UNILEÃO
CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
LUANA KAELINE DOS SANTOS ALVES
PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO UNIVERSITÁRIO NO INTERIOR DO CEARÁ
JUAZEIRO DO NORTE-CE 2018
LUANA KAELINE DOS SANTOS ALVES
PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS EM PACIENTES ATENDIDOS EM UM CENTRO UNIVERSITÁRIO NO INTERIOR DO CEARÁ
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Graduação em Odontologia do Centro Universitário Doutor Leão Sampaio, como pré-requisito para obtenção do grau de Bacharel.
Orientador(a): Prof(a). Especialista Luciana Mara Peixôto Araujo
JUAZEIRO DO NORTE-CE 2018
DEDICATÓRIA
À minha família, em especial a minha mãe que sempre me motivou, incentivou e não mediu esforços para me ver realizar este sonho e por cumprir de forma mais bonita e digna a missão que Deus lhe confiou de me cria e preparar para o mundo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente a Deus por ter me concedido saúde, força e disposição nessa trajetória acadêmica e para concluir o meu trabalho de conclusão de curso. Sem ele nada disso teria sido possível.
Agradeço a minha família e ao meu noivo, que me incentivaram e apoiaram nas horas difíceis de desânimo e cansaço, me ajudando a chegar até aqui.
Agradeço a minha filha que mesmo sem ter consciência do quanto foi importante durante a minha formação, muito contribuiu na luta para essa realização.
A minha dupla Ana Jaqueline Bitu Primo, pelo seu companheirismo e amizade nestes anos todos.
A minha orientadora a professora Luciana Mara Pexôto Araujo, pelos ensinamentos e dedicação para a realização deste trabalho.
RESUMO
A doença periodontal é uma patologia infecto-inflamatória que acomete os tecidos periodontais. Essa infecção está relacionada ao acúmulo de biofilme na estrutura dentária, levando a uma resposta inflamatória do indivíduo ocasionando perda de inserção do ligamento periodontal e destruição do tecido ósseo adjacente. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência das doenças periodontais associadas a placa, sendo elas a gengivite associada a placa, a periodontite crônica e a periodontite agressiva, em pacientes atendidos em uma Clínica Escola de um Centro Universitário, localizada na região sul do Ceará. Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo transversal do tipo quantitativo. A população estudada foi obtida através de prontuários referentes a 2500 pacientes atendidos. Foram incluídas na pesquisa apenas os prontuários que possuíam as informações completas sobre anamnese, exame intra e extra oral, índices orais e periograma (nos casos em que se fez necessário). E, além disso, que possuíam o TCLE devidamente assinado. Dentre os prontuários analisados nesta pesquisa, 1.433 foram excluídos por conter informações incompletas. Ao analisar os 1.067 prontuários incluídos na pesquisa, verificou-se que 72,2%, apresentaram alguma doença periodontal e 27,8% apresentaram a condição de saúde periodontal Dentre todos da amostra foi observado 56,8% dos casos com gengivite, 15,08% com periodontite crônica e em apenas 0,18% foi detectada a presença de periodontite agressiva. Em virtude do que foi mencionado, as doenças periodontais apresentaram altas taxas de prevalência, aumentando assim, as consequências desses agravos. Convém ressaltar que mesmo com os avanços observados nos últimos anos na odontologia, ainda assim, existe uma carência de informações e acesso a atendimento. Com isso, o estudo oferece dados que proporcionam desenvolver políticas de prevenção de saúde bucal, a fim de reduzir a prevalência dessas patologias.
