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1. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 6

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APOSTILA 

  Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed.

SUMÁRIO

1. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 6

a) Elementos 6

b) Obrigação de Dar Coisa Certa e Coisa Incerta 7

c) Obrigação de Fazer e Não Fazer 7

d) Obrigações Alternativas 8

e) Obrigações Divisíveis e Indivisíveis 8

f) Obrigações Solidárias 9

g) Transmissão das Obrigações 10

h) Do Adimplemento e Extinção das Obrigações 11

● Adimplemento 11

● Pagamento em Consignação 11

● Pagamento com Sub-rogação 12

● Imputação do Pagamento 13 ● Dação em Pagamento 13 ● Novação 14 ● Compensação 14 ● Confusão 14 ● Remissão de Dívida 14 ● Transação 14

i) Do Inadimplemento das Obrigações 15

j) Mora 15

● Modalidades da Mora: 15

k) Cláusula Penal - Arts. 408 a 416 do C​C 16

l) Juros Moratórios 16

m) Arras ou Sinal 16

2. DOS CONTRATOS EM GERAL 17

a) Formação dos Contratos 18

b) Promessa de Fato de Terceiro 18

c) Estipulação em Favor de Terceiro 18

d) Contrato com Pessoa a Declarar 19

e) Vícios Redibitórios 19

f) Evicção 20

g) Extinção do Contrato 20

h) Contratos em Espécie 21

● Da Compra e Venda 21

● Cláusulas Especiais à Compra e Venda 21

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● Doação 22 ● Locação 23 ● Do Empréstimo 23 ● Da Prestação de Serviço 23 ● Da Empreitada 23 ● Do Depósito 24 ● Do Mandato 24 ● Da Corretagem 25 ● Do Seguro 25 ● Da Fiança 25 ● Do Transporte 26

i) Dos Atos Unilaterais 26

3. RESPONSABILIDADE CIVIL 27

a) Responsabilidade Contratual e Extracontratual 27

b) Elementos da Responsabilidade Civil 28

c) Responsabilidade Subjetiva e Objetiva 28

d) Excludentes de Responsabilidade Civil 29

e) Quantificação e Liquidação do Dano 29

4. DIREITO DAS COISAS 30

a) Bem Jurídico 30

● Bens Considerados em Si Mesmos 30

● Bens Reciprocamente Considerados 34

● Bens Públicos e Privados 36

b) Direitos Reais Sobre as Coisas 37

c) Características 37

d) Direito Real X Direito Obrigacional 38

e) Princípios dos Direitos Reais 38

f) Classificação dos Direitos Reais 39

g) Desapropriação 40

5. DIREITO DE FAMÍLIA 42

a) Casamento 43

b) Regime de Bens Entre os Cônjuges 48

● Princípios 48

● Regimes Previstos no Código Civil 49

c) União Estável 51 d) Parentesco 51 ● Filiação 54 e) Poder Familiar 55 f) Guarda Compartilhada 56 g) Alienação Parental 56

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i) Alimentos 58

j) Tutela e Curatela 59

k) Da Tomada de Decisão Apoiada 60

6. DIREITO DAS SUCESSÕES 60

a) Espécies de Sucessão 61

b) Aceitação e Renúncia da Herança 62

c) Da Vocação Hereditária 63

d) Testamento 64

e) Inventário 67

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1. DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

O Direito Obrigacional também é chamado de Direito Pessoal, uma vez que a sua satisfação depende de um comportamento da pessoa (o devedor).

Uma obrigação é uma relação jurídica estabelecida entre duas partes em que o seu descumprimento resultará em mora.

Segundo Sílvio de Salvo Venosa, “obrigação é uma relação jurídica transitória de cunho pecuniário unindo duas (ou mais) pessoas, devendo uma (o devedor) realizar uma prestação à outra (o credor)”.

ELEMENTOS

Elementos das Obrigações são itens necessários à sua formação: a) Sujeitos: Credor(es) e devedor(es);

b) Objeto: obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Devendo ter natureza patrimonial lícita, possível e determinada o determinável; e

c) Vínculo jurídico: contratos, declarações unilaterais de vontade etc. O que são obrigações naturais?

São aquelas que não são exigíveis judicialmente, embora lícitas. Tais como: dívidas de apostas.

OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA E COISA INCERTA

Obrigação de dar é aquela em que o devedor se compromete a providenciar, em favor do credor, a tradição (entrega) de um bem móvel ou imóvel.

Dar Coisa Certa

É a coisa individualizada, determinada, em que o credor da coisa certa não está obrigado a receber outra, ainda que de maior valor, e não pode exigir do devedor outra coisa, mesmo que de menor valor.

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Dar Coisa Incerta

É a coisa certa pela sua quantidade de unidades de determinado gênero, não de uma coisa específica. Assim, na forma do art. 243 do CC, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. Neste caso, a escolha da coisa incerta caberá ao devedor, no entanto, na forma do art. 244 do CC, este deverá escolher a “qualidade média”, ou seja, nem o credor poderá exigir o que há de melhor, tampouco o devedor será obrigado a aceitar o pior.

OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER Obrigação de Fazer

Obrigação de fazer consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor. Trata-se, portanto, de obrigação que engloba a prestação do serviço humano em geral que tenham utilidade para o credor.

Espécies de Obrigações de fazer

a) Fungível ou pessoal: Neste caso, a prestação do serviço não exige uma qualidade pessoal do devedor, podendo ser realizada por terceiros.

b) Infungível ou personalíssima: Nesta espécie de obrigação a prestação está relacionada a pessoalidade, ou seja, o devedor deve cumprir pessoalmente a obrigação.

Obrigação de Não Fazer

A obrigação de não fazer é necessariamente pessoal, em que o devedor se abstém de fazer algo. Na hipótese de o devedor realizar o ato, o credor poderá exigir que seja desfeito, além de possível indenização em razão de perdas e danos.

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OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Nesta espécie de obrigação, o devedor terá a possibilidade de adimplir a obrigação de duas ou mais formas. As hipóteses de adimplemento devem ser pactuadas entre as partes e, no caso de silêncio, a escolha cabe ao devedor – conforme determina o art. 252 do CC.

Art. 252, §1º do CC – O devedor não pode obrigar o credor a receber parte de uma prestação e parte de outra, devendo ela ser total por uma das formas pactuadas. Exceção​: Art. 252, §2º do CC – No caso de se tratar de prestações periódicas, nas quais se admite a renovação da opção para cada período correspondente, é possível alternar entre as formas de prestação pactuadas.

OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

A obrigação será divisível ou indivisível na medida em que possam ou não ser fracionadas em prestações parciais homogêneas.

