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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E A IMPORTÂNCIA DOS ESTÁGIOS: NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA?

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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E A IMPORTÂNCIA DOS ESTÁGIOS: NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA?

Fabiane Lopes de Oliveira RESUMO

O curso de formação de professores apresenta viéses teóricos, que focalizam o olhar docente, bem como práticos, configurado nos estágios obrigatórios, que transpõem a teoria para a prática educativa. Contudo, a construção do modelo de professor não é uma tarefa fácil. Há que se ter alguns aspectos presentes na formação, que traduzam a forma de se configurar em um ser professor. Nesta perscpectiva, o objetivo desse trabalho está em compor o profissional da educação, que atuará na educação infantil, por meio da prática educativa e da base teórica a que se apresenta. Tais questões dizem respeito à percepção de que o estágio obrigatório é um momento de aprendizagem, baseado em aprendizagens experenciais. A aprendizagem proporcionada no campo de estágio está calcada na hipótese da ação e no enfrentamento de situações de forma direta e incisiva. Na visão de autores como Pimenta & Lima (2008), infere-se a importância da formação do profissional, quando se trata de um profissional da educação. Nessa perspectiva, o estágio proposto, de forma embrionária, curso de Pedagogia de uma instituição de esnino superior, permea tais questões, sobre a atuação dos discentes, incentivando atitudes que extrapolem os muros da universidade e que possam estar à serviço da comunidade educativa, à formação humana e profissional dos estudantes. As vivências proporcionadas no estágio têm se mostrado motivadoras, com o envolvimento dos estudantes, oportunizando a reflexão sobre a prática docente, aspecto significativo para a sua concepção de profissional.Desta forma, a pesquisa é focada na formação dos estudantes e tem sido o diferencial deste estágio, constribuindo na formação de profissionais comprometidos com a realidade educacional, urgente na sociedade atual. Esta proposta está consolidade e busca produzir resultados significativos na realidade educativa. É um diferencial na formação de futuros profissionais da educação.

Palavras-chave: Formação de professores. Estágio. Educação Infantil.

Introdução

Para que o desenvolvimento de um estágio contribua na formação dos profissionais da educação, deve- se levar em consideração alguns aspectos: a reflexão das ações observadas e planejadas; a observação da realidade e do espaço educativo; a importância do planejamento e realização de aula(s); o conhecimento e amadurecimento da profissionalização, a partir da realidade vivenciada. Tais questões corroboram para que o estudante possa desevolver-se como profissional e dessa forma compreenda a importância do papel social ao qual está sendo formando, ao ser um agente da educação.

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A formação de professores é um assunto instigante, pois na sociedade atual há urgência no fortalecimento da profissão docente, principalmente no que diz respeito ao profissional que atua na educação infantil.

Diante de tal constatação, faz-se necessário ancorarmos emGarcia (1999) que afirma que a formação está vinculada com a competência profissional que, de certa maneira, faz da formação uma justaposição entre o que fazer e o como fazer. Esse olhar sobre a ação oferece um ponto de reflexão e aprimoramento nas ações do professor, promovendo uma mudança significativa.

Na visão de Alarcão (2001), a questão da escola se tornar um espaço de reflexão e esta mesma ser reflexiva é de suma importância. A mesma autora destaca que a escola reflexiva é uma escola inovadora, que pensa a partir de si e transforma-se. Essa reflexão vem sendo galgada a partir de alguns pontos importantes, quer sejam: a participação de pessoas; um projeto próprio – e por isso mesmo diferenciado; uma ação refletida – que proporciona uma mudança significativa de papéis e posturas adotadas no espaço educativo.

O cenário educacional aos poucos se modifica, mas tal transformação está atrelada à inserção de profissionais comprometidos na educação infantil, focando-se em aspectos formativo e educacional e não meramente assistencialistas, que se configurou ao longo da evolução histórica.

A formação de professores e a necessidade da prática

A clareza das ações sobre a formação de professores que atuarão na educação infantil, neste momento em que a evolução se fez presente na inserção deste nível de ensino no ambiente educativo, pode ter o intuito de demonstrar, pelo menos na realidade brasileira, a relação da mesma evolução na formação dos profissionais que trabalham com outros segmentos.

Portanto, o que é necessário trazer para a reflexão, por hora, é a formação destes profissionais que atuarão diretamente com as crianças de 0 a 5 anos. Roldão (2010) contribui com este aspecto, quando destaca a discrepância da realidade prática e da vertente acadêmica, na qual os docentes, que efetivamente estão na prática, se distanciam das teorias, acreditando que tais teorias pouco podem dar respostas à suas urgências vivenciadas em sala de aula. É comum ouvir nos cursos de formação de professores que na teoria tudo funciona e que na prática tudo se torna diferente,

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referenciando Pimenta (2008, p.37). É mister a interconexão destas duas vertentes, a da escola com a universidade, pois uma não poderá se efetivar sem a outra.

Ainda como consequência de uma realidade presente e preocupante, segundo Ens, Gisi e Eyng (2010, p. 47)

Constata-se que a formação inicial do professor em cursos de educação superior exigida pela legislação não foi ainda atendida. Motivo pelo qual se exige a efetivação de propostas de formação inicial [...] que viabilizem o desenvolvimento profissional do professor.

As autoras demonstram, de forma contundente, que tal formação é posta em questão, visto que, como já mencionado anteriormente, muitos profissionais nem sequer têm a formação básica completa, em andamento ou finalizada e atuam com total liberdade, sem se preocuparem com o que está sendo efetivamente feito com os alunos.

