• Nenhum resultado encontrado

AS FÓRMULAS DE EULER EM PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA Ε SEU SIGNIFI CADO FÍSICO NO LEVANTAMENTO DE INDICATRIZES ÓTICAS*

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AS FÓRMULAS DE EULER EM PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA Ε SEU SIGNIFI CADO FÍSICO NO LEVANTAMENTO DE INDICATRIZES ÓTICAS*"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

A S F Ó R M U L A S D E E U L E R E M P R O J E Ç Ã O E S T E R E O G R Á F I C A Ε S E U S I G N I F I ­ C A D O F Í S I C O N O L E V A N T A M E N T O D E I N D I C A T R I Z E S Ó T I C A S *

INTRODUÇÃO

As fórmulas de Euler, clássicas no capítulo de transformação de coordenadas, po-dem ser ligadas ao fenômeno ótico de extinção e aplicadas, então, no levantamento da indicatriz ótica de minerais, dados em secção delgada. Tal é, precisamente, a base do método analítico desenvolvido por CHOMARD (1934). A intenção principal deste tra-balho é apresentar a dedução das fórmulas de Euler, a partir da representação estereo-gráfica de triângulos esféricos.

MUDANÇA DE EIXOS EM PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA

Sejam OXYZ e Oxyz dois sistemas coordenados coiniciais. O problema de transfor-mação de coordenadas consiste em exprimir as coordenadas ( X \ Υ', Ζ') de um ponto no sistema OXYZ em função das coordenadas (χ', y', ζ') do mesmo p o n t o no sistema Oxyz. Sejam (a, b , c), (a', b ' , c') e (a", b " , c") os co-senos dos ângulos de Ox, Oy e Oz com OX, OY e OZ, respectivamente. Se os dois sistemas são retangulares, demonstra-se que (NIEWENGLOWSKI, 1914):

I B R A H I M O C T A V I O A B R A H Ã O * * A R A R Υ M A R C O N I * *

R E S U M O

As fórmulas de Euler são deduzidas a partir de triângulos esféricos obtidos da representação estereográfica das rotações φ, 0, Ψ. Um exem­ plo de aplicação a uma secção arbitrária de gipsita é incluído.

equações de transformação a que se ligam as expressões:

* Entregue para publicação em 1 9 / 1 2 / 1 9 7 5 .

(2)

Representemos os dois sistemas em projeção estereográfica (fig. 1). Seja OJ per-pendicular a zZ, o traço da intersecçâo do plano XY sobre xy. Os ângulos de Euler são definidos da seguinte maneira (CHOMARD, 1934):

1 — Ψ, rotação ao redor de OZ, que leva OX à coincidência com O J ; 2 - 0, rotação ao redor de OJ, que leva OZ à coincidência com Oz; 3 - φ, rotação ao redor de Oz, que leva OX à coincidência com Ox.

(3)

As três rotações φ, θ, Ψ, são independentes e constituem os parâmetros de liberdade de um sistema com relação a outro. O sistema Oxyz pode ser levado à coincidência com OXYZ mediante rotações inversas, isto é, -φ, - 0 , - Ψ . Convencionalmente, o sentido positivo de Ψ é tomado de OX para OJ, o de φ de OJ para Ox e o de θ de OZ para Oz.

A platina universal permite executar, no microscópio, as rotações de Euler. CHO-MARE) (1934) adota as notações seguintes:

— Oxyz é um sistema retangular qualquer em um mineral, em secção delgada; — OX e OY são as direções de vibração do polarizador e do analisador;

— OZ é o eixo do microscópio;

— S, plano XOY, de pólo Z, é a platina do microscópio.

OXYZ é, pois, um sistema fixo no microscópio e o sistema Oxyz do mineral movi-menta-se segundo (φ, 0, Ψ) para ser levado à coincidência com OXYZ.

É precisamente este o contexto do método analítico: atribuído significado físico aos eixos é possível estabelecer uma relação imediata entre as rotações de Euler e o fe-nômeno de extinção, o que acaba por conduzir ao levantamento analítico da indicatriz ótica do mineral.