ABSTRACT
Periodontal disease is an infectious-inflammatory condition that affects the periodontal tissues. This infection is related to the accumulation of biofilm in the dental structure, leading to an inflammatory response of the individual causing loss of insertion of the periodontal ligament and destruction of the adjacent bone tissue. The objective of this study was to evaluate the prevalence of periodontal disease associated with plaque, such as plaque-associated gingivitis, chronic periodontitis and aggressive periodontitis, in patients attended at a School Clinic of a University Center located in the southern region of Ceará. This is a quantitative retrospective cross-sectional epidemiological study. The studied population was obtained through medical records referring to 2500 patients attended. Only the medical records that had complete information on anamnesis, intra and extra oral examination, oral indexes and periogram (where necessary) were included in the study. And, in addition, they had the DOT signed. Among the charts analyzed in this study, 1,433 were excluded because they contained incomplete information. When analyzing the 1,067 records included in the research, it was found that 72.2% had some periodontal disease and 27.8% had a periodontal health condition. 56.8% of the cases with gingivitis, 15.08% with chronic periodontitis, and only 0.18% were found to have aggressive periodontitis. Due to the aforementioned, periodontal diseases presented high prevalence rates, thus increasing the consequences of these diseases. It should be noted that even with the advances observed in recent years in dentistry, there is still a lack of information and access to care. Thus, the study offers data that allow the development of oral health prevention policies in order to reduce the prevalence of these pathologies.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Detalhamento das variáveis dependentes analisadas no estudo e os testes estatísticos envolvidos. Juazeiro do Norte, 2018... 13
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Número de prontuários analisados, válidos e excluídos...15 Gráfico 2 - Prevalência da condição periodontal...15 Gráfico 3 - Prevalência das doenças periodontais...16
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 2 METODOLOGIA... 12 3 RESULTADOS... 4 DISCUSSÃO... 15 17 5 CONCLUSÃO... 20 REFERÊNCIAS... 21 ANEXOS... 24 Anexo A – Parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Unileão ... Anexo B – Formulários do Google Drive... APÊNDICES... Apêndice A – Tabela de coleta de dados...
24 27 28 28
10
1 INTRODUÇÃO
Os problemas bucais têm se desenvolvido, nas últimas décadas, como um dos principais problemas de saúde pública. Isso se deu a alta prevalência observada das doenças bucais nas diferentes faixas etárias, no Brasil. As doenças periodontais são uma das principais causas do edentulismo, levando a complicações ao sistema estomatognático, como perda da funcionalidade mastigatória, danos a estética, bem como a fonética (MOTA et al. 2014).
A doença periodontal é uma patologia infecto-inflamatória que acomete os tecidos periodontais, sejam os tecidos de proteção e/ou de suporte dos dentes. Essa infecção está relacionada ao acúmulo de biofilme na estrutura dentária, levando a uma resposta inflamatória do indivíduo ocasionando perda de inserção do ligamento periodontal e destruição do tecido ósseo adjacente (QUERIDO et al. 2006; TESHOME E YITAYEH, 2016).
As características clínicas desta patologia são determinadas pelo fator de virulência das bactérias envolvidas e, principalmente, pela resposta imune do hospedeiro. Inicialmente, observa-se presença de células inflamatórias seguidas de alterações vasculares e formação de exsudado inflamatório, desencadeando a gengivite, a persistência dessa resposta do hospedeiro leva a uma progressão da doença e culmina em danos para os tecidos de suporte do elemento dentário, sendo, assim, essa fase é denominada como periodontite (ALMEIDA et al. 2006).
Em 1999, através do Workshop mundial de periodontia, as doenças periodontais tiveram uma mudança na sua classificação, passando a ser classificadas de acordo com sua etiologia, extensão e severidade. De acordo com sua etiologia, as doenças periodontais passaram a ser definidas como doenças gengivais e periodontais, associadas ou não a placa bacteriana. No quesito extensão, as doenças periodontais podem ser localizadas ou generalizadas e, de acordo com sua severidade ainda podem ser leves, moderadas ou graves (DIAS et al. 2006).
