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REDAÇÃO I N S T R U Ç Õ E S

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Academic year: 2021

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REDAÇÃO I N S T R U Ç Õ E S

1. Confira o número do(a) candidato(a), o local, o setor, o grupo e a ordem indicados na folha de

redação, a qual NÃO deverá ser assinada.

2. Leia e observe atentamente as Propostas 1, 2 e 3.

3. Escolha a Proposta que apresenta o tema sobre o qual você se sente mais bem preparado(a) para discorrer.

4. Evite copiar trechos dos textos apresentados.

5. Não escreva em versos, use linguagem clara e utilize a norma culta da língua portuguesa. 6. Não se esqueça de dar um título à sua redação.

7. Use caneta com tinta preta ou azul para transcrever seu texto do rascunho para a folha de redação.

8. Redija um texto que tenha no mínimo 20 (vinte) e no máximo 30 (trinta) linhas.

9. Escreva com letra legível e ocupe todo o espaço das linhas, respeitando os parágrafos. 10. Não serão corrigidas redações escritas a lápis, nem redações na folha de rascunho.

PROPOSTA 1

Considerando a lista das obras literárias indicadas para este vestibular, qual ou quais dos livros desta relação você indicaria para leitura e qual ou quais você não aconselharia? Por quê?

Escreva uma redação expondo argumentos que justifiquem sua escolha.

PROPOSTA 2

Em um percurso literário, sondando os quatro cantos da Ilha de Santa Catarina, descobri algo mais que bruxas e andando pelos bairros do Brás, Bexiga e Barra Funda, conheci a São Paulo que trocou a sociedade cafeeira pela industrial.

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PROPOSTA 3

A partir da leitura dos trechos de poemas transcritos abaixo, o que você escreveria ao presidente da Organização das Nações Unidas (ONU)?

POEMA A: “[...]

Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada.”

(MORAES, Vinícius de. A Rosa de Hiroxima. In: Nova Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2004).

POEMA B:

“Nós merecemos a morte, porque somos humanos,

e a guerra é feita pelas nossas mãos,

pela nossa cabeça embrulhada em séculos de sombra, por nosso sangue estranho e instável, pelas ordens que trazemos por dentro, e ficam sem explicação.”

(MEIRELLES, Cecília. Lamento do Oficial por seu Cavalo Morto. In: Obra Poética. 1 ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 ).

POEMA C:

“Este é tempo de partido, tempo de homens partidos. [...]

O poeta

declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista

e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar

a destruí-lo

como uma pedreira, uma floresta, um verme.”

(DRUMMOND DE ANDRADE, C. Nosso Tempo. In: A Rosa do Povo. Rio de Janeiro: Record, 2004).

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ANÁLISE DA PROVA DE REDAÇÃO

Muitos foram os elogios a propósito da vinculação das obras indicadas para literatura com as propostas de redação. Entre o surpreendente e a boa aceitação, as propostas causaram impacto nos três segmentos diretamente ligados à prática do vestibular: os candidatos; os professores de escolas de ensino médio e de cursinhos preparatórios; a Banca avaliadora das redações.

Acostumados a propostas ligadas a temas emergentes e oriundos das páginas da imprensa em geral, os três segmentos em questão foram surpreendidos. De fato, ocorreu o inesperado: no lugar dos habituais recursos visuais, a presença de textos ligados a obras literárias. Melhor: não apenas no exame de Redação, mas no exame de outras disciplinas como Geografia, História, Língua Italiana, Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

Dos temas propostos no exame de Redação

“A UFSC, por intermédio dos elaboradores da prova, demonstrou respeito ao trabalho dos candidatos e dos professores do Ensino Médio.”

“Elogiável a postura do processo seletivo da UFSC. Nota-se uma clara preocupação com a atualização em conformidade com as mais modernas tendências no tocante à produção de textos em que as propostas procuram se afastar de modelos tradicionais e artificiais de redação escolar.”

As palavras acima são dos professores observadores do Curso Positivo, de Curitiba, Paraná, publicadas no site da empresa (www.cursopositivo.com.br). Elas refletem um entendimento geral muito reconfortante de que a COPERVE/UFSC “acertou a mão” ao colocar em evidência as obras literárias exigidas para leitura em seus exames, principalmente no de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, mas, especialmente, no de Redação.

