos com possibilidades de mostrarem alguma flexibilidade, mas certamente não elástica.

O primeiro dentro desse grupo é o polimetilmetacrilato (PMMA) que, após sua introdução na década de 1940, foi o primeiro material plástico e o mais utili-zado para a confecção de LC durante os trinta anos seguintes.

Classificação dos Polímeros das LC

2.2

O PMMA é o resultado da combina-ção de unidades de monômeros de metil-metacrilato. Possui alta umectação, exce-lente qualidade óptica, leveza, transpa-rência e durabilidade. É facilmente pro-cessado e esterilizado.

Dentre as desvantagens estão a rigidez e a impermeabilidade virtual ao O2. Por mais que a rigidez seja o maior fator de desconforto do usuário, a LC se encaixa de maneira a permitir que o líquido lacrimal flua atrás da LC, compensando assim, até certo ponto, a falta de transmissibilidade de O2 através do material.

O número de ligações cruzadas pro-vocam um efeito importante sobre as características físicas do plástico, de-monstrado por bom ou mau comporta-mento elástico.

Para se obter bom comportamento elástico, as correntes têm que ser sufici-entemente móveis para mudarem de po-sição quando uma força é aplicada sobre elas, mas também precisam de conexões

para garantir que conseguirão voltar às suas posições originais. A incorporação de um número excessivo de ligações cru-zadas restringirá a deformação elástica.

Para um bom comportamento elásti-co, o limite máximo de densidade de liga-ções cruzadas (cross-link) está na propor-ção de um cross-link para cada 100 átomos da coluna principal de monômeros.

Termoplásticos

2.2.a

P

PP

PPolimetil-metacrilato (PMMA)

olimetil-metacrilato (PMMA)

olimetil-metacrilato (PMMA)

olimetil-metacrilato (PMMA)

olimetil-metacrilato (PMMA)

não é gás-permeável.

não é gás-permeável.

não é gás-permeável.

não é gás-permeável.

não é gás-permeável.

- elastômeros sintéticos; - hidrofílicos e - copolímeros híbridos.

Cada grupo tem suas próprias vanta-gens e desvantavanta-gens.

Por não ser permeável aos gases foi amplamente substituído pelos materiais gás-permeáveis, descritos a seguir. É

con-permeáveis, por terem menor probabilida-de probabilida-de comprometer a saúprobabilida-de da córnea. Entretanto, deve-se mencionar que muitas

(16)

A

primeira LC RGP disponível no mercado foi a CAB (acetato butirato de celulose), em 1970. Esse polí-mero foi conseguido pela esterificação da celulose com os ácidos butírico e acético. Logo foi abandonado devido a sua grande afinidade com depósitos lipídicos, falta de estabilidade de parâmetros e de repro-dutibilidade.

Para melhorar a permeabilidade ao O2, ausente nas LC de PMMA, tentou-se

misturar o PMMA com polímeros de permeabilidades mais altas, mas o pro-blema sempre foi alcançar um equilíbrio de propriedades.

Materiais de silicone acrilatosilicone acrilatosilicone acrilatosilicone acrilatosilicone acrilato combinam a dureza e a claridade óptica do PMMA com a permeabilidade de O2 derivada de seu con-teúdo de silicone. As LC de silicone acrilato, com valores Dk variando de 15 a 55, são am-plamente utilizadas. O componente de sili-cone é hidrofóbico, o que cria problemas de umectabilidade, por isso as LC necessitam de tratamento de superfície.

Especialistas em química de polí-meros têm trabalhado arduamente para variar as proporções dessas substâncias e adicionar outros ingredientes, tais como ácido metacrílico, para desenvolver quali-dades diferentes de materiais. O objetivo é aumentar a permeabilidade de O2 e manter

a dureza, ao mesmo tempo.

LC de resina de siliconeresina de siliconeresina de siliconeresina de siliconeresina de silicone são polí-meros puros de silicone em estado rígido. Elas não são muito populares devido a sua pobre umectabilidade e flexibilidade.

As LC de fffffluoropolímerosluoropolímerosluoropolímerosluoropolímerosluoropolímeros incorpo-ram um monômero fluorado com material siloxane ou polímeros de não silicone. A permeabilidade ao O2 aumenta devido a

capacidade do flúor de dissolver moléculas de O2, aumentando a permeabilidade de O2 a valores tão altos quanto Dk 150.

As LC RGP fluoradas dividem-se em duas categorias: as de copolímeros fluoro-silicone-acrilato e as de fluoro-polímeros flexíveis. O copolímero fluoro-silicone-acrilato combina um monômero fluor-etato com o copolímero de silicone-acrilato e as LC de fluoro-copolímero flexível têm sua flexibilidade resultante da presença de poliper-fluoro-éter no lugar do silicone acrilato.

Esses materiais possuem excelente umectabilidade, maior resistência à formação de depósitos do que as LC siliconadas e contêm filtro de luz ultra-violeta incorporado na matéria-prima do polímero. São mais flexíveis do que os outros materiais RGP, por isso mais resistentes à quebra.

Rígidos Gás-Permeáveis

2.2.b

Elastômeros Sintéticos

2.2.c

O

s elastômeros sintéticos são um grupo de polímeros semelhante à borracha que, além de flexíveis, podem ser comprimidos ou esticados, retornando a sua forma original quando cessada a força deformante. Suas propriedades são intermediárias entre aquelas dos termo-plásticos e dos hidrofílicos.

