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Relatório de Auditoria Anual de Contas

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Academic year: 2021

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Presidência da República - Controladoria-Geral da União - Secretaria Federal de Controle Interno

Unidade Auditada: Apex-Brasil

Exercício: 2012

Processo: 00190.013707/2013-19 Município: Brasília - DF

Relatório nº: 201308611

UCI Executora: SFC/DEDIC - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

______________________________________________ Análise Gerencial

Senhor Coordenador-Geral,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço n.º 201308611, e consoante o estabelecido na Seção III, Capítulo VII da Instrução Normativa SFC n.º 01, de 06/04/2001, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre a prestação de contas anual da APEX - BRASIL.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 07/08/2013 a 30/08/2013, por meio de testes, análises e consolidação de informações coletadas ao longo do exercício sob exame e a partir da apresentação do processo de contas pela Unidade Auditada, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao Serviço Público Federal. Nenhuma restrição foi imposta à realização dos exames. Ressalte-se que o servidor Bruno Fracalossi Paes, membro da equipe de auditoria, se encontrava em curso de capacitação na data de assinatura deste relatório.

Quanto à formalização do Processo de Contas, verificamos que a Apex-Brasil elaborou todas as peças exigidas pelas normas do Tribunal de Contas da União, em conformidade com o previsto na DN TCU nº 119/2012 e nº 124/2012 e Portaria - TCU nº 150/2012. A Agência de Promoção de Exportações do Brasil - Apex-Brasil é um Serviço Social Autônomo que tem como missão promover as exportações de produtos e serviços1 brasileiros, contribuir para a internacionalização das empresas brasileiras e atrair investimentos estrangeiros diretos para o Brasil.

Para atingir os resultados previstos, a Apex-Brasil atua de diversas formas para promover a competitividade das empresas brasileiras em seus processos de internacionalização. Os serviços oferecidos no ano de 2012 foram:

Relatório de Auditoria

Anual de Contas

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INTELIGÊNCIA DE MERCADO:

Estudos e análises de mercados que visam orientar as empresas e os parceiros em relação às melhores oportunidades para os seus negócios internacionais.

QUALIFICAÇÃO EMPRESARIAL:

Capacitações, consultorias e assessorias oferecidas com o objetivo de incrementar a competitividade e promover a cultura exportadora nas empresas, preparando-as para os desafios do mercado internacional.

ESTRATÉGIA PARA INTERNACIONALIZAÇÃO:

Conjunto de serviços que visa orientar empresas e parceiros na definição de estratégias para inserção e avanço no processo de internacionalização.

ATRAÇÃO DE INVESTIMENTO:

Ações para promover e facilitar a atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) com o objetivo de melhorar a imagem do Brasil como um mercado atrativo para aportes de capital estrangeiro, promovendo o desenvolvimento e a competitividade do país. Ademais, as ações de atração de investimentos visam induzir a transferência de tecnologias inovadoras para empresas brasileiras.

PROMOÇÃO DE NEGÓCIOS E IMAGEM:

Ações que têm como objetivo facilitar o acesso das empresas brasileiras aos mercados internacionais, diversificar os destinos das exportações brasileiras e melhorar a percepção internacional acerca das empresas, dos produtos e dos serviços brasileiros. Os serviços dessa categoria possibilitam aos empresários o contato direto com parceiros de negócios internacionais, que auxiliam na inserção ativa e competitiva das empresas nacionais nos mercados estrangeiros. A presente auditoria tem como foco a avaliação dos mecanismos elaborados pela Instituição voltados ao atingimento de seus objetivos, dos quais se destacam, em seu catálogo de serviços, os Projetos Setoriais, desenvolvidos em parceria com entidades setoriais, que visam incentivar a competitividade e promover a geração de negócios internacionais para empresas de setores produtivos brasileiros, além de outros para Promoção de Negócios e Imagem, como o projeto Fórmula Indy e o Projeto Carnaval, que buscam intensificar relacionamentos comerciais e gerar negócios para as empresas brasileiras.

Dessa forma, esse relatório de auditoria apresenta sucintamente a estratégia de atuação da Apex-Brasil, desde as metas estipuladas em seu Contrato de Gestão firmado com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, até o desdobramento em serviços prestados para atendimento de seu público-alvo, e os testes efetuados com vistas a avaliar os atos praticados referente ao exercício de 2012, em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN-TCU-124/2012.