Obrigação Indivisível

A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante de negócio jurídico.

Obrigação Divisível

Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes – art. 258 do CC.

Na hipótese de pluralidade de credores ou devedores, conforme preceitua o art. 257 do CC, a lei presume a divisão da obrigação, desde que o objeto seja divisível, em

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OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

Podem ser definidas como aquelas em que há pluralidade de credores ou devedores, em que cada um possui direito ou obrigação total, como se houvesse um só credor ou devedor.

Art. 265 do CC – A solidariedade nunca se presume, resultando da lei ou da vontade das partes.

Solidariedade Ativa

Caracteriza-se quando há vários credores. Neste caso, cada um dos credores solidários tem o direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro, independentemente de autorização dos outros credores ou de caução, podendo promover as medias assecuratórias do seu direito, constituir o devedor em mora e interromper a prescrição. Ou seja, caso o devedor pague o total do débito a um dos credores, extingue-se a obrigação.

Solidariedade Passiva

Significa multiplicidade de devedores. Neste caso, o credor poderá exigir de qualquer um dos devedores o adimplemento total da obrigação. Havendo o pagamento parcial, todos os demais continuam obrigados solidariamente pelo saldo remanescente – conforme art. 275 do CC.

Caso haja o perdão do débito de um dos codevedores, a obrigação se extingue em relação a sua quota. Outrossim, no caso de um dos codevedores adimplir a integralidade do débito, poderá exigir dos demais a sua quota, conforme art. 283 do CC.

TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES Formas de transmissão das obrigações:

a) Ativa - cessão de crédito

b) Passiva - assunção de dívida ou cessão de débito c) Entre pessoas vivas - inter vivos

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e) A título universal - abrange todos os bens ou uma fração da totalidade dos bens do cedente

f) A título singular - quando se refere apenas a um crédito específico.

Cessão de Crédito

Trata-se de um negócio jurídico bilateral, por meio do qual alguém transfere a outrem os seus direitos de credor numa determinada relação obrigacional. Ou seja, um terceiro passa a figurar como credor no lugar da parte anterior.

Assunção de Dívida

Ao contrário do item anterior, a assunção de dívida trata-se da transferência da posição de devedor em uma relação jurídica. Hipótese em que deverá haver o consentimento expresso do credor.

Cessão da Posição Contratual

Diferentemente do que ocorre na cessão de crédito ou de débito, neste caso, o cedente transfere a sua própria posição contratual (compreendendo créditos e débitos) a um terceiro (cessionário), que passará a substituí-lo na relação jurídica originária.

DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

ADIMPLEMENTO

Qualquer pessoa poderá adimplir a obrigação, interessado ou não. Quando um terceiro não interessado realizar o adimplemento do crédito em nome próprio, este poderá buscar o ressarcimento do valor pago, mas, todavia, não se sub-roga nos direitos do credor, conforme art. 305 do CC.

Na forma do art. 308 do CC, o débito poderá ser pago ao credor, aos seus sucessores, ou ao seu representante legal, judicial ou convencional.

Em relação ao objeto de pagamento, este será feito da forma como for estabelecida pela lei ou pelo pacto entre as partes. Nas obrigações pecuniárias, deverá ser feito o pagamento é feito na

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far-se-á em moeda corrente no lugar do cumprimento da obrigação – conforme estabelece o art. 315 do CC.

Além disso, vale destacar que o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que é devida, ainda que mais valiosa - art. 313 do CC.

Em relação ao local de pagamento, salvo se as partes tiverem convencionado de forma diferente, deverá ser feito no domicílio do devedor. Havendo mais de um domicílio ou local pactuado para o pagamento, a escolha caberá ao credor – conforme estabelece o art. 327 do CC.

PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

O pagamento em consignação consiste no depósito judicial da coisa devida ou depósito em estabelecimento bancário, se for débito em dinheiro,para liberar o devedor, nos casos e forma legais.

Hipóteses de cabimento do pagamento em consignação – art. 335 do CC:

a) se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;

b) se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; c) se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em

lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

d) se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; e) se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

Trata-se da substituição de uma pessoa ou de uma coisa por outra pessoa ou coisa, numa relação jurídica.

Ele pode ser:

a) Sub-rogação pessoal - Substituição de uma pessoa por outra pessoa. b) Sub-rogação real - Substituição de uma coisa por outra coisa.

Sub-rogação pessoal

O pagamento efetuado apenas promove uma alteração subjetiva na obrigação, passando a figurar um novo credor na mesma relação jurídica, ainda existente.

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Modalidades de sub-rogação pessoal

● Sub-rogação legal

Nesta modalidade de sub-rogação opera-se, de pleno direito, na forma do art. 346 do CC), em favor:

a) do credor que paga a dívida do devedor comum;

b) do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;

c) do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

● Sub-rogação convencional

Conforme estabelece o art. 347 do CC, a sub-rogação será convencional:

a) quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;

b) quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

● Principais efeitos da sub-rogação:

a) A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores - art. 349 do CC; b) Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor,

senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor - art. 350 do CC; e c) O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança

da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever - art. 351 do CC.

IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

Conforme se depreende do art. 352 do CC, trata-se da escolha da dívida a ser quitada perante um mesmo credor, quando o devedor possuir dois ou mais débitos e não possui condições de saldar todas as dívidas.

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b) por determinação legal: se o devedor não fizer a indicação e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa – conforme determina o art. 355 do CC.

DAÇÃO EM PAGAMENTO

A dação em pagamento ocorre quando o credor consente em receber coisa diversa da que lhe é devida.

Elementos da Dação em Pagamento a) a existência de uma dívida; e

b) o pagamento desta pela entrega de uma coisa diferente da pactuada, com a concordância do credor e visando à extinção da obrigação.

NOVAÇÃO

Este instituto é hipótese de extinção de uma obrigação mediante a constituição de uma outra, desde que diferente da original em razão do seu valor, natureza da prestação ou outra modificação em relação ao credor ou devedor.

Ela pode ser:

a) Objetiva - quando há modificação da prestação.

b) Subjetiva - quando ocorre mudança do credor ou do devedor.

É indispensável para a Novação o ​Animus novandi​, a intenção inequívoca de novar. Ou seja, a novação não se presume, deve ser é fundamental para que se configure a novação, a intenção de novar. Assim, a novação não se presume, ela deve ser evidente.

COMPENSAÇÃO

Trata-se do meio de extinguir as dívidas de pessoas que, ao mesmo tempo, são credora e devedora uma da outra até o limite da existência do crédito recíproco. Ex. Roberto deve R$ 10.000,00 a Fernando, que, por sua vez, tem uma dívida com Roberto no valor de R$ 5.000,00. Dessa forma, se Roberto pagar R$ 5.000,00, se resolvem as obrigações.