Teoricamente, seriam ideais para se fabricar LC. Entretanto, a forma mole-cular que dá o comportamento elástico produz polímeros com superfícies hidro-fóbicas. Além da borracha natural, mui-tos elastômeros sintéticos foram patente-ados para a fabricação de LC (Dow

Corning 1967). Esses polímeros podem ser de 100 a 1.000 vezes mais permeáveis ao O2 do que o PMMA.

A borracha de silicone, que é um poli (dimetil-siloxane), foi um dos primeiros polímeros utilizados. Apresenta mais per-meabilidade ao O2 do que qualquer mate-rial comercialmente disponível, sendo por volta de mil vezes mais permeável que o PMMA. Além disso, a borracha de sili-cone é maleável e flexível, semelhante aos materiais de hidrogel, mas ao contrário desses, ela é altamente hidrofóbica. A borracha de silicone é um precursor mui-to importante dos materiais RGP atuais.

(17)

Capítulo 2

Materiais das LC

As primeiras LC de borracha de silicone foram manufaturadas pelas téc-nicas de moldagem por compressão e conseguiu-se bordas de alta qualidade. O maior obstáculo para o uso dessas LC foram as propriedades inadequadas de umectabilidade, e não a falta de força mecânica de composição básica do mate-rial, ou de durabilidade.

Os primeiros métodos de tratamento de superfície da borracha de silicone, ten-tando deixá-la hidrofílica, envolviam ata-ques químicos diretos com alkyl titanate ou ácido clorosulfônico, seguidos de hidrólise.

Logo foram usados tratamentos mais sofisticados que envolveram uma varieda-de varieda-de tipos varieda-de radiação, ionizantes e não ionizantes, muitas vezes auxiliadas por N-vinil pirrolidona (NVP) ou HEMA. Por mais que os métodos sejam diferentes em detalhes e complexidade são, essencial-mente, reações de radicais livres.

Concluiu-se que, apesar da alta per-meabilidade ao O2, é difícil utilizar a borracha de silicone em forma de LC clinicamente aceitável, por causa da na-tureza hidrofóbica do polímero e da difi-culdade em se gerar uma superfície hi-drofílica permanente.

R

epresentam o quarto e o maior grupo em termos de variedade estrutural. São polímeros que ao absorver a água tornam-se gelatinosos, maleáveis e elásticos.

Os polímeros de hidrogel não são completamente hidrofílicos; seu ângulo de contato está em torno de 20o.

A estrutura do PMMA pode tornar-se mais hidrofílica pela incorporação de grupos hidroxil.

Quando HEMA absorve água, ele se torna mole, apesar de continuar resistente. É altamente transparente e mantém seu formato mesmo após a eversão. HEMA é inerte e bem tolerado pela córnea. Seu índice de refração médio (1,43) encontra-se entre o índice de refração da córnea (1,37) e o da LC de PMMA (1,49).

A polimerização do monômero HEMA resulta no poli(2-hidroxietil metacrilato) – PHEMA, que foi o primeiro polímero a alcançar alguma significância no mercado, podendo ser utilizado para a fabricação de diversos tipos de desenho de LC.

Em seu estado seco, PMMA e PHEMA têm características muito similares – ambos são polímeros vítre-os e durvítre-os. Enquanto o PMMA perma-nece relativamente inalterado pela água, pois absorve apenas 0,5% de seu

O hidrogel PHEMA tem um conteú-do de água aproximaconteú-do de 39%, depen-dendo das condições de medição, que po-dem ser influenciadas pela temperatura e pelo tipo de água, pura ou solução salina. O conteúdo de água pode ser pro-gressivamente reduzido pela copoli-merização com quantidades crescen-tes de um polímero tipo metilmeta-crilato, fluoroalquilmetacrilato ou siloxilmetacrilato, que formam a base para materiais RGP. Em princípio, esse é o caminho utilizado para a preparação dos materiais de hidrogel de silicone.

O conteúdo de água de um hidrogel pode, por outro lado, ser progressivamente aumentado pela copolimerização com quantidades crescentes de um monômero hidrofílico tipo vinil pirrolidona ou N-dimetil acrilamido. A quantidade de água do polímero resultante depende das pro-porções relativas de monômeros hidrofí-licos e hidrofóbicos utilizados.

Na polimerização, o objetivo é se obter um maior conteúdo de água, pois a água absorvida é o meio pelo qual o O2

atravessa o material da LC de hidrogel. O conteúdo de água de LCH varia de 37,5% a 79%. A espessura da LC também afeta a transmissibilidade de O2, tanto que, ao

se dobrar a espessura, o valor DK/L cai pela metade.

Hidrofílicos

2.2.d

Figura 6 – Polimerização do HEMA = PHEMA

(18)

a LC possa ser utilizada durante o sono, com tranqüilidade.

O Dk/L médio da maioria das LC para uso prolongado, disponíveis no mer-cado, é de 30x10-9, enquanto o Dk/L

míni-mo exigido numa LC para que a mesma

Recentemente, foram desenvolvidos materiais que misturam o RGP com o hidrogel: silicone hidrofílico, onde a per-meabilidade ao O2 é alta através do sili-cone e baixa na porção hidrogel. A finali-dade da fase aquosa é promover o movi-mento e o conforto.

Novos Materiais

2.2.d.1

Um exemplo de LC com esse novo material é a fabricada com Lotrafilcon A, silicone-hidrofílico. Apresenta superfície plasmática tratada para ser resistente à depósitos; Dk 140; teor de água 24%; índice de refração igual a 1,42.