DEDUÇÃO DAS FÓRMULAS DE EULER

As expressões que estabelecem relação entre φ, θ e Ψ e as nove constantes de trans­ formação de coordenadas (fórmulas de Euler) podem ser obtidas por meio da trigono-metria esférica. Com efeito, apliquemos aos triângulos esféricos da fig. 1 a expressão fundamental da lei dos co-senos dos lados (WENTWORTH e SMITH, 1915):

cos a = cos b . cos c + sen b . sen c . cos A

Obtém-se, então: 1 — No triângulo xXJ:

a = cos (xX) = cos φ . cos Ψ + sen φ . sen Ψ . (-cos θ) ou a - cos φ . cos Ψ" — sen φ . sen Ψ . cos θ

2 — No triângulo x Y J :

b = cos (xY) = cos φ . cos ( 9 0 ° + Ψ) + sen φ . sen (90° + Ψ ) . (-cos Θ) ou b = -cos φ . sen Ψ — sen φ . cos Ψ . cos θ

ou tomando a parte aguda de x Y :

(4)

3 — No triângulo x Z J :

c = cos (xZ) = cos φ . cos 90° + sen φ . sen 90° . cos (xJZ) ou, como cos (xJZ) = cos (90° — Θ) = sen 0,

c = sen φ . sen 0 4 — No triângulo y X J :

a' = cos (yX) = cos Ψ . cos (90° + φ) + sen Ψ . sen ( 9 0 ° + φ) . (-cos 0) ou a' = -cos Ψ . sen φ — sen Ψ . cos φ . cos 0

5 — No triângulo y Y J :

b ' = cos (yY) = cos (90° + φ) . cos (90° + Ψ) + sen (90° + φ) . sen (90° + Ψ ) . . (-cos θ)

ou, tomando a parte aguda de y X :

b ' = -sen φ . sen Ψ + cos φ . cos Ψ . cos θ 6 - No triângulo y Z J :

c' = cos (yZ) = cos 90° . cos (90° + + sen 90° . sen (90° + φ) . cos (90° - θ) ou c' = cos φ . sen θ

7 — No triângulo zXJ:

a" = cos (zX) = cos Ψ . cos 90° + sen Ψ . sen 90° . cos (90° - 0) ou a" = sen Ψ . sen θ

8 - No triângulo zYJ :

b " = cos(zY) = cos (90° + Ψ ) . cos 90° + sen (90° + Ψ ) . sen 90° . cos (90° - Θ) ou b " = -cos Ψ . sen Θ

9 — No triângulo zZJ, ou diretamente: c " = cos θ

EXEMPLO

Cada conjunto (φ, θ, Ψ) efetuado no microscópio é uma operação de extinção. Na prática, isso significa levar uma secção à extinção e efetuar, nos eixos VE e EW da plati-na as rotações φ e 0, arbitrárias. A extinção será desfeita e a rotação efetuada ao redor de OZ para restitui-la é o ângulo de extinção Ψ. Em cada operação de extinção há, pois apenas a medição de Ψ.

(5)

Tomemos uma secção arbitrária de gipsita, 2V = 58° (+) (fig. 2). Por meio da cons-trução de Biot-Fresnel, levemos a secção a qualquer de suas posições de extinção. Tem--se, então, φ-θ = Ψ = 0. Efetuemos θ - 3 0 ° , φ - 6 0 ° , localizemos as novas posições dos planos bissetores e determinemos Ψ (fig. 2). Obtém-se:

Figura 2 - Operação de eximçáo φ - 60°, θ = 30°, Ψ = 43° em seção de gipsita (2V = 58°). Αι A2 = localização dos eixos óticos em posição iniciai de extinção.

ΑΊΑ'2 = localização dos eixos óticos após rotação φ= 60°.

A'íA'2 = locanzaçãados eixos óticos após rotação φ= 6Όυ θ = 30°. Ox = traço do plano bissetor de A j A 2 .