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CONFUSÃO

Trata-se da extinção da obrigação em razão da identificação numa mesma pessoa das qualidades de credor e devedor.

REMISSÃO DE DÍVIDA

Nesta hipótese de extinção da obrigação, há renúncia do credor ao crédito que existe em seu favor. Trata-se do perdão da dívida.

TRANSAÇÃO

Pela transação, as partes extinguem obrigações por comum acordo.

DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

O Inadimplemento nada mais é do que o não cumprimento da obrigação na maneira estipulada. a) Inadimplemento absoluto: ​conforme se depreende do art. 389 do CC, não cumprida a

obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

b) Caso fortuito ou força maior: ​na forma do art. 393 do CC, o devedor só não responde pelos prejuízos, se foram resultantes de caso fortuito ou força maior e, ainda, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

MORA

A mora pode ser definida como o retardamento culposo no cumprimento da obrigação. No entanto, ela difere do Inadimplemento absoluto:

Inadimplemento absoluto - A obrigação foi descumprida e tornou-se inútil ao credor.

Mora - A obrigação não foi cumprida no tempo, lugar ou forma convencionados, mas ainda é útil ao credor.

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MODALIDADES DA MORA:

a) a mora pode ser dar por parte do devedor (​mora debitoris​ ou ​mora solvendi​) b) por falta do credor (​mora creditoris​ ou ​mora accipiendi​).

A constituição em Mora, conforme estabelece o art. 397 do CC, se estabelece pelo simples advento do termo ou decurso do prazo, sem necessidade de qualquer interpelação judicial. Caso não exista termo (pacto), então se dará pela via judicial.

Libera-se a pessoa (purga-se) da responsabilidade da Mora nas hipóteses previstas no art. 401 do CC, quais sejam:

a) por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;

b) por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.

CLÁUSULA PENAL - arts. 408 a 416 do CC

Cláusula Penal trata-se de um pacto acessório, por meio do qual as partes, por pacto expresso, submetem o devedor que descumprir a obrigação a uma pena ou multa.

Espécies de Cláusula Penal

a) Cláusula Penal Moratória - Esta espécie de cláusula penal se caracteriza quando é estipulada hipótese de mora. Portanto, em caso de mora, o credor tem a possibilidade de exigir a satisfação da multa, mais o cumprimento da obrigação principal – nos termos do art. 411 do CC.

b) Cláusula Penal Compensatória – Verifica-se a Cláusula Penal Compensatória quando é pactuada uma pena em caso de inadimplemento absoluto.

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JUROS MORATÓRIOS

São juros devidos em razão do inadimplemento de uma obrigação. Caso não haja pacto estipulando o ​quantum de juros moratórios, será utilizada a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Independentemente de prejuízo, em caso de mora, os juros serão devidos.

ARRAS OU SINAL

Na celebração de um contrato, principalmente na compra e venda de imóveis, é muito comum a presença de uma cláusula que estabelece as arras. Trata-se de uma garantia, geralmente em dinheiro ou bens móveis, que tem como finalidade de firmar o negócio e obrigar que o contrato seja cumprido.

Quando o contrato é cumprido corretamente, as arras podem ser devolvidas, ou abatidas do valor que ainda falta para quitação do contrato, o que costuma ocorrer com mais frequência.

No caso de descumprimento do contrato, se quem deu as arras, ou pagou o sinal, desiste do negócio, ele perde o valor das arras em favor da parte contrária. No caso de quem recebeu as arras desistir do contrato, terá que devolvê-las em dobro a quem as pagou. (ACS, 2015)

Eles podem ser:

a) Confirmatórias: Confirmam o contrato, que se torna obrigatório após sua entrega. Prova o acordo de vontades, não podendo mais quaisquer das partes rescindi-lo unilateralmente, conforme preceituam os arts. 418 e 419 do CC.

b) Penitenciais: Atuam como penalidade, quando houver estipulação de cláusula de arrependimento e uma das partes utiliza esse direito.

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2. DOS CONTRATOS EM GERAL

Conceito: O contrato nada mais é do que um negócio jurídico bilateral, visando criar, modificar ou extinguir obrigações.

Pacta sunt servanda: do latim, significa “os pactos devem ser cumpridos”. É um brocardo latino que significa "os pactos assumidos devem ser respeitados" ou mesmo "os contratos assinados devem ser cumpridos".

Função social: Nos termos do art. 421 do CC, a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Dessa forma, é possível afirmar que o contrato passa a ser um instrumento a serviço do bem comum, de promoção do interesse social.

Boa-fé objetiva: Conforme preceitua o art. 422 do CC, os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. Contrato de adesão: nos contratos de adesão, cláusulas ambíguas ou contraditórias deverão ser interpretadas de forma mais favorável ao aderente - art. 423 do CC.

FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

Um contrato é fruto da declaração de vontade de duas partes, essa intenção declarada de uma delas é conhecida como Proposta, e que objetiva a adesão de quem ela se dirige. É o início da formação do contrato.

A proposta deixa de ser obrigatória quando:

I. se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;

II. se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;

III. se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV. se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação

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Aquele que faz a proposta está, a partir de então, está obrigado, como toda declaração unilateral de vontade, se o contrário não resultar dos seus termos, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso, conforme determina o art. 427 do CC.

PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO

A promessa de fato de terceiro nada mais é do que a obrigação a ser cumprida pelo terceiro, com ou sem conhecimento ou consentimento deste.

ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO

Segundo Pablo Stolze Gagliano, o normal é a convenção contratual produzir seus efeitos apenas perante às partes nela envolvidas. Sem embargo, no direito, muitas regras comportam exceção, e com essa não é diferente.

Por meio da estipulação em favor de terceiro, ato de natureza essencialmente contratual, uma parte convenciona com o devedor que deverá realizar determinada prestação em benefício de outrem, alheio à relação jurídica-base.

É de se atentar, ainda, que a estipulação acontece sempre em favor do terceiro, nunca contra. Portanto, a prestação terá o fim de trazer uma benesse a um sujeito não pertencente à relação contratual originária, sem nenhuma obrigação para ele, ou seja, a título gratuito. (Gagliano, 2012) E a lei aponta duas pessoas que podem exigir o cumprimento do quanto fora acordado: o estipulante e o beneficiário – Art. 436 do CC.

CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR

Nesta espécie de contrato, uma das partes tem a faculdade de, conforme fora pactuado no contrato ou na lei, indicar outra pessoa que irá adquirir direitos ou assumir obrigações nele previstas, desde o momento em que foi celebrado – art. 467 do CC.

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VÍCIOS REDIBITÓRIOS

O vício redibitório trata-se de um defeito oculto que desvaloriza ou torna a coisa imprópria ao uso. Este vício é ignorado pelo adquirente, mas que acaba impedindo o uso convencional da coisa e existente no momento da execução do contrato.

Diante desta situação, o adquirente pode:

a) Ingressar com uma ação redibitória, visando a rescisão do contrato e pleiteando a devolução dos valores pagos – art. 441 do CC;

b) Ajuizar uma Ação estimatória ou ​quantiminoris​, visando conservar a coisa, mesmo considerando o defeito, mas objetivando o abatimento no preço – art. 442 do CC.

PRAZOS PARA RECLAMAÇÃO

Bem móvel Bem Imóvel

Fácil constatação: 30 dias Difícil constatação: 180 dias

Fácil constatação: 1 (um) ano Difícil constatação: 1 (um) ano

EVICÇÃO

A evicção é a perda pelo adquirente (evicto) de determinada coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem (evictor) por causa jurídica preexistente ao contrato, reconhecendo que o alienante não era titular legítimo do direito que transferiu.

Salvo disposição contrária, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou (art. 450 do CC):

a) à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

b) à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

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EXTINÇÃO DO CONTRATO

O contrato, via de regra, se extingue com o cumprimento da obrigação. No entanto, existem outras formas de extinção, quais sejam:

a) resilição; b) resolução;

c) invalidade (nulidade e anulabilidade).

a) Resilição: quando não mais interessa às partes. Pode ser bilateral, a qual é conhecida como distrato, ou unilateral, chamada de denúncia, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita.

b) Resolução: decorrente do inadimplemento.

c) Da resolução por onerosidade excessiva:nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato.

d) Da exceção de contrato não cumprido: nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

CONTRATOS EM ESPÉCIE

DA COMPRA E VENDA

É o contrato pelo qual um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro - art. 481 do CC.

Venda ad mensuram: faz-se o preço por medida de extensão do imóvel, situação em que esta passa a ser condição essencial ao contrato efetivado - art. 500 do CC.

Venda ad corpus: é a alienação de imóvel, como coisa certa e discriminada, sendo apenas enunciativa ou descritiva a referência às dimensões.

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CLÁUSULAS ESPECIAIS À COMPRA E VENDA

Retro venda: consiste na faculdade que se reserva o vendedor de reaver o imóvel vendido, em certo prazo, devolvendo ao comprador o preço, as despesas feitas pelo adquirente (custas de escritura e impostos), incluindo aquelas efetuadas com a sua autorização escrita no período de resgate ou para a realização de benfeitorias necessárias - art. 505 do CC.

Venda a contento: é a alienação que depende de aprovação do comprador, funcionando esta como condição suspensiva para a efetivação do negócio, ainda que a coisa já tenha sido entregue - art. 509 do CC. Nesta espécie de venda, se classifica a dos gêneros que se costumam provar, medir, pesar, ou experimentar antes de aceitos.

Preferência ou preempção: é uma faculdade pessoal que se assegura ao vendedor para readquirir a coisa vendida em igualdade de condições com um terceiro comprador, na hipótese de revenda do bem - art. 513 do CC.

Da venda com reserva de domínio:trata-se de uma modalidade especial, na qual o vendedor tem a própria coisa vendida dada como garantia pelo comprador para o recebimento do preço. Só a posse é transferida ao adquirente. A propriedade permanece com o alienante e só passa àquele após o recebimento integral do preço.

Venda sobre documentos: ​a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo - art. 529 do CC.

TROCA OU PERMUTA

É o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra coisa, que não seja dinheiro - art. 533 do CC.

CONTRATO ESTIMATÓRIO

Nesta espécie de contrato, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada - art. 534 do CC. São as conhecidas impropriamente por “vendas em consignação”.

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DOAÇÃO

Doação é um negócio jurídico pelo qual alguém se obriga a transferir, por liberalidade, bens ou vantagens do seu patrimônio para outra pessoa. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular - art. 541 do CC.

Adiantamento de legítima: a doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança - art. 544 do CC.

Subsistência do doador: é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Visa o legislador a impedir que alguém se desfaça dos seus bens, sem garantir o mínimo à sua manutenção e dignidade - art. 548 do CC.

Respeito à legítima: nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Ou seja, o doador não pode doar mais da metade dos seus bens, sob pena de invadir a parte patrimonial reservada aos seus herdeiros - art. 549 do CC.

Revogação: a revogação da doação ocorre na hipótese de ingratidão do donatário, constituindo faculdade que o doador poderá exercer na forma dos arts. 557 a 564 do CC.

LOCAÇÃO

Trata-se do contrato em que uma das partes se obriga a ceder à outra o uso e gozo de coisa infungível, mediante remuneração - art. 565 do CC.

Objeto: podem ser locadas coisas móveis e imóveis, infungíveis e não consumíveis.

Locação predial urbana: a Lei 8.245/1991 (Lei de Locações) dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.

DO EMPRÉSTIMO

Trata-se de uma convenção pela qual uma das partes recebe coisa alheia para utilizá-la e, em seguida, devolvê-la ao legítimo proprietário. Há duas modalidades de empréstimo: a) o comodato e b) o mútuo.

a) Comodato: cessão gratuita e temporária da utilização de coisa infungível. Ao término do contrato, o comodatário deve devolver ao comodante o mesmo bem que recebeu em empréstimo. É conhecido, portanto, como empréstimo para uso apenas - art. 579 do CC; e

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b) Mútuo: transferência da propriedade da coisa mutuada, obrigando-o a restituir ao mutuante o que dele recebeu, em coisa do mesmo gênero, quantidade e qualidade (coisa fungível, portanto), podendo ser gratuito ou oneroso. É conhecido, portanto, como empréstimo para consumo.

DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Trata-se do contrato pelo qual uma pessoa estipula uma atividade lícita, em caráter eventual e autônomo, sem subordinação do prestador e mediante remuneração.

DA EMPREITADA

Trata-sedo contrato pelo qual alguém se obriga a fazer determinada obra para outrem, mediante retribuição a ser paga pela outra (o dono da obra), de acordo com as instruções desta e sem relação de subordinação.

Modalidades:

Empreitada de mão de obra ou de lavor: O empreiteiro de uma obra contribui para ela só com seu trabalho.

Empreitada mista: O empreiteiro de uma obra com seu trabalho e fornece os materiais.

