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AVALIAÇÃO DE PEREIRAS PACKAM S E WILLIAM S ENXERTADAS SOBRE DIFERENTES PORTA-ENXERTOS

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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AVALIAÇÃO DE PEREIRAS PACKAM’S E WILLIAM’S ENXERTADAS SOBRE

DIFERENTES PORTA-ENXERTOS

Poliana Francescatto

1

; Gustavo Pigosso

2

; Dalcionei Pazzin

2

; Andressa Comiotto

3

; José

Carlos Fachinello

4

.

1Eng. Agrônomo, Mestrando do PPGA, área de concentração em Fruticultura de Clima Temperado.

FAEM/UFPEL. E-mail: polianafran@yahoo.com.br; 2Estudante do curso de Agronomia - FAEM/UFPel;

3Eng. Agr., Doutorando do PPGA, área de concentração em Fruticultura de Clima Temperado.

FAEM/UFPEL; 4Eng. Agr., Dr., Professor Titular doDepartamento de Fitotecnia, FAEM/UFPel. Caixa

postal 354, 96010-900, Pelotas, RS. E-mail: jfachi@ufpel.tche.br.

INTRODUÇÃO

Mundialmente, a maioria das cultivares comerciais de pereiras são enxertadas sobre

porta-enxertos da espécie Pyrus e Cydonia. Os primeiros pomares de pereira no Brasil foram

plantados sobre porta-enxertos Pyrus spp (PERAZZOLO, 2006). Com o surgimento de

porta-enxertos clonais de marmeleiro (Cydonia spp.) iniciou-se uma nova fase na produção

de pêras.

A maioria dos porta-enxertos responsáveis pelo controle de vigor em pereiras,

principalmente as européias, são de diferentes gêneros. Os porta-enxertos de marmeleiros,

sendo ananizantes, vêm sendo largamente empregados devido a características benéficas

induzidas a cultivar copa, como controle do tamanho de planta, precocidade de produção, e

em muitos casos melhoria no tamanho e qualidade das frutas (BROWNING e WATKINS

1991).

Nem todas as cultivares comerciais de pereira são compatíveis com porta-enxertos de

marmeleiro (CARRERA, 1994). Os experimentos a campo para avaliar a compatibilidade e

lançamento de novos porta-enxertos, geralmente podem levar anos (

ARZANI, 2004;

ROBBANI et al., 2006).

A falta de conhecimento sobre a melhor combinação entre cultivares copa e porta-enxertos

para a cultura da pereira no Brasil tem sido um dos fatores limitantes para sua expansão.

Relacionando todos os aspectos citados, este trabalho objetivou avaliaro comportamento

vegetativo das cultivares de pereira Packham’s Triumph e William’s Bon Chretien

enxertadas sobre diferentes porta-enxertos.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em pomar experimental de pereiras das cultivares Packham’s

Triumph e William’s Bon Chretien de seis anos de idade, localizado no Centro Agropecuário

da Palma - Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no ano de 2007/2008. As plantas

foram conduzidas em forma de ‘Líder’ com espaçamento de 5x1 m.

Os porta-enxertos testados foram Pyrus calleryana e os marmeleiros Adams, Alongado,

Portugal e Smyrna. Dentro de cada interação (copa/porta-enxerto) foi avaliado: altura total

de planta (cm); volume de copa (m

3

) – VC = largura x espessura x altura da planta; área

específica foliar (cm

2

/g) e diâmetro de tronco (mm) – medido cinco cm abaixo, no ponto de

enxertia e cinco cm acima do ponto de enxertia.

O delineamento experimental foi de blocos inteiramente casualizados, com três repetições

de três plantas para cada parcela.

Os dados foram submetidos à análise da variância pelo teste F e quando significativo

realizou-se a comparação das médias entre os diferentes tratamentos. Apenas os dados de

diâmetro foram transformados para log10(x) antes da análise de variância. Os dados foram

comparados entre si pelo teste de Duncan ao nível de 5% de.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O porta-enxerto P. calleryana induziu maior volume de copa e altura de planta para

ambas cultivares copa (Figura 1), sendo, portanto considerado dentre os demais

testados, o de maior vigor.

Para a cultivar Packam’s, os porta-enxertos Smyrna e P. calleryana foram os que

proporcionaram maior diâmetro de tronco na cultivar. O menor incremento em diâmetro de

tronco foi observado com o uso de ‘Portugal’, seguido de ‘Adam’s’. Apesar de

proporcionarem menor vigor à planta pela medida diâmetro, os mesmos apresentaram,

inicialmente, grau de incompatibilidade de enxertia mais acentuado (Tabela 1). A cultivar

mostrou menor altura e volume quando enxertada sobre ‘Portugal’ (96 cm), (Figura 1). Isso

demonstra que a incompatibilidade mostrada no ponto de enxertia (Tabela 1) afetou

negativamente o desenvolvimento da planta. Os porta-enxertos ‘Smyrna’ e ‘Alongado’

demonstraram ser, entre os porta-enxertos, os que se comportaram com vigor intermediário

(Figura 1) e sem presença acentuada de calo no ponto de enxertia (Tabela 1). A área foliar

específica não apresentou diferença estatística entre os diferentes porta-enxertos.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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Para a cultivar William’s, o porta-enxerto P. calleryana foi o que mostrou maior incremento

de diâmetro de tronco em todos os pontos de medidas. ‘Adam’s’, ‘Alongado’ e ‘Smyrna’

tiveram comportamento similar em relação ao diâmetro de tronco, podendo ser classificados

como intermediários. ‘Portugal’ mostrou certo grau de incompatibilidade no ponto de enxertia

(Tabela 1). Em relação a altura de planta e volume de copa, os porta-enxertos marmeleiros

não mostraram diferenças estatísticas entre eles. Estatisticamente, ‘Smyrna’ induziu uma

maior área foliar específica (77,53 cm

2

/g) e Portugal menor (71,66 cm

2

/g).