(6)

Esses òão os valores necessários à aplicação do método analítico. Apenas trés ope-rações de extinção resolvem o problema de determinar a posição dos índices de refração principais e o valor do ângulo 2V. É nesse contexto que o método vem sendo aplicado com êxito por ABRAHÃO ( 1 9 6 8 , 1971, 1974 a,b) e ABRAHÃO e.MARCONI (1974,

1975a, b , c ) .

S U M M A R Y

T h e E u r l e r ' s f o r m u l a s are derived from spherical triangles w h i c h were o b t a i n e d from t h e s t e r e o g r a p h i c r e p r e s e n t a t i o n o f t h e φ, Θ a n d Ψ r o t a t i o n s . A e x a m p l e o f its a p p l i c a t i o n is given for an a r b i t r a r y t h i n section o f g y p s u m .

L I T E R A T U R A C I T A D A

A B R A H Ã O , I.O., 1968. Contribuição ao Estudo do Método Analítico de Chomard. Tese de Livre¬ -Docência, ESALQ, USP, 132 p.

A B R A H Ã O , I.O., 1 9 7 1 . Determinação do Ângulo 2V de Plagioclásios pelo Método Analítico com Valores de φ Múltiplos de 9 0 ° . Anais da ESALQ, USP, 2 8 : 6 9 - 8 1 .

ABRAHÃO, I.O., 1974a. Determinação de 2V em Plagioclásios pelo Método Analítico com Valores de φ Múltiplos dc 4 5 ° . Anais da ESALQ, USP, 3 1 : 19-33.

A B R A H Ã O , I.O., 1974b. Sobre a Determinação do Ângulo de Extinção para Aplicação do Método Analítico. Anais da ESALQ, USP, 3 1 .

A B R A H Ã O , I.O. e MARCONI, Α., 1974. Elipsóides Concíclicos. Anais da ESALQ, USP, 3 1 : 2 2 5 -- 2 3 1 .

ABRAHÃO, I.O. e MARCONI, Α., 1975a. Determinação Analítica da Indicatriz Ótica dc Minerais. Anais da ESALQ, USP, 32.

ABRAHÃO, I.O. e MARCONI, Α., 1975b. Sobre a Determinação Analítica da Indicatriz Ótica dc Anidrita. Anais da ESALQ, USP, 32.

ABRAHÃO, I.O. e MARCONI, Α., 1975c. Aplicação do Método Analítico à Indicatriz Uniaxial. Anais da ESALQ, USP, 32.

CHOMARD, L., 1934. Théorie et Pratique de la Méthodc Fédorow. Procedé Classique et Méthode Analytique Générale. Dunod, Paris. Annales des Mines, 5 : 1 5 3 - 2 1 8 .

NIEWENGLOWSKI, B., 1914. Cours de Géometric Analytiquc. T o m o III, Gauthier-Villars, Paris, 608 pp.

WENTWHORTH, G. e SMITH, D.Ε., 1915. Plane and Spherical Trigonometry. Ginn and Co. Boston, USA, 334 pp.

Referências

Documentos relacionados

Para entender o supermercado como possível espaço de exercício cidadão, ainda, é importante retomar alguns pontos tratados anteriormente: (a) as compras entendidas como

Aos alunos das turmas de Recursos Hídricos em Geografia (20111) e Análise Ambiental II (20112) pela oportunidade de aprendizado com os estágios de docência. Ao Geógrafo e

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Assim, concordamos com Bianchetti (2008), para quem.. Uma educação que forme para a mudança social não pode ser medida como sendo de ‘boa ou má qualidade’, já que a sua

Dissertação (Mestrado em Lingüística e Letras) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Taking into account the theoretical framework we have presented as relevant for understanding the organization, expression and social impact of these civic movements, grounded on

hands of the judiciary, a sort of way to apply effectively regulated justice, not an extension of justice, it is not king acting through its apparatus of justice, the king is

Os objetivos da política externa são, assim, cruamente explicitados dando continuidade a um discur- so apresentado pela primeira vez de maneira mais incisiva por George Bush: