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MBA EM CONTABILIDADE DIGITAL M1 D3 - IFRS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE

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Academic year: 2021

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MBA EM CONTABILIDADE DIGITAL

M1 D3 - IFRS – NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE GUIA DE ESTUDO PARTE I: PARTE I – INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARD (IFRS) E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA – DO MERCADO MUNDIAL AO BRASIL

PROFESSOR AUTOR: MÁRCIO DE SOUZA E SILVA PROFESSOR TELEPRESENCIAL: MÁRCIO DE SOUZA E SILVA

COORDENADOR DE CONTEÚDO: FLÁVIO LÚCIO BRITO DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA: IFRS – NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE – PARTE I: INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARD (IFRS) E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA – DO MERCADO MUNDIAL AO BRASIL

E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA – DO MERCADO MUNDIAL AO BRASIL

Prezado (a) estudante,

Na aula do dia 05 de novembro, você começou uma nova disciplina: a IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade. Nela, você terá oportunidade de ampliar seu conhecimento desse assunto e refletir sobre a importância que ele tem nas organizações. Poderá discutir os pontos que o profissional deve observar em relação à implementação das normas internacionais e a interferência disso nas empresas brasileiras. Reflita conosco sobre essa nova realidade no Brasil, começando pelo estudo da Parte I: IFRS e Legislação Societária – do mercado mundial ao Brasil.

Lembre-se da nossa metodologia de estudo e trabalho: Aulas Telepresenciais, Estudo Individual Orientado (EIO), Fórum e Prova Final.

AS AULAS TELEPRESENCIAIS

Nossas aulas serão de 18h30 às 20h20 e desenvolveremos os seguintes temas na disciplina IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade serão:

1. 05 de novembro de 18h30 a 20h20 – IFRS e Legislação Societária – Do Mercado Mundial ao Brasil..

2. 19 de novembro de 18h30 a 20h20 – Normas Internacionais – discussão e entendimento das normas.

3. 03 de dezembro de 18h30 a 20h20 – Normas Internacionais – discussão e entendimento das normas.

ESTUDO INDIVIDUAL ORIENTADO

O Guia de Estudo

Não deixe de ler atentamente o Guia de Estudo de cada parte da disciplina, antes das aulas correspondentes, pois isso o(a) ajudará a aproveitar ao máximo a apresentação do professor ou professora. O estudo posterior, sistemático, dos textos -- dos Guias de Estudo e assim como dos textos complementares de leitura obrigatória, indicados para o Estudo Individual Orientado (EIO) -- é fundamental para sua aprendizagem.

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Textos Complementares de Leitura Obrigatória

Como você sabe, os textos complementares de leitura obrigatória visam ao enriquecimento ou à exemplificação/contextualização do tema tratado em cada aula. Cada parte do Guia de Estudo é acompanhada de um texto complementar e uma Lista de Exercícios.

O quadro abaixo resume nossos compromissos.

Guia de

Estudo Texto Complementar de Leitura Obrigatória

No Lista de Exercício Data Postagem Data Final Resposta Parte I

LEMES, Sirlei; CARVALHO, Luiz Nelson Guedes de. Comparabilidade entre o resultado em BR GAAP e US GAAP: evidências das companhias brasileiras nas bolsas americanas. Disponível em:

http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/50/sirlei -luiz-pg25a45.pdf

07 05 nov 18 nov

Parte II

SILVA, Pedro Cláudio da; WEFFORT, Elionor Farah Jreige; PETERS Marcos Reinaldo Severino; SALVES CIA, Joanília Neide de. Impacto da Adoção das IRFS nas Empresas Brasileiras de Saneamento: a

percepção dos profissionais do setor. Disponível em: http://www.face.ufmg.br/revista/index.php/contabilidade vistaerevista