Dentre todos os agravos periodontais, a gengivite é a doença que mais afeta a população, sendo ela a forma reversível de doença periodontal. É definida como uma inflamação que afeta os tecidos moles do periodonto e que tem como fator etiológico a placa bacteriana presente na estrutura dentária (KISTLER et al. 2013; MEDEIROS e ROCHA, 2006; LINS et al. 2013).
A periodontite é uma doença de caráter infecto inflamatório multifatorial que não se restringe aos tecidos de proteção, atinge também os tecidos de suporte do dente, levando a destruição dos mesmos, perda dentária e complicações sistêmicas, sendo desencadeada pelos microrganismos presentes no biofilme, fatores hereditários, fatores psicossociais e hábitos do
11
indivíduo (KANZAKI et al. 2017; HEIKKINEN et al. 2017; SPANEMBERG et al. 2008; SOUZA et al. 2016).
Segundo Pihlstrom, Michalowicz e Johnson (2005), 90% da população apresenta alguma doença periodontal, seja gengivite ou periodontite. Khan, Khalid e Awan (2016), mostram em seu estudo que a prevalência dessas patologias na população adulta mundial, varia entre 30 a 35%. A periodontite agressiva, mesmo expressando taxas inferiores ao comparada com a gengivite associada a placa e a periodontite crônica, ainda é vista como um agravo comumente encontrado (NASCIMENTO, 2017; RODRIGUES et al. 2017; NAND et al, 2017; IDREES et al. 2014).
Diante desse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência das doenças periodontais associadas a placa, sendo elas a gengivite associada a placa, a periodontite crônica e a periodontite agressiva, em pacientes atendidos em uma Clínica Escola de um Centro Universitário, localizada na região sul do Ceará.
12
2 METODOLOGIA
2.1 Caracterizações da pesquisa
Diante dos objetivos propostos realizamos um estudo epidemiológico retrospectivo transversal do tipo quantitativo que analisou a prevalência das doenças periodontais nos pacientes atendidos em um Centro Universitário no interior do Ceará.
A pesquisa do tipo transversal, segundo Aragão (2011), fornece informações de uma dada população em um determinado período de tempo e, com isso, analisa a situação de saúde da comunidade estudada.
Embasando-se nesse autor o tipo de estudo escolhido nos permitiu ter um maior conhecimento a respeito da condição de saúde periodontal da Região Sul do Ceará.
2.2 População da pesquisa
A população estudada foi obtida através de prontuários referentes a 2500 pacientes atendidos em uma Clínica Escola de Odontologia em um Centro Universitário, no interior do Ceará, selecionados de forma aleatória.
2.3 Amostra da pesquisa
A amostra abordada pelo estudo foi os prontuários, que continham diagnóstico periodontal, de pacientes atendidos em um Centro Universitário no interior do Ceará.
2.4 Critérios de inclusão
Foram incluídas na pesquisa apenas os prontuários que possuíam as informações completas sobre anamnese, exame intra e extra oral, índices orais e periograma (nos casos em que se fez necessário). E, além disso, possuíam o TCLE devidamente assinado.
2.5 Critérios de exclusão
Foram excluídos da pesquisa aqueles prontuários que possuíam dados incompletos ou apresentaram difícil compreensão.
13
As variáveis analisadas foram os tipos das doenças periodontais associadas a placa: gengivite associada a placa, periodontite crônica e periodontite agressiva.
2.7 Instrumentos da pesquisa
Prontuários de pacientes que foram atendidos em uma Clínica Escola de Odontologia em um Centro Universitário, no interior do Ceará, onde foram analisados de forma aleatória. 2.8 Procedimentos da pesquisa
O procedimento da pesquisa foi realizado com a análise de prontuários por duas examinadoras de forma independente, verificando cuidadosamente as informações contidas nos exames periodontais. A coleta dos dados foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2018.
2.9 Análise estatística
Os dados coletados pelas pesquisadoras foram tratados de forma a se fazer um levantamento estatístico descritivo, quantificando aspectos que fossem passivos desse tipo de categorização, através de registros nos formulários do programa Google Drive, aonde foram geradas tabelas de acordo com esses resultados e posteriormente gráficos para se relacionar ao comportamento das variáveis estudadas nesta pesquisa.
