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Academic year: 2021

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Senhoras e Senhores:

As nações avançadas são reconhecidas pelo grande vigor de sua

engenharia, tecnologia e ciência. São civilizações científico-tecnológicas, cujo progresso e poder resultam de uma formidável e incessante criação de produtos e serviços novos. Que se distribuem por todos os recantos da Terra. Inclusive já se transbordando pelo sistema solar. Realizações que, determinam os rumos da civilização, e que conferem a estas nações uma dianteira, rapidamente crescente, sobre as demais.

E onde encontramos as Academias de Engenharia, colaborando

ativamente com os governos, como assessoras e conselheiras estratégicas. Tratando de seus grandes temas, relacionados com a engenharia e a

tecnologia. E na atualidade crescentemente preocupadas com a preservação do planeta para as futuras gerações. Possivelmente a questão ética maior da humanidade.

E é neste contexto, com esta consciência, e objetivos, que se define a Academia Nacional de Engenharia. Fundamentada numa elite de engenheiros, cientistas, matemáticos, físicos, químicos, e geólogos.

Eleitos dentre os de mais elevado mérito, via rigoroso processo, que por consequência, confere ao ingresso na Academia a condição de uma grande honra e grande privilégio.

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2 Mas, a semelhança de suas congêneres das nações avançadas, a ANE não é uma entidade honorifica, mas um organismo de ação.

Cujo espaço de próprio de atuação, junto às esferas superiores do governo, entretanto, encontrava-se ocupado por interesses ilegítimos. Que, inclusive, manipulavam, em benefício próprio, grandes

empreendimentos de engenharia, com incalculáveis prejuízos para todo o país.

Interesses que, entretanto, estão sendo desarticulados, liberando espaços para novas influências. Algumas, entretanto, adversas ao país. E que

exigem pronta reação da sociedade e da Academia em particular.

Dentre elas a recomendação da substituição de empresas Brasileiras, por estrangeiras, na execução de nossos grandes projetos de engenharia, apresentada como solução para problemas de fato já resolvidos nas esferas apropriadas.

Medida nefasta que destruiria a indústria da construção pesada nacional cedendo ao exterior um mercado de dimensões continentais. Liquidando, vastos reservatórios de competência e experiência, base de uma invejável capacidade de realizar grandes projetos, que poucos países detêm.

Acumulada ao longo de nossa historia, através da execução de obras de escala incomum, que facultaram a elevação do Brasil de posição

inexpressiva, a sétima economia do planeta, em pouco mais de meio século.

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3 Grandes obras, cujas demandas, dirigidas ao mercado interno, deram

origem a inúmeras empresas de consultoria, escolas de engenharia, laboratórios, centros de pesquisa. Indústrias e mercados. Gerando um efeito cascata beneficiando todas as regiões, a sociedade e a economia do país. Conferindo caráter estratégico a toda esta questão.

No mesmo diapasão, também a guisa de correção para assuntos das

esferas política e judicial, estão em marcha, na área do petróleo, medidas lesivas aos interesses maiores do país, como a transferências de jazidas para o exterior, e redução da participação da indústria brasileira na sua exploração. Iniciativas que, em nome da solução de questões de curto prazo, enfraquecem o objetivo estratégico, precípuo, maior, da exploração de nossos recursos naturais: a sua conversão em capital físico, intelectual e humano.

Movimentos anti-brasil, entretanto, com grande possibilidade de sucesso. Como o demonstra claramente a recente transferência para o exterior de boa parte da maior mineradora do planeta, com suas vastas jazidas,

sistemas de transporte, instalações e mercados. Terminando-se sua missão crucial de conversora de capital natural (esgotável) nas demais formas (permanentes).

São ações fortemente lesivas ao país. E rigorosamente em linha com a política recomendada por George Kennan, um dos mais respeitados estrategistas americanos que, sem rodeios, assim pontificava:

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4 “a população da America Latina se ilude, ao supor que deva ser a primeira beneficiária de seus recursos naturais, e que deva se industrializar”.

“Em contraste, o racionalismo econômico dita, que os primeiros beneficiários devam ser os investidores dos Estados Unidos. E que a America Latina preencha funções de serviço. Contendo-se de um desenvolvimento industrial excessivo”.

Contrapondo-se, entretanto, a visão de inúmeros estadistas e intelectuais, do porte de Getulio Vargas, Albuquerque Lima, Monteiro Lobato, Paul Krugman (prêmio Nobel de economia), James Madison (este inclusive, um dos founding fathers dos USA).

Para os quais a conversão de capital natural nas demais formas, constitui uma das mais importantes, e estratégicas, rotas para o desenvolvimento, redução de desigualdades e de pobreza, das nações.

Política seguida, na atualidade, tanto por nações tradicionais como a Noruega, como pela neófita Namíbia.

Cabendo sempre lembrar que o desenvolvimento das nações, depende da forma com como engajam seu passado, pois a memória, ou amnésia, histórica nacional tem consequências políticas concretas.

Estas questões são aqui apresentadas, com o propósito de:

Ilustrar o pesado jogo de forças que determina a prosperidade ou pobreza das nações.

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5 Ilustrar o papel central exercido neste jogo pelos engenheiros.

Ilustrar o nível estratégico, nada trivial, próprio de atuação da Academia Nacional de Engenharia e de suas congêneres das nações avançadas.

E por serem da máxima importância, e urgência para o país.

A ANE conhece o extraordinário potencial do país. E tem propostas para dinamiza-lo. Abrangendo os muitos campos da engenharia. E esta pronta para o desempenho de suas missões, apoiada nas altas qualificações, e no interesse pelo país, de seus quase duzentos membros.

E é com este espírito, que apresentamos aos nossos novos Membros e a suas distintas famílias, nossas boas vindas, e calorosas congratulações.

Muito obrigado a todos pela atenção.

Rio 24 de novembro de 2016 Acad. Paulo Augusto Vivacqua Presidente da Academia Nacional de Engenharia

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