As obras, em número de dez, mexeram com toda a comunidade envolvida nesse tipo de concurso. Ninguém –professores e estudantes do Ensino Médio – ficou indiferente a títulos como Os Sertões, de Euclides da Cunha, de cuja exigência, em concursos vestibulares, não se tinha conhecimento até o presente. No rastro desse monumento da literatura nacional, também por seu caráter social e lingüístico, Brás, Bexiga e Barra Funda, de Antônio de Alcântara Machado, bem ilustrou, tanto quanto A Rosa do Povo, considerada por estudiosos de literatura brasileira a mais rica obra poética de Carlos Drummond de Andrade, a maturidade dos concursos realizados pela COPERVE para acesso aos cursos universitários da UFSC.

Nesse vestibular para acesso em 2006, particularmente a Prova de Redação inovou: 1. pela primeira vez, as proposições se voltaram para as obras literárias de leitura obrigatória;

2. rompeu-se o círculo vicioso de propostas eivadas de apelos visuais, como se não bastasse o universo extremamente midiático em que vivemos;

3. espera-se ter rompido o estado de letargia a que se tem subordinado o Ensino Médio catarinense, ao colocar a prática de redação em nível secundário, porquanto as bases para a produção textual têm sido revistas, hebdomadários e jornais de validade científico-literária duvidosa e de baixo valor intelectual;

4. foram apresentadas três propostas no lugar das duas habituais, oferecendo maior oportunidade ao candidato e – isto foi notável – maior alento à Banca de avaliadores;

5. as propostas oportunizaram a prática da reflexão a partir do universo literário sem a imposição de um gênero determinado, permitindo ao candidato expressar-se de forma criativa e com segurança.

Os três temas propostos não eram “fechados”. Antes, veiculavam idéias para assuntos vários e interessantes, induzindo o candidato a não zerar por “fuga ao tema”, embora, lamentavelmente, haja ocorrido o caso em algumas redações, ou por absoluta falta de habilidade interpretativa, ou porque alguns vestibulandos teimam em apresentar redação preparada previamente ao concurso. Tal foi o caso de duas redações com textos apropriados à proposição do ano anterior (o sistema de cotas para negros).

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I - A proposta no 1.

Propor uma redação para que o candidato indicasse qual ou quais das obras listadas ele sugeriria a leitura para um conhecido seu ou, ao contrário, qual ou quais ele não indicaria, foi, por muitos, considerada ousada. Afinal, tal proposta expunha a Banca responsável pelo exame de Redação à crítica ou, simplesmente, à censura dos candidatos. Professores de cursos preparatórios, sempre atentos às provas da UFSC, também poderiam incorrer neste equívoco. Contudo, felizmente, nada disso ocorreu, conforme o constatado tanto nos textos dos candidatos, quanto nos comentários afirmativos de professores interessados.

A proposta, sem que se especificasse qual o gênero ou tipo de redação a ser desenvolvida, sugeria uma resenha. Ou seja: um comentário que mostrasse conhecimento da leitura do livro indicado pelo vestibulando e que contivesse pitadas de crítica. Não era exigida, logicamente, uma redação expressiva em termos de estudo literário. Apenas que o candidato se posicionasse e, melhor ainda, fizesse referência a dados específicos sobre o texto.

Muitos foram os que exprimiram dificuldade em ler Euclides da Cunha. Porém, muitos se entusiasmaram pela “descoberta” de uma obra que deveria ser de “leitura obrigatória nas escolas”. Muitos se escandalizaram com a extrema coloquialidade havida na linguagem dos “causos” bruxólicos recolhidos pelo instigante Franklin Cascaes e, ao contrário, a maioria achou que livros como o referido e como o ingênuo Apenas um Curumim são obras agradáveis porque de fácil entendimento.

A Proposta no 1 repercutiu bem entre os professores da Banca avaliadora de redações, dada a clareza da mesma e a facilidade de compreensão que o tema exigia. Além disso, o tipo de redação que se impunha, sem que o comando determinasse, foi, seguramente, o de um comentário ou resenha.

II - A proposta no 2.