Quadro 1 – Detalhamento das variáveis dependentes analisadas no estudo e os testes estatísticos envolvidos. Juazeiro do Norte, 2018.
Variáveis dependentes
Nome da variável Descrição Classificação Categoria/escala Testes estatísticos
Doença periodontal Classificação da
doença periodontal Categórica
-Gengivite associada à placa; - Periodontite crônica; - Periodontite Agressiva Análise descritiva
Variável independente principal
Nome da variável Descrição Classificação Categoria/escala Testes estatísticos Saúde periodontal Diagnóstico de
saúde periodontal Categórica
-Sim
14
2.10 Aspectos éticos
A pesquisa foi realizada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário Dr. Leão Sampaio sob parecer de número 2.936.856. O risco da pesquisa foi a exposição dos dados dos pacientes. Esse risco foi minimizado, visto que os prontuários foram analisados por pesquisadoras com compromisso ético de guardar o sigilo das informações encontradas. A análise dos dados foi realizada em uma sala de acesso restrito, evitando que outras pessoas tivessem acesso, assegurando a preservação da identidade do paciente. Os prontuários foram identificados por número. A pesquisa não usou dados de identificação pessoal, mantendo assim, em conformidade com a resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Outro risco era a integridade dos prontuários, o qual foi minimizado através de sua manipulação cuidadosa e sem retirá-los do ambiente aonde ficam guardados.
15
3 RESULTADOS
Nesta pesquisa foram analisados 2.500 prontuários, dentre esses, 1.433 foram excluídos por conter informações incompletas, como dados na anamnese, ausência de exame intra e extra oral, inexistência de índices orais, periograma e diagnóstico periodontal (nos casos em que se fazem necessário), e, além disso, também foram excluídos aqueles cujo o TCLE não estava devidamente assinado pelo paciente (Gráfico 1).
Ao analisar os 1.067 prontuários incluídos na pesquisa, verificou-se que 72,2% (n=770) apresentaram alguma doença periodontal. Por outro lado, 27,8% apresentaram a condição de saúde periodontal, representando um número de 297 pacientes (Gráfico 2).
2500 1067 1433 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Analisados Válidos Excluídos
NÚMERO DE PRONTUÁRIOS
NÚMERO DE PRONTUÁRIOS
27,8%
72,2%
CONDIÇÃO PERIODONTAL
Saúde Periodontal Doença Periodoontal
Gráfico 2 : Prevalência da condição periodontal
16
De acordo com o gráfico 3, foi encontrada uma maior prevalência de gengivite quando comparada a periodontite crônica e agressiva. Dentre todos os pacientes da amostra 56,86 % (n=607) retrataram casos de gengivite, 15,13% (n=161) apresentaram periodontite crônica e apenas 0,21% (n=2) apontaram a presença de periodontite agressiva.
56,86% 15,13%
0,21%
PREVALÊNCIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS
Gengivite Periodontite crônica Periodontite agressiva
17
4 DISCUSSÃO
Como limitações deste estudo, a maior dificuldade foi relacionada ao grande número de prontuários preenchidos de forma incompleta, assim, não continham todas as informações relevantes para a pesquisa, como, exames relacionados ao diagnóstico periodontal e TCLE assinado. No estudo epidemiológico analisado, o número de prontuários excluídos, representam 57,32% da população da pesquisa. Junior et al. (2009), em sua pesquisa avaliaram 240 prontuários, desses, 47 foram excluídos por falta de documentação e dados importantes, o que representa 19,58% do total avaliado. Comparando esse resultado com a presente pesquisa, pode-se notar uma maior quantidade de prontuários excluídos nesse estudo, devido a informações incompletas.