Classificação do FDA para os polímeros

das LC Hidrofílicas

2.2.d.2

Está dividida em quatro grupos, de acordo com o conteúdo de água e com as propriedades iônicas ou não iônicas dos polímeros. Os materiais não iônicos são eletricamente neutros e menos reativos,

V

VV

V

Valores Dk/L de

alores Dk/L de

alores Dk/L de

alores Dk/L de

alores Dk/L de

LC HEMA

LC HEMA

LC HEMA

LC HEMA

LC HEMA

variam de

variam de

variam de

variam de

variam de

5 a 15.

5 a 15.

5 a 15.

5 a 15.

5 a 15.

enquanto os iônicos apresentam superfí-cie com carga negativa, mais reativa. Numa LC de superfície iônica, quanto maior o conteúdo de água, maior a ten-dência à formação de depósitos.

CLASSIFICAÇÃO DOS MA CLASSIFICAÇÃO DOS MACLASSIFICAÇÃO DOS MA CLASSIFICAÇÃO DOS MA

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE LC HIDROFÍLICAS QUTERIAIS DE LC HIDROFÍLICAS QUTERIAIS DE LC HIDROFÍLICAS QUTERIAIS DE LC HIDROFÍLICAS QUTERIAIS DE LC HIDROFÍLICAS QUANTO À HIDRANTO À HIDRANTO À HIDRANTO À HIDRANTO À HIDRAAATAATTTTAÇÃO E À IONICIDAÇÃO E À IONICIDAÇÃO E À IONICIDAÇÃO E À IONICIDAÇÃO E À IONICIDADE.ADE.ADE.ADE.ADE. (FD

(FD (FD (FD

(FDA - FEDERA - FEDERA - FEDERA - FEDERAL DRUG ADMINISTRA - FEDERAL DRUG ADMINISTRAL DRUG ADMINISTRAAL DRUG ADMINISTRAL DRUG ADMINISTRAAATION - USA)ATION - USA)TION - USA)TION - USA)TION - USA)

portantes na córnea é de 87 x 10-9.

Foram desenvolvidos outros polí-meros hidrofílicos não derivados do HEMA, mais resistentes a depósitos de proteínas, com os quais também se fabrica LC.

(19)

Capítulo 2

Materiais das LC

A relação das LC atualmente em uso nos Estados Unidos, e suas características, pode ser encontrada na “Contact Lenses Quarterly” ou no suplemento da “Contact Lens Spectrum”. A relação das LC disponíveis no Brasil pode ser conferida em “O Consultor”, 1999.

A

maior fonte de O2 para o bolismo aeróbico da córnea é o ar atmosférico. Sendo a LC uma barreira, a transmissibilidade de O2 através de seu

material é uma das propriedades mais importantes a ser considerada.

Uma LC de PMMA, cujo material não é permeável ao O2, deve ter uma

rela-ção lente-córnea muito boa, porque a oxigenação debaixo da LC depende de uma eficiente bomba lacrimal. O O2

at-Características Físicas dos Polímeros

2.3

Permeabilidade dos Materiais ao Oxigênio

2.3.a

mosférico dissolvido no fluído lacrimal pré-corneal é bombeado para baixo da LC pelo movimento do piscar. FATT (1970) concluiu que a cada piscar 20% do filme lacrimal é trocado debaixo de uma LC rígida bem adaptada, enquanto essa troca sob uma LCH é de 1 a 5%, no má-ximo (fig. 8.a e fig. 8.b). A troca lacrimal além de prover O2 e outros nutrientes

para a córnea, remove produtos como dióxido de carbono, ácido lático e células epiteliais mortas.

Figura 8.a – Oxigenação da córnea com RGP = Dk/L da LC + troca 20% da lágrima a cada piscar.

Figura 8.b – Oxigenação da córnea com LCH = Dk/L

da LC + troca de lágrima de apenas 1% a cada piscar.

As condições essenciais de oxigenação da córnea têm sido expressas de várias maneiras, incluindo um cálculo direto para o consumo de O2 e a pressão parcial mínima de O2 necessária para manter o

metabolismo normal da córnea.

11-19 mmHg; em 1980, MANDEL e FAR-REL atualizaram para 23-37 mmHg e, em 1984, HOLDEN demonstrou ser 74 mmHg. Os resultados dos diversos trabalhos são difíceis de avaliar pela complexidade de medir com exatidão a permeabilidade

(20)

A

quantidade de O2 que passa através de um material de espessura conhecida quando medida in vitro é referida como Dk/LDk/LDk/LDk/LDk/L e, quando medida in vivo é referida como PEOPEOPEOPEOPEO. O termo permeabilidade permeabilidade permeabilidade permeabilidade permeabilidade refere-se a capacidade de uma substância de atraves-sar uma membrana ou outro material. A permeabilidade

permeabilidade permeabilidade permeabilidade

permeabilidade de um polímero de LC é expresso como um coeficiente de permea-bilidade denominado DkDkDkDk.Dk

O termo transmissibilidade de oxi-transmissibilidade de oxi-transmissibilidade de oxi-transmissibilidade de oxi-transmissibilidade de oxi-gênio

gênio gênio gênio

gênio refere-se a uma LC específica, que relaciona a permeabilidade ao O2 do

ma-terial com a espessura central da LC, que é representada por LLLLL.

