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Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia 14º SNHCT

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Academic year: 2021

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A tuberculose na historiografia: abordagens e novas propostas de pesquisa sobre a Liga

Paulista contra a Tuberculose e o Serviço Sanitário de São Paulo na luta contra a tísica

(1892-1917)

Sylvia Pinto Machado1

Este trabalho explora como a historiografia recente trata a tuberculose como objeto de estudo dentro do contexto paulista de finais do século XIX até os anos da década de 1910, período em que a doença tornou-se alvo de políticas de saúde e de debates científicos entre médicos e microbiologistas no estado de São Paulo. As obras escolhidas, em sua maioria, ao tratarem da formação de políticas voltadas para a tuberculose, não a fazem com grande aprofundamento, pois o objetivo principal dos trabalhos circundam várias temáticas da história da saúde pública paulista, colocando o combate à doença como uma problemática entre várias outras.

Entre as obras aqui abordadas e que discutem a formação das políticas saúde pública paulista2 estão “Poder e Saúde. As epidemias e a formação dos Serviços de Saúde em São Paulo” (1996), de Rodolfo Telarolli Jr.3

, onde o autor procura identificar quais eram as relações entre a formação do Serviço Sanitário de São Paulo com o conhecimento científico disponível sobre as patologias, as demandas da economia cafeeira e o estado republicano paulista na gestão da saúde pública; e “História sem fim... Inventário da saúde pública” (1993), de Maria Alice Ribeiro4, onde a historiadora associa o desenvolvimento da saúde pública ao avanço do capitalismo em São Paulo, relacionando a formação das políticas sanitárias voltadas ao controle das epidemias e a formação do mercado de trabalho e da urbanização paulistas. A tuberculose é apresentada nas obras como a doença de maior mortalidade em São Paulo à época, apesar de não ser alvo de políticas públicas.

Também uma obra que discute a formação de políticas públicas de saúde em São Paulo, porém numa perspectiva que difere das obras acima é “Tropeços da medicina bandeirante, medicina paulista entre 1892-1920” (2005), de André Mota, que insere as discussões suscitadas pela formação de políticas de saúde pública no contexto de

1

Mestranda em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) com orientação de Maria Amélia Mascarenhas Dantes. Mestrado financiado pelo CNPq.

2 A proposta de classificação das obras conforme sua temática geral está apresentada em RIBEIRO, M. A. R.

“Historiografia recente da História da Saúde Pública em São Paulo”. Boletim do Instituto de Saúde. Memória e História da Saúde em São Paulo, n. 38, p. 4-11, abr. 2006.

3O autor atualmente é livre-docente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP),

atuando nas áreas de Saúde Coletiva e História da Saúde Pública.

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desenvolvimento da medicina e da “identidade médica” paulista. A tuberculose insere-se brevemente aqui nas discussões sobre a formação desta identidade, através do estudo sobre o grupo beneficente, composto em sua maioria por médicos, “Liga Paulista contra a Tuberculose” e de sua atuação no combate a doença.

Outros dois trabalhos aqui abordados são voltados para construções biográficas de indivíduos relacionados à saúde pública, como em “República dos invisíveis: Emílio Ribas, microbiologia e saúde pública em São Paulo, 1898-1917” (2003), de Marta de Almeida5, que propõe enfoque sobre a atuação de Emilio Ribas6 na direção do Serviço Sanitário, privilegiando seu papel na institucionalização das ciências microbiológicas associado às complexidades histórico-sociais; e o texto “Guerra à peste branca. Clemente Ferreira e a ‘Liga Paulista contra a Tuberculose’. 1889-1947” (2008), de Ana Margarida Furtado Arruda Rosemberg7, que pretende estudar o engajamento de Clemente Ferreira8 no combate da tuberculose através de sua direção junto ao grupo beneficente “Liga Paulista contra a Tuberculose”. As abordagens voltadas para a doença nos dois trabalhos diferem, pois em “República dos Invisíveis (...)”, a autora se preocupa em expor as negociações entre Ribas e Ferreira em torno das responsabilidades de atuação na campanha contra a tuberculose em São Paulo no início do século XX, já em “Guerra à peste branca (...)”, a autora, além de abordar esta problemática, também aprofunda a análise sobre as discussões científicas e sociais provocadas pela doença.

