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Discurso de posse do professor Evandro Soares da Silva como reitor da UFMT

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Academic year: 2021

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Discurso de posse do professor Evandro Soares da Silva

como reitor da UFMT

Boa tarde, senhoras e senhores, Professor doutor Antonio José de Amorim, meu colega e conselheiro decano do Conselho Diretor da Universidade Federal de Mato Grosso; professor doutor Alberto Estevão Scaloppe, meu colega e conselheiro decano do Conselho Diretor da UFMT; professora doutora Rosaline Rocha Lunardi, vice-reitora eleita da nossa instituição; senhora Leiliane Silva do Nascimento, chefe de gabinete da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso; membros da academia, senhoras e senhores, que acompanham essa solenidade em todo o mundo virtual em tempos de pandemia nos honramos com a presença de todos. Familiares e amigos, sintam-se saudados e acolhidos.

Quero parabenizar aqui toda a comunidade universitária pela consolidação democrática da autonomia da UFMT, da gestão democrática por meio da luta, da estrutura de administração composta por órgãos colegiados, cujas decisão deve ser encaminhada e respeitada. Agradecer a todos pela confiança a mim e à professora Rosaline Lunardi depositadas nas urnas e no colégio eleitoral especial, justamente em um momento tão importante para a instituição: as comemorações de seu cinquentenário.

Cumprimento os docentes na pessoa do Professor Danilo Ferreira de Souza, meu ex-aluno e hoje colega da FAET, e à professora Cândida Soares, pelas batalhas travadas pelas mulheres, pelos direitos humanos e, consequentemente, pela UFMT; os técnicos, em nome do Jair de Souza e Elizete do Nascimento, pelo trabalho constante em prol da comunidade acadêmica e da sociedade em geral; e, na pessoa de

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Douglas Guilherme Martins Mendes, conselheiro do Câmpus de Várzea Grande, os estudantes, onde nossos mais belos sonhos são depositados.

Cumprimento em nome dos técnicos administrativos aposentados a minha amiga Adélia Mendonça de Deus e Paulo Ribeiro, aos professores aposentados, Professor Edgar Francisco de Oliveira e Professora Cleonice Gomes Chein. Mesmo fora do nosso cotidiano, eles respiram e vivem intensamente o orgulho e a responsabilidade de serem da UFMT.

Cumprimento, em nome dos servidores falecidos, a família do Professor Benedito Pedro Dorileo, cujo o fazejamento é minha inspiração; e também a família do técnico Evandro Birello de Lima, da TVU, da Professora Marília Beatriz Figueiredo Leite e do estudante Hasller Zanini, representando as perdas irreparáveis que a UFMT teve pela Covid-19.

Cumprimento e agradeço aos Pró-reitores, Secretários da administração superior anterior pelo empenho, trabalho e dedicação à UFMT e pelo convívio nos últimos quatro anos.

Cumprimento minha família, a Soares da Silva, que não é pequena, em nome de meu avô, Francisco de Assis Soares da Silva, seus irmãos, sobrinhos e demais parentes.

Agradeço primeiramente a Deus pela minha vida. Agradeço, também, a minha esposa Elizana e minhas filhas Eliza, Eloiza e Elena e ao caçula Guilherme pelo carinho, companheirismo e tantas coisas que este tempo diminuto me impede declarar. Agradeço meus familiares e em especial as mulheres que construíram o que sou hoje. Minha madrinha Jurema; as filhas de Dona Sinhara, minha avó, Lucy e Ivone

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e, in memorian, Iza, Alcina, Odilza, e às minhas Mães, Edy, sempre comigo ainda que tão longe, e Terezinha, que me ensinou:

- Que eu não sou todo mundo;

- Que o melhor é fazer o que é certo do que ter a orelha “tchinchada”, como diz o cuiabano;

- Que se você achar algo na rua, deixe lá que o dono vai voltar para pegar! Quem hoje acha uma caneta, amanhã pode achar um carro ou um apartamento. Princípios éticos simples e eficazes, sempre presentes na minha vida.

Fui privilegiado. Onde estaria sem essas mulheres que me educam até hoje? Além disso, tive oportunidade de uma educação formal desde a infância, quando vinha passear e brincar na UFMT, o que foi fundamental para minha formação e para que pudesse chegar até aqui. Do maternal, na Escola Estadual Nilo Povoas, ao ensino médio profissionalizante em eletrotécnica, na Escola Técnica Federal de Mato Grosso, hoje IFMT. Na UFMT, me graduei em Engenharia Elétrica, em 1995, e, com os incentivos de hoje colegas, conclui o Mestrado e o Doutorado na Universidade Federal de Uberlândia. Antes de retornar, tive experiência com a iniciativa pública, mais especificamente o programa nacional de microeletrônica, capitaneado pelo então Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e oportunidades no setor privado. Ambas me permitiram outras visões de mundo, utilizadas desde meu primeiro dia como docente do departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Arquitetura, Engenharias e Tecnologia, e, posteriormente, como coordenador do curso por quatro anos.