Dk / L e PEO

2.3.b

Figura 10.a – Efeito do Dk na transmissão do O2 Figura 10.b – Efeito da espessura na transmissão do O2

PEO PEO PEO PEO

PEO (Porcentagem Equivalente de Oxigênio) – É uma técnica realizada in vivo que mede a quantidade de O2

apre-endida pela córnea, após um período de uso da LC. Refere-se à quantidade de O

equivalente a uma mistura gasosa con-tendo entre 0% de O2 (nitrogênio puro) e

20,8% de O2 (ar atmosférico). Para evitar

edema, é necessário que debaixo da LC exista um PEO superior à 7%, valor que

Figura 9 – Difusão de O2 através da LC

Dk Dk Dk Dk

Dk – É o coeficiente de permea-coeficiente de permea-coeficiente de permea-coeficiente de permea-coeficiente de permea-bilidade ao oxigênio

bilidade ao oxigêniobilidade ao oxigênio bilidade ao oxigênio

bilidade ao oxigênio do material com que é fabricada a LC, avaliado numa certa quantidade de tempo, sob condi-ções específicas. Não é, portanto, a quantidade exata que passará através de uma LC específica, porque não leva em conta sua espessura.

Os métodos mais utilizados para avaliação do Dk são Gas to Gas e Iso/ Fatt.

D D D D

D – É o coeficiente de difusãocoeficiente de difusãocoeficiente de difusãocoeficiente de difusãocoeficiente de difusão, que define quão rapidamente as moléculas de gás se movimentam no material. A difu-difu-difu-difu- difu-são

são são são

são é um processo pelo qual as moléculas atravessam o material, sendo que a dire-ção do movimento é sempre de uma área de maior concentração de O2 para uma de

menor concentração (fig. 9).

kkkkk – É o coeficiente de solubilidade que define quanto gás pode ser dissolvido numa unidade cúbica do material. Seu valor se expressa em milímetros de O2, dissolvidos em milímetros de material, pela tensão do O2 em mm Hg (ml O2/ml x mm Hg). L LL L L – É a espessura do material da LC. Dk/L Dk/L Dk/L Dk/L

Dk/L – É uma técnica in vitro que expressa a transmissibilidade de O2

atra-vés do material de uma LC de espessura conhecida. A transmisibilidade do O2 (Dk/L) é inversamente proporcional ao aumento da espessura da LC (fig. 10.a e fig. 10.b).

(21)

Capítulo 2

Materiais das LC

corresponde a uma pressão parcial de O2 atmosférico de 55 mm Hg.

O valor PEO é mais real quando se refere a LCH, porque as LC RGP tam-bém proporcionam O2 por meio da

bom-ba lacrimal.

O Dk/L e o PEO são diretamente proporcionais à permeabilidade ao O2 e inversamente proporcionais à espessura da LC. No caso da LCH a permeabili-dade ao O2 é diretamente proporcional também ao teor de hidratação da LC.

Umectabilidade

2.3.c

A

umetabilidade é representada pelo ângulo de umectação, que é o ângulo formado pela superfície do material da LC com a borda de uma gota de água depositada sobre ela. A umec-tação do material é inversamente propor-cional ao ângulo de contato, significando que quanto menor o ângulo, maior a ha-bilidade de umectação da LC e quanto maior, mais hidrofóbico é o material.

Portanto, um líquido que se espalha es-pontaneamente sobre uma superfície tem um ângulo de contato zero, e a superfície é considerada hidrofílica.

Quanto mais umectável for a super-fície da LC, mais estável será o filme lacrimal, maior será a resistência à depó-sitos e melhor será a acuidade visual.

Figura 11 – Ângulo de umectação

R

efere-se a claridade do material e depende, entre outros fatores,

Transparência

2.3.d

Dureza e Rigidez

2.3.e

da química, pureza e hidratação do mate-rial. Nenhum material é completamente transparente.

A

dureza do material é uma qualidade importante a ser considerada porque afeta sua habilidade

A rigidez é o grau de flexibilidade do material. Os mais flexíveis geralmente são mais confortáveis, mas não mascaram

(22)

É

o valor que expressa a

de de força que pode ser aplica- da sem quebrá-lo. Os materiais com altaforça tensional tendem a ser mais duráveis.

Força Tensional

2.3.f

Elasticidade

2.3.g

É

uma constante que expressa a habilidade do material para guardar sua forma, quando submetido ao estresse.

Materiais com um módulo baixo de elasticidade são menos resistentes ao estresse, enquanto aqueles de alta elasti-cidade são mais resistentes, conservam melhor os seus parâmetros e permitem melhor acuidade visual.

Gravidade ou Densidade

2.3.h

G

ravidade específica é a razão do peso de um material no ar pelo peso de um volume igual de água no ar, na mesma temperatura, sendo que a gra-vidade específica da água é igual a 1.

A gravidade específica pode ser im-portante clinicamente quando a massa ou o peso da LC é significativo, como em casos das LC positivas.

Índice de Refração

2.3.i

É

a razão da velocidade da luz no ar pela velocidade da luz no material. Materiais com alto índice

refra-tivo causam mais refração de luz incidente. Esse índice, nos materiais de LCH, está relacionado com o conteúdo de água.

Hidratação

2.3.j

A

maioria dos materiais de LC absorvem um pouco de água. A quantidade absorvida é expressa como uma percentagem do peso total da LC. Materiais que absorvem menos do que 4% do seu peso são referidos como sendo polímeros hidrofóbicos. E aqueles que

absorvem quantidade igual ou maior do que 4% são os hidrofílicos.

Acrescentando água nos polímeros hidrofílicos, aumenta-se a permeabilidade ao O2, a fragilidade da LC e a facilidade na formação de depósitos.

(23)

Capítulo 2

Materiais das LC

O

s materiais das LC podem ter uma carga elétrica, quando são chamados de iônicos, ou serem neutros, os não iônicos.