Nossos resultados mostraram que apenas 27,8% dos prontuários analisados apresentaram saúde periodontal, corroborando com os estudos de Ababneh et al. (2012), onde o percentual de saúde gengival encontrado na população analisada foi de 16%. No estudo de Katz et al. (2000), apenas 1,19 % da amostra apresentou a condição de saúde periodontal. Todas essas pesquisas mostraram que um pequeno percentual da população estudada apresentou saúde periodontal.
Este estudo relatou a prevalência de três doenças periodontais, gengivite associada a placa, periodontite crônica e periodontite agressiva. Entre as doenças analisadas a gengivite apresentou-se com maior prevalência, 56,8%. Esse dado corrobora com estudos de Mostafa e El-Refai (2018), onde relatam que a gengivite é a forma mais comum das doenças periodontais, e é apresentada como a segunda patologia oral mais observada na população mundial, estando presente em aproximadamente 75% da população.
Outros estudos como o de Frias e colaboradores (2011), ainda relatam que a prevalência apenas de sangramento e cálculo nos indivíduos foi bem maior (62,7%), do que a presença de bolsa periodontal que expressou uma prevalência de apenas 4,2%. Idrees e colaboradores (2014), ainda demonstram uma prevalência de 100% para gengivite entre os indivíduos adultos estudados com idade entre 18 e 40 anos.
Contrapondo os resultados encontrados nesta pesquisa, Medeiros e Rocha (2006), apresentam como resultado do seu estudo uma prevalência de apenas 8,6% de gengivite dentre todos os pacientes analisados. Seguindo esta análise, Katz e colaboradores (2000), demonstram, uma maior prevalência de periodontite ao comparar com os resultados de gengivite.
Segundo Ababneh et al. (2012), apesar de a gengivite mostrar-se como uma das doenças periodontais mais prevalentes, 76% da amostra estudada, a periodontite, por sua vez, ainda que
18
apresente taxas menores em comparação aos casos de gengivite, apresenta um número significante de casos.
No entanto, Kapellas e colaboradores (2014), apresentaram dados em que a periodontite tinha uma prevalência de 87,5% de casos, um número 3,5 maior do que a média nacional. Dados de Eke e colaboradores (2015), salientam que 45,9% da amostra apresentava periodontite.
As pesquisas citadas mostram disparidades entre a prevalência da doença periodontal de acordo com a localização em que a pesquisa é realizada. Essa condição periodontal sofre interferências de fatores modificadores, como o fator de virulência das bactérias presentes nos tecidos periodontais, fatores socioeconômicos, genéticos, sistêmicos, hábitos do indivíduo, nível de escolaridade e pelo acesso e procura pelo atendimento odontológico. (ABABNEH et al. 2012; DEMMER e PAPAPANOU, 2010).
Na presente pesquisa, a periodontite crônica mostrou-se com uma prevalência de 15,08% do total da amostra, corroborando com o estudo de Ababneh e seus colaboradores (2012), aonde uma pequena porcentagem foi encontrada com esta mesma patologia, apenas 5,5% da população estudada. Em contrapartida, estudos como o de Balaji, Lavu e Rao (2018), mostra uma alta prevalência de periodontite crônica, um percentual de 42,3% da amostra estudada, assim como no estudo de Machado e colaboradores (2018), onde a periodontite crônica mostrou-se presente em 83,5% dos participantes da pesquisa.
A prevalência de periodontite agressiva em nossa amostra de estudo mostrou um percentual de apenas 0,18. Seguindo esta análise, observamos uma discrepância com vários achados científicos. Medeiros e Rocha (2006), evidencia em seu estudo uma prevalência de 12% de periodontite agressiva. Da mesma forma, Cho, You e Jeong (2011), demonstra resultados com porcentagem relativamente alta (3% a 10%) em países como Estados Unidos, Brasil, Indonésia e Iraque.