DO DEPÓSITO

Trata-se do contrato de depósito importa na guarda temporária de um bem móvel pelo depositário até o momento em que o depositante o reclame - art. 627 do CC.

Modalidades:

Voluntário: É o decorrente da vontade das partes. Necessário: É o que independe da vontade das partes.

Se subdivide em:

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b) Miserável: o que se efetua por ocasião de alguma calamidade pública, como o incêndio, a inundação, o naufrágio ou o saque.

DO MANDATO

A teor do disposto no art. 653 do CC, é o contrato pelo qual alguém recebe de poderes de outrem para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

Relativamente incapaz:pode figurar como mandatário, mas neste caso o mandante não terá ação contra ele, salvo em decorrência das regras gerais e princípios aplicáveis às obrigações contraídas pelos menores - art. 666 do CC.

Analfabeto: só pode outorgar procuração por instrumento público, uma vez que não pode assinar o instrumento particular, como exige o art. 654 do CC.

Mandato em causa própria: é outorgado no interesse do mandatário, com poderes amplos, inclusive para transferir para si bens móveis e imóveis objeto do mandato, ficando isento de prestar contas.

Mandato judicial: é concedido a advogado devidamente registrado na Ordem dos Advogados (OAB) para patrocinar uma causa. O mandato deve ser escrito, salvo nos processos criminais e trabalhistas, em que a simples indicação do advogado em audiência pode ser suficiente.

DA CORRETAGEM

Trata-se do contrato pelo qual uma parte se obriga para com outra a aproximar interessados e obter a conclusão de negócios, sem subordinação e mediante remuneração. É também chamado de mediação - art. 722 do CC.

DO SEGURO

Esta espécie de contrato é concebida como promessa condicional de indenização na hipótese de ocorrência do sinistro (acontecimento futuro e incerto causador de prejuízo), tendo como contraprestação o pagamento do prêmio pelo segurado - art. 757 do CC. O seu principal elemento é o risco, que se transfere para outra pessoa.

a) Sinistro: Acontecimento futuro e incerto causador de prejuízo;

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c) Indenização: Valor a ser pago pelo segurador ao segurado, na hipótese de ocorrência do sinistro;

d) Beneficiário: Pessoa que receberá o pagamento da indenização.

Modalidades:

a) Seguro de dano (arts. 778 a 788 do CC): para a hipótese de sinistros ao patrimônio do segurado;

b) Seguro de pessoa (arts. 789 a 802 do CC): para a hipótese de sinistros à própria pessoa. Por sua vez, subdivide-se em seguro de saúde e seguro de vida. É possível contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

Súmula 632-STJ: Nos ​contratos de seguro ​regidos pelo Código Civil, a correção monetária sobre a indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.

DA FIANÇA

Ocorre fiança quando alguém se obriga a pagar dívida alheia (art. 818 do CC). Pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívida, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação afiançada (art. 823 do CC.

Não podem prestar fiança: os analfabetos, salvo tendo dado poderes especiais para tanto por instrumento público (art.819 do CC), os leiloeiros (art. 30 do Dec. 21.981/1932), as pessoas jurídicas cujos estatutos proíbem a concessão de fiança e os mandatários que não tenham competência explícita para esse fim, salvo se a procuração contiver poderes expressos.

Benefício de ordem: consiste na possibilidade dada ao fiador de, até a contestação da lide, indicar bens do devedor livres e desembaraçados existentes no município suficientes para solver o débito, a fim de evitar a execução dos seus próprios bens.

DO TRANSPORTE

Trata-se do contrato pelo qual alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas - art. 730 do CC.

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a) Transporte de pessoas: mediante o pagamento do valor da passagem pelo usuário, o transportador obriga-se a cumprir o contrato, deslocando a pessoa e a sua bagagem, com segurança, sem danos, até o lugar previsto, obedecendo aos horários e aos itinerários (art. 734 do CC); e

b) Transporte de coisas: o transportador tem a obrigação de levar o bem que lhe foi entregue ao destino solicitado,dentro do prazo contratado ou previsto, devendo tomar todas as providências e os cuidados para manter o seu bom estado - art. 749 do CC.

DOS ATOS UNILATERAIS

Promessa de Recompensa

Trata-se de uma declaração unilateral pela qual alguém por anúncios públicos, se compromete “a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço” - art. 854 do CC.

Gestão de Negócios

Trata-se de uma declaração unilateral pela qual alguém que “sem autorização do interessado, intervém na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar” - art. 861 do CC.

Enriquecimento sem Causa

No enriquecimento sem causa há a atribuição de uma vantagem de cunho econômico por alguém, sem justa causa e em seu detrimento. A tutela processual do enriquecimento sem causa é feita por meio da ação in rem verso, a qual tem caráter subsidiário - art. 886 do CC.

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A responsabilidade civil é definida como a situação de quem sofre as consequências da violação de uma norma; ou como a obrigação que incumbe a alguém de reparar o prejuízo causado a outrem, pela sua atuação ou em virtude de danos provocados por pessoas ou coisas dele dependentes.

RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL

Responsabilidade contratual: é aquela derivada de um prejuízo causado a outrem em função do descumprimento de uma obrigação contratual (inadimplemento absoluto ou mora). O Código Civil de 2002 disciplinou genericamente esta espécie de responsabilidade nos arts. 389 e ss. e 395 e ss.

Responsabilidade extracontratual: é aquela derivada de ilícito extracontratual, também chamada aquiliana - art. 186 do CC. Nela o agente infringe um dever legal. Não há nenhum vínculo jurídico existente entre a vítima e o causador do dano.

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Ação ou omissão do agente (o fato): a responsabilidade pode derivar de uma conduta própria, de terceiro que esteja sob a guarda do agente, e ainda de danos causados por coisas e animais que lhe pertençam. Via de regra, a conduta deve ser ilícita.

Dano: consiste no prejuízo sofrido pelo agente. Pode ser individual ou coletivo, patrimonial ou extrapatrimonial.

Relação de Causalidade: é a relação de causa e efeito entre a ação ou omissão do agente e o dano verificado. Ou seja, o dano deve decorrer da ação ou omissão do agente.

Culpa ou dolo do agente: agir com culpa significa atuar o agente em termos de, pessoalmente, merecer censura ou reprovação do direito - primeira parte do art. 927 do CC.

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RESPONSABILIDADE SUBJETIVA E OBJETIVA

Responsabilidade subjetiva: nesta concepção a culpa é pressuposto da responsabilidade civil, ou seja, em não havendo culpa não há responsabilidade.