Essa propriedade é importante espe-cialmente nos materias de LCH porque, entre outros fatores, afetam a compatibi-lidade com soluções e a formação de de-pósitos na superfície da LC.

Um material com carga iônica nega-tiva é mais reativo e, na presença de solu-ções ácidas, pode sofrer alterasolu-ções dimen-sionais e degradação. Além disso, são mais propensos à formação de depósitos porque os depósitos provenientes das lágrimas carregam carga positiva e são atraídos para a superfície da LC.

Os materiais não iônicos tendem a ser menos reativos, por isso são mais re-sistentes a depósitos.

Ionicidade

2.3.l

ALVES, M. R. & KARA-JOSÉ, N. Importância da avaliação do filme lacrimal no candi-dato ao uso de lentes de contato. In: CORAL-GHANEM, C.; KARA-JOSÉ, N. Lentes de Contato na Clínica Oftalmológica. 2 ed., Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1998. Ca-pítulo 2, p. 9-13.

FATT, I. Oxigen transmission. In: BENNETT, E.S. & WEISSMAN, B.A. Clinical Contact Lens Practice. Philadelphia: J.B. Lippicott, Co., 1995. Chapter 13, p. 1-10.

FATT, I. & HILL, R. M.. Oxygen tension under a contact lens during blinking-a comparison of theory and experimental observations. Am J Optom, 47:50, 1970. HOLDEN, B. & MERTZ, G.. Critical oxygen levels to avoid corneal edema for both daily

and EW contact lenses. Invest. Ophtalmol. Vis. Sci., 25:1161, 1984.

MANDELL, R. B. & FARREL, R.: Corneal swelling at low atmospheric oxigen pressures. Invest. Ophtalmol. Vis. Sci., 19:697, 1980.

POLSE, K. A. & MANDELL, R. B.: Critical oxygen tension at the corneal surface. Arch. Ophtalmol., 84:505, 1970.

TIGHE, B. J.. Contact lens materials. In: PHILLIPS, A. J. & SPEEDWELL, L. Contact Lenses. 4th ed. Rochester, Kent: Butterworth Heinemann, 1997. Chapter 3, p. 50-92.

(24)

Cleusa Coral-Ghanem, Harold A. Stein e Melvin I. Freeman

Principais Tipos,

Desenhos e Parâmetros

das LC

3

Principais Tipos de LC

3.1

– Não permeáveis aos gases . PMMA

– Gás-permeáveis

. CAB – acetato butirato de celulose . Resina pura de silicone

LC Rígidas

3.1.a

LC de Elastômero de Silicone

3.1.b

LC Hidrofílicas

3.1.c

– HEMA – Não HEMA

LC Silicone-Hidrofílicas

3.1.d

. Siliconadas: combinação de PMMA e siloxane . Fluorcarbonadas: combinação de PMMA, siloxane e flúor . Fluoropolímeros flexíveis

Desenhos

3.2

O

s princípios básicos do desenho das LC rígidas foram os fundamentos históricos para o desenho das LCH. As propriedades físicas dos materi-ais com que são fabricadas têm um efeito muito importante no seu desenho e nas características de adaptação.

(25)

Capítulo 3

Principais Tipos, Desenhos e Parâmetros das LC

É

constituída de:

• uma face anterior de curva contínua, denominada curva central anterior (CCA); • uma face posterior que contém a curva central posterior (CCP) ou curva base

(CB), a curva intermediária posterior (CIP), também chamada de curva de fusão

ou blend e uma curva periférica posterior (CPP) (fig. 1). Figura 1 - Configuração de LCde corte simples

É

um desenho comumente utilizado em pacientes com altas hipermetropias, ou afácicos, principalmente quando associadas à córneas planas. Uma LC de alto poder positivo é espessa na região central, tornando-se pesada, com tendência a se posicionar inferiormente.

Para melhorar a centralização, utiliza-se o desenho de borda negativa (LC lenticular) que facilita a captura da LC pela pálpebra superior (fig. 2).

Figura 2 - LC Lenticular com borda negativa

A

s LC tóricas apresentam dese-nho esferocilíndrico utilizado para a correção de astigmatismo. Dife-rem das esféricas, portanto, por teDife-rem raios diferentes de curvatura em meri-dianos opostos a 90o.

A LC tórica de superfície frontal LC tórica de superfície frontal LC tórica de superfície frontal LC tórica de superfície frontal LC tórica de superfície frontal apresenta dois raios diferentes de curva-tura na superfície anterior enquanto a superfície posterior é esférica.

A LC tórica de superfície posterior LC tórica de superfície posterior LC tórica de superfície posterior LC tórica de superfície posterior LC tórica de superfície posterior apresenta dois raios diferentes de

curva-tura na superfície posterior enquanto a superfície anterior é esférica.

A LC bitórica LC bitórica LC bitórica LC bitórica LC bitórica apresenta raios de curvatura diferentes nas superfícies ante-rior e posteante-rior.

A LC movimenta-se no olho com o piscar, deslocando-se, geralmente, para cima e para o lado medial. Quando se utiliza um desenho esferocilíndrico, a estabilização do eixo é indispensável para manter uma visão estável. Para isso, utili-za-se diversos mecanismos, influenciados pelo desenho da córnea e das pálpebras.