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Também foram efetuados testes para avaliar a gestão de áreas administrativas (patrimônio, recursos humanos, entre outras), que dão suporte para o desempenho das atividades finalísticas.

Por fim, os controles internos da Unidade serão tratados em item próprio, considerando a importância e a necessidade de existência, em toda Entidade, de um conjunto de normas, rotinas e procedimentos adequados.

2. Resultados dos trabalhos

Em acordo com o que estabelece o Anexo IV da DN TCU-124/2012, e em face dos exames realizados, efetuamos as seguintes análises:

2.1. Avaliação dos Resultados Quantitativos e Qualitativos da Gestão

No exercício de 2012, a entidade teve como receita o montante aproximado de R$ 365,8 milhões oriundos de contribuições parafiscais.

A Lei nº 10.668, de 14/05/2003, que autorizou o Poder Executivo a instituir a Apex-Brasil, definiu, em seu artigo 15, o Contrato de Gestão como principal instrumento de avaliação do desempenho operacional e administrativo da Agência, tendo sido assinado o primeiro em 18/04/2007.

Com o término da vigência, em 17/04/2012, foi elaborada nova minuta para o Segundo Contrato de Gestão. Após a harmonização dos termos entre as partes contratantes (Apex-Brasil e União, por intermédio do MDIC), a minuta foi submetida em 30/03/2012 à apreciação da Casa Civil da Presidência da República e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do Governo Federal, sendo sua assinatura concluída em 30/04/2013. Segundo informado pela Apex-Brasil, quando do encaminhamento da proposta de renovação do contrato de gestão em março de 2012, já estavam previstas as metas para o exercício.

Não obstante esse fato, avaliamos neste trabalho o resultado da missão da Entidade levando em conta as metas estabelecidas no Contrato de Gestão para o exercício de 2012, cujo atingimento é afetado pelos resultados dos projetos avaliados neste trabalho. As metas estabelecidas no contrato de gestão são monitoradas pelo uso de indicadores, cujos resultados alcançados no exercício em análise foram os seguintes:

Indicador Resultado Meta % Meta

1 - Índice de variação líquida das exportações 0,84 0,88 95,37%

2 – Valor exportado em 12 meses 40,85 40,52 100,81%

3 – Índice da variação do número de empresas apoiadas 1,00 1,05 95,69% 4 – Participação no número de exportadores brasileiros 14,98% 15,07% 99,37% 5 – Número de eventos realizados por receita disponível em

milhões de reais

2,54 2,05 123,85%

6 – Incremento das exportações em relação ao valor investido 13,00 10,70 121,58%

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Indicador Resultado Meta % Meta

9 – Taxa de custeio administrativo 29,71% 29,36% 101,19%

Fonte: Relatório de Acompanhamento e Avaliação da Apex-Brasil – 2012 – Elaborado pela CAA - contrato de Gestão.

Pelas informações apresentadas, pode-se verificar que os resultados alcançados pela Agência variaram de 95% e 124% das metas estabelecidas.

Inicialmente, apresentamos os quadros da evolução da participação das empresas apoiadas pela Apex-Brasil nas exportações brasileiras, no período de 2006 a 2012:

Fonte: Elaborado pela CGU a partir do Relatório de Acompanhamento e Avaliação da Apex-Brasil – 2012- elaborado pela CAA - contrato de gestão.

Fonte: Elaborado pela CGU a partir do Relatório de Acompanhamento e Avaliação da Apex-Brasil – 2012- elaborado pela CAA - contrato de gestão.

Dessa forma, verifica-se que o índice em 2012 teve resultado de 21,93% contra 21,24% em 2011, um crescimento de 0,69%. 19.248 24.432 28.448 22.420 28.250 33.508 33.877 109.941 124.852 145.483 109.587 132.398 157.757 154.447 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 M il h õ e s

Volume de exportação das empresas apoidas pela Apex e

volume total da exportação brasileira

Apex Brasil 17,51% 19,57% 19,55% 20,46% 21,34% 21,24% 21,93% 16% 17% 18% 19% 20% 21% 22% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Evolução da participação Apex-Brasil nas exportações

brasileiras

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Para realização da avaliação pela equipe de auditoria, optou-se por selecionar o indicador Índice de variação líquida das exportações – IVL, considerando que esse indicador deve sinalizar o esforço finalístico da Apex-Brasil na promoção de exportação, descontado os efeitos cambiais.

O IVL quantifica a variação real das exportações indústrias das empresas apoiadas pela Agência.