A primeira obra a tratar a tuberculose em São Paulo como parte da História das Doenças foi “História social da tuberculose e do tuberculoso: 1900-1950” (2001), de Cláudio

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Atualmente é pesquisadora da Coordenação de História da Ciência no Museu de Astronomia e Ciências Afins - MAST/RJ e professora colaboradora do Programa de Pós Graduação em História da UNIRIO.

6 Emílio Marcondes Ribas (1862-1925) nasceu em Pindamonhangaba (SP) entre a classe dos cafeicultores.

Estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, concluiu o curso em 1887 e no ano posterior defendeu a tese Morte aparente dos recém-nascidos. Ao retornar a Pindamonhangaba, devido suas convicções políticas, participou da fundação do Clube Republicano, em 1888. Médico clínico, iniciou em 1895 sua carreira de inspetor sanitário na Inspetoria de Profilaxia de Moléstias Infecciosas do Serviço Sanitário do estado de São Paulo, combatendo moléstias no interior dos estado, sendo posteriormente indicado para chefiar a Comissão Sanitária de Campinas, em 1896, onde sua luta contra diversas doenças, principalmente a febre amarela, rendeu-lhe a nomeação de diretor-geral do Serviço Sanitário, cargo que ocupou entre 1898 e 1917 (ALMEIDA, 2003).

7 A autora é médica e ex-funcionária do Instituto Clemente Ferreira, em São Paulo.

8 Clemente Miguel da Cunha Ferreira (1857-1947) nasceu em Resende (RJ) de uma família de fazendeiros.

Diplomou-se médico pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde defendeu a tese Phthisica Pulmonar, em 1882. Recém-formado, foi assistente da clínica de moléstias infantis da Policlínica da antiga Corte, sendo que, ainda na década de 1880, assinou um ensaio que analisava as qualidades climatoterápicas de Campos do Jordão e as possibilidades de organização da luta contra a moléstia pulmonar. Mudou-se para São Paulo em 1896 e, em 1898, a convite de Emílio Ribas, entrou para o quadro médico do Serviço Sanitário assumindo a direção do consultório de lactantes do órgão, e, paralelamente, foi também incumbido de organizar uma entidade filantrópica de combate à tuberculose. Entre 1899 e 1945, foi presidente da Liga Paulista contra a Tuberculose (BERTOLLI, 2001).

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Bertolli Filho9, que pretende abordar a doença como um sujeito histórico, capaz de definir relações entre Estado e indivíduo. Na obra, o autor também pretende estudar as políticas de saúde existentes e direcionadas para a tuberculose em São Paulo no final do século XIX até os anos de 1910, e, ao fazê-lo, Cláudio Bertolli, assim como os outros autores mencionados, voltou-se para os documentos considerados “oficiais”, como leis e decretos, documentos originários da administração pública paulista e o material produzido pelo Serviço Sanitário, ou documentos que portem o discurso de autoridade médica, como as fontes geradas pela Liga Paulista contra a Tuberculose, pela Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, entre outros10, e, ainda que utilizem fontes similares, os trabalhos esboçam conclusões diversas sobre os fatores que envolveram a elaboração das tais políticas.

*A questão da tuberculose em São Paulo durante a Primeira República:

Os primeiros anos da República coincidiram com o início de um período de quinze anos de grandes epidemias de febre amarela no estado de São Paulo, afirma Rodolpho Tellarolli Jr. Segundo ele, a partir de 1889, a febre amarela passou a incidir regularmente em Santos e Campinas, se disseminando para o restante do estado, em ondas logo identificadas pela administração sanitária com a entrada de levas de imigrantes e com o transporte ferroviário (TELAROLLI JR, 1996 ).

Devido ao elevado número de óbitos, principalmente entre os imigrantes, e em resposta às necessidades do complexo cafeeiro, principal atividade econômica do estado de São Paulo em finais do século XIX e que não poderia sustentar-se por muito tempo em uma situação onde epidemias afetavam suas atividades em quase todas as etapas do processo produtivo, o combate à febre amarela se tornou uma das principais prioridades da administração paulista11 (TELAROLLI JR, 1996, p. 27-71).