É

uma LC que possui um prisma de 0,75 a 1,50 D, cuja base, localizada às seis horas, faz com que seu peso desloque o centro de gravidade da LC para baixo, diminuindo a rotação da mesma (fig. 3). Funciona bem em córneas

LC com Prisma de Lastro

LC de corte simples

3.2.a

LC Lenticular

3.2.b

LC Tóricas

3.2.c

(26)

A

presenta as bordas superior e inferior chanfradas, faci-litando o posicionamento debaixo das pálpebras e evitando a rotação (fig. 5.a e 5.b).

LC com Bordas Chanfradas

Figura 5.b - LC com zonas periféricas chanfradas – frontal Figura 5.a - LC com zonas periféricas

chanfradas - perfil

É

uma LC cortada mente na sua porção inferior, ficando com a borda mais espessa capaz de se apoiar na borda palpebral inferior (fig. 4). Esse desenho alinha a LC e man-tém sua orientação, mas pode ser descon-fortável e depende do posicionamento da borda palpebral inferior.

LC Truncada

Figura 4 – LC truncada

LC Bifocais / Multifocais

3.2.d

Figura 6 – LC Bifocal de desenho segmentado de diferentes modelos

A

s LC bifocais/multifocais, através de seus desenhos segmentado e concên-trico, fornecem basicamente dois tipos de ima-gens: alternante e simultânea.

• Desenho segmentado (fig. 6) e concêntrico (fig. 7.a e fig. 7.b);

• Desenhos concêntrico, asférico (fig. 8) e difrativo (fig. 9).

(27)

Capítulo 3

Principais Tipos, Desenhos e Parâmetros das LC

Q

uase todas as variáveis de um desenho de LC podem ser medi-das e são expressas em valores numéricos, chamados de parâmetrosparâmetrosparâmetrosparâmetrosparâmetros das LC (fig. 10). Para adaptar LC, três são os parâme-tros mais importantes:

• curva base (CB), • grau e

• diâmetro (Ø).

Entretanto, para se conseguir uma boa relação lente-córnea, muitos outros fatores devem ser levados em conta:

• tamanho de ZO; • espessura central; • curva secundária;

• desenho da LC e

• ângulo de umectação do material. Para escolher a melhor LC entre tantas alternativas disponíveis, o profissi-onal necessita conhecer o que significa cada um desses termos e suas funções na adaptação da LC.

Parâmetros das LC

3.3

Figura 7.b – LC bifocal de desenho concêntrico para visão simultânea. Zona central para perto (A) e concêntrica para longe (B), podendo ser o inverso.

Figura 9 – LC bifocal de desenho difrativo (frontal)

Observação - Outros dese-nhos no capítulo específico. Figura 7.a – LC Bifocal de desenho concêntrico

para visão alternada.

Figura 8 – LC asférica positiva podendo ser negativa

(28)

Face Posterior da LC

3.3.a

É

o raio de curvatura da parte central posterior da LC que pode ser expresso em milímetros (mm) ou em dioptrias (D). Corresponde à ZO da LC. Um raio de curvatura mais longo significa uma CB mais plana; inversa-mente, um raio mais curto representa uma CB mais fechada.

A CB é o principal parâmetro a ser escolhido no processo de adaptação de uma LC. Deve ser similar à superfície frontal do olho sobre a qual será adapta-da, para promover conforto e boa visão. A princípio, é selecionada de acordo com a curvatura do ápice da córnea.

Curva Central Posterior (CCP) ou Curva Base (CB)

3.3.a.1

Uma LC com apenas uma CB é cha-mada de monocurva. Outras curvas po-dem ser adicionadas, tornando-a bicurva, tricurva ou multicurva.

As curvas que cercam a CB, na su-perfície posterior da LC, são chamadas curvas periféricas. A primeira curva, logo após a CB, é chamada de curva secundá-ria; se existir outra curva periférica, é denominada curva terciária.

Cada curva periférica é mais plana do que a precedente, do centro para a periferia, o que significa um raio de cur-vatura maior.

A CB Pode ser Esférica ou Asférica

• A CB esférica apresenta um raio cuja curvatu-ra é igual em todos os pontos ao longo da curva, seme-lhante à face interna de uma bola.

• A CB asférica apresenta um aplanamento gradual do centro para a periferia até a borda, sem zona de transição. Na área apical o desenho é mais esférico, tornando-se progressivamente mais plano em direção à borda da LC (fig. 11).

Figura 12 – Curvas asféricas.

A CB asférica é especificada por um valor de excentrici-dade numérica. Quanto maior for esse valor, maior será a taxa de aplanamento do centro para a periferia. Um valor de excen-tricidade zero é igual a uma superfície esférica; valores de excentricidade entre zero e 1,0 especificam curvas elípticas; igual a 1,0, curva parabólica e maior do que 1,0, curva hiper-bólica. A maioria das superfícies asféricas usadas clinicamente apresentam um valor de excentricidade de 0,3 a 1,1 (fig. 12).

(29)

Capítulo 3

Principais Tipos, Desenhos e Parâmetros das LC

Relação entre Valor de Excentricidade e Forma da LC Asférica

Curva Intermediária Posterior (CIP)

3.3.a.2

Valor da Excentricidade Forma 0 0.1 a 0.9 1.0 maior que 1.0 circular elíptica parabólica hiperbólica

T

ambém chamada de curva se-cundária, curva de fusão ou blend, descreve a curvatura da superfície posterior de uma LC na área ao redor da ZO (fig. 13.a e fig. 13.b).

Corresponde à zona de transição entre a curva central posterior (CCP) e a curva periférica posterior (CPP). Costu-ma ser 2 a 7 dioptrias Costu-mais plana do que a CCP. Uma LC pode ter várias curvas secundárias, fazendo com que a zona de transição seja mais suave e torne a LC mais confortável. Pode-se verificar a qua-lidade do blend através do reflexo de um bulbo fluorescente na borda da LC.