A fórmula de medição do indicador é a seguinte:

2 

   1

â â  1

Cabe acrescentar que os dados utilizados são provenientes da Secretaria de Comércio Exterior/MDIC, e portanto de baixo custo, e que, uma vez implantada, a rotina de extração é de baixa complexidade de realização.

O resultado do indicador, no ano de 2012, foi de aproximadamente 0,843, o que representou 95,37% da meta estipulada para o exercício, de 0,88.

O gráfico abaixo apresenta a evolução das exportações das empresas e produtos apoiados pela Apex-Brasil, onde se observa que o valor acumulado dos últimos 12 meses das exportações das empresas apoiadas pela Apex-Brasil em 2012 foi de US$ 40.849 milhões, representando um aumento de US$1.270 milhões ou 3,21% a mais em relação a 2011.

Fonte: Elaborado pela CGU a partir do Relatório de Acompanhamento e Avaliação da Apex-Brasil – 2012- elaborado pela CAA - contrato de gestão.

Como mencionado, a Apex-Brasil se utiliza serviços para alcance a seu público-alvo, constituído de entidades setoriais, de parceiros institucionais, investidores estrangeiros e

2 Onde, Exportação: refere-se, em dólares dos EUA, dos produtos e empresas que participaram dos projetos, apurados pelos dados oficiais encaminhados pela Secretaria de Comércio Exterior e pela Secretaria de Comércio e Serviços do MDIC. Câmbio: trata-se da taxa média de câmbio de compra Real/Dólar EUA, dos períodos comparativos, divulgados pelo Banco Central do Brasil

21.115 26.908 31.574 25.872 32.499 39.579 40.849 15.000 20.000 25.000 30.000 35.000 40.000 45.000 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 M il h õ e s

Evolução das exportações das empresas apoiadas pela

Apex-Brasil

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principalmente de empresas brasileiras. As empresas brasileiras são classificadas de acordo com a sua maturidade exportadora, representada pela progressão ao longo das etapas do processo de internacionalização4. Os serviços possuem objeto, público-alvo, indicadores de resultado e normas e regulamentos definidos.

Foram selecionados para análise três serviços, todos voltados à promoção de negócio e imagem, quais sejam: ABICALÇADOS, ABIT e SOFTEX.

O serviço Projeto Setorial foi selecionado para análise em virtude de sua relevância e materialidade. Segundo dados da Apex-Brasil, foram desenvolvidos e mantidos 76 Projetos Setoriais em parceria com entidades setoriais, em um total de 12.414 empresas, de 83 setores produtivos, organizados nos complexos produtivos de moda; agronegócios; alimentos e bebidas; economia criativa e serviços; tecnologia e saúde; máquinas e equipamentos; e casa e construção, que exportaram para 210 países. Também segundo a Apex-Brasil, essas empresas responderam por exportações de US$ 40,8 bilhões, equivalentes a 16,8% do total das exportações brasileiras e 21,9% do total das exportações da indústria brasileira no período.

Os projetos setoriais se desenvolvem por meio de convênios firmados com entidades setoriais (associações ou sindicatos de produtores), com período de vigência de 24 meses. No exercício de 2012, foram firmados 50 convênios com esse objeto, com valor total de cerca de R$ 200 milhões, não consideradas as contrapartidas dos convenentes. Foram selecionados, como amostra para os testes realizados, os convênios firmados com a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados Abicalçados - Abicalçados, com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT e com a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro - Softex.

Tais convênios, apesar de terem período de vigência de 24 meses, estão relacionados a uma proposta de atuação de médio e longo prazo da Apex-Brasil. Então, é frequente que mesmo antes do final da vigência dos convênios, com determinada entidade, sejam iniciadas as tratativas para a firmação de um novo ajuste, sem prejuízo da observância às formalidades necessárias.

Nesse sentido, selecionamentos não somente os convênios firmados em 2012, mas também os firmados a partir de 2010, de forma a possibilitar a avaliação quanto ao objetivo de médio/longo prazo da Apex-Brasil, conforme quadro abaixo.