Impondo um certo esforço intelectual por suas implicações sócio-lingüísticas e econômico-geográficas (para dizer o mínimo), esta proposta acabou causando polêmica junto à Banca de avaliadores, pois, de fato, ela não foi adequada o bastante do ponto de vista técnico. Duas foram as expressões causadoras das dificuldades para a correção:

a) No primeiro comando, pedia-se ao candidato que fizesse um “percurso literário”, o que pressupõe que ele deveria conhecer especificamente as duas obras citadas no comando: os contos de Brás, Bexiga e Barra Funda e os casos/contos de O Fantástico na Ilha de Santa Catarina.

b) O segundo comando, por sua vez, encaminhava para o ato de redigir com base “nas idéias sugeridas” no comando anterior.

Ora, incidia sobre os dois comandos o verbo descobrir, posto no pretérito perfeito e em primeira pessoa – descobri. Determinava-se, assim, uma redação embasada na experiência única da leitura das duas obras, sugerida pelos termos “ilha de Santa Catarina”, de cultura açoriana, e os três bairros, “Brás, Bexiga e Barra Funda”, de comunidade marcadamente italiana, mote da obra de Alcântara Machado.

Por causa do termo “idéias sugeridas”, não foram poucos os candidatos que enveredaram por um “percurso literário” generalizado, utilizando-se de outras leituras de seu conhecimento que não as sugeridas no comando, para mostrar o quanto é importante ler a fim de conhecer melhor a cultura de outrem. Houve várias redações que abordaram o turismo como forma de conhecer paragens brasileiras sem sequer citar Florianópolis ou São Paulo, caracterizando-se, certamente, por total fuga ao tema. Por outro lado, graças ao sistema de correção implantado pela COPERVE, proposições com nível maior de dificuldade passam por discussões aprofundadas. Mesmo porque o processo de avaliação prevê duas correções para cada prova seguidas de uma discussão em dupla e, se necessário, uma terceira correção, caso persistam as discrepâncias nas notas.

Embora tenha sido uma das melhores propostas, por sua característica interdisciplinar e de claro encaminhamento literário, isto é, voltada para as duas obras, ela, de fato, careceu de rigor em seu segundo comando, pois a expressão “idéias sugeridas” pôde levar o candidato a vôos tortos e rasantes. A Banca teve de estar atentíssima, porque alguns desses “vôos” mereciam consideração.

No mais, foi uma proposta muito feliz porquanto oportunizou ao candidato que realmente leu estas duas deliciosas obras, um cotejamento entre duas sociedades bastante diferentes e entre duas cidades de traços econômicos e naturais quase que opostos entre si. A proposta deixava, ainda, abertura para o bom candidato perceber os estilos do escritor paulistano e do pesquisador florianopolitano e, sobretudo, ver a riqueza lingüística na mistura de culturas vindas de uma mesma e sempre tão diferente Europa.

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III - A proposta no 3.

Se, de início, sugeria ser polêmica por conta do uso da palavra “Presidente” da ONU, uma vez que é de conhecimento geral que a Organização das Nações Unidas tem é um “Secretário Geral”, ao fim e ao cabo, foi a proposta mais abordada pelos candidatos. Sem explicitar, a proposta demandava uma carta. Foi o que aconteceu: a maioria escreveu uma carta como forma de redação e, em nenhuma das redações a palavra “Presidente” causou danos. O bom da história é que muita gente correu ao site da ONU e descobriu que a Instituição tem, sim, um Presidente que é eleito anualmente para presidir as sessões ordinárias. A Banca de avaliadores não deixou de notar que o assunto “Cartas” não é dado nas escolas. Pelo menos foi o que pareceu, a julgar pelos erros dos candidatos; erros que iam da forma de tratamento ao encerramento.

Esta foi a proposta “dada” a candidatos não interessados em relação à lista de obras de “leitura obrigatória”. Era preciso, no entanto, que o candidato soubesse ler poesia, estivesse habituado à leitura poética, pois, ainda que excertos, os textos inscritos na Proposta no 3 não são de imediata compreensão. Ademais, a disposição dos mesmos levava a uma linha lógica: a guerra como termo de destruição é temática explícita, nos dois primeiros poemas, o de Vinícius de Moraes e o de Cecília Meirelles, respectivamente. Entretanto, o terceiro poema – este retirado de A

Rosa do Povo, da lista das obras para o vestibular – apontava para o capitalismo como o grande mal da

humanidade. Os males apontados nos poemas anteriores têm como solução, na visão do poeta Drummond de Andrade, a própria poesia e a arte em geral como forma de resistência contra o capitalismo: a poesia (e a palavra poética) dura como a pedra, poderosa e imensa como a floresta, sorrateira e corrosiva como verme.