Responsabilidade objetiva: Nesta hipótese a lei impõe a reparação de um dano causado mesmo sem a concorrência do elemento culpa. A vítima deverá provar apenas o fato, o dano e o nexo de causalidade. Esta modalidade funda-se na teoria do risco.

Principais hipóteses de responsabilidade objetiva no Código Civil de 2002:

a) Responsabilidade por atos de terceiros: a lei indica responsáveis pelos atos praticados por outrem - arts. 932 e 933 do CC.

Serão responsáveis pela reparação civil:

I. os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; II. o tutor e o curador,pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;

III. o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

IV. os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;

V. os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia. (art. 932)

b) Responsabilidade por fato de animal: o dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior - art. 936 do CC;

c) Responsabilidade pela ruína de prédio: o dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta - art. 937 do CC; e

d) Responsabilidade pela queda de objetos: aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido (art. 938 do CC.

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EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL a) a legítima defesa (art. 188, I, do CC);

b) o exercício regular do direito (art. 188, I, do CC); c) o estado de necessidade (art. 188, II, do CC); d) o caso fortuito e a força maior (art. 393 do CC);

e) a culpa exclusiva da vítima ou de terceiro (construção da doutrina, jurisprudência e legislação extravagante. Ex.: art.12, § 3.º, III, do CDC); e

f) f) cláusula de não indenizar (sem previsão legal no Código Civil de 2002 e de validade contestada por parte da doutrina e jurisprudência).

QUANTIFICAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DO DANO

Indenização: indenizar é, na realidade, restabelecer a situação anterior ao dano. Nesse sentido, o art. 944 do CC especifica que “a indenização mede-se pela extensão do dano”, tendo, assim, o lesado o direito de receber perdas e danos (dano emergente e lucro cessante).

Redução do montante: ao magistrado é dado excepcionalmente o poder de reduzir o montante da indenização, se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano causado - art. 944, parágrafo único, do CC.

4. DIREITO DAS COISAS

O direito das coisas é o complexo das normas reguladoras das relações jurídicas entre os homens, em face dos bens corpóreos suscetíveis de apropriação. Regula o poder do homem sobre certos bens suscetíveis de valor e os modos de sua utilização econômica.

BEM JURÍDICO

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Os bens podem ser:

a) Físico (Patrimonial) - Corpóreo e material. b) Ideal (Não Patrimonial) - Imaterial

Classificação dos bens

1) Considerados em si mesmos 2) Reciprocamente considerados 3) Públicos e Privados

Bens considerados em si mesmos

É o bem olhando para si, de forma individualizada. Eles podem ser:

● Imóveis e Móveis ● Fungíveis e infungíveis

● Consumíveis e inconsumíveis ● Divisíveis e indivisíveis

● Bens singulares e coletivos

A) Bens Imóveis

São aqueles que não podem ser transportados de um lugar para outro sem alteração de sua substância.

Bens imóveis por força da natureza

São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorpora natural ou artificialmente (art. 79 do CC). Bens imóveis por força de lei

Segundo o art. 80 e 81 do CC, consideram-se imóveis:

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II - o direito à sucessão aberta.

III - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;

IV - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Bens imóveis por acessão intelectual

São todas as coisas móveis que o proprietário do imóvel mantiver, intencionalmente, empregadas em sua exploração industrial, aformoseamento ou comodidade.

Bens imóveis por acessão física artificial

É tudo aquilo que o homem incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada à terra, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano.

B) Bens Móveis

São bens móveis aqueles que podem ser movidos de um local para o outro sem que cause uma destruição do bem ou do local.

Bens móveis por força da natureza

São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (art. 82 do CC).

Conforme os arts. 83 e 84 do CC:

Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

IV - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

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Classificação dos bens móveis

a) Fungíveis

São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Ex.: metais preciosos, o dinheiro, sacas de arroz, etc.

b)​ ​Infungíveis

Os bens infungíveis, por seu turno, são exatamente o inverso do item anterior, sendo aqueles que não têm a possibilidade de serem substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.

Ex.: Um cavalo campeão, um quadro de um artista renomado, etc.

c)​ ​Consumíveis

São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação (art. 86 do CC).

ATENÇÃO: ​Para fins de prova, uma casa ao ser posta à venda é bem consumível.

d) Inconsumíveis

São bens inconsumíveis aqueles que podem ser utilizados reiteradas vezes sem que haja destruição de sua substância.

ATENÇÃO: Um bem naturalmente Consumível pode se transformar em um bem

Inconsumível por convenção entre as partes. Ex.: Uma garrafa de vinho que envasada pela família real e que agora se encontra exposta em um museu. Da mesma forma, um bem Inconsumível pode se tornar Consumível, como um livro que é posto à venda.

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Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (art. 87 do CC).

São aqueles que possibilitam divisão cômoda. ATENÇÃO:

Um bem divisível pode se tornar um bem indivisível por: ● Indivisibilidade legal – Ex. Módulo rural

● Indivisibilidade moral ou voluntária – Ex. Convenção de condomínio

f)​ ​Indivisíveis

São aqueles que não possibilitam divisão cômoda. Eles podem ser indivisíveis por sua natureza, quando não podem ser fracionados sem alteração na sua substância, ou diminuição de seu valor, ou prejuízo do uso a que se destinam.

Ex.: Um automóvel.

Também pode ser indivisíveis por determinação legal, como, por exemplo, as servidões, as hipotecas, etc.

h)​ ​Singulares

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram per si, independentemente dos demais. Ex. Uma Caneta

i)​ ​Coletivos

Os bens coletivos podem ser “De fato” ou “De direito”. ● De Fato

Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária (art. 90 do CC). Ex.: Rebanho, biblioteca, fundo de comércio.

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● De Direito

Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico (art. 91 do CC). Ex. Herança

Obs.: ​En. 288 da CJF - A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para a configuração das universalidades de fato e de direito. Ou seja, não necessita pertencer, essencialmente, a um único indivíduo. No entanto, para a prova de vocês, que é legalista, levem a redação da lei.

Bens Reciprocamente Considerados

Em síntese, são os bens olhando uns para os outros. Um bem em relação ao outro. Eles podem ser:

a) Principal b) Acessório c) Pertenças d) Benfeitorias

a) Principal

É aquele de existência abstrata. Aquele que existe de forma autônoma e independe da existência de qualquer outro bem. Ex. Automóvel

b)​ ​Acessório

É aquele cuja existência se dá em razão de outro bem. Ex.: Pneu, freio, etc.

Os acessórios podem ser: Frutos; Produtos; Pertenças; Benfeitorias; Partes Integrantes. ● Frutos

É uma utilidade renovável que a coisa produz periodicamente. A retirada do fruto não diminui a substância da coisa.