R$ milhões

CÓDIGO DO

CONVÊNIO DOSSIÊ Nº DO ENTIDADE BENEFICIÁRIA (PROJETO)

VALOR DO CONVÊNIO APEX

CONTRAPAR

TIDA PROJETO FASE DO 03-06/2010 19/2010 ABICALÇADOS – 2010/2011 19,3 18,1 Concluído 24-04/2011 275/2011 ABICALÇADOS-2011/2012 10,5 4,4 Concluído 27-03/2012 366/2012 ABICALÇADOS-2012/2014 25,7 9,4 Em execução 04-03/2010 45/2010 ABIT-2010-2012 22,0 22,0 Concluído 07-13/2012 83/2012 ABIT-2012-2013 13,0 5,6 Concluído 13-08/2013 102/2013 ABIT-2013-2014 24,0 10,5 Em execução 08-25/2010 121/2010 SOFTEX-2010-2012 10,7 7,1 Concluído 17-07/2012 257/2012 SOFTEX-2012-2014 11,4 2,2 Em execução TOTAL 136,6 79,2

Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

4 As classificações são: não exportadora, iniciante, intermediária, experiente, internacionalizada, além de algumas empresas brasileiras serem classificadas como trading, em função de sua atividade.

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Além dos projetos setoriais, também foram selecionados para análise neste trabalho o Projeto Carnaval e o Projeto Fórmula Indy.

O Projeto Carnaval tem como objetivo gerar negócios para empresas exportadoras brasileiras, atraindo compradores, investidores e formadores de opinião estrangeiros para uma agenda de negócios no Brasil. A Apex-Brasil disponibiliza infraestrutura de camarotes, reservas de hotéis, translados, dentre outros, para que empresas brasileiras interessadas em participar convidem agentes estrangeiros para conhecer os negócios no Brasil e fomentar a oportunidade de transações comercias.

Já o Projeto Fórmula Indy utiliza o ambiente das corridas dessa categoria para intensificar relacionamentos comerciais e promover a imagem dos produtos brasileiros no exterior. O projeto permite ao exportador brasileiro oferecer a um comprador estrangeiro a possibilidade de participar de uma das etapas da Fórmula Indy, com objetivo central de oferecer aos empresários uma programação e um ambiente propícios à geração de negócios.

No caso do Projeto Fórmula Indy, a Apex-Brasil realiza um patrocínio anual à Indy Racing League – IRL, que inclui a disponibilização de ingressos para arquibancada e camarotes, refeições, divulgação do logotipo da Apex-Brasil em mídias eletrônica e móvel, entre outras. O patrocínio representa despesas de cerca de R$ 20 milhões anuais. No exercício sob exame, os resultados dos projetos setoriais e dos projetos Carnaval e Fórmula Indy levaram em conta dados relacionados à exportação de empresas participantes, tanto referentes a expectativas de negócios como a dados consolidados das exportações das empresas participantes.

Considerando o exposto, essa auditoria tem como objetivo identificar e avaliar se os projetos das empresas apoiadas pela Agência realmente impactaram efetivamente os negócios setoriais das empresas.

Apresenta-se a seguir o resultado dessa análise.

PROJETOS DE PROMOÇÃO E IMAGEM DA APEX-BRASIL:

a) Projeto Fórmula Indy:

O referido projeto visa atender empresas brasileiras com clientes no mercado externo e que, segundo a classificação de maturidade, sejam intermediárias, experientes ou internacionalizadas. Os critérios utilizados pela Apex-Brasil a fim de segmentar as empresas são: frequência e volume de exportação.

As ações do projeto são divulgadas no sítio eletrônico do projeto (www.apexbrasil.com.br/indy) em eventos de divulgação anuais e por meio das entidades setoriais. Há ainda campanhas de divulgação via mensagem eletrônica para empresas com maturidade exportadora adequada para adesão ao projeto. As empresas interessadas devem preencher um cadastro no sítio eletrônico do projeto e passam por uma

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maturidade exportadora, feita por meio de informações constantes no Sistema CRM – SFA e com os dados preenchidos no momento da inscrição e ii) entrevista com o contato da empresa para verificar o entendimento do projeto, seus objetivos e como o mesmo pode ser utilizado junto com a estratégia de expansão da empresa no cenário internacional.

Após a aprovação da empresa, a mesma recebe os dados necessários para acesso ao sistema de inscrições, onde estão disponíveis os eventos planejados para cada temporada. As inscrições são feitas pelas empresas de acordo com o calendário de inscrições pré-definido e divulgado no site do projeto. Cada empresa pode participar com até oito convidados por evento, obedecendo à proporção de três convidados estrangeiros para cada representante da empresa brasileira.