Figura 13.a – LC tricurva – perfil

F

FF

FFusão das curvas ou

usão das curvas ou

usão das curvas ou

usão das curvas ou

usão das curvas ou Blend –

Blend –

Blend –

Blend –

Blend – é a zona de

é a zona de

é a zona de

é a zona de

é a zona de

transição entre a CCP e a CPP

transição entre a CCP e a CPP

transição entre a CCP e a CPP

transição entre a CCP e a CPP

transição entre a CCP e a CPP. O

. O

. O

. O

. O blend

blend

blend

blend

blend é a

é a

é a

é a

é a

fusão das diferentes curvas intermediárias

fusão das diferentes curvas intermediárias

fusão das diferentes curvas intermediárias

fusão das diferentes curvas intermediárias

fusão das diferentes curvas intermediárias

obtida pela remoção do material rígido na

obtida pela remoção do material rígido na

obtida pela remoção do material rígido na

obtida pela remoção do material rígido na

obtida pela remoção do material rígido na

zona de transição. É importante para

zona de transição. É importante para

zona de transição. É importante para

zona de transição. É importante para

zona de transição. É importante para

promover o conforto e permitir o bom fluxo

promover o conforto e permitir o bom fluxo

promover o conforto e permitir o bom fluxo

promover o conforto e permitir o bom fluxo

promover o conforto e permitir o bom fluxo

de lágrima debaixo da LC.

de lágrima debaixo da LC.

de lágrima debaixo da LC.

de lágrima debaixo da LC.

de lágrima debaixo da LC.

Como a superfície corneana também é asférica, muitos profissionais preferem adaptar LC asféricas, especialmente em se tratando de LC rígidas.

Curvas asféricas posteriores com grandes valores de excentricidade podem proporcionar um efeito multifocal, com diferentes graus nas diferentes posições

da superfície da LC, e são usadas em alguns desenhos de LC para présbitas. Como a área óptica periférica da LC tem uma curvatura diferente da área óptica central, os graus também são diferentes, e essas LC são desenhadas de tal forma que uma parte dela proporciona visão para perto e a outra para a distância.

(30)

Curva Periférica Posterior (CPP)

3.3.a.3

É

construída de forma a permitir uma passagem suave entre a CIP e a borda da LC, possibilitando uma boa circulação de lágrimas a cada piscar.

Curva Central Anterior (CCA)

3.3.b.1

Face Anterior ou Frontal da LC

3.3.b

É

o raio de curvatura da face anterior da LC que determina o seu poder refrativo. Essa superfície, que é convexa, deve ser opticamente perfeita, porque representa a superfície anterior da córnea. Irregularidades sobre a CCA, causadas por depósitos ou arra-nhões, provocam alterações visuais.

Numa LC de corte simples ela está repre-sentada por uma curva contínua única, enquan-to numa LC de corte lenticular é composta por uma porção óptica central, circundada por uma aba periférica, também denominada carrier (fig. 14a, b e c).

O desenho lenticular permite a redução da espessura da LC, aumentando o conforto e a permeabilidade ao O2. A CCA, embora

determi-ne o grau final, não tem importância clínica para a adaptação da LC e é pré-determinada por outras variáveis: CB, índice de refração e espes-sura da LC. Essa curva frontal é geralmente esférica, embora possa ser asférica.

Figura 14 - a - LC desenho simples

b - LC positiva com borda negativa c- LC negativa com borda positiva

Curva Intermediária Anterior (CIA)

3.3.b.2

É

construída em LC de graus negativos altos ou em LC lenticulares para nuir a espessura da borda.

R

epresenta a curva mais periférica da superfície anterior e é utilizada para zir a espessura da borda em LC negativas.

Curva Periférica Anterior (CPA)

(31)

Capítulo 3

Principais Tipos, Desenhos e Parâmetros das LC

É

a largura máxima de uma LC medida linearmente de borda a borda, expressa em milímetros. Numa LC esférica, o Ø deve ser o mesmo em qual-quer meridiano em que a medida seja tomada (fig. 15).

Diâmetro (Ø)

3.3.c.2

Em LC de PMMA costuma-se utilizar Ø pequenos, de 7,5 a 8,8 mm, enquanto nas LC RGP usa-se entre 9,0 e, no máxi-mo, 11 mm. Em LCH, o Ø varia entre 13,0 e 15,0 mm para o adulto, podendo ser tão pequeno quanto 11,00 mm para o bebê.

O Ø da LC deve respeitar o Ø da cór-nea e o tamanho da abertura palpebral.

Borda

3.3.c.3

A

borda ou bisel de uma LC é a junção da CPA e CPP. Deve ser delgada e bem polida porque sua forma e espes-sura são determinantes no conforto do usuário.

As LC negativas possuem bordas espessas que provocam desconforto e descentralização. Por esse motivo, deve-se desbastá-las na periferia, fazendo um perfil positivo, para torná-desbastá-las mais delgadas, ou usar corte lenticular.

Uma grande variedade de contornos de borda são possíveis. São utilizados especialmente nas LC rígidas para melhorar o po-sicionamento e evitar que a LC interfira no ritmo normal de

pis-C

orresponde à área central da LC que se move normalmente sobre a parte central da córnea. Seu diâ-metro, expresso em milímetros, deve variar de acordo com o diâmetro total da LC, do diâmetro e forma da pupila, da centralização e do movimento da LC. Varia de 7,0 a 8,5 mm em LC rígidas, podendo chegar a 12,0 mm em LCH. Uma pupila grande exige uma ZO grande para evitar reflexos.

O termo refere-se tanto à zona óptica anterior (ZOA) quanto à zona óptica posterior (ZOP) e contém o poder refrativo (fig. 15).

A ZOA, numa LC de corte simples, corresponde à superfície total da face anterior. Numa LC de corte lenticular,

Zona Óptica (ZO)

3.3.c.1

Outros Parâmetros Importantes

3.3.c

Figura 15 – Relação do Ø total da LC com a ZO.

corresponde à porção óptica central que é 2 mm menor do que o Ø total, valor que representa a aba da LC.

(32)

Poder Dióptrico ou Grau

3.3.c.4

É

a característica de uma LC divergir (LC negativa) ou con-vergir (LC positiva) à luz. Depende da CB prescrita, isto é, da CCP e sua relação com a córnea, da distância ao vértice e do índice de refração do material.

O grau determina o raio de curvatu-ra da face anterior da LC, sua geometria, espessura e peso. Como a CB deve ser

trabalhada na face posterior para ser adaptada à curvatura corneal, a curva anterior é desenhada de forma a fornecer o grau solicitado.

As LC de grau positivo são mais espessas no centro do que na periferia, o inverso das negativas. O poder dióptrico é expresso em dioptrias e pode ser medi-do no lensômetro.

Fórmula para calcular o poder de uma superfície refratora

D = poder dióptrico

n1 = índice de refração do primeiro meio

n2 = índice de refração do segundo meio r = raio de curvatura (metros)

Para medir a LC no lensômetromedir a LC no lensômetromedir a LC no lensômetromedir a LC no lensômetromedir a LC no lensômetro, pode-se colocar a superfície convexa, ou frontal, voltada para a fonte lumi-nosa e medir o poder do vértice fron-tal, que é influenciado pela espessura.

Entretanto, a forma mais correta é medir o poder do vértice posterior, que mede diferentes espessuras sem necessidade de ajustar o grau. Para isso, coloca-se a LC com a superfície côncava voltada para a fonte lumino-sa e a convexa para o examinador.

D =

n

2

- n

1

r

Espessura Central

3.3.c.5

É

a distância da superfície frontal à superfície posterior, medida no centro geométrico da LC e expressa em centésimos de milímetros. Depende do grau, da CB, do índice de refração do material e do Ø final da LC. Quanto menor o Ø total da LC, mais fino é o seu cen-tro e quanto maior, mais espesso. Uma LC de poder positivo terá uma espessura central significativamente maior do que uma de poder negativo do mesmo grau (fig. 17).

Os desenhos das LC lenticulares foram desenvolvidos para reduzir a espessura central sem necessidade de diminuir o Ø.

Em LC lenticulares, a medida da espessura da aba é feita na junção da CCA com a CIA. A espessura central influencia diretamente na trans-missibilidade do O2, espessura das bordas, estabilidade dos parâmetros,

centragem e conforto da LC.

A espessura da LC, calculada de acordo com o Ø e o grau, é fornecida pelos fabricantes em forma de tabelas.

Figura 17 – Espessura de LC negativa comparada com LC positiva do mesmo grau.

(33)

Capítulo 3

Principais Tipos, Desenhos e Parâmetros das LC

Referências Bibliográficas

FELDMAN, G.L. & BENNETT, E.S. Aspheric lens design. In: BENNETT, E.S. &

WEISSMAN, B.A. Clinical Contact Lens Practice. Philadelphia: J.B. Lippicott, Co. 1995. Chapter 16, p. 1-10.

GIOVEDI, R. Anatomia e terminologia em lentes de contato. In: CORAL-GHANEM, C; KARA-JOSÉ, N. Lentes de Contato na Clínica Oftamológia. 2 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1998. Capítulo 3, p. 15-20.

STEIN, H.A.; FREEMAN, M.I.; STEIN, R.M.; MAUND, L.D. Overview of Contact Lenses and Lens Equipment. In: ________. Contact Lenses Fundamentals and Clinical Use. Thorofare: Slack Incorporated, 1997, Chapter 3, p. 39-58.

WEISSMAN, B.A. & BENNET, E.S. Contact lens design. In: BENNETT, E.S. & WEISSMAN, B.A. Clinical Contact Lens Practice. Philadelphia: J.B. Jippicott, Co. 1995. Chapter 15, p. 1-6.

Referências

Documentos relacionados

A esta altura, perguntei ao estudante se ele não sabia qual era a resposta esperada para o Problema!. Ele admitiu que sabia, mas estava tão farto com as tentativas

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas

Os ciclos lentos, foram usados para monitorar o comportamento dos parâmetros da transformação de fase entre cada segmento de ciclos rápidos, a figura 3 mostra o

Considerando que este trabalho desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de verificar o grau de aplicação do Programa Seis Sigma no Brasil (em empresas que confirmaram a utilização

1. O credenciamento, a comprovação da condição de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte e a declaração de pleno atendimento aos requisitos de habilitação de

Primeiro, a Zacarias, quando ele estava como sacerdote no templo de Jerusalém (Lc 1.11,19); depois a Maria, em sua casa em Nazaré (Lc 1.26-27) Em ambas as ocasiões, a missão

O Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família – IMESF torna público que estão abertas as inscrições para o Concurso Público destinado a vagas e

Não havendo mais interessados em oferecer lance, o Pregoeiro declarou encerrada a fase em relação ao item 9 passando-se para a fase de negociação, não houve sucesso para redução