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Olhando agora para essa trajetória penso: E se não tivesse a oportunidade de uma educação formal, onde estaria hoje? Não consigo responder. A mim, sobretudo como cidadão, é inconcebível não valorizar a educação e, em especial, a educação pública.

Com a educação aliada ao que você ama fazer, preciso citar outro pensador, Confúcio, que dizia “escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer”. Assim, na UFMT me sinto em casa, inclusive minha esposa diz que é A minha casa... Bem, é melhor não discordar!

Em 2016, iniciei a jornada na vice-reitoria. Tivemos a oportunidade de liderar, juntos ao EIT e EPP, o primeiro planejamento estratégico da administração superior. O Escritório de Inovação Tecnológica elevou os depósitos de patente, criou a Incubadora Priante, encaminhou a política de ciência, tecnologia e inovação, da, porventura, primeira Universidade Federal a aprovar algo deste porte no Brasil. O Escritório de Projetos e Processos mapeou e propiciou melhorias de processos, implantou a ferramenta WikiUFMT, auxiliou nas atividades cotidianas da universidade e no enfrentamento à pandemia. Até o fim do ano, iniciaremos um projeto em parceria com Ministério da Educação, comprovando que a unidade, em apenas quatro anos, já é uma realidade e referência nacional.

A Editora consolidou e deu autonomia ao conselho editorial que implantou uma política editorial, zerou a fila de propostas aprovadas para publicação e captou recursos para novas publicações. A Biblioteca tem realizado ações de reforma e manutenção e para o próximo ano oportunizará a utilização de livros digitais.

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O Biotério, embora tenhamos otimizado os recursos e alcançado melhorias, não atingimos os objetivos traçados. Reconheço minha dívida e reafirmo meu compromisso para esta gestão.

Embora ligada à reitoria, acompanhei na prática e de perto a Secretaria de Infraestrutura, pasta com o maior impacto na otimização de pessoal e recurso orçamentário. Foi necessário um esforço de Atlas dos servidores para melhorar a execução das ações necessárias com qualidade e eficiência sem perder o atendimento cordial e, mais além, ter fôlego para captar mais de R$ 4 milhões em recursos utilizados em obras UFMT, como o projeto de implantação de energia fotovoltaica, o asfaltamento da avenida principal do Câmpus de Cuiabá, dentre outros. Neste período de pandemia, a UFMT mostrou a que veio e fez dezenas de ações em prol da comunidade. Poderia ficar minutos citando, mas exemplifico com o atendimento psicossocial, produção de máscaras e teste de laboratório, livros e material educativo, todos ao combate e prevenção à Covid-19; também conseguiu se estruturar para retomar as aulas de modo virtual e garantindo aos que não têm meios, acesso às plataformas de aula. Rendo a minha homenagem a cada um dos professores, professoras, técnicos e técnicas que se dedicaram ao máximo para oportunizar o melhor aos nossos estudantes.

Minha nomeação como reitor da UFMT respeita a decisão democrática da comunidade acadêmica. Hoje, infelizmente, passamos por um momento muito delicado, com uma pandemia que me impede de fazer a posse olhando nos olhos e recebendo o cumprimento caloroso e o abraço apertado de cada um de vocês. Com alegria, vi na portaria publicada no Diário Oficial da União, que meu mandato teria início em uma data especial: 15 de outubro. Começar minha gestão, de fato e de direito, no dia dos professores é, no mínimo, simbólico e especial.

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Por isso, reafirmo os compromissos que nos trouxeram à vitória maiúscula na consulta e no colégio eleitoral especial, que são:

- A autonomia das unidades acadêmicas, que devem ser respeitadas, e autonomia da Universidade no princípio da descentralização administrativa pautada em nossa democracia interna, respeitando as decisões colegiadas tomadas pela representação de técnicos, professores e estudantes;

- A inovação com eficiência e sustentabilidade;

- O desenvolvimento de uma política de oportunidades e valorização do trabalho dos servidores públicos;

- Ter nas demandas sociais o principal instrumento orientador das ações da UFMT; e

- Ampliar o diálogo e o fomento às ações e parcerias com os diversos setores da sociedade, objetivando fortalecer e consolidar a relação da UFMT com os diversos setores, indistintamente; conversaremos com todas as esferas de poder do estado democrático de direito; com o setor produtivo; com os representantes dos segmentos da sociedade civil organizada, dos movimentos sociais e com as representações patronais e a iniciativa privada. Todos representam a sociedade brasileira.