Posteriormente a inscrição dos convidados no evento escolhido, é feita uma avaliação de cada empresa estrangeira inscrita para validação da participação. Segundo a Apex-Brasil, são verificados a existência da empresa, seu histórico, e se os nomes cadastrados efetivamente fazem parte do quadro de funcionários.

Finalmente, tendo seus convidados aprovados, a empresa recebe correspondência eletrônica confirmando sua participação e a lista de convidados aprovados para aquela etapa.

Segundo o Relatório Executivo da Temporada 2012 do Projeto Fórmula Indy, os resultados gerais resumem-se da seguinte forma:

• 15 corridas na temporada;

• Número total de empresas brasileiras: 163; • Número total de entidades setoriais: 26; • Número de empresas estrangeiras: 533; • 20125: US$ 1,13 bilhão

De forma mais detalhada, a Apex-Brasil encaminhou relatório de expectativas de negócios a serem realizados à equipe de auditoria, com as seguintes informações: eventos, entidade/empresas participantes e valores de negócios informados por CNPJ, que totalizam o valor de US$ 1,13 bilhão anteriormente mencionado. Segundo a Apex-Brasil, as estimativas de negócios são informadas pelas empresas participantes após a realização de cada etapa.

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A Entidade esclareceu ainda que não é correto colocar todas as empresas participantes sobre a mesma régua de avaliação, vinculando diretamente os resultados gerados pelas empresas em um determinado exercício financeiro ao Projeto Fórmula Indy, uma vez que essas empresas têm ciclos comerciais diferentes. A título de exemplo, foi citado o processo de negociação de produtos de consumo que tem ciclos mais curtos do que a negociação de bens duráveis e serviços, que apresentam ciclos comerciais de médio prazo.

A Apex-Brasil encaminhou também o quadro abaixo, que contém dados de exportações das empresas participantes do Projeto Fórmula Indy

vis-à-vis exportações brasileiras:

Exportação das 60 Empresas Participantes

2011 2012

Valor US$ FOB 6,86 bilhões 7,40 bilhões

Qtde Exportadoras 43 45 Taxa de Crescimento 7,77% Variação 533 milhões Exportação Brasileira 2011 2012

Valor US$ FOB 256,0 bilhões 242,6 bilhões

Qtde Exportadoras 19.194 18.630

Taxa de Crescimento Volume

-5,26%

Variação 13,5 bilhões

Fonte: Apex-Brasil (base de dados da SECEX e Sistema de Gerenciamento de projetos – SIG). Sobre o quadro, a Apex-Brasil explicita que a taxa de crescimento das exportações das empresas participantes em 2012 foi positiva de 7,77%, num cenário brasileiro de crescimento no mesmo período de -5,26%. Quanto a esses dados, que destacam uma variação positiva nos valores exportados pelas empresas participantes do projeto, em contraposição à queda da exportação brasileira, consideramos que essa comparação não serve de parâmetro para avaliar os resultados do Projeto, até mesmo porque a própria Apex-Brasil reconhece não ser correto correlacionar os dados consolidados do exercício das exportações das empresas participantes unicamente aos efeitos do apoio da Agência. Além disso, a pauta de exportação das empresas participantes, notadamente Alimentos e Bebidas e Máquinas e Equipamentos, possui características particularizadas em relação à pauta de exportação brasileira, composta principalmente de commodities, o que é outro fator que compromete a comparação efetivada.

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enquanto que os dados apresentados pela Apex-Brasil aos questionamentos efetuados pela equipe informam a participação de 60 empresas brasileiras, das quais 45 tiveram seus dados de exportação quantificados no exercício de 2012.

A Apex-Brasil, a respeito dessas diferenças esclareceu que:

• O número de 163 empresas refere-se às participações das

empresas brasileiras em todas as etapas da Fórmula Indy e não ao número total de empresas participantes, como exposto em Relatório Executivo da Temporada 2012 da Formula Indy. Destaca-se que as empresas podem participar em duas ou mais etapas das 15 provas realizadas na temporada;

• O número de 60 empresas participantes corresponde ao número

total de empresas brasileiras que participaram diretamente do projeto: 9 entidades setoriais; 6 empresas brasileiras exportadoras de serviço e 45 empresas brasileiras exportadoras de bens. Ressalta-se que a mensuração de exportações de serviços é inviável em virtude da indisponibilidade de dados oficiais detalhados.

Apesar dos esclarecimentos prestados, entendemos ser necessário o aprimoramento da forma de divulgação desses resultados, uma vez que a afirmação da participação de 163 empresas não corresponde a 163 participações de 60 empresas diferentes.