Quanto à natureza dos frutos: ​Naturais – Independem da intervenção do homem. Ex.

Frutos de uma laranjeira. Industriais – Decorrem da inventividade humana. Ex. Linha de produção de um carro. Civis – Rendimentos – Ex. Alugueis, rendimentos de aplicações financeiras etc.

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Pendentes – Ainda estão no pé; Percipiendo – Já deveriam ter sido colhidos mas ainda não foram; Estantes – Retirados e armazenados; Consumidos – Que já foram consumidos.

● Produtos

É utilidade não renovável que a coisa não produz periodicamente. A retirada do produto reduz a substância da coisa. Ex. Petróleo, Carvão etc.

● Pertenças

São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. Ex. Aerofólio em um carro que não possui. Luzes neon abaixo do veículo. Máquina de colheita e trator em uma fazenda.

● Benfeitorias

Melhoramentos ou acréscimos realizados em um bem principal em decorrência de uma intervenção humana. Ela pode ser feita pelo proprietário, possuidor ou detentor.

As benfeitorias nunca são naturais, sempre artificiais. Segundo o art. 96 do CC, as benfeitorias podem ser:

A) Voluptuárias - São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. Ex. Chafariz.

B) Úteis - São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. Ex. Barragem em uma fazenda

C) Necessárias - São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. Ex. Pintura, fiação, pilares etc.

ATENÇÃO: Para definir se uma benfeitoria é Voluptuária, Útil ou Necessária, também é preciso considerar o contexto em que ela está inserida. Por exemplo: Piscina na academia de natação – Necessária; Piscina na academia de ginástica – Útil; Piscina em casa - Voluptuária.

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● Parte Integrante

É um bem móvel necessário para o funcionamento do bem principal. Ex.: Lâmpada do Abajur

Bens Públicos e Privados

Segundo o art. 98, do CC, o que torna um bem público ou privado é a sua titularidade. No entanto, o Enunciado 287 do CJF, diz que:

“O critério da classificação de bens indicado no art. 98 do Código Civil não exaure a enumeração dos bens públicos, podendo ainda ser classificado como tal o bem pertencente a pessoa jurídica de direito privado que esteja afetado à prestação de serviços públicos.”

Melhor do que o critério de titularidade, portanto, é o critério da destinação do bem. Para fins de prova, segundo a Lei deve-se verificar a titularidade, mas, segundo a jurisprudência e a doutrina, a destinação.

a) Bens Públicos

Os bens públicos (art. 99, do CC), podem ser:

● De uso comum do povo - São aqueles bens de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

● De uso especial - Exemplos de bens públicos de uso especial são edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; Macete: Local de funcionamento da administração pública.

● Dominicais ​- Os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

E as empresas públicas e sociedades de economia mista? Segundo a Lei: Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. Segundo a Jurisprudência: Utiliza-se o critério da afetação.

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Características principais do bem público:

● Bem público não pode ser alienado. Salvo os dominicais: Art. 101 do CC – Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.

● Os bens públicos não estão sujeitos ao usucapião (imprescritíveis) art. 102 do CC.

b)​ ​Bens Privados

Bens privados são todos aqueles que não são públicos e pertencem à particulares.

DIREITOS REAIS SOBRE AS COISAS

Conceito: É em um conjunto de normas, em regra obrigatórias, que se destinam à regular o direito atribuído à pessoa sobre bens corpóreos, móveis ou imóveis de conteúdo econômico.

CARACTERÍSTICAS

a) Taxatividade: O número dos direitos reais é limitado, taxativo. Direitos reais são somente os enumerados na lei (numerus clausus).

b) Absolutismo ou Eficácia Absoluta: Os direitos reais exercem-se erga omnes, ou seja, contra todos que devem abster-se de molestar o titular.

c) Direito de sequela: O titular do direito real pode perseguir a coisa em poder de terceiros onde quer que se encontre.

d) Aderência ou Especialização: Aderência do direito ao bem, sujeitando-o ao titular.

e) Publicidade ou Visibilidade: Os direitos reais sobre imóveis só se adquirem depois da transcrição, no registro de imóveis, do respectivo título - art.1.227 do CC; sobre móveis, só depois da tradição - arts. 1.226 e 1.267 do CC.

f) Prescrição Aquisitiva: A passagem do tempo poderá gerar aquisição de direitos.

g) Privilégio: O crédito real não se submete à divisão, tendo em vista a existência de ordem entre os credores. Aquele que primeiro apresentar o crédito será o credor privilegiado.

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Real

● Sujeito: Um único sujeito;

● Ação: Ação real contra quem indistintamente detiver a coisa; ● Objeto: A coisa;

● Abandono: O direito real pode ser abandonado;

● Sequela: O direito real segue seu objeto onde quer que se encontre (jus persequendi); ● Usucapião: Modo de aquisição do direito.

Obrigacional

● Sujeito: (dualidade) sujeito ativo e passivo (credor e devedor);

● Ação: Ação pessoal que se dirige apenas contra o indivíduo que figura na relação jurídica; ● Objeto: A prestação;

● Abandono: A obrigação não pode ser abandonada; ● Sequela: Não incide.

● Usucapião: Não incide.

PRINCÍPIOS DOS DIREITOS REAIS

● Princípio da aderência, especialização ou inerência: O titular sempre exerce diretamente o direito real, sem a necessidade de socorrer-se a outra parte. Ex.: Se sou dono de um automóvel, não preciso pedir autorização para dirigi-lo (art. 1.228 do CC).

● Princípio do absolutismo: O direito real é exercido erga omnes, ou seja, contra todos. Com isso, o titular do direito possui a faculdade de se opor a quem quer que intervenha ou lhe cause dano.

● Princípio da publicidade ou visibilidade: Um direito real sobre bem imóvel só se adquire através do registro no Cartório competente (art. 1.227 do CC), e de bens móveis pela tradição (art. 1.226 e 1.267 do CC).

● Princípio da taxatividade: Segundo esse princípio, os direitos reais são somente os previstos em lei, não é possível a criação de novos.

● Princípio da tipicidade ou tipificação: O regime jurídico de cada direito real possui deve seguir expressamente o que está previsto em lei.

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● Princípio da perpetuidade: um direito real é perpétuo, ou seja, não se extingue por não fazer uso. A usucapião, ao contrário do que você pode pensar, não se perde o direito da coisa pelo não uso, mas sim porque outra pessoa usou pelo tempo necessário para adquiri-la.