Não era tema fácil como aparentemente se mostrou. Mas serviu bem àqueles candidatos que preferiram fugir das leituras obrigatórias. Embora o comando não indicasse, a sugestão para a produção de uma carta era bastante forte. Houve belas redações (nem todas na forma previsível) e muitas deixaram a desejar. Mas a Banca não teve problemas.

IV - Observações Gerais

1. No que se refere à proposta no 1, as obras menos citadas foram Resumo de Ana, do paulista Modesto Carone, e

Império Caboclo, do catarinense Donald Schüller, indicando que teriam sido poucos os candidatos leitores das

mesmas.

2. Já a muito citada (no caso da mesma proposta no 1) Amigo Velho, do catarinense Guido Wilmar Sassi, e

Resumo de Ana foram consideradas as piores obras na opinião da maioria dos candidatos que delas se valeram,

com a justificativa de serem muito “pesadas”; de fato, a história de seus personagens é uma história de desgraças, misérias e injustiças, para as quais não há saída senão através da morte.

3. O clássico Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi dos mais citados (evidentemente pelo efeito impactante de sua indicação para este vestibular), porém, muitas vezes, em redações nas quais era flagrante a falta da leitura do mesmo por parte do vestibulando; como as obras de Machado de Assis, esta de Euclides deveria ser parte constante dos vestibulares brasileiros.

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ANÁLISE DA QUESTÃO

A COPERVE, em seu Concurso Vestibular 2006, propôs um novo desafio na execução das provas. Introduziu questões discursivas de caráter interdisciplinar, objetivando incentivar o exercício de escrita nas escolas de ensino fundamental e médio.

A questão que propunha uma interface entre Língua Portuguesa e Literatura Brasileira envolveu excertos de quatro das dez obras recomendadas como leitura no Guia do Vestibulando 2006, para discutir: a) variação lingüística versus erro lingüístico e b) funções da linguagem na literatura. Visava a avaliar a capacidade dos candidatos no que diz respeito à reflexão acerca da Língua Portuguesa e das múltiplas faces que pode assumir na construção dos textos. Além disso, a banca teve como objetivo desmistificar a idéia de que somente a língua padrão deve ser vista como “correta”, valorizando, assim, as inúmeras variedades lingüísticas que podemos encontrar no cotidiano, inclusive nas obras da literatura.

O reduzido número de candidatos (716 = 2%) que obteve a pontuação máxima (1,0) revelou a falta de preparo para responder questões desse tipo, bem como a dificuldade em refletir sobre os fatos que envolvem a linguagem, visto que a maioria dos candidatos obteve pontuação entre 0,25 (10.190 = 38,4%) e 0,50 (9.730 = 36,66%). Ainda vale destacar que 10% (2.659) dos candidatos obtiveram nota zero por não terem correspondido ao mínimo exigido na prova quanto à resposta esperada ou ao número mínimo de linhas (cinco).

Grande parte dos candidatos classificou equivocadamente como “erro” aquilo que se caracteriza como variação lingüística, demonstrando em seus textos preconceito lingüístico e falta de conhecimento a respeito de língua padrão e não padrão.

Além disso, poucos candidatos conseguiram identificar ou exemplificar o uso da linguagem como um recurso literário utilizado para a caracterização de diferentes personagens e contextos (cultural, histórico, regional).

Percebe-se que, mesmo aquele candidato que escreve bem, dentro da norma culta da Língua Portuguesa, pouco consegue discutir sobre a sua própria língua, falta-lhe argumentação. Por isso mesmo, a banca considera louvável a iniciativa proposta pela COPERVE, inaugurando uma nova fase/modalidade de provas que cobrará mais conhecimento e menos chavões e memorizações de fórmulas prontas e esquemas previamente preparados. É importante destacar, além do caráter interdisciplinar da Prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, o caráter multidisciplinar do Vestibular como um todo, tendo os livros de Literatura Brasileira indicados no Guia do Vestibulando servido como norteadores da elaboração das provas de várias disciplinas.

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