Tal formação precisa ir além da teoria presente na obra de pesquisadores. Ela necessita partir para o envolvimento, que subsidia a organização, reflexão sobre a prática pedagógica e a busca de respostas às suas dificuldades.

O contexto da atuação docente abrange todos os níveis de ensino, e também os profissionais que atuarão na educação infantil. Assim torna-se urgente propor novas modalidades na formação inicial, visto que, com a inserção de diferentes propostas para o ensino, é possível quebrar barreiras, proporcionando aos profissionais uma maior imersão dos aspectos teóricos e práticos, trazendo a mudança de grande magnitude para a sua formação e atuação profissionais.

Vê-se portanto, como esse profissional precisa ter experiência e vivência que consubstanciem sua prática, de tal forma que ele “forma-se nessa dinâmica de relações, interações, mediações e proposições, e a identidade que ele construirá está vinculada a esses contextos socializadores, a esses modos de ser e estar na profissão.” (GOMES, 2009, p.41).

Nesse sentido, corrobora-se a importância não só da formação teórico práticado profissional professor que atuará na educação infantil, bem como o conhecimento da legislação, currículo, avaliação, estratégias metodológicas. Neste recorte, será abrangido o estágio, presente na formação, como articulador da teoria com a prática docente e dentro dele aspectos relacionados às expectiativas iniciais e apontamentos após a vivência do estágio supervisionado obrigatório.

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O estágio como metodologia de pesquisa

O estágio é uma excelente oportunidade de fazer a conexão da teoria e da prática. Engana-se quem pensa que o estágio é um momento avulso, descontextualizado, fora do ambinete da universidade. Esse momento formativo porporciona a interação da teoria, tão amplamente divulgada pela universidade, com a prática docente, permitindo que os estudantes vivenciem o que leem e busquem suas dúvidas em materiais teóricos, tendo como ponto de partida a prática observada e intervida.

Compuseram a pesquisa estudantes em formação que foram convidados para a participação de um grupo focal, para que fossem estabelecidas as intenções e reais necessidades da formação continuada em serviço.

Como elementos da pesquisa, a carcaterização da turma de estudantes acompanhada é de 36 discentes, sendo que a metade deste número de estudantes realizou o estágio em escola pública e a outra metade, na escola privada.

Os estudantes, na sua grande maioria, não tinham experiência como docentes em quaisquer níveis de ensino antes de realizar o estágio curricular na formação inicial. Os materiais de recolha de dados foram: expectativas iniciais sobre a prática docente; acompanhamento teórico-prático; diário de bordo; grupo focal; questionário sobre a experiência da prática e intervenção docente. Aqui serão abordados dois aspectos: as expectativas iniciais e o grupo focal.

Quanto às expectativas iniciais, obteve-se a participação da totalidade da turma, que iria começar o estágio obrigatório de formação de professores na educação infantil. Podemos observar, nas falas de alguns participantes, uma forte dúvida sobre a sua atuação, pela falta de experiência no segmento de ensino, conforme transcrito abaixo.

Espero que consiga ter a atenção dos alunos (A3);

Será que conseguirei dar aula para crianças pequenas?(A7); Não sei se gosto de crianças pequenas(A 13);

Dar aula e brincar é a mesma coisa? (A 30);

Como terei a atenção dos alunos? Terei domínio da turma?(A 34) (Fonte: A autora, 2015.)

Com o intuito de corroborar com o olhar acerca do estágio e sua contribuição teórico-prática, pode-se observar, na transcrição abaixo, alguns apontamentos, na participação no grupo focal. Houve a participação de 12 discentes. A seguir, destaca-se algumas falas que chamam a atenção:

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O estágio é essencial [na formação].. É fácil ler e ter a visão teórica, mas no estágio há olhar da realidade (A 10);

A teoria não me deu base e segurança para a prática(A8);

Não tinha inspiração para estudar. O Estágio foi fundamental para isso(A4) (Fonte: A autora, 2015.)

É perceptível que há uma grande mudança no olhar, na postura e nas dimensões teóricas e práticas dos estudantes ao se depararem com a realidade escolar. Os estudantes conseguem apropriar-se de posturas, visões e concepções quando se configuram em professores e vivenciam o papel de protagonsitas educacionais.

Considerações Finais

A ação reflexiva do professor permite que ele avalie seu próprio trabalho, atuando como agente ativo que participa das discussões e da produção de novos saberes, deixando de lado a condição de técnico que apenas toma conhecimento do que foi produzido por especialistas e o repassa ao seu aluno sem questionar sua validade. O profissional do futuro terá como principal tarefa aprender. Para executar tarefas repetitivas existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser criativo, imaginativo e inovador.

Referências

ALARCÃO, Isabel (org.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.

GARCIA, Carlos Marcelo. Formação de professores: para uma mudança educativa. Lisboa: Porto Editora, 1999.

GISI, M. L. ; ENS, Romilda Teodora ; EYNG, Ana Maria . Políticas Educacionais e a

Representação de Estudantes de Pedagogia sobre o que é um Bom Professor.

Educação, Sociedade & Culturas , v. 31, p. 51-65, 2010.

GOMES, Marineide de Oliveira. Formação de professores na Educação Infantil. São Paulo: Cortez, 2009.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria do Socorro Lucea. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2008.

ROLDÃO, Maria do Céu. Construção de planos individuais de trabalho e

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Referências

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