Em relação à variação dos volumes exportados entre 2011 e 2012, verifica-se que a das participantes foi positiva em US$ 533 milhões, num cenário brasileiro de redução dos volumes em US$ 13.460 milhões. Após análise efetuada sobre os dados apresentados, observamos que o valor de US$ 1,13 bilhão detalhado em seu relatório gerencial representa a expectativa de negócios a serem gerados em decorrência do Projeto, e não o montante de exportações efetivamente realizada. Apesar disso, o vídeo de divulgação do Projeto Fórmula Indy6 menciona negócios gerados. A Apex-Brasil informou que adotará providências a fim de elidir qualquer mal entendimento das informações veiculadas.

Além disso, como já dito pela Agência, o valor de R$ 7,4 bilhões referente às exportações das 45 empresas participantes do Projeto Indy não decorre exclusivamente das rodadas de negócios do Projeto.

Em que pese à dificuldade de se realizar uma mensuração precisa sobre os efeitos de negócios originados por meio de cada uma das etapas do Projeto Fórmula Indy, entendemos ser necessário que a Entidade adote

6 Vídeo Disponível em

http://www.youtube.com/embed/4e7uwxc2fgU?rel=0&wmode=transparent&autoplay=1 – Visitado em

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mecanismo de acompanhamento dos negócios efetivamente concluídos além do registro de expectativas que é realizado atualmente.

Quanto a esse entendimento da CGU, a Apex-Brasil se manifestou no sentido de que já se encontra em desenvolvimento nova metodologia de apuração dos resultados dos projetos apoiados, tanto o Projeto Fórmula Indy, como o Projeto Carnaval e os Projetos Setoriais, de forma a avaliar comparativamente a evolução da exportação de empresas apoiadas pela Apex-Brasil vis-à-vis a exportação de outras empresas do mesmo setor não apoiadas, inclusive considerando os produtos e públicos-alvo envolvidos. Esse acompanhamento, inclusive, ocorrerá por um período de 2 anos após a finalização dos projetos.

Essa metodologia, segundo informado, busca avaliar, além dos resultados quantitativos, aspectos qualitativos da atuação da Apex-Brasil, como, por exemplo, mudanças de comportamento por parte do participante brasileiro e maior aproximação com empresários estrangeiros.

Por fim, a Entidade informa que essa metodologia já foi utilizada no final de 2012 para avaliar os resultados dos Projetos Setoriais com as seguintes entidades: ABICALÇADOS, SIAESP e ABPITV.

Nesse sentido, a adoção da nova metodologia de mensuração dos resultados dos projetos apoiados pela Apex-Brasil está em consonância com as considerações apresentadas neste relatório.

b) Projeto Carnaval - 2012:

Esse projeto objetivou atrair compradores, compradores em potencial e investidores estrangeiros ao Brasil. Durante o Carnaval do Rio de Janeiro, os participantes e os representantes das entidades setoriais acompanharam o desfile das escolas de samba do grupo principal, durante duas noites (domingo e segunda-feira) ou ainda durante o desfile das campeãs, que ocorre no sábado posterior ao Carnaval.

O projeto de 2012 foi destinado exclusivamente às Entidades Setoriais que possuem convênios - Projetos Setoriais - em vigência com a Apex-Brasil. Desta forma, não houve atendimento direto da Agência às empresas nacionais, sendo que toda a intermediação foi efetuada pelas entidades setoriais, as quais estipularam critérios de participação de acordo com os interesses do setor e de acordo com a agenda de negócios pré-determinada para o período.

A Apex-Brasil, a fim de garantir a utilização da plataforma de negócios, deve verificar a ficha de cadastro dos convidados e as agendas de negócios propostos pelas Entidades participantes. Há também a exigência do envio de um relatório final, quando da conclusão do evento, onde são confirmadas as agendas propostas e são relatadas as expectativas de geração de negócios. Os dados fornecidos são de responsabilidade das

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Entidades Setoriais e baseados em informações fornecidas pelas empresas que participaram das agendas.

Segundo dados da Apex-Brasil, participaram do projeto 140 empresas nacionais, sendo convidados 395 representantes (nacionais e estrangeiros).

A Apex-Brasil encaminhou também o quadro abaixo, que contém dados de exportações das empresas participantes do Projeto Carnaval vis-à-vis exportações brasileiras:

Exportação das Empresas Participantