• Nenhum resultado encontrado

UM POR TODOS E TODOS POR UM : A MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE TECLADO EM GRUPO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UM POR TODOS E TODOS POR UM : A MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE TECLADO EM GRUPO"

Copied!
11
0
0

Texto

(1)

“UM POR TODOS E TODOS POR UM”: A MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO

E APRENDIZAGEM DE TECLADO EM GRUPO

Djenane Vieira dvjazz@hotmail.com Universidade Federal da Bahia Prefeitura de Jundiaí – Secretaria de Educação Cristiane Jones

cristianejones123@gmail.com

Resumo: O Programa Arte & Movimento oferece, gratuitamente e exclusivamente aos funcionários da Secretaria de Educação de Jundiaí, uma gama de atividades que proporcionam saúde, bem-estar e aprendizagem artística nas áreas de Fitness, Artes Plásticas, Audiovisual e Música. As aulas de Teclado, Flauta Doce são oferecidas em grupo em horários pré-estabelecidos. Nas aulas participam funcionários de vários segmentos da Secretaria de Educação, em sua maioria, mulheres: professoras, diretoras de escola, supervisoras, auxiliares de classe, faxineiras, merendeiras, secretárias, auxiliares administrativas, entre outras. A fundamentação teórica no qual se firma este trabalho tem aporte nas ideias de Violeta Gainza, em que defende as Pedagogias Musicais Abertas, onde não apenas uma metodologia específica de Educação Musical é usada e sim, a abrangência de ideias de vários educadores musicais os quais os trabalho se espelha. A observação do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos aponta que a motivação em estudar música está intrínseca ao trabalho em grupo e a relação intergeracional que esta atividade propõe estabelece relações interpessoais benéficas para a aprendizagem musical coletiva.

Palavras-chave: Ensino Coletivo, Motivação, Aprendizagem Musical

Introdução

Criado em 2009, o Programa Arte & Movimento, da Secretaria de Educação do município de Jundiaí, SP tem-se firmado a cada dia como um projeto pioneiro de bem-estar a funcionários públicos. Este trabalho versa especificamente sobre as aulas de Música que o Programa oferece e as implicações do ensino coletivo para a aprendizagem musical dos alunos envolvidos.

Grande parte da literatura da área de Educação Musical discorre sobre o trabalho com crianças, adolescentes e jovens, contudo, pouca bibliografia é encontrada sobre o trabalho de musicalização de adultos. O ambiente de ensino o qual versa este trabalho é um

(2)

espaço de educação não-formal, onde os inscritos buscam a aprendizagem de uma nova atividade e muitos também realizam o desejo antigo de estudar música. O Programa também constitui como um espaço de formação continuada de professores da Educação Básica, uma vez que esses alunos, em sua grande maioria professores, usam dos novos conhecimentos em sua práxis pedagógica. O ensino coletivo de instrumentos mostra-se como uma ferramenta eficaz no processo de musicalização de adultos, e, a observância do desenvolvimento musical dos alunos está ligada à motivação para aprender em grupo. Por meio de depoimentos, os alunos matriculados nos cursos de Música expressam os benefícios deste tipo de aprendizado, o qual envolve não apenas os saberes de quem ensina mas também vário fatores de ordem psicológica e social.

Socialização através da música

Como a Musicalização de Adultos através dos instrumentos musicais dentro do Programa é um trabalho de ensino coletivo, as relações interpessoais torna-se inerente à natureza da atividade, por proporcionar o convívio de pessoas de funções diferentes nos diversos setores da Secretaria de Educação do município.

Este tipo de envolvimento, sobretudo no âmbito artístico, é benéfico para o desenvolvimento das relações humanas por diversos aspectos, entre eles:

 Num espaço de aprendizagem, hierarquias não existem. Todos são iguais porém, com desenvolvimentos de aprendizagem diferentes.

 A cooperação existe num ambiente em que todos buscam um objetivo comum, contudo, há espaço para o desenvolvimento individual.

 O fazer coletivo promove um ambiente amistoso, de troca de experiências, onde todos aprendem uns com os outros.

(3)

Outro aspecto dos grupos a ser destacado é a questão das relações de intergeracionalidade, que

podem ser entendidas como vínculos que se estabelecem entre duas ou mais pessoas com idades distintas e em diferentes estágios do desenvolvimento, possibilitando o cruzamento de experiências e contribuindo para a unidade dentro da multiplicidade. Os agentes desta prática reúnem características e necessidades muito próprias, facto que enriquece a relação e motiva a continuidade da mesma (OLIVEIRA, 2011, p.4).

