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Jonatas Pereira de Lima (1); Maria de Fátima Camarotti (2) Universidade Federal da Paraíba

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Academic year: 2021

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ENSINO DE CIÊNCIAS: O USO DE METODOLOGIAS

DIVERSIFICADAS PARA O ENSINO, SENSIBILIZAÇÃO E

PREVENÇÃO DA ANCILOSTOMÍASE E ASCARIDÍASE EM UMA

ESCOLA DA REDE PÚBLICA DE JOÃO PESSOA, PB

Jonatas Pereira de Lima (1); Maria de Fátima Camarotti (2) Universidade Federal da Paraíba jonataspbio@gmail.com

Introdução

O aumento das parasitoses intestinais representa um grave problema de saúde pública em diversos países, especialmente em países que estão desenvolvimento. O fato é que os maiores casos ocorrem na população com níveis socioeconômicos mais baixos e péssimas condições sanitárias. Recentemente, nos últimos 50 anos, foi observado que apesar dos grandes avanços médicos e tecnológicos, ocorreu reduções pouco significativas na prevalência das parasitoses humanas (ZEIBIG, 2014; MACHADO, 1999; FONTBONNE, 2001).

A ocorrência das parasitoses humanas intestinais atinge especialmente as crianças em idade escolar e consiste em um fator agravante da subnutrição e graças à falta de hábitos de higiene e informações, acabam se tornando alvos fáceis. Além disso, quando expostas a ambientes favoráveis para a proliferação dos parasitas , surge outro fator que pode desencadear diversos problemas de saúde e, sobretudo o baixo nível de rendimento nas atividades escolares (LUDWIG et al; 1999).

A educação pode influenciar a saúde no ambiente escolar, utilizando temáticas como a contaminação por parasitoses humanas e assim proporcionar aos alunos conhecimento a respeito destas doenças, sendo possível que ocorra a prevenção e consequentemente uma redução significativa nos números de infecções. Porém, para haver a redução das infecções e um controle expressivo das parasitoses humanas, é importante que as atitudes educativas estejam integradas a um processo contínuo de educação (BOEIRA, 2010).

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É crescente a dificuldade encontrada por parte dos professores para conseguir chamar a atenção dos alunos para os conteúdos de Ciências e Biologia em sala de aula. É notável que muitos professores ainda optem pelo ensino tradicional, onde a aula é centrada no professor e o aluno desempenha o papel de sujeito passivo. Quando não ocorre uma aproximação com a realidade do aluno e as estratégias metodológicas utilizadas pelo professor não apresenta um significado para o aluno, não é possível existir uma aprendizagem significativa (ARAÚJO, 2011; PEREIRA, 2009).

Baseando-se nos pontos acima tratados, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver estratégias metodológicas diversificadas para a prevenção das enteroparasitoses, com ênfase na Ascaridíase e Ancilostomíase e assim promover a participação ativa dos alunos para prática de atitudes saudáveis com a possibilidade de serem multiplicadores do conhecimento adquirido.

Metodologia

A realização dessa pesquisa está pautada em uma abordagem qualitativa e de acordo com Goldenberg (1997), na pesquisa qualitativa, o pesquisador desempenha diversas funções ao mesmo tempo, fazendo o papel de sujeito e objeto da pesquisa. A pesquisa qualitativa preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais.

O estudo foi realizado em duas turmas do 6º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lions Tambaú, João Pessoa, PB com o público alvo de cerca de 50 alunos da faixa etária de 10 a 12 anos. O trabalho foi desenvolvido no mês de novembro de 2014 e foi dividido da seguinte maneira, no dia 10 de novembro de 2014, foi trabalhada a doença Ascaridíase e no dia 13 de novembro de 2014, foi trabalhada a doença Ancilostomíase com a utilização de diferentes estratégias metodológicas.

Para trabalhar a doença Ascaridíase e Ancilostomíase foram utilizado slide PowerPoint com diversas imagens ilustrativas para demonstrar as características especificas dos vermes. Após a realização da aula expositiva dialogada, como forma de revisar o conteúdo trabalhado e fixar melhor o ciclo biológico do Ascaris lumbricoides,

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foi utilizado o vídeo educativo enquanto que para se trabalhar a parasitose Ancilostomíase foram utilizados modelos didáticos feito com massa de biscuit para ilustrar o ciclo biológico da doença.

Resultados e Discussão

Durante as intervenções educacionais foram utilizadas três estratégias metodológicas para sensibilizar os alunos em cada turma trabalhada. Na primeira intervenção a doença escolhida foi a Ascaridíase, por meio de uma aula expositiva dialogada foram exploradas informações como morfologia dos vermes, transmissão, ciclo biológico, sintomas, tratamento e profilaxia. Em seguida foi utilizado o vídeo educativo intitulado: “La fascinante vida de Ascaris lumbricoides”

A utilização do vídeo educativo possibilitou aos alunos outra forma abordagem sobre o ciclo biológico da Ascaridíase e devido à linguagem simples tornou-se mais compreensível para os alunos. Estratégias de ensino que favoreçam a aprendizagem e que possa integrar diversos sentidos como a imaginação, colaboração e impactos emocionais através de aspectos estéticos, como os vídeos educativos, por exemplo, podem auxiliam no processo de ensino-aprendizagem (MORAES; TORRES, 2004).