Seguindo esta mesma perspectiva, Ababneh et al. (2012), evidenciam em seus resultados que no Iraque a prevalência da periodontite agressiva representou 6% da amostra. No Brasil, esses autores constataram uma prevalência de 5,5%. Todavia, observa-se uma conformidade deste estudo em relação aos achados por Hermes, Baumhardt e Rösing (2013), em que verificaram uma prevalência de 0,1-0,5% de periodontite agressiva na América do Sul.
De forma geral, os problemas periodontais apresentam altas taxas de prevalências, havendo grandes discrepâncias entre os locais pesquisados. Essa diversidade encontrada é
19
justificada pela existência de aspectos modificadores, como o baixo nível socioeconômico, o grau de higiene oral, a ausência de educação em saúde, hábitos do indivíduo, como o hábito de fumar, além do difícil acesso ao atendimento odontológico.
20
5 CONCLUSÃO
Em virtude do que foi mencionado, ficou claro que as doenças periodontais ainda apresentam altas taxas de prevalência. Sabendo-se que a periodontite é a forma mais grave dessas patologias estudadas, resultante da progressão da gengivite, faz-se necessário a elaboração de formas preventivas desta doença, como também, avanços no tratamento, para evitar a perda de inserção em sítios mais susceptíveis. Convém ressaltar que o estudo oferece dados que proporcionam desenvolver políticas de prevenção de saúde bucal, a fim de reduzir a prevalência dessas patologias.
21
REFERÊNCIAS
ABABNEH, K.T.; HWAIJ, Z.M.F.A e KHADER, Y.S. Prevalence and risk indicators of gingivitis and periodontitis in a Multi- Centre study in North. Jordan: a cross sectional study. BMC Oral Health, 12:1, 2012.
ALMEIDA, R. F. et al. Associação entre doença periodontal e patologias sistémicas. Rev. Port Clin Geral;22:379-90, 2006.
ARAGÃO, J. Introdução aos estudos quantitativos utilizados em pesquisas científicas. Revista práxis, ano III, nº 6, 2011.
BALAJI, K., LAVU, V. e RAO, S. Chronic periodontitis prevalence and the
inflammatory bruden in a sample population frm South India. Indian J Dent Res; v. 29 (2) 2018.
CHO, C.M.; YOU. H.K. e JEONG, S.N. The clinical assessment of aggressive periodontitis patients. J Periodontal Implant Sci; 41:143-148, 2011.
DEMMER R. e PAPAPANOU N. P. Epidemiologic patterns of chronic and aggressive periodontitis. Periodontol 2000, 2010.
DIAS, L.Z.S, et al. Atual classificação das doenças periodontais . Rev. Odontol., Vitória, v.8, n.2, p.59-65, 2006.
EKE P, et al. Update on prevalence of periodontitis in the United States: NHANES 2009 TO 2012. Journal of Periodontology; Maio de 2015.
FRIAS, A.C. et al. Estudo de base populacional sobre as condições periodontais e
determinantes socioeconômicos em adultos residentes no município de Guarulhos (SP), Brasil, 2006. Rev Bras Epidemiologia; 14(3): 495-507, 2011.
HEIKKINEN, M.A. et al. Periodontal Initial Radiological Findings of Genetically Predisposed Finnish Adolescents. Journal of Clinical and Diagnostic Research. v.11(7): ZC25-ZC28, 2017.
HERMES, C.R.; BAUMHARDT, S.G. e RÖSING. C.K. Occurrence of aggressive
periodontitis in patients at a dental school in southern brazil. Acta Odontol. Latinoam. V.26, Nº2, 84-88, 2013.
IDREES, M.M. et al. Prevalence and severity of plaque-induced gingivitis in a Saudi adult population. Saudi Med J; V.35 (11), 2014.
JUNIOR, W.D.R. et al. Avaliação das Periodontites crônica e agressiva em pacientes com diabetes e comprometimentos cardiovasculares atendidos na clínica de periodontia da Universidade Cidade de São Paulo. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo; 21(3): 212-8, set-dez, 2009.