Figura 1: Gupo 1 de Flauta Doce

Fonte: Djenane Vieira

Essas relações intergeracionais têm sido observadas com grande interesse, uma vez que, ao contrário de uma sala de aula escolar, os alunos neste contexto são de faixas etárias diferentes, e, por esse motivo, traz consigo históricos de vida diferentes, enriquecendo o processo de aprendizagem. Os alunos mais novos não apenas aprendem com as gerações mais antigas mas também ensinam e impulsionam a aprendizagem dos mais velhos. Alguns alunos mais velhos até mesmo apresentam resultados de aprendizagem mais surpreendentes do que alguns alunos mais novos.

Motivação para aprender Música

Embora o caráter dos cursos do Programa Arte & Movimento desde a sua criação e ao longo desses 4 anos tenha sido de lazer e bem estar, o viés temático dos cursos de Música também aponta para a formação continuada de professores, pois dele fazem parte algumas professoras que atuam em projetos de Música nas Escolas. Outro grupo de

(4)

professores atua num projeto de música específico e cerca de 30% desses professores buscaram as aulas de Música do Programa para ampliarem seus conhecimentos em leitura de música, embora atuem com Educação Musical na sala de aula.

Os motivos que levaram esses alunos a estudar música são variados: 1. Desejo de infância que não foi realizado por falta de condições financeiras; 2. Desejo antigo que não foi realizado antes por falta de tempo;

3. Oportunidade gratuita de aprender uma nova atividade;

4. Aperfeiçoar os conhecimentos musicais para aplica-los em sua prática pedagógica em sala de aula.

Perfil dos alunos de Música do Programa Arte & Movimento

Todas as aulas do Programa Arte & Movimento são direcionadas a funcionários da Secretaria Municipal de Educação de Jundiaí, SP. Participam dessas aulas pessoas que trabalham em diversos setores desta Secretaria, todos envolvidos nas mesmas atividades e com o mesmo propósito: aprender uma nova atividade.

As aulas de Música configuram-se como uma oportunidade ímpar desses funcionários aprenderem Música de uma maneira mais socialmente motivadora. E gratuita.

Muitos alunos não possuem condições financeiras de pagar aulas particulares ou mesmo em conservatórios ou escolas de músicas, como as diversas que existem na cidade. Por este motivo, os cursos do Programa são de suma importância para o desenvolvimento global dos funcionários (alunos) que frequentam o Programa.

A variação de cargos e funções os quais os alunos estão inseridos é muito grande e nas aulas de música é possível perceber como estas relações sociais são importantes para o desenvolvimento social e cognitivos de cada um deles.

(5)

O quadro a seguir mostra como essas relações sociais são construídas por meio do envolvimento de pessoas de diferentes níveis intelectuais e sociais:

Tabela 1: Perfil dos alunos de Música do Programa Arte e Movimento

Perfil Funcional dos Alunos de Música

Professoras de Educação Infantil Professoras Ensino Fund. I Professoras Ensino Fund. II Merendeiras Funcionários de outras secretarias e membros da comunidade Auxiliares de Creche Auxiliares Administrativos Aposentadas Diretoras de Escola

(6)

Desafios do trabalho na musicalização de adultos

Os desafios enfrentados e as dificuldades nesse trabalho de musicalização de adultos apontam algumas características que não são necessariamente de ordem musical e sim psicológica e são percebidas em todas as turmas de instrumentos:

 Dúvidas quanto às suas habilidades ao instrumento  Memória

 Preocupação com a coordenação motora  Ansiedade

 Falta de tempo para os estudos musicais

Estas questões são mais perceptíveis em alunos com idade superior a 40 anos e de fato são fatores que comprometem o desenvolvimento musical dos alunos. Muitas são as dificuldades enfrentadas pelos alunos, contudo, é percebido que a luta e interesse em estudar música são intensos, rompendo as barreiras do tempo e espacialidade, pois

qualquer pessoa que tenha um interesse muito forte em se construir musicalmente, embora tenha nascido em um meio que não seja propício às suas construções, irá buscar formas para a estruturação deste conhecimento (KEBACH, 2008, p.25).

Figura 2: Apresentação Pública do Coral Arte & Movimento

(7)

Desenvolvimento do trabalho de musicalização de adultos no Programa Arte & Movimento

OLIVEIRA (1991, p.36) aponta o educador musical como aquele que se relaciona com o fazer e o ensinar a entender a Música, diferentemente do professor de Música, que seria aquele que se relaciona com o ensinar Música. Paralelamente a esta tendência abrangente do ensino musical contemporâneo, verifica-se um movimento em defesa do ensino de piano/teclado em grupo, consolidado nos Estados Unidos, na primeira metade do século XX. De acordo com MONTANDON (1992, p.10), a aula em grupo é:

apresentada como a ‘solução inovadora’ em oposição à aula de piano individual denominada ‘tradicional’, definida como aquela com o objetivo exclusivo de formar o concertista e concentrada no desempenho técnico e virtuosístico do aluno.

Em consonância com o texto acima, os cursos de Música do Programa Arte & Movimento não visam formar concertistas e exímios instrumentistas, contudo, existe a preocupação com as questões técnicas que envolvem o ensino, tanto do instrumento quanto o trabalho de musicalização pela voz. As aulas em grupo tornam-se uma alternativa contemporânea que atende uma demanda maior de pessoas interessadas em aprender um instrumento musical. As aulas ocorrem em dias e horários variados e os alunos se matriculam conforme a sua disponibilidade de tempo.

Os alunos estão assim distribuídos conforme os cursos:

Tabela 2: Atividades Musicais

Espaços Quantidade

Canto Coral 42%

Teclado 38%

Flauta Doce 12%

Fonte: Djenane Vieira

As aulas ocorrem uma vez por semana com duração de 90 minutos. Nas aulas de instrumentos, a teoria e a prática se dão concomitantemente. Foi produzida uma apostila com conteúdos básicos iniciais de teoria musical. Inicialmente, os alunos são incentivados a

(8)

conhecer os mecanismos do teclado eletrônico e como ele funciona, a posição das notas no teclado e na flauta e as escalas. É um processo de aquisição de conteúdos de forma gradativa. Os alunos não são pressionados e é respeitado o tempo do processo de aprendizagem de cada um, contudo, eles sentem a necessidade de ‘caminharem juntos’ em busca do conhecimento e desenvolvimento comum.

O processo de musicalização de adultos não ocorre tão diferentemente como ocorre com as crianças mas, os processos mentais e a maturidade é que diferenciam as atitudes perante os fenômenos musicais e a apreensão do conhecimento.

É importante salientar que este trabalho de musicalização de adultos não é centrado apenas no ensino do instrumento. O processo de sensibilização musical antecede à leitura de música, pois, “musicalizar é tornar o indivíduo sensível aos fenômenos sonoros” (GAINZA, 1988, p. 101).

Para desenvolver essa sensibilidade nos alunos, é desenvolvido um trabalho de vivências rítmicas e melódicas, as quais permitem esses alunos sentir e viver os fenômenos musicais, principalmente com relação ao ensino da melodia das canções ensinadas ao teclado, ponto forte que faz os ouvintes (e os próprios alunos) identificarem a canção tocada, pois para Kodály “o ritmo não é ensinado separadamente da melodia, mas conjugado a ela; a experiência de vivenciar a melodia é tão estruturada quanto a do ritmo” (FONTERRADA, 2003, p.144).

É interessante perceber que esta questão da importância da vivência dos fenômenos musicais antes da leitura formal é vista por também por um grande educador brasileiro, que mesmo não sendo da área da Educação Musical, parece entender a importância da vivência e sensibilização musical:

Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes. (ALVES, 2009)

Mesmo que Rubem Alves esteja se referindo ao processo de aprendizagem e sensibilização musical de uma criança, nos parece ser pertinente e plausível que este processo também seja adequado para o aprendizado musical de adultos.

No Programa Arte & Movimento cada aluno de teclado possui um par de fones de ouvido e em determinado momento da aula os alunos tem o seu momento individual de

(9)

estudo e são assistidos constantemente pela professora. Nas aulas de flauta não ocorre esse momento: alunos tocam juntos a todo instante.

Os ensaios do coral ocorrem com dinâmica própria para esse tipo de atividade. É feito um trabalho de técnica vocal e dinâmica corporal rítmica.

As práticas pedagógicas não se limitam apenas ao ensino do instrumento. Atividades de rítmica com instrumentos de percussão, percussão corporal e instrumentos confeccionados com material reciclável, feitos pelos próprios alunos também fazem parte da dinâmica de trabalho. O ritmo é uma questão muito importante a ser trabalhada, visto que os alunos tocam juntos as mesmas músicas.

FIGURA 2 – Grupo 4 de teclado

Fonte: Claudia Freitas

Resultados preliminares

Observamos neste Programa, que as atividades musicais tem sido benéficas para o desenvolvimento global dos alunos, pois “a prática da música e a Educação Musical podem estimular em um mesmo processo de aprendizagem, as capacidades cognitivas, estéticas, sociais, emocionais e psicomotoras” (BASTIAN, 2009, p. 42).