Não temos razão de existir olhando para nós mesmos. Nosso dever maior é o de contribuir para a construção de uma realidade diferente, permitindo o acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade, garantindo que tenhamos profissionais extremamente qualificados para atuar em qualquer canto do país e do mundo e buscar, dentro ou fora da academia, soluções para os problemas da sociedade.

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A UFMT está aberta a todos, independentemente “de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras diversidades e pluralidades”. Discriminação ou sectarismo não serão tolerados, seja pela lei, seja pelos valores que trago de berço.

A UFMT é o espaço pela busca da equidade que se sustenta no contraditório, na liberdade e no debate de posições, de manifestações políticas, sociais, artísticas e culturais. A diferença é fundamental para a construção e para as transformações sociais. Contudo, lembre-se: A Liberdade é indissociável da responsabilidade!

Falar em pandemia, uma transformação social, me traz a preocupação de um assunto constante, que trago comigo, porém pouco externo: as pessoas. Reforço meu compromisso para a manutenção da qualidade de vida de nossos estudantes e de servidores e servidoras, seja da UFMT, seja da EBSERH ou terceirizados, estando em trabalho remoto ou na linha de frente do combate à Covid-19 no Hospital Universitário Júlio Müller ou garantindo a essencialidade de nossos serviços em todos os Câmpus. A todos, reforço que trabalharemos diuturnamente para garantir o retorno adequado para toda a comunidade acadêmica onde houver um Câmpus ou polo regional da UFMT. Nosso bem maior são as pessoas e é por elas que as instituições têm sua razão de existência.

Faz parte também de meu compromisso a descentralização da UFMT. Prova disso é que a Vice-Reitora, professora Rosaline Lunardi, veio do Câmpus do Araguaia. Ela me concederá a honra de dividir os momentos alegres e tensos desta gestão pelos próximos quatro anos e, além de seu perfil técnico agregar o que precisamos para o momento, não posso me furtar de reconhecer seu olhar para as pessoas, seja pela sua área de trabalho, que é a enfermagem, seja por ter dedicado sua

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atenção aos povos indígenas durante a pandemia, realizando um projeto de impacto focado em ações com a etnia xavante.

Vale ressaltar que a minha nomeação foi publicada em 09 de outubro e tive apenas seis dias para organizar uma transição. Muitos perguntarão por que não montei minha equipe antes, já que a vitória foi alcançada em agosto. Respondo: não dou minha palavra se não posso cumprir. É lição aprendida com minhas mães e repassada às crianças lá de casa. Não poderia pedir o apoio em uma eventual gestão e, de repente, não ter como cumprir. Por isso, optei por construir uma transição gradual e transparente. Tranquila, serena; não célere. Entendo que mudanças abruptas podem afetar diretamente o andamento de projetos e processos em curso e, como engenheiro, busco constantemente a otimização. O bem maior, que é o serviço público em prol da sociedade, não deverá ser prejudicado por anseios pessoais. E esse será meu mantra pelos próximos quatro anos.

Em outubro de 2024, quero entregar ao próximo reitor ou reitora da UFMT uma universidade ainda melhor do que a que pude desenvolver neste curto período de sete meses. Quero que o próximo dirigente encontre uma gestão eficiente, eficaz, inovadora e que aperfeiçoe ainda mais o trabalho realizado.

Meu objetivo é que a UFMT tenha uma contínua melhoria da qualidade, no ensino, na pesquisa na extensão, no desenvolvimento das tecnologias e na inovação. Como dirigente de uma das maiores universidades públicas de nosso país, reforço a minha confiança no trabalho que desenvolvemos em prol da sociedade brasileira. A ciência, que outrora vivia em sua torre de marfim, ganhou as ruas. Hoje, na pandemia, vemos a importância da ciência, do desenvolvimento

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tecnológico e as universidades no Brasil e no mundo são sine qua non nesse processo.

Para finalizar, gostaria de pedir desculpas a minha esposa e às crianças. Uma desculpa futura, é verdade. Se terei que me ausentar em alguns momentos do convívio familiar é para construir um bem comum para todos. Peço desculpas aos amigos, que também não verei constantemente. Creio que todos entenderão. É a decisão que o tempo pede. O Evandro acessível e franco, aberto à proposição de ideias e ao enfrentamento das injustiças e aos desafios que a vida impõe, que todos conhecem, estará à disposição.

Agradeço a toda comunidade, a toda a ‘parentada’, à professora Rosaline Lunardi e cada um dos que nos acompanham nessa caminhada em pro da UFMT e em prol do Brasil.

Vamos ao trabalho!

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