09 19 nov 02 dez

Parte III

BARBOSA NETO, João Estevão; DIAS, Warley de Oliveira; PINHEIRO Laura Edith Taboada. Impacto da Convergência para as IFRS na Analise Financeira: um estudo em empresas brasileiras de capital aberto. Disponível em:

http://www.face.ufmg.br/revista/index.php/contabilidade vistaerevista

11 03 dez 16 dez

17 /18 dez 2012 (Prova 1ª. chamada) 07/ 08 jan 2013 (Prova 2ª. chamada) 21/ 22 jan 2013 (Prova 2ª. oportunidade)

OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM

Os objetivos apresentados em cada parte do Guia de Estudo norteiam o conhecimento desejado, indicando os aspectos que os responsáveis pelo curso consideram mais relevantes para sua formação no MBA de Contabilidade Digital. Leia cada um deles atentamente e verifique, ao longo das aulas e do EIO, se você está apresentado o desempenho esperado. Desse modo, você poderá monitorar seu progresso nos estudos.

Como resultado do estudo da Parte I “IFRS e Legislação Societária – Do Mercado Mundial ao Brasil”, esperamos que você possa compreender a sobre a aplicabilidade das Normas IFRS nos negócios empresariais em consonância

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com os princípios teóricos de finanças corporativas e o meio digital em que o Brasil está inserido.

CONTEÚDO DA DISCIPLINA

Parte I - International Financial Reporting Standard (IFRS) e Legislação Societária: do Mercado Mundial ao Brasil; a adoção e aplicação da IFRS;

Parte II - Normas Internacionais: discussão e entendimentos das normas;

Parte III – Continuação - Normas Internacionais: discussão e entendimento das normas; metodologia de trabalho para conversão; tópicos especiais.

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PARTE I – INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARD (IFRS) E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA – DO MERCADO MUNDIAL AO BRASIL

INTRODUÇÃO

Com a primeira guerra mundial, a Europa ficou economicamente arruinada e endividada. Durante o período de 1914 a 1918, caíram impérios poderosos, como o czarista da Rússia, por exemplo, sucumbiram economias coloniais poderosas e surgiu uma nova potência econômica mundial, os Estados Unidos da América.

Pereira (2006) diz que, no período da guerra, a indústria de armas norte-americana alcançou grande prosperidade, vendendo seus produtos bélicos para os países europeus. No pós-guerra, os campos europeus estavam devastados, as indústrias em ruínas, os norte-americanos passaram a exportar alimentos e produtos industriais para aquele continente. A economia dos Estados Unidos cresceu vigorosamente, atingido uma grande produção entre 1918 e 1928.

Nesse período o consumismo da classe média norte-americana era incentivado pela facilidade e expansão do crédito, levando ao endividamento a população mergulhada no fascínio da ilusão consumista. Grande parte dessa classe média investiu as suas posses na economia volátil da bolsa de valores.

Segundo Pereira (2006), com a excessiva valorização das ações e um grande volume especulativo, em 24 de outubro de 1929, a Bolsa de Valores de Nova York assistiu ao preço das ações caírem, levando milhares de investidores à miséria. Era o “crash” da Bolsa de Nova York.

Foi durante essa nova realidade americana que surgiu a APB

(Accounting Principles Board), que estabeleceu a obrigatoriedade de

publicação de balanços patrimoniais atestados por contadores certificados. Segundo Carvalho, Lemes e Costa (2005), apesar da criação do APB nos anos 30 do século passado, somente na década de 70, com a visão do mundo desenvolvido sobre a globalização que se aproximava, os americanos passaram a buscar mecanismos para traçar normas contábeis visando a uma uniformização contábil.

Em 1973, nos Estados Unidos, instituiu-se a Junta de Normas de Contabilidade Financeira – Financial Accouting Standards Board (FASB), cujo

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objetivo era criar um modelo mais ousado de normas contábeis, voltado para as instituições sem fins lucrativos e para as empresas privadas.