Após o momento da aula expositiva dialogada com auxilio do vídeo didático, os alunos receberam papel, lápis de cor, canetas coloridas e em seguida foram informados que deveriam expressar por meio de desenhos os seguintes questionamentos: “Como se

pega a Ascaridíase?”, “Quais os sintomas da Ascaridíase?”, “Como se previne a Ascaridíase?”. As crianças não expressam tudo o que veem, mas pedaços do que lhe é

significativo, desse modo o desenho passa a ser um jogo simbólico no qual a criança desenha o que vê, ouve, observa, sente e vive ao seu redor. A criança passa a se comunicar através de seus desenhos, sendo uma forma de linguagem, ou seja, antecipa a escrita em forma de desenho (ARAÚJO; FRATARI; 2011).

Por meio dessa atividade, foi possível perceber que os alunos sentiram-se bastante motivados e com a utilização dos materiais didáticos puderam realizar os

Figura 01 - A- B Elaboração de cartazes educativos sobre a Ascaridíase realizada pelos alunos do 6º Ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lions Tambaú –João Pessoa/PB. .

Fonte: LIMA, 2014

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desenhos (Figura 01). Após a elaboração dos desenhos, foi feita uma roda e os alunos informaram o quê o desenho feito representava. Foi um momento bastante agradável, onde os alunos puderam trocar informações e assim reforçar ainda mais sobre a Ascaridíase.

Na segunda intervenção foi abordada a doença Ancilostomíase. A aula contou com informações sobre: morfologia dos vermes, curiosidades, transmissão, ciclo biológico, sintomas, tratamento e profilaxia. Quando foi abordado o ciclo biológico da doença, foi explanado com modelos didáticos feitos com a massa de biscuit. Os alunos observaram os modelos, e tiraram dúvidas com relação ao ciclo biológico (Figura 02).

Figura 02- A- B Ministração de aula sobre Ancilostomíase auxiliada pelos modelos didáticos a partir da massa de biscuit, realizada com os alunos do 6º Ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lions Tambaú –João Pessoa/PB.

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Fonte: SILVA; LIMA, 2014.

A B

Figura 02 - A- B Elaboração de cartazes educativos sobre a Ascaridíase realizada pelos alunos do 6º Ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lions Tambaú –João Pessoa/PB.

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Fonte: LIMA, 2014

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Grande parte das escolas brasileiras apresenta escassez de material biológico, para realização de aulas práticas, uma opção seria utilizar materiais alternativos como um recurso demonstrativo para estimular o aluno numa aula teórico-prática, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais eficaz e, principalmente, interessante. A elaboração e confecção do modelo didático é uma importante ferramenta que pode auxiliar o professor a estabelecer vínculos entre a abordagem teórica e sua prática docente, buscando a participação ativa do aluno e dando ao professor um papel investigador durante o processo de ensino e aprendizagem. (PEREIRA; 2002; SOUZA et al., 2008).

Após a realização da aula expositiva dialogada, os alunos receberam massa de modelar para elaborar modelos didáticos a partir dos modelos didáticos demonstrados em sala de aula. Com a utilização e elaboração dos modelos didáticos, os alunos puderam criar e colocar em prática habilidades, como criatividade. Após a criação dos modelos, nas duas turmas do 6º ano do ensino fundamental, foi solicitado que os alunos de ambas as turmas explicassem cada etapa do ciclo da doença a partir do material criado e foi possível perceber que se obteve uma boa aprendizagem.

Considerações Finais

A realização deste trabalho mostrou que a inserção e a utilização de metodologias diferenciadas contribuem na construção do conhecimento e trazem benefícios no processo de ensino-aprendizagem, promovendo assim o interesse dos alunos pelos assuntos que foram abordados e assim torna o espaço escolar um ambiente prazeroso e agradável. É importante reforçar que o enfoque dessas temáticas no ambiente escolar é de grande importância, visto que geram mudanças positivas nos hábitos de higiene pessoal e, sobretudo para que os alunos repassem as informações que foram assimiladas e ampliem seus conhecimentos sobre as enteroparasitoses, em especial Ascaridíase e Ancilostomíase no que se refere às formas de contaminação, sintomas e profilaxia.

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Referências

ARAÚJO, R.M; FRATARI, M.H.D. O olhar do educador infantil frente ao desenho infantil e suas contribuições. Revista da Católica, v.3, n.5 - jan/jul. 2011.

BOEIRA, L.V.; Educação em saúde como instrumento de controle de parasitoses intestinais em crianças. Revista Varia Scientia, 2010.

FONTBONNE, A. et al. Fatores de risco para poliparasistismo intestinal em uma comunidade indígena de Pernambuco, Brasil. Caderno Saúde Pública, v.17, n. 02, 2001.

GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.

LUDWIG, K. M. et al . Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 32, n. 5, 1999.

MACHADO, R.C et al. Giardíase e helmitintíases em crianças de creches e escolas de 1º e 2º graus (públicas e privadas) da cidade de Mirassol (SP, Brasil). Revista

Sociedade Brasileira Medicina Tropical, v. 32, n.06, 1999.

MORAES, M.C.; TORRE,S. Sentipensar: fundamentos e práticas para reencantar a educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 2004.

PEREIRA, M. L. Sugestões metodológicas para o ensino de Ciências Naturais. João Pessoa: Universitária/ UFPB, 2009.

PEREIRA, M. L. O ensino de Ciências através do lúdico: uma metodologia

experimental. João Pessoa: Universitária/ UFPB, 2002.

SOUZA, D.C.; ANDRADE, G.L.P.; NASCIMENTO JUNIOR, A.F. Produção de material didático-pedagógico alternativo para o ensino do conceito pirâmide ecológica: um subsídio a educação cientifica e ambiental. Anais do Fórum Ambiental da Alta

Paulista São Paulo: ANAP, 2008.

ZEIBIG, E. A. Parasitologia Clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

Referências

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