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A CIDADE COM ESPAÇO DE APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA 9 SETEMBRO 2020 FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

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VI CONFERÊNCIA ANUAL DE EDUCAÇÃO DE SETÚBAL

A CIDADE COM ESPAÇO DE APRENDIZAGEM AO

LONGO DA VIDA

9 SETEMBRO 2020

FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA, ESPAÇO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO E CIDADE EDUCADORA: DESAFIOS DA CONTEMPORANEIDADE

ANA LUISA DE OLIVEIRA PIRES

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INTRODUÇÃO

• Desafios educativos da sociedade contemporânea

• Educação/Formação ao Longo da Vida

• Espaço Público de Educação

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GRANDES QUESTÕES DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA:

• Interdependência de fenómenos e tendências evolutivas

• Restruturação/reorganização da sociedade (incerteza, imprevisibilidade, risco, …)

• Passagem da sociedade industrial para a pós-industrial: reorganização profunda das formas de produzir, consumir, viver, governar, aprender…

• Mudança nos padrões culturais, económicos, sociais,…

• Fenómenos da globalização económica, civilizacional, …

• Rápida evolução científica e tecnológica, das TIC,…

• Problemas à escala planetária, internacional, comunitária, nacional, local, …

• Sociedade assente no conhecimento

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MUDANÇA EDUCATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

• Novas abordagens / correntes do pensamento educativo

• Mudança educativa entendida como um processo mais amplo e sistémico, que ocorre na interdependência de outros sistemas sociais, tendo em atenção os efeitos recursivos que se produzem

• Resposta a problemas simultaneamente globais e locais

• Educação como motor de produção de modelos alternativos de regulação, de organização social, de desenvolvimento integrado

.

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MUDANÇA EDUCATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

• Educação para a cidadania (primado da contemporaneidade),

• Educação para a consolidação do espaço europeu e do mundo, baseado no conhecimento, na gestão democrática participada, em valores, princípios, cultura e identidades,

• Educação ao longo e ao largo da vida, em diversos tempos e contextos,

• Novos actores e parceiros educativos – autarquias, sociedade civil, empresas, associações, cidades, …

(6)

MUDANÇA EDUCATIVA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

• Novos modelos de gestão educativa – descentralização, redes, parcerias, baseados na negociação e contratualização,

• Novas formas de organização escolar - processos, espaços e tempos de aprendizagem,

• Novos conteúdos, curricula, competências, práticas pedagógicas,

• Novos perfis de educadores, formadores, mediadores, …

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FENÓMENOS EDUCATIVOS CONTEMPORÂNEOS

Complexidade

• Abrir o pensamento para além das fronteiras disciplinares, compreender os cruzamentos e as transversalidades

• Valorizar o conhecimento complexo, aberto (multi, inter e transdisciplinar)

• Integração de novas abordagens científicas e de produção de saberes

• Maior abertura e interconexão entre instâncias e actores educativos

• Conhecimento construído por actores individuais e colectivos, com base na colaboração e participação

(8)

FENÓMENOS EDUCATIVOS CONTEMPORÂNEOS

Crescente diversidade, hibridização e des-diferenciação entre diferentes espaços e processos de aprendizagem (Edwards, 1997)

Atenuação /permeabilização fronteiras entre campos ou espaços anteriormente bem delimitados — ou diferenciados —, em torno de diversos campos de práticas, políticas, estudos, etc.

Interpenetração de conteúdos e processos:

• Educação formal, não formal e informal,

• Educação/formação inicial e contínua,

• Educação e Formação Profissional,

• Espaços-tempos de educação, de trabalho e de lazer.