Embora o programa tenha 4 anos de existência neste ano de 2013 os cursos de Música passaram por uma reformulação com a mudança de professora. Os alunos são novatos e como descrito anteriormente, a grande maioria nunca havia estudado Música.

(10)

Alguns depoimentos de alunos confirmam a eficácia das atividades para o seu bem estar, como afirma uma aluna que começou a estudar Música pela primeira vez este ano:

“Eu nunca imaginei que as 60 anos pudesse aprender um instrumento musical. Poder decodificar os códigos musicais é como se eu estivesse aprendendo uma outra língua. É bom aprender sempre algo novo pois ativa o cérebro e eu me sinto mais jovem e evita também o mal de Alzheimer”. N. N. – Professora, 54 anos.

Confirmamos através deste trabalho que o ensino de Música é importante em qualquer idade e que mesmo sob as reais dificuldades que um adulto enfrenta para aprende-la, é possível haver um desenvolvimento gradativo e satisfatório.

As relações intergeracionais e a sociabilização dos envolvidos contribuem intensamente para o sucesso do processo de ensino/aprendizagem de música dentro do programa Arte & Movimento. Grande parte dos alunos afirma que estudar em grupo é mais motivador e, ao ver os colegas se desenvolverem, aqueles que possuem alguma dificuldade, sentem-se na “obrigação” de dar o melhor de si a para estudar e não comprometer o desenvolvimento do grupo como um todo

As relações intergeracionais tem sido benéficas para o processo de aquisição de conhecimento de todos os alunos também para a relação da professora com esses alunos.

(11)

Referências

ALVES, R. Primeiro a magia da história, depois a magia do bê-a- bá. In: Brasil - Almanaque da Cultura Popular. São Paulo, SP, 2013. Disponível em:

http://www.almanaquebrasil.com.br/cultura/6728-primeiro-a-magia-da-historia-depois-a-magia-do-be-a-ba.html

BASTIAN, H. G. Música na escola. Ed. Paulinas. São Paulo. 2009.

FONTERRADA, M.T.O. De tramas e fios: um ensaio sobre música e educação. 1a. ed. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.

GAINZA, V. H. Estudos de Psicopedagogia Musical. Ed. Summus. SP. 1988.

KEBACH, P. F.C. Musicalização coletiva de adultos: o processo de cooperação nas

produções musicais em grupo. Tese de doutorado em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

MASSOLA, M. F.; CALDERARI, P. Qualidade de vida no trabalho. III Encontro Científico e Simpósio de Educação Unisalesiano: Educação e Pesquisa: a produção do conhecimento e a formação de pesquisadores. Lins, 17 – 21 de outubro de 2011.

MONTANDON, Maria Isabel. Aula de piano e ensino de música: análise da proposta de reavaliação da aula de piano e sua relação com as concepções pedagógicas de Pace, Verhaalen e Gonçalves. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1992. Dissertação de Mestrado.

OLIVEIRA, Alda. Educação Musical: uma perspectiva estruturalista. Opus, v.3, n.3, p.36-48, set.1991.

OLIVEIRA, Cristina de. Relações intergeracionais: um estudo na área de Lisboa. 2001 disponível em:

Referências

Documentos relacionados

Figura 1 - Protocolo alerta triangular das ocorrências traumáticas de Urgências ou Emergências...5 Figura 2 - Fluxograma das solicitações telefônicas de urgência

Quando os dados são analisados categorizando as respostas por tempo de trabalho no SERPRO, é possível observar que os respondentes com menor tempo de trabalho concordam menos que

Analisou-se inclusive a utilização de abordagens de desenvolvimento de software e verificou-se que o TDD é a abordagem mais utilizada (33% dos respondentes) e que, ainda,

A metodologia e os mecanismos de acompanhamento, controle, fiscalização e avaliação dos resultados obtidos com a execução dos serviços de ATER contratados devem

Por outro lado, os dados também apontaram relação entre o fato das professoras A e B acreditarem que seus respectivos alunos não vão terminar bem em produção de textos,

Controlador de alto nível (por ex.: PLC) Cabo da válvula Tubo de alimentação do ar de 4 mm Pr essão do fluido Regulador de pressão de precisão Regulador de pressão de

Em que pese ausência de perícia médica judicial, cabe frisar que o julgador não está adstrito apenas à prova técnica para formar a sua convicção, podendo

Para Azevedo (2013), o planejamento dos gastos das entidades públicas é de suma importância para que se obtenha a implantação das políticas públicas, mas apenas