Buscando implantação de medidas para o controle da salubridade no estado, em 1892, através da Lei Estadual n. 43, de 18 de julho, foi criado o Serviço Sanitário do Estado, com a finalidade de organizar o setor administrativo de saúde pública, o lançamento de campanhas sanitárias, a construção de espaços de produção científica e ações de intervenção estatal. O Serviço Sanitário foi um órgão subordinado à Secretaria de Negócios do Interior e teve como

9 O autor é atualmente é professor adjunto na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. 10

Ocasionalmente, os trabalhos utilizaram jornais como fontes, mas para brevemente endossar ou contrapor o discurso transmitido pelos grupos documentais indicados no texto.

11 Para Luiz Antônio de Castro Santos, o foco de combate eram as doenças epidêmicas e endêmicas, no geral,

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responsabilidade as questões de saúde pública de São Paulo por 47 anos, passando por diversas reformas administrativas ao longo de sua existência (ALMEIDA, 2003, p. 15). Através deste órgão, a ação pública procurou promover medidas necessárias ao controle das epidemias, através dos instrumentos e da tecnologia disponíveis à administração estadual.

Diferentemente de Telarolli, para Maria Alice Ribeiro, a partir dos anos finais da década de 1890 e na medida em que a febre amarela estava sendo controlada e seus índices de mortalidade decresciam, outras moléstias começaram a receber maior espaço nos relatórios anuais do Serviço Sanitário12. Segundo a historiadora, uma das doenças que mais se destacou nestes relatórios foi a tuberculose, considerada como uma das principais causas de morte por doença no estado de São Paulo, segundo as estatísticas demográfico-sanitárias do Serviço Sanitário, publicadas a partir de 1894. A autora, através da análise destes dados, propõe que, “[...] entre 1896 e 1927, a tuberculose foi responsável por 7 a 8% dos óbitos totais e, dentre as moléstias infectocontagiosas, foi a responsável por quase 50% dos óbitos” (RIBEIRO, 1993, p. 75). Entretanto, para Geraldo Alves (1999), os Anuários Demográficos produzidos pela Seção de Estatística Demógrafo-Sanitária do Serviço Sanitário, tinham a confiabilidade dos índices expostos contestada pelos médicos contemporâneos às publicações, sobretudo devido ao envio lacunar de dados à seção, principalmente do interior do estado, e também pelo pouco consenso entre os médicos na aplicação do diagnóstico para doenças variadas. No caso da tuberculose, o diagnóstico não era simples. A mesma poderia ser confundida com outras doenças do aparelho respiratório, enquanto o paciente não apresentasse o quadro avançado e característico da doença (magreza, febre, tosses e hemoptises), influenciando os números divulgados nos Anuários Demográficos (ALVES, 1999).

Entre os autores selecionados para esta proposta de trabalho e que mencionam a tuberculose como uma problemática histórica no contexto proposto por esta apresentação, existe um consenso de que a moléstia começou a ser foco de preocupações dos serviços de saúde paulistas somente no final do século XIX. Segundo estes autores, foi somente na administração de Emilio Ribas como diretor do Serviço Sanitário e com o engajamento de Clemente Ferreira na idealização de uma campanha antituberculose que a doença teria recebido maior atenção. Entretanto, as visões apresentadas pelos autores sobre a alteração de status da doença, de ignorada durante a administração do Serviço Sanitário dos médicos Sérgio de Paiva Meira (1889, junto à diretoria-geral da Inspetoria de Higiene da

12Sobre História da Saúde em São Paulo entre finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX

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1893) e Joaquim José da Silva Pinto Júnior (1893-1898), a uma das prioridades na saúde pública durante a administração de Ribas (1898-1917)13, foram variadas.