(9)

EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA

Educação Permanente - “Lifelong Education”

Final dos anos 60, estudo de P. Coombs sobre a crise mundial da educação (visão

crítica do papel da escola, ruptura com o modelo escolar)

Anos 70, Relatório Faure (UNESCO) Aprender a Ser, marca a mudança do

pensamento educativo:

• “A partir de agora, a educação não se define mais em relação a um conteúdo determinado que se trata de assimilar, mas concebe-se, na verdade, como um processo de ser que, através da diversidade de suas experiências, aprende a exprimir-se, a comunicar, a interrogar o mundo e a tornar-se sempre mais ele próprio. A idéia de que o homem é um ser inacabado e não pode realizar-se senão ao preço de uma aprendizagem constante (…) . Sendo assim, a educação tem lugar em todas as idades da vida e na multiplicidade das situações e das circunstâncias da existência. Retoma a verdadeira natureza que é ser global e permanente, e ultrapasse os limites das instituições, dos

programas e dos métodos que lhe impuseram ao longo dos séculos” (Faure, p.225)

(10)

EDUCAÇÃO PERMANENTE, AO LONGO DA VIDA

Reforço do direito de cada pessoa aprender ao longo da vida

Recomendação de uma maior inter-relação entre contextos formais e não

formais de aprendizagem, entre actividades educativas para jovens e para adultos,

e de uma redistribuição mais justa de recursos

Ênfase na qualidade da educação e não no tipo de sistema em causa

Alargamento da educação ao maior número possível de pessoas, remoção de

barreiras – públicos menos favorecidos

(11)

EDUCAÇÃO PERMANENTE

Acompanha o ciclo de vida e a construção da pessoa, numa perspectiva crítica e emancipatória; Implica a reorganização do processo educativo tendo como ponto de referencia central a

emergência da pessoa como sujeito de formação.

Assenta em três pressupostos fundamentais do processo educativo (Canário, 2006):

• a continuidade

• a diversidade

• a globalidade

“O processo educativo coincide com um processo amplo de multiforme de socialização, em que os momentos escolares são a excepção e não a regra” (Canário, 2006, p.18)

• A escolarização corresponderia a uma ponta do icebergue, sendo que a grande parte diz respeito a situações educativas não deliberadas e não formalizadas.

Enfatiza a dimensão cívica, indissociável da construção de uma cidade educativa.

(12)

APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA”

A partir da década de 90 assiste-se ao surgimento do conceito de ALV – Lifelong learning

• Num contexto completamente distinto: mudança radical das condições socio-económicas (globalização económica, competitividade acrescida, desemprego, etc.)

Anos 90, Relatório Delors, “LEARNING: THE TREASURE WITHIN”

• “Chave para o século XXI, a aprendizagem através da vida será essencial para a adaptação às exigências do mercado do trabalho e para um melhor domínio da mudança temporal e dos ritmos de existência individual”

• 4 pilares básicos de aprendizagem (Delors Report, 1996) :

Aprender a Conhecer

Aprender a Fazer

Aprender a Viver juntos

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APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA (ANOS 90)

• A “Aprendizagem ao Longo da Vida” tornou-se desde os anos 90 um eixo centralizador das políticas educativas europeias

• 1995, Livro Branco da Educação e da Formação – Rumo à Sociedade Cognitiva (CE); 1996, Ano Europeu da Aprendizagem ao Longo da Vida; (2000) Memorando para a Aprendizagem ao Longo da Vida (C.E.); (...)

• Crítica à visão instrumental, tecnicista e empobrecedora de ALV, de forte responsabilização

individual, e que coloca a educação ao serviço da economia e do mundo do trabalho, perdendo-se as raízes humanistas e emancipatórias da Educação Permanente (Canário, 2006, Lima, 2007, Pires, 2005,...)

• Tensões entre: objectivos de adaptação (lógica funcionalista)

• objectivos de transformação (crítica e emancipatóriaa)

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EDUCAÇÃO FORMAL, NÃO-FORMAL E INFORMAL

Educação formal:

Sistema de ensino formal, profundamente institucionalizado, cronologicamente nivelado e hierarquicamente estruturado, desde o início da escolarização até à universidade (Rogers, 2004)

Educação não-formal:

Qualquer actividade educativa organizada e sistemática, levada a cabo fora do quadro do sistema formal e com a

finalidade de fornecer formas seleccionadas de educação a subgrupos específicos, tanto adultos como crianças e jovens (Coombs & Ahmed, 1974)

Educação informal:

Processo de aprendizagem ao longo da vida pelo qual se adquirem conhecimentos, competências, atitudes e perspectivas, a partir das experiências quotidianas e da exposição ao meio; em casa, na família, no trabalho, nos tempos livres, na vida social, etc. Geralmente, não é organizada nem sistematizada. A aprendizagem informal reúne todas as aprendizagens acidentais, não estruturadas e não intencionais, representando a parte mais extensa e mais importante de todas as

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ONDE TERMINA A EDUCAÇÃO FORMAL E COMEÇA A

INFORMAL?

CONTÍNUO EDUCATIVO (ROGERS, 2004)

Informal (acidental, incidental) Auto-dirigida Não-formal Formal

Não planeada /não intencional intencional/auto-planeada intencional /planeada pelos outros

Entre a educação formal e a aprendizagem informal existe uma linha contínua, de fronteiras esbatidas e flexíveis, com caracteristicas distintas de intencionalidade, flexibilidade, participação, contextualização

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ESPAÇO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO

(NÓVOA, 2002, 2009)

• Um processo de criação de redes de instituições e iniciativas nos domínios da formação, da cultura, da ciência e da arte (Nóvoa, 2002, 2017) permite equacionar novas formas de pensar e fazer educação na sociedade contemporânea.

• Esta ideia assenta no desenvolvimento de redes de instituições que, integrando a escola como um dos pólos principais, permitem interligar diferentes instâncias educativas, formais e não formais, bem como diferentes perspectivas e saberes (Nóvoa, 2002, 2017).

• Lugar democrático e participado — híbrido, de entrelaçamentos, de encontro e de acção pública.

(17)

“É A PARTIR DESTE LUGAR QUE PODEREMOS IMAGINAR PROPOSTAS QUE

RECONCILIEM A ESCOLA COM A SOCIEDADE E CHAMEM A SOCIEDADE A UMA MAIOR PRESENÇA NA ESCOLA.” (NÓVOA, 2002, P.15)

1) Um novo espaço de conhecimento – que revele a sua evolução histórica e que prepare a sua apreensão crítica — garantindo que inclui a “contemporaneidade”, não se

reduzindo às formas clássicas de conhecimento.

2) Contrariar tendências de desvalorização do conhecimento — a pedagogia está intrinsecamente articulada com os conteúdos;

3) Admitir novas formas de relação com o saber — o mundo da ciência e da arte define-se pela complexidade e imprevisibilidade que a escola não pode ignorar;

4) Compreender as tecnologias da informação e da comunicação, que trazem novas formas de conhecer e aprender;

(18)

CIDADES EDUCADORAS

A ideia de Cidade Educadora encontra-se em linha com a de Cidade Educativa

(Relatório Faure, 1972) - destacando-se a intencionalidade educadora da

cidade:

“A cidade será educadora quando reconheça, exercite e desenvolva, para além

das suas funções tradicionais (económica, social, política e de prestação de

serviços) uma função educadora, quando assuma a intencionalidade e

responsabilidade cujo objectivo seja a formação, promoção e desenvolvimento

de todos os seus habitantes, começando pelas crianças e pelos jovens”

(19)

CIDADE EDUCADORA

• “comporta um conceito de cidade que dá unidade ao sistema humano, social, cultural em que

os homens vivem e interagem e que serve de paradigma para ajuizar a capacidade ou potência educativa da cidade, através da educação formal, da educação informal e da educação não

formal.” (Machado, 2004, p.83)

• Na concretização de um projecto eductivo global para a Cidade destaca-se o papel central do

município (organização e promoção programas e serviços sociais, culturais e educativos, apoio às inciativas da sociedade civil),

• “se fosse possível medir o grau de educabilidade de uma cidade – isto é, a sua capacidade ou

potência educativa –, deveriam tomar-se como indicadores não só a quantidade e qualidade das escolas que contém mas também o resto das instituições e meios que geram formação, e, sobretudo, deveriam analisar-se como interactuam e são capazes de harmonizar-se todos

(20)

COMO EDUCA CADA CIDADE? (TRILLA, 1999)

A cidade como contexto de Educação - Aprender na Cidade (diversidade de meios, situações

e instituições)

A cidade como agente de Educação - Aprender da Cidade (geradora de processos de

socialização e de formação)