22
KANZAKI, H. et al. Pathways that Regulate ROS Scavenging Enzymes, and Their Role in Defense Against Tissue Destruction in Periodontitis. Periodontitis and Oxidative Stress. v8, Article 351, 2017.
KAPELLAS, K. et al. Periodontal disease and dental caries among indigenous
Australians living in the Northern Territory, Australia. Australian Dental Journal; v.59 (1) 2014.
KATZ, J. et al. Periodontal status by CPITN, and associated variables in an Israeli permanente force military population. J. Clin. Periodontol., v. 27, p. 319-324, 2000. KHAN, S., KHALID, T. e AWAN, K. H. Chronic periodontitis and smoking. Prevalence and dose-response relationship. Saudi Med J; v.37 (8) 2016.
KISTLER, J.O. et al. Bacterial Community Development in Experimental Gingivitis. Plos One 8(8): e71227. doi:10.1371/ journal.pone.0071227, 2013.
LINS, R. et al. Avaliação clínica de bochechos com extratos de Aroeira (Schinus terebinthifolius) e Camomila (Matricaria recutita L.) sobre a placa bacteriana e a gengivite. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.15, n.1, p.112-120, 2013.
MACHADO, V. et al. Prevalence and extent of chronic periodontitis and its risk factors in a Portuguese subpopulation: a retrospective cross-sectional study and analysis of Clinical Attachment Loss. PerrJ, julho de 2018.
MEDEIROS, U.V. de; ROCHA, D.S, Estudo epidemiológico da doença periodontal em pacientes adolescentes e adultos. Rev. Odontol., Vitória, v.8, n.2, p.19-28, 2006.
MOSTAFA, B. e EL-REFAI, I. Prevalence of Plaque-Induced Gingivitis in a Sample of the Adult Egyptian Population. ID Design Press, Skopje, Republic of Macedonia, Open Access Maced J Med Sci.15; 6(3):554-558, 2018.
MOTA, J.C. de. et al. Estudo da carga de doença das condições orais em Minas Gerais, Brasil, 2004-2006. Rev. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 19 (7): 2167-2178, 2014.
NAND, K.Y. et al. Chronic periodontitis among diabetics and nondiabetics aged 35–65 years, in a rural block in Vellore, Tamil Nadu: A cross-sectional study. Journal of Indian Society of Periodontology – v.21, Issue 4, 2017.
NASCIMENTO, M.M. Oral microbiota transplant: a potential new therapy for oral diseases. J Calif Dent Assoc. 45(10): 565–568, 2017.
PIHLSTROM, B.L., MICHALOWICZ, B.S. e JOHNSON, N.W. Doenças Periodontais. Lancet 19; 366(9499): 1809-20, 2005.
QUERIDO, S. M. R et al. Aspectos clínicos, radiográficos e microbianos de uma família com expressiva prevalência de doença periodontal. Revista Odonto Ciência – Fac. Odonto/PUCRS, v. 21, n. 52, 2006.
23
RODRIGUES, W.F. et al. Association between pro‑ inflammatory cytokine
interleukin‑ 33 and periodontal disease in the elderly: A retrospective study. Journal of Indian Society of Periodontology – v.21, Issue 1, 2017.
SOUZA, J.A.C. et al. NOD1 in the modulation of host–microbe interactions and
inflammatory bone resorption in the periodontal disease model. Immunology 149, 374–
385, 2016.
SPANEMBERG, J.C, et al. Aspectos clínicos da periodontite agressiva: revisão. Rev Clín Pesq Odontol, 4(3):183-189, 2008.
TESHOME, A. YITAYEH, A. Relação entre doença periodontal e prematuridade com baixo peso ao nascer: revisão sistemática. Pan African Medical Journal – ISSN: 1937- 8688, 2016.
24
ANEXOS
27