Rodolpho Telarolli defende que o controle da tuberculose não foi prioridade para o governo paulista nos primeiros anos da Primeira República, pois a mesma não impedia o trabalhador de exercer suas funções enquanto não estivesse em quadro mais avançado, não afetando de forma significativa o desenvolvimento dos processos produtivos do complexo cafeeiro, no campo ou na cidade. Para ele, a doença somente tornou-se alvo de políticas públicas quando o controle sobre a febre amarela, em finais da década de 1890, permitiu que as atenções fossem distribuídas para outras prioridades na saúde. (TELAROLLI JR, 1996, p. 53). Maria Alice Ribeiro, por sua vez, afirma que o Serviço Sanitário, desde o início de suas atividades, foi moderado com relação à tuberculose, se limitando a ações de desinfecção e isolamento de doentes, pouco envolvendo o Instituto Bacteriológico nos estudos científicos sobre a moléstia (RIBEIRO, 1993, p. 42). Para a autora, a campanha antituberculose em São Paulo foi encaminhada por uma ação quase individual de Clemente Ferreira, o qual fundou, em 1897, a Associação Paulista de Sanatórios Populares para Tuberculosos que, em 1902, teve seu nome alterado para Liga Paulista contra a Tuberculose14, que objetivava angariar doações para a construção de sanatórios populares e propaganda educacional sobre a tuberculose, além de auxiliar no tratamento do doente. Segundo Ribeiro, o Serviço Sanitário contribuiu com alguns recursos, mas pouco interferiu na campanha (RIBEIRO, 1993, p. 125-129)15.

Para Cláudio Bertolli, a peste branca era reconhecida como uma das patologias que mais ceifava vidas no espaço citadino, principalmente devido a existência das habitações coletivas e cortiços, oriundos de um intenso processo de urbanização e de aglomeração populacional na cidade de São Paulo iniciado em finais do século XIX e altamente criticadas pelos médicos paulistas devido a grande insalubridade destes espaços16. Porém o fato não foi suficiente para motivar os administradores do estado de São Paulo na Primeira República a elaborarem dispositivos de combate a uma moléstia que, se amplamente disseminada, ainda

13 Uma lista dos diretores do Serviço Sanitário pode ser encontrada em MASCARENHAS, 1949.

14 Cláudio Bertolli coloca a fundação da Associação em 1899 e a alteração de sua nomenclatura em 1903. André

Mota e Ana Margarida F. A. Rosemberg colocam a alteração do nome em 1900. Entretanto, em vários números da revista Defesa contra a Tísica, de publicação da associação paulista entre 1903 e 1914, e nos relatórios da mesma associação, existe a informação de que a Liga Paulista contra a Tuberculose foi criada em 1899 e no mesmo ano foi criada a Associação Paulista dos Sanatórios Populares para Tuberculosos, como um órgão subordinado à liga. De acordo com o relatório da liga paulista referente ao ano de 1909, o novo estatuto aprovado no ano anterior para a associação paulista fez com que a mesma alterasse sua denominação para Liga Paulista contra a Tuberculose.

15 Em seu texto, estes recursos não estão especificados.

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não dispunha de estratégias preventivas e curativas de aceitaçãogeral pela corporação médica. Assim, para Bertolli, diferentemente das demais enfermidades que assolavam as cidades, a tuberculose não contou com as atenções e os recursos oficiais, fazendo com que setores da sociedade paulista assumissem as tarefas de criação e de patrocínio das instituições, que tinham o objetivo de prevenir o contágio e amparar os tuberculosos pobres (BERTOLLI, 2001, p. 61).

Sobre a origem da Associação Paulista, Cláudio Bertolli afirma que ela foi resultado de uma primeira aproximação entre Emilio Ribas e Clemente Ferreira, através de suas sensibilidades pessoais com relação à moléstia. Emílio Ribas, enquanto diretor do Serviço Sanitário, reconhecia o avanço da mesma como um grave problema de saúde pública e convidou o médico carioca Clemente Ferreira, que havia publicado a tese Phthisica

Pulmonar, em 1882, para transferir-se para a cidade de São Paulo, integrar o corpo médico do

Serviço Sanitário e iniciar a primeira campanha nacional contra a moléstia de Koch. Para Bertolli, fruto dos esforços conjugados do funcionário e do diretor-geral do Serviço Sanitário, em 1899, surgiu a Associação Paulista de Sanatórios Populares para Tuberculosos (futura Liga Paulista contra Tuberculose), que teve Clemente Ferreira como único presidente até 1945 (BERTOLLI, 2001, p. 62).