A própria cidade como conteúdo educativo – Aprender a Cidade (fazer da Cidade objecto de

educação)

Atitude crítica - aprender a ler a cidade criticamente, com consciência dos seus déficits e

excessos, dos propósitos e despropósitos dos seus gestores;

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BREVES NOTAS CONCLUSIVAS

• Perspectivar a cidade com espaço público de educação, ao longo da vida, implica:

• Compreender a complexidade dos desafios com que a educação se confronta hoje na sociedade

contemporânea,

• Reconhecer as transversalidades e interrelações que se estabelecem a partir da diversidade de espaços

e processos educativos — formais, não formais e informais,

• Promover a abertura das instituições, criando espaços abertos e participados de aprendizagem e de

construção de saberes, integrando a dimensão científica, cultural e ética, num contexto da cidade educadora,

• Criar redes de colaboração, explorando novas dinâmicas educativas entre diferentes instâncias e

actores, abrindo oportunidades educativas a diferentes públicos;

• Potenciar “lugares de encontro”, intergeracionais, valorizando a experiência adquirida e o cruzamento

de saberes, com vista ao pleno desenvolvimento das pessoas, organizações, cidades e territórios.

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MUITO OBRIGADA PELA ATENÇÃO

Ana Luisa de Oliveira Pires

Escola Superior de Educação, Instituto Politécnico de Setúbal Investigadora integrada no CICS.NOVA

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BIBLIOGRAFIA

• AMBRÓSIO, T (2001) Educação e Desenvolvimento: contributo para uma mudança reflexiva da Educaçao. Monte da Caparica: UIED

• AICE. Carta das Cidades Educadoras, https://www.edcities.org/pt/wp-content/uploads/sites/2/2014/03/Charter-in-Portuguese.pdf

• COOMBS, P. H. (1976) A crise mundial da educação. São Paulo: Perspectiva

• DELORS, J. (1996) Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, UNESCO,

• FAURE, E. (1974) Aprender a ser. Lisboa: Bertrand, Difusão Européia do Livro

• CANÁRIO, R. (2006) A Escola tem futuro? Das promessas às incertezas. Porto Alegre: Artmed

EDWARDS, R. (1997). Changing Places? Flexibility, Lifelong Learnin and a Learning Society. Londres: Routeledge,

GOMES, E. (2014) Olhar as Cidades como Espaços Públicos de Educação. Revista Educação e Fronteiras On-Line, Dourados/MS, v.4, n.10, p.103-119, jan./abr. 2014.

• GOHN, Maria da Glória (2014) Educação Não Formal, Aprendizagens e Saberes em processos participativos. Investigar em Educação - II ª Série, Número 1, 2014

• LIMA, L. (2007) Educação ao Longo da Vida. Entre a Mão direita e a Esquerda de Miró. São Paulo: Cortez Editora.

• MACHADO, J. (2004) Cidade educadora e administração local da educação na cidade de Braga Actas dos ateliers do Vo Congresso Português de Sociologia.

NÓVOA, A. (2002) “O espaço público da educação: imagens, narrativas, dilemas.” In Espaços de educação tempos de formação. Textos da Conferência Internacional, de AAVV, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. p.237-263.

• ROGERS, A. (2004) 'Looking again at non-formal and informal education - towards a new paradigm', the encyclopaedia of informal education,www.infed.org/biblio/non_formal_paradigm.htm

TRILLA BERNET, J. (1993) “La educación y la ciudad”, in Otras Educaciones. Animación Sociocultural, Formación de adultos y Ciudad Educativa. Barcelona: Editorial Anthropos

TRILLA BERNET, J. (1999) A educación non formal e a cidade educadora, Dunhas perspectivas (unha analítica e outra globalizadora) do universo da educación. Revista Galega do Ensino -ISSN: 1133-911X - Especial: A educación no século XX - Núm. 24 – Set.1999

PIRES, A. (2005) Educação e Formação ao Longo da Vida: uma análise crítica dos sistemas e dispositivos de reconhecimento e validação de aprendizagens e de competências. Lisboa, Colecção textos Universitários de Ciências Sociais. Fundação Calouste Gulbenkian.

Referências

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