● Princípio do desmembramento ● Princípio da exclusividade

CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS a) Direito real sobre coisa própria b) Direito Real sobre coisa alheia

Direito Real sobre coisa Própria

A propriedade é o direito real que recai sobre coisa própria, a qual confere o título de dono ou domínio da coisa. Ela pode ser ilimitada ou plena, conferindo poderes de posse, reivindicação, uso, gozo e disposição.

Direito Real sobre coisa Alheia

Esta espécie de direito real que recai sobre coisa alheia será sempre temporária e divide-se em três categorias:

I - Direito Real de garantia: ​Quando não é cumprida a obrigação principal, o credor poderá dispor da coisa. Ex.: Hipoteca, penhor e anticrese

II - Direito Real de aquisição: Compromisso de compra e venda, alienação fiduciária em garantia são exemplos dessa espécie de Direito Real. Direitos reais de aquisição são aqueles em que é conferida ao seu titular a possibilidade de pelo seu exercício vir a adquirir um direito real sobre determinada coisa” (MENEZES LEITÃO, Luís Manuel Teles de. Direitos Reais, Coimbra, Almedina, 2009, p. 100).

Outras Classificações de Direitos Reais: ● Exteriorização do domínio: posse;

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● Direito de posse, uso, gozo e disposição sujeitos à restrição oriunda de direito alheio: enfiteuse;

● Direitos Reais de garantia: penhor, hipoteca e alienação fiduciária; ● Direito Real de aquisição: promessa irrevogável de venda;

● Direito de usar e gozar do bem sem disposição: usufruto e anticrese; ● Direito ilimitado a certas utilidades do bem: servidão, uso e habilitação. ● Direito de posse, uso, gozo e disposição: propriedade.

DESAPROPRIAÇÃO

A desapropriação trata-se de um procedimento administrativo, pelo qual o Poder Público transfere para si a propriedade de bem pertencente a terceiro, por razões de interesse social, utilidade ou necessidade pública, mediante pagamento de indenização prévia, justa e preferencialmente em dinheiro.

É forma originária de aquisição de propriedade.

Após a publicação da Lei nº 13.867/19, o valor da indenização das desapropriações ​por utilidade pública​ passaram a poder ser definido através de mediação e arbitragem.

MODALIDADES DE DESAPROPRIAÇÃO 1

ESPÉCIE SENTIDO INDENIZAÇÃO

1) COMUM (ORDINÁRIA) ● art. 5º, XXIV, da CF ● DL 3.365/41

Realizada em caso de utilidade pública, necessidade pública ou

interesse social.

Justa, prévia e em dinheiro.

2) URBANÍSTICA (ESPECIAL URBANA)

Realizada caso o imóvel urbano não esteja cumprindo a sua

função social (imóvel não

Em títulos da dívida pública, com prazo de resgate de até 10 anos, assegurados o valor

(40)

APOSTILA 

  Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed.

● art. 182, § 4º, III, CF ● Lei nº 10.257/01

(Estatuto da Cidade)

edificado, subutilizado ou não utilizado).

real da indenização e os juros legais.

3) RURAL

(PARA FINS DE REFORMA AGRÁRIA)

● art. 184 da CF ● Lei 8.629/93 ● LC 76/93

Realizada caso o imóvel rural não esteja cumprindo a sua

função social.

O imóvel desapropriado será utilizado para o programa de

reforma agrária.

Justa e prévia, mas paga em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do

valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir

do segundo ano de sua emissão.

4) CONFISCATÓRIA ● art. 243 da CF

Realizada caso sejam localizadas, no interior da propriedade (urbana ou rural):

● culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou ● a exploração de trabalho escravo. Não há indenização. O imóvel é expropriado (confiscado) e será destinado

à reforma agrária e a programas de habitação

popular, sem qualquer indenização ao proprietário. 5) INDIRETA (APOSSAMENTO ADMINISTRATIVO) ● art. 35 do DL 3.365/41 A desapropriação indireta ocorre quando o Poder Público

se apropria do bem de um particular sem observar as formalidades previstas em lei para a desapropriação, dentre as quais a declaração indicativa

de seu interesse e a indenização prévia.

A indenização é posterior e somente ocorre caso não seja

possível a retomada do bem (se o bem expropriado já está

afetado a uma finalidade pública).

5. DIREITO DE FAMÍLIA

A lei não conceitua “família”. As definições estão presentes na doutrina e jurisprudência, e variam conforme a amplitude que se busca dar ao termo.

No tocante às Entidades familiares na Constituição Federal de 1988, apesar de não haver um conceito definido em lei, a Constituição Federal (art. 226), reconhece 3 (três) modalidades de entidades familiares:

(41)

APOSTILA 

  Direito Civil - Parte Especial | 3ª ed.

a) Entidade familiar decorrente do casamento (art. 226, §§ 1.º e 2.º, da CF):O tema é disciplinado dos arts. 1.511 ao 1.570 do CC.

b) Entidade familiar decorrente da união estável (art. 226, § 3.º, da CF):O tema é disciplinado dos arts. 1.723 ao 1.727 do CC.

c) Família monoparental(art. 226, § 4.º, da CF):Formada por um genitor (o pai ou a mãe) com seus filhos. Nesta espécie familiar somente um dos pais exerce a titularidade familiar.

Outras entidades familiares: o rol da Constituição Federal de 1988 não é taxativo, daí porque a

doutrina e a jurisprudência têm reconhecido a existência de outras entidades não previstas expressamente no texto constitucional:

a) Família anaparental: Formada por pessoas que não estão na posição de descendência e ascendência umas das outras. Ex.: formada pela união de irmãos órfãos (ausência dos pais).

b) Família mosaico: Formada por homem e mulher que já foram casados anteriormente e se unem, trazendo, cada um, filhos do casamento anterior.

O STF, por meio da ADIn 4.277/DF, reconhece a união homoafetiva formada por pessoas do mesmo sexo, aplicando-lhes as regras da União Estável.

A Resolução CNJ 175/2013, aprovada durante a 169ª Sessão Plenária do Conselho Nacional de Justiça, proíbe as autoridades competentes de se recusarem a habilitar ou celebrar casamento civil ou converter união estável em sacramento, entre pessoas do mesmo sexo.

O STJ, por ocasião do julgamento do REsp 1.183.378/RS, em outubro de 2011, reconheceu e autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

CASAMENTO

Trata-se do vínculo jurídico entre duas pessoas que se unem material e espiritualmente para constituírem uma família. O tema é disciplinado do art. 1.511 ao art. 1.570 do CC.

Habilitação para o casamento: processo que corre perante o oficial de Registro Civil para demonstrar que os nubentes estão legalmente habilitados para o ato nupcial. O requerimento de

Referências

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