Através da leitura bibliográfica, existem indicações de que haveria uma definição entre os dois órgãos, sobre quais ações de promoção ao combate à tuberculose caberiam a cada um deles. Cláudio Bertolli, Marta de Almeida e Maria Alice Ribeiro (BERTOLLI, 2001; ALMEIDA, 2003; RIBEIRO, 1993) concordam que ao Serviço Sanitário cabiam as desinfecções de domicílios, roupas e objetos, as instruções sanitárias e a construção da estrada de ferro que ligaria Pindamonhangaba a Campos do Jordão, melhorando o acesso a este distrito, considerado como o lugar ideal para a construção de sanatórios para doentes com tuberculose pulmonar devido à qualidade climatérica da região. À liga paulista, segundo os três autores citados anteriormente e também conforme proposto por Ana Margarida Rosemberg (2008), competia a divulgação profilática, através da fixação de cartazes e distribuição de panfletos em espaços públicos, e a administração do Dispensário Clemente Ferreira17, inaugurado em 1904 e localizado primeiramente à Rua Líbero Badaró, depois

17 Sobre os serviços prestados no dispensário, André Mota afirma que envolviam identificação do doente,

fornecimento de informações sobre a doença, distribuição de escarradeiras, doação de medicamentos e dinheiro para o tratamento, conforme a assiduidade e responsabilidade do doente com relação ao seu próprio tratamento, suas condições familiares e chances de continuidade ou retorno ao mundo do trabalho (MOTA, 2005, p. 158-159).

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transferido para novo prédio construído à Rua da Consolação, em 1913, ambos locais no centro da cidade de São Paulo.

Almeida acrescenta que, como a ação combativa contra a tuberculose não obedecia a medidas específicas e nem consensuais no meio médico18, ao contrário do que foi a experiência do Serviço Sanitário no controle da febre amarela ou da varíola durante o século XIX e início do século XX, acreditava-se que o combate à tuberculose exigia formas diferenciadas de ação. No caso, a maior ênfase de combate foi colocada na divulgação intensa das medidas profiláticas para a moléstia, ação esta que foi promovida pela Liga Paulista contra a Tuberculose, o que acabou por provocar certo afastamento do Serviço Sanitário no controle da doença (ALMEIDA, 2003, p. 172).

No entanto, apesar da constante afirmação dos autores aqui abordados sobre a relativa ausência do órgão público de saúde do estado de São Paulo com relação ao combate à tuberculose, percebe-se através das fontes utilizadas por esta bibliografia, que o Serviço Sanitário teve, sim, importantes atribuições e responsabilidades com relação ao combate à tuberculose de finais do século XIX até os anos da década de 1910, não confiando o encargo do combate em sua quase totalidade à associação e liga paulistas. Considera-se, então, que os poucos estudos realizados não esclarecem como a dinâmica entre os dois órgãos ocorreu e abordam, de forma relativamente superficial, as funções desempenhadas pelo Serviço Sanitário na luta contra a tuberculose em São Paulo.

*Fontes similares, outras abordagens: uma proposta de revisão historiográfica:

Através do uso da documentação proveniente do Serviço Sanitário do Estado e da Liga Paulista contra a Tuberculose, temos indícios que permitem repensar a atuação “distanciada” do Serviço Sanitário no combate à tuberculose, colaborando para a discussão com os trabalhos abordados aqui.

No caso dos relatórios produzidos pelo Serviço Sanitário19 existem informações a respeito das desinfecções de locais contaminados pela tuberculose e realizadas pelo Serviço de Desinfecção e também sobre a verificação e controle da salubridade de moradias coletivas pela Inspetoria Sanitária. Já nos relatórios do Instituto Butantan, há dados sobre a produção de

18 Uma das polêmicas entorno da tuberculose no início do século XX foi sobre a possibilidade da transmissão do

bacilo de Koch identificado em bovinos para humanos. Um breve relato destas discussões consta em ANTUNES, J. L. F. et al. Tuberculose e leite: elementos para a história de uma polêmica. Revista História,

Ciência e Saúde – Manguinhos. v. 9, n. 3, p. 609-623, set./dez. 2002.

19 Os relatórios anuais do Serviço Sanitário contém a versão sintetizada dos relatórios de cada uma de suas

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tuberculina e pesquisa em tuberculose pelo instituto, e nos relatórios do Laboratório Farmacêutico do Serviço Sanitário, estão relacionados o envio de “fórmulas” ao Dispensário Clemente Ferreira. Finalmente, nos relatórios do Instituto Bacteriológico publicados na “Revista Médica de São Paulo: jornal pratico de medicina, cirurgia e hygiene”, estão relacionadas a análise de escarros para verificação da tuberculose e a autópsia de corpos para o diagnóstico da doença.

De acordo com os relatórios anuais publicados pelo Instituto Butantan20, a tuberculina produzida pelo instituto teve sua fabricação iniciada em 1907 pelo farmacêutico Bruno Rangel Pestana21 e, durante os anos que abarcam o contexto desta apresentação, lotes de tuberculina de origem bovina e humana foram distribuídos para diferentes instituições, como a Santa Casa de Misericórdia, repartições do Serviço Sanitário, e também para clínicos paulistas. O Dispensário Clemente Ferreira figura nos relatórios como um dos principais recebedores da tuberculina líquida produzida pelo Butantan. No relatório do Instituto Butantan referente ao ano de 1914 é mencionado também o auxílio por parte dos pesquisadores do instituto na montagem do laboratório do dispensário construído à rua da Consolação, o que, segundo o relatório, não fez cessar a demanda pela tuberculina do Butantan àquele estabelecimento. No tocante às pesquisas, o instituto iniciou também em 1907 os estudos sobre a natureza do Microbacterium tuberculosis, buscando desenvolver terapias para o tratamento da doença. Entretanto, os relatórios anuais deste instituto entre os anos de 1907 e 1917 não fornecem de forma sistemática detalhes a respeito da produção e distribuição anual da tuberculina, nem mesmo sobre as pesquisas referentes ao agente da tuberculose. Para isso, o material gerado pelas atividades de Rangel Pestana necessita ser localizado.

20 O Instituto Butantan foi criado em 1899 como um laboratório dentro do Instituto Bacteriológico, tinha por

missão primordial produzir soro contra a peste bubônica que havia chegado à cidade de Santos. Em 1901, o decreto no. 878-A transformou-o em uma instituição autônoma com o nome de Instituto Serumtherápico do Estado de São Paulo, sob a direção de Vital Brazil, que, além da produção do soro antipestoso, também desenvolveu pesquisas sobre serpentes e venenos, visando à obtenção de soros antiofídicos. (FERNANDES; SENNE & MACHADO, 1912). Conforme os relatórios anuais deste instituto, o mesmo passou a produzir tuberculina a partir de 1907.

21 Bruno Rangel Pestana nasceu em São Paulo em 15 de setembro de 1881. Diplomou-se em 1902 pela

Faculdade de Farmácia, anexa a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Cinco anos mais tarde integrou o quadro técnico do antigo Instituto Serumtherápico. ARQUIVO HISTÓRICO DE SÃO PAULO. História das

ruas de São Paulo. Disponível em:

<http://www.dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/ListaLogradouro.aspx>. Acesso em: 30/07/2014.

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Com relação ao envio de fórmulas produzidas pelo Laboratório Farmacêutico22 ao Dispensário Clemente Ferreira a partir de 1906, ainda não foram identificados dados precisos a respeito de quais produtos eram entregues ao dispensário, somente temos conhecimento, através dos relatórios do laboratório23, sobre o valor total do material enviado. Em 1906, este valor totaliza 221$000, já em 1917, a quantia é de 13:810$900. Não podemos, entretanto, afirmar que o aumento do valor é um reflexo da importância adquirida pelo dispensário na atuação contra a tuberculose. Nosso desconhecimento acerca do real custo dos fármacos àquele tempo também nos impede de considerar que um possível encarecimento da matéria prima para a confecção destes produtos tenha influenciado os números expostos24. Apesar da dúvida, sabe-se que o Laboratório Farmacêutico do Serviço Sanitário foi o maior fornecedor de fórmulas ao Dispensário Clemente Ferreira a partir de 1909, conforme foi divulgado nos relatórios da associação e liga paulistas referente aos anos 1903 à 1917.