Com essa iniciativa dos americanos, o mundo desenvolvido, preocupado com a hegemonia americana nos negócios mundiais, preparou e construiu um robusto conjunto de normais contábeis, baseado em fundamentos econômico-financeiros sólidos. Tal reação se deu no mesmo ano de 1973, por meio da criação do IASB (Internacional Accounting Standards Board).

As Normas Internacionais de Contabilidade (International Accounting

Standard - IAS), atualmente conhecidas como normas IFRS (International Financial Reporting Standard) são um conjunto de pronunciamentos de

contabilidade publicados e revisados pelo IASB (International Accounting Standars Board).

Foi somente a partir do fim de 2005 que as normas IFRS foram adotadas pelos países da União Europeia, cujo objetivo era harmonizar as demonstrações financeiras consolidadas. Como o resultado foi além do esperado, a medida foi aceita pela comunidade financeira.

Nas palavras do IASB...

Demonstrações financeiras são preparadas e apresentadas para usuários externos por muitas organizações ao redor do mundo. Embora tais demonstrações financeiras possam parecer semelhantes de país para país, existem diferenças que provavelmente foram causadas por uma variedade de circunstâncias sociais, econômicas e legais e porque países tiveram em mente as necessidades de diferentes usuários ao definirem as normas nacionais.

Estas diferenças circunstanciais levaram a uma variedade de definições dos elementos das demonstrações financeiras como, por exemplo, o que são ativos, exigibilidades, patrimônio líquido, receitas e despesas. Tais diferentes circunstâncias também resultaram no uso de distintos critérios para o reconhecimento de itens nas demonstrações financeiras e em uma preferência por diferentes bases de mensuração de tais itens.

O IASB está comprometido em reduzir tais diferenças buscando harmonizar as regulamentações, normas contábeis e procedimentos relativos a preparação e apresentação das demonstrações financeiras. O IASB acredita que maior harmonização pode ser objetivada focando-se nas demonstrações financeiras que são preparadas para o propósito de prover informações úteis na tomada de decisões econômicas. (IASB, Framework, 2005)

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Apesar da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade no 1055/2005, criando o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, somente a partir do ano de 2010 o trabalho para a convergência das normas contábeis começou a se intensificar no Brasil, com a intervenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Mesmo indicando preocupação em adiar o início da aplicabilidade do padrão IFRS, esse movimento, no início de 2010 levou as empresas brasileiras a publicarem suas demonstrações financeiras consolidadas segundo o padrão internacional, que reforça a busca pela transparência e o melhor entendimento das informações dadas por investidores de todo o mundo.

IFRS E LEGISLAÇÃO SOCIETÁRIA

Segundo Maciel, (2009) o entendimento dos negócios das empresas brasileiras e sua comparabilidade com as empresas internacionais que reportam em IFRS serão naturais e fundamentais para o crescimento da nossa economia e para a busca de padrões comparativos internacionais de eficiência e resultados econômicos e financeiros. É nesse sentido que as Normas de Contabilidade Internacional ou IFRS fazem parte integrante da legislação societária brasileira.

Hoje as IFRS estão sendo aplicadas nos cinco continentes e representam mais de 100 países, totalizando aproximadamente 90% do PIB mundial. Essa padronização fará com que a linguagem dos negócios tenha uma base de negociação, de modo a aumentar o fluxo de capital para as

Nas palavras da CVM...

Instrução CVM nº 457, de 13 de Julho de 2007, com as alterações introduzidas pela Instrução CVM Nº 485/10, de 01 de Setembro de 2010. [...]

Art. 1º As companhias abertas deverão, a partir do exercício findo em 2010, apresentar as suas demonstrações financeiras consolidadas, adotando o padrão contábil internacional, de acordo com os pronunciamentos emitidos pelo International Accounting Standards Board – IASB.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se, ainda, às demonstrações consolidadas do exercício anterior apresentadas para fins comparativos.

Art. 2º Fica facultada às companhias abertas, até o exercício social de 2009, a apresentação das suas demonstrações financeiras consolidadas com a adoção do padrão contábil internacional, emitido pelo International Accounting

Standards Board – IASB, em substituição ao padrão contábil brasileiro.

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empresas brasileiras, com uma forte tendência para reduções nos juros de captação.

Fonte: Maciel (2009)

Figura 1 - Implementação da IFRS no mundo

Na Europa as companhias foram obrigadas a adotar a IFRS em suas demonstrações financeiras a partir de 01 de Janeiro de 2005. Nos Estados Unidos, a SEC (Securities and Exchange Commission) prevê um período de transição para as empresas americanas, definindo o início da adoção da IFRS para 2014. No entanto, para as empresas estrangeiras, eliminou a exigência de USGAAP (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos da América) desde que apresentem as demonstrações completas em IFRS, decisão essa aplicável após 15 de Novembro de 2007.

No Brasil, apesar da promulgação da Lei 11.638/2007 e da instituição do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC através da Resolução CFC 1.055/2005, somente a partir de 2010, as companhias abertas adotaram a pratica da utilização da IFRS.

Cronologicamente pode-se afirmar que até 2001 as normas eram emitidas pelo IASC e eram representadas pelas normas IAS e SIC, e a partir de

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2001 as normas passaram a ser emitidas pelo IASB e são chamadas de IFRS e IFRIC.

ADOÇÃO E APLICAÇÃO DA IFRS

Uma determinada empresa, ao decidir pela implantação da norma IFRS, deverá, no momento da decisão, escolher a norma IFRS 1. Na estrutura conceitual, a IRFS 1 corresponde à adoção, pela primeira vez, das normas internacionais de Contabilidade.

Segundo Maciel (2009) a IFRS 1 apresenta de forma organizada, sucinta e clara os procedimentos a serem adotados para a conversão, assim como os critérios a serem adotados e sua interação com os demais pronunciamentos internacionais emitidos.

O objetivo principal da IRFS 1 é assegurar que uma empresa, ao apresentar pela primeira vez suas demonstrações contábeis anuais ou interinas (entende-se como trimestrais ou outro período de tempo inferior a seis meses), possa fazê-lo de forma comparativa e transparente para os usuários da informação. A ideia é que as demonstrações financeiras dessa empresa estejam adequadas de um ponto de vista inicial da aplicação das normas

Saiba Mais! Significado das siglas utilizadas neste texto:

IFRS – Internacional Financial Reporting Standards – Normas Internacionais de Contabilidade ou IFRS – Normas Internacionais de Contabilidade;

IAS – Internacional Accounting Standards – Normas Contábeis Internacionais;

IFRIC – Internacional Financial Reporting Interpretations Committee – Comitê de Interpretações das Normais Internacionais de Contabilidade. Interpreta as normas emitidas pelo IASB, onde seus representantes são nomeados pelo IASC.

IASB – Internacional Accounting Standards Board – Junta de Normas Internacionais de Contabilidade.

IASC – Internacional Accouting Standards Committee – Comitê de Normas Internacionais.

SIC – Standing Interpretations Committee – Comitê de Interpretações. É o órgão que fornece aconselhamento técnico sobre as normas emitidas pelo IASB.

SAC – Standards Advisory Council – Conselho Consultivo que se reporta ao IASC. Esse órgão é responsável pelo provimento de aconselhamento técnico para o IASB. Seus representantes são nomeados pelo IASC.

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internacionais e que realmente estejam elaboradas em um modelo economicamente viável e transparente.

O balanço de abertura em IFRS é ponto de partida para toda a contabilização subsequente em acordo com essas normas. As empresas, nesse primeiro momento, devem elaborar um balanço de abertura para que as Normas Internacionais de Contabilidade tenham um período de inicio de transição. Sempre deve haver um balanço comparativo de pelo menos um exercício. Por exemplo: se uma companhia prepara suas demonstrações financeiras em IFRS para o exercício de 2010, deverá elaborar, para fins de comparabilidade, as demonstrações do exercício de 2009.