A incompatibilidade de enxertia até certo ponto, é considerada positiva e/ou desejada, pois

ocorre uma redução de vigor da cultivar comercial. No entanto, essa característica se torna

negativa quando afeta o real desenvolvimento da planta, o qual muitas vezes impede a

planta de mostrar seu potencial de produção.

Considerando que os porta-enxertos apresentam importantes efeitos sobre a cultivar copa e

a planta em si como uma unidade, é de grande necessidade e valia testá-los em diferentes

regiões de produção com amplas condições edafo-climatológicas, para determinar os vários

comportamentos que a combinação copa/porta-enxerto poderá apresentar em relação ao

desenvolvimento, adaptação e produção. A região onde as combinações copa/porta-enxerto

foram testadas, tem um acúmulo de frio ao redor de 400 horas ( 7,2 °C), com inverno

irregular. Por isso, dependendo da cultivar, estas condições podem afetar negativamente a

real expressão do potencial de produção de ambos porta-enxerto e cultivar copa, ou auxiliar

com informações sobre o máximo que uma planta, neste caso específico o porta-enxerto,

pode expressar seu potencial sob condições de stress.

0 30 60 90 120 150 180 210 240 A ltu ra d e pl an ta s (c m

) William’s Bon Chretien

68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 0 0,51 1,52 2,53 3,54 4,55 5,5 6 Pyrus

Calleryana Smyrna Adams Alongado Portugal Á re a fo lia r e sp ec íf ic a (c m 2/g ) V ol um e de c op a (m 3) Porta-enxerto 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 A ltu ra d e pl an ta s (c m ) Packham’s Triumph 70 72 74 76 78 80 82 84 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Pyrus

Calleryana Smyrna Adams Alongado Portugal Á re a es p ec íf ic a fo lia r ( cm 2/g ) V ol um e de p la nt a (m 3) Porta-enxerto

FIGURA 1 - Altura de plantas (cm), Volume de copa (m3) e Área específica foliar (cm2/g) das

cultivares copa de pereiras William’s (a direita) e Packam’s (a esquerda) enxertadas sobre diferentes porta-enxertos. Pelotas/RS, 2008.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

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1Letras maiúsculas diferentes na linha referem-se a valores de área foliar específica, e minúsculas na coluna referem-se a valores de altura e/ou volume de copa, diferindo entre si, pelo Teste Duncan, a 5% de significância.

TABELA 1 - Diâmetro de tronco em pereiras das cultivares Packham’s e William’s sobre diferentes porta-enxertos. Pelotas/RS, 2008.

Diâmetro (mm) de tronco

Porta-enxerto

Abaixo do ponto

de enxertia

Ponto de

enxertia

Acima do ponto

de enxertia

1

Média

Packam’s

Adam’s

19,78 c B

1

26,64 b A

18,80 bc B

21,74 d

Alongado

28,47 b AB

33,10 b A

24,18 b B

28,59 c

Portugal

18,95 c B

28,03 b A

17,97 c B

21,65 d

Pyrus calleryana

29,57 b B

41,03 a A

34,17 a AB

34,92 b

Smyrna

49,42 a A

52,50 a A

36,56 a B

46,16 a

Média

29,24 B 36,26 A 26,34 B

William’s

Adam’s

26,28 b AB

32,09 b A

24,00 b B

27,46 b

Alongado

22,00 bc AB

26,79 bc A

20,47 b B

23,08 c

Portugal

19,15 c B

24,65 c A

19,23 b B

21,01 c

Pyrus calleryana

43,74 a A

51,16 a A

46,33 a A

47,08 a

Smyrna

27,64 b A

31,41 bc A

24,55 b A

27,87 b

Média

27,77 B 33,22 A 26,92 B

CV (%)

7,60

1Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes na linha e minúsculas na coluna diferem entre si, pelo Teste Duncan, a 5% de significância.

CONCLUSÕES

O porta-enxerto ‘Portugal’ mostrou-se incompatível com as cultivares Packam’s e William’s.

Pyrus calleryana comprovou ter comportamento mais vigoroso em relação aos

porta-enxertos marmeleiros.

Os porta-enxertos ‘Smyrna’ e ‘Alongado’, são compatíveis e reduzem o vigor das cultivares

Packam’s e William’s.

REFERÊNCIAS

ARZANI, K. The effect of european pear (Pyrus communis l.) and quince (Cydonia oblonga

l.) seedling rootstocks on growth and performance of some asian pear (Pyrus serotina rehd.)

cultivars. Acta Horticulturae (ISHS) 658:93-97, Zaragoza, Spain . 2004.

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XX Congresso Brasileiro de Fruticultura

54th Annual Meeting of the Interamerican Society for Tropical Horticulture 12 a 17 de Outubro de 2008 - Centro de Convenções – Vitória/ES

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BROWNING, G.; R. WATKINS. Preliminary evaluation of new quince (Cydonia oblonga

Miller) hybrid rootstocks for pear. Journal of Horticultural Science, 66:35--42. London.

1991.

PERAZZOLO, G. Tecnologia para a produção de pêras européias. In: IX ENFRUTE

(Encontro Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado), v. 1, 25-27 jul. 2006, Fraiburgo,

SC. Anais... Caçador: EPAGRI. 2006. p. 109-115.

ROBBANI, M. et al. Selection of Dwarfing Pear Rootstock Clones from Pyrus betulaefolia

and P. calleryana Seedlings. Journal of the Japanese Society for Horticultural Science.

v. 75, n. 1. Kyoto, 2006, p. 1-10.

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