Com relação ao trabalho feito pelo Instituto Bacteriológico25, os relatórios do órgão publicados na “Revista Médica de São Paulo: jornal pratico de medicina, cirurgia e hygiene”26

revelam que as pesquisas sobre a tuberculose também faziam parte de sua rotina. No primeiro ano da revista, onde foi publicado o relatório de 1897, consta que o instituto promovia análise de escarros buscando o Mycrobacterium tuberculosis para atender uma demanda externa ao instituto. O relatório de 1912 publicado na Revista Médica (...) de 1913, cita pedidos feitos pelo Hospital da Força Pública, o Hospital de Isolamento do Serviço Sanitário e a Policlínica de São Paulo, também mencionando que estes pedidos eram feitos por clínicos, particulares e inspetores sanitários do Serviço Sanitário (MEYER, 1913, p. 58). O Instituto Bacteriológico igualmente realizava autópsias para estudar a manifestação, em indivíduos, da tuberculose não

22 Regulamentado pelo Decreto n. 157, de 28 de fevereiro de 1893, o Laboratório Farmacêutico do Estado

deveria, entre outras coisas, preparar e fornecer medicamentos às enfermarias dos estabelecimentos custeados pelo Estado e preparar ambulâncias para serviços de socorros públicos.

23

Relatórios do Labotarorio Pharmaceutico do Estado de São Paulo. 1895-1917. Acervo Arquivo do Estado de São Paulo.

24 Sobre a institucionalização da profissão farmacêutica e suas discussões, consultar: ALVES, O. S.

F. Farmacêuticos diplomados e algumas estratégias de institucionalização da farmácia em São Paulo

(1892-1934). 2011. Dissertação (Mestrado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

25 O Laboratório de Bacteriologia do Estado de São Paulo foi previsto pela lei estadual n. 43, de 18/07/1892, que

organizou o Serviço Sanitário do Estado de São Paulo. O seu primeiro regulamento, aprovado em 1893, estipulou que ele ficasse subordinado à Secretaria do Interior, sendo supervisionado e fiscalizado pela Diretoria de Higiene, tendo como fim o estudo de microscopia e microbiologia em geral, o estudo da etiologia das epidemias, endemias e epizootias mais frequentes, e também o preparo, acondicionamento e remessa dos produtos necessários à vacinação preventiva e aplicações terapêuticas. FIOCRUZ (Casa de Oswaldo Cruz). Dicionário histórico-biográfico das ciências da saúde no Brasil, 1832-1930. Disponível em: http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/scripts/. Acesso em: 27/07/2014.

26 A revista foi publicada entre os anos 1898 e 1914. Seus fundadores foram os médicos Victor Godinho e Arthur

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pulmonar e promovia pesquisas sobre a tuberculose bovina e sua transmissibilidade ao homem.

Mas, apesar de conterem informações importantes a respeito da formação da saúde pública em São Paulo, as fontes provenientes do Instituto Bacteriológico encontram-se incompletas. A publicação dos relatórios do Instituto Bacteriológico na Revista Médica (...) não foi regular. Mesmo nos relatórios do Serviço Sanitário, o espaço reservado para o relato dos trabalhos do instituto é bastante reduzido. Mas isto não desqualifica as informações que possuímos a respeito do órgão de pesquisas em questão, pois elas ainda auxiliam a compreensão de como os serviços públicos de saúde paulistas estavam engajados no combate à doença, do mesmo modo que demonstram os esforços para a construção do conhecimento científico sobre o bacilo pelos bacteriologistas paulistas.

Sobre as desinfecções e a fiscalização das moradias mencionadas anteriormente, as principais fontes são os relatórios do Serviço Sanitário, que citam a ocorrência frequente das desinfecções e das intervenções feitas pelos inspetores sanitários27 que, juntamente ao trabalho de educação profilática popular promovida pela liga paulista eram consideradas como as principais ações para o controle da tísica28.

A partir dos relatórios de 1904, a Associação Paulista de Sanatórios Populares para Tuberculosos é lembrada por seus trabalhos, no que se refere à administração do dispensário, as instruções sobre a doença divulgadas para a população e por comunicar ao Serviço Sanitário quando ocorria a mudança de residência realizada por algum doente frequentador do dispensário, para que a moradia fosse desinfetada. Na revista publicada pela associação paulista, a “Defesa contra a Tísica” 29, existem referencias do envio destas informações ao Serviço Sanitário com o respectivo pedido de desinfecção. De acordo com a revista, o mesmo pedido era feito em caso de óbito do paciente tratado pelo dispensário30.

Infelizmente, ainda não foram localizados os relatórios do Serviço Sanitário de 1898 a 1904, que coincidem com os primeiros anos de ação da associação e da liga paulistas e que poderiam revelar como os órgãos público e privado se coordenaram nestes primeiros anos

27 Das responsabilidades do inspetor sanitário, consultar SÃO PAULO (estado). Decreto n. 394, de 7 de outubro

de 1896. Approva o regulamento do Serviço Sanitário. In: REIS, C (org.). Repertorio da Legislação sobre o Serviço Sanitario do Estado de São Paulo. São Paulo: Typographia do ‘Diario Official’, 1907.

28 Relatório do Serviço Sanitário do Estado, 1905, p.11-15. Acervo Museu de Saúde Pública “Emílio Ribas”. 29 Publicada entre 1902 e 1914 e distribuída gratuitamente entre os membros da liga paulista, escolas públicas,

sociedades beneficentes e de auxílios mútuos, repartições estaduais, federais e municipais, a revista procurava informar os seus leitores sobre os recursos científicos disponíveis para o controle da tuberculose, seu tratamento e os esforços da associação para a luta contra a doença.

30 O DISPENSARIO Clemente Ferreira durante o anno de 1910. Revista Defesa contra a tísica. São Paulo, ano

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conjuntos de “luta contra a tuberculose”. Para os anos seguintes, temos informações mais consideráveis sobre a dinâmica e os entendimentos entre estes órgãos através dos relatórios e revistas apresentados aqui e também através de outras fontes como os Relatórios da Secretaria de Negócios do Interior, as instruções sanitárias voltadas para a tuberculose – pequenos livretos publicados e distribuídos pelo Serviço Sanitário, o Anuário Demográfico da Seção de Estatística Demógrafo-Sanitária do Serviço Sanitário, os acervos da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, entre outros, que podem contribuir também para a compreensão mais ampla sobre a formação de políticas de saúde voltadas para a tuberculose.

Através do exposto, pretendeu-se demonstrar que a história da tuberculose em São Paulo durante a Primeira República, principalmente no tocante às políticas de saúde desenvolvidas para o controle da doença, ainda é pouco desenvolvida. As obras mais recentes, ao abordarem o tema, não dão conta de sua complexidade, não explorando a fundo como se articularam órgãos públicos e privados no combate à tuberculose, quais eram os interesses envolvidos na escolha de ações para o enfrentamento da doença e, principalmente, qual era o lugar do doente dentro de todos estes arranjos. A ausência de novos trabalhos históricos sobre a tísica, os questionamentos suscitados por ela, somados ao volume documental existente, acaba por transformar a História da tuberculose em um campo farto para investigações.

Acervos:

- Arquivo Público do Estado de São Paulo:

- Instituto Butantan (acervos Núcleo de Documentação, Museu de Saúde Pública “Emílio Ribas” e biblioteca)

- Instituto Clemente Ferreira.

Fontes e textos de época:

Relatórios do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo

Relatórios do Labotarorio Pharmaceutico do Estado de São Paulo. Relatórios Anuais do Instituto Butantan.

Relatórios da Associação Paulista de Sanatórios Populares para Tuberculosos. Revista Médica de São Paulo: jornal pratico de medicina, cirurgia e hygiene.

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Revista Defesa contra a tísica.

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O DISPENSARIO Clemente Ferreira durante o anno de 1910. Revista Defesa contra a tísica. São Paulo, ano 10, n. 1, p. 14, jan./jun. 1911.

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Bibliografia:

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Referências

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