As demonstrações contábeis em IFRS incluem: balanço patrimonial; demonstração do resultado; fluxo de caixa; demonstração das mutações do patrimônio líquido e notas explicativas com relação às práticas contábeis adotadas.

Na adoção da IFRS pela primeira vez, a empresa deverá seguir basicamente as seguintes regras:

 identificar todos os ativos e passivos cujo reconhecimento é exigido pela IFRS;

 baixar ativos, passivos e patrimônio líquido, se as IFRS não permitem tal reconhecimento;

 reclassificar itens que, de acordo como princípios contábeis anteriores, sejam reconhecidos como ativos, passivos ou patrimônio líquido, mas que sejam classificados de forma diferente da IFRS; e

 mensurar todos os ativos e passivos reconhecidos de acordo com a IFRS.

Visando a facilitar o entendimento das regras acima, Carvalho, Lemes e Costa (2005, p. 26), ilustram o seguinte exemplo descrito a seguir.

Determinada companhia iria apresentar suas demonstrações contábeis até 2004, de acordo com a norma contábil nacional. Ela adotou as IFRS a partir de 2005 e, para tanto, teve que, inicialmente, elaborar um balanço de abertura em 1º de janeiro de 2004. Ao preparar seu balanço de abertura, a companhia deparou com os seguintes tratamentos contábeis de acordo com os princípios contábeis nacionais:

a. uma provisão para garantias de $ 50.000 não foi contabilizada, uma vez que o conceito de obrigação implícita não é reconhecido pelos princípios contábeis nacionais;

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b. diferimento de gastos realizados com a pesquisa de um novo produto no valor de $ 200.000;

c. contabilização de dividendos propostos como passivo circulante no encerramento das demonstrações contábeis de 31/12/2004 pela quantia de $ 75.000,00; e

d. não capitalização de honorários de $ 15.000 pagos pelos serviços de arquitetura, quando construiu um imóvel a ser utilizado na expansão de suas instalações.

Para apresentar o balanço de abertura em atendimento a IFRS 1, a companhia deverá proceder aos seguintes ajustes:

a. a IAS 37 determina o reconhecimento de provisões para garantias que atendam ao conceito de “obrigação implícita” e, nesse sentido, a companhia deverá reconhecer $ 50.000 como provisão. Segundo os autores, uma obrigação implícita é aquela que deriva das ações da entidade, nas quais: (a) por meio de uma prática padronizada estabelecida no passado, de políticas divulgadas ou de uma declaração atual suficientemente especifica, a empresa tenha indicado às outras partes que aceitaria determinada responsabilidade; (b) como consequência, a empresa tenha criado uma expectativa válida dessas outras partes de que se cumpririam tais responsabilidades (IAS 37);

b. a IAS 38 não permite o diferimento de gastos com pesquisa de novos produtos. Assim, a companhia deverá baixar contra resultados o valor de $ 200.000 que havia contabilizado no grupo Ativo Intangível;

c. a IAS 10 não permite que os dividendos propostos ou declarados após a data do balanço, mas antes da publicação das demonstrações, sejam reconhecidos como passivo. Tais dividendos, de acordo com a IAS 10 – revisada em 1999 e que vigorou até 31/12/2004 – poderiam ser reconhecidos como um item separado no Patrimônio Líquido ou divulgados nas notas explicativas. A IAS 10, alterada em função das revisões e das novas normas publicadas pelo IASB, em março de 2004 e em vigor a partir de janeiro de 2005, permite, naqueles casos, apenas a apresentação dos dividendos nas notas explicativas. Como a companhia está elaborando o seu balanço de abertura reportando-se a 1º de janeiro de 2004, ela poderá reclassificar os $ 75.000 de dividendos do Passivo Circulante para Patrimônio

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Líquido, e simplesmente divulgá-los nas notas, já que a adoção anterior da IAS 10 é encorajada.

d. Os custos de honorários de $ 15.000 pagos a arquitetos, não capitalizados como parte do custo da construção do imobilizado, deverão ser incorporados à conta representativa do bem no imobilizado; nesse caso, deve-se mensurar o reconhecimento do ativo corretamente.

A IFRS 1 permite, na adoção pela primeira vez, exceções no cumprimento de determinadas exigências, que são:

 Combinação de negócios;

 Valor justo ou reavaliação como custo estimado;  Benefícios a empregados

 Ajustes acumulados de conversão de moeda estrangeira;  Instrumentos financeiros compostos;

 Ativos e passivos de controladas, coligadas e joint ventures;  Designação de instrumentos financeiros reconhecidos

anteriormente;

 Pagamentos de ações;  Contrato de seguros;

 Passivos decorrentes da desativação de imobilizado;  Leasing;

 Mensuração inicial de ativos e passivos financeiros a valor justo. Segundo Carvalho, Lemes e Costa (2005), outras exceções foram sugeridas por meio de comentários recebidos, mas não foram aceitas pelo IASB. As justificativas das rejeições são apresentadas por meio da “Base de Conclusão” da IFRS 1. Tais sugestões trataram principalmente de exceções como: derivativos embutidos; hiperinflação; ativos intangíveis e custos de transação sobre instrumentos financeiros.

Assim, tais elementos da IFRS 1 têm como principal objetivo dar às demonstrações financeiras informações -- sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financeira de uma entidade -- que sejam úteis a um grande número de usuários (investidores, empregados, fornecedores, clientes, instituições financeiras ou governamentais, agências de notação e público) em suas tomadas de decisão.

Portanto, os elementos das demonstrações financeiras (balanço patrimonial, demonstração de resultado, demonstração dos fluxos de caixa, informações por segmento de negócio e as notas e as divulgações) podem

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alcançar características qualitativas das demonstrações financeiras em IFRS, como:  Compreensibilidade  Relevância  Materialidade  Confiabilidade  Comparabilidade Compreensibilidade

Uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que os usuários tenham um conhecimento razoável dos negócios, atividades econômicas e Contabilidade e disposição para estudar as informações com razoável diligência. Todavia, informações sobre assuntos complexos -- que devam ser incluídas nas demonstrações contábeis por causa da sua relevância para as necessidades de tomada de decisão pelos usuários -- não devem ser excluídass em hipótese alguma, inclusive sob o pretexto de que seriam difíceis de entender, para certos usuários.

Relevância

Para ser útil, a informação deve ser relevante às necessidades dos usuários na tomada de decisões. As informações são relevantes quando podem influenciar as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros e confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores.

Materialidade

A relevância das informações é afetada pela sua natureza e materialidade. Em alguns casos, a natureza das informações, por si só, é suficiente para determinar sua relevância. Por exemplo, reportar um novo segmento em que a entidade tenha passado a operar pode afetar a avaliação dos riscos e oportunidades com que a entidade depara, independentemente da materialidade dos resultados atingidos pelo novo segmento, no período abrangido pelas demonstrações contábeis. Em outros casos, tanto a natureza quanto a materialidade são importantes; por exemplo, os valores dos estoques existentes em cada uma das principais classes, conforme a classificação apropriada ao negócio.

Uma informação é material se a sua omissão ou distorção puder influenciar as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas

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demonstrações contábeis. A materialidade depende do tamanho do item ou do erro, julgado nas circunstâncias específicas de sua omissão ou distorção. Assim, materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte em vez de ser uma característica qualitativa primária que a informação necessita ter para ser útil.

Confiabilidade

Para ser útil, a informação deve ser confiável, ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar adequadamente aquilo que se propõe a representar. Uma informação pode ser relevante, mas a tal ponto não confiável em sua natureza ou divulgação que o seu reconhecimento tem potencial para distorcer as demonstrações contábeis. Por exemplo, se são questionados a validade legal e o valor de uma reclamação por danos em uma ação judicial movida contra a entidade, pode ser inadequado reconhecer o valor total da reclamação no balanço patrimonial, embora possa ser apropriado divulgar o valor e as circunstâncias da reclamação.

A maioria das informações contábeis está sujeita a algum risco de não ser uma representação fiel daquilo que se propõe a retratar. Isso pode decorrer de dificuldades inerentes à identificação das transações ou outros eventos a serem avaliados ou à identificação e aplicação de técnicas de mensuração e apresentação que possam transmitir, adequadamente, informações que correspondam a tais transações e eventos. Em certos casos, a mensuração dos efeitos financeiros dos itens pode ser tão incerta que não é apropriado o seu reconhecimento nas demonstrações contábeis; por exemplo, embora muitas entidades gerem, internamente, ágio decorrente de expectativa de rentabilidade futura ao longo do tempo (goodwill), é usualmente difícil identificar ou mensurar esse ágio com confiabilidade. Em outros casos, entretanto, pode ser relevante reconhecer itens e divulgar o risco de erro envolvendo o seu reconhecimento e mensuração.

Comparabilidade

Os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no seu desempenho. Os usuários devem também ser capazes de comparar as demonstrações contábeis de diferentes entidades a fim de avaliar, em termos relativos, a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira. Consequentemente, a mensuração e a apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes e outros eventos devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos períodos, e também por entidades diferentes.

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Uma importante implicação da característica qualitativa da comparabilidade é que os usuários devem ser informados das práticas contábeis seguidas na elaboração das demonstrações contábeis, de quaisquer mudanças nessas práticas e também do efeito de tais mudanças. Os usuários precisam ter informações suficientes que lhes permitam identificar diferenças entre as práticas contábeis aplicadas a transações e eventos semelhantes, usadas: (i) pela mesma entidade de um período a outro; e (ii) por diferentes entidades. A observância das normas, inclusive a divulgação das práticas contábeis utilizadas pela entidade, ajuda a atingir a comparabilidade.

A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com mera uniformização e não deve ser permitido que ela se torne um impedimento à introdução de normas contábeis aperfeiçoadas. Não é apropriado que uma entidade continue contabilizando da mesma maneira uma transação ou evento se a prática contábil adotada não está em conformidade com as características qualitativas de relevância e confiabilidade. Também é inapropriado manter práticas contábeis quando existem alternativas mais relevantes e confiáveis.

Tendo em vista que os usuários desejam comparar a posição patrimonial e financeira, o desempenho e as mutações na posição financeira ao longo do tempo, é importante que as demonstrações contábeis apresentem as correspondentes informações de períodos anteriores.

Para concluir essa primeira parte, lembremos que, segundo Carvalho, Lemes e Costa (2005), após o crash da Bolsa de Nova York, a falta de uma agência reguladora globalizada, juntamente com as diversidades culturais que ocorrem nas diversas regiões pelo mundo, tornou necessária a criação de normas capazes de orientar as decisões de todos. Portanto, justifica-se a implantação e adoção da IFRS.

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REFERÊNCAS

CARVALHO, L. Nelson; LEMES, Sirlei; COSTA, Fábio Moraes. Contabilidade Internacional. São Paulo: Atlas, 2006.

MACIEL, Ricardo R. Como Implementar as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS. Curitiba: Juruá, 2009.

PEREIRA, Wagner Pinheiro. 24 de Outubro de 1929 – A quebra da bolsa de Nova York e a grande depressão. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2006.

INTERNATIONAL FINANCIAL REPORTING STANDARDS (IFRS). International Accounting Standards Board. Issued by Publications Department, 2005.

Pronunciamentos técnicos e discussões de temas e das normais internacionais. Disponível em:< www.iasb.org>

Deliberações da CVM – Comissão de Valores Mobiliários e outros pronunciamentos técnicos emitidos. Disponível em: <www.cvm.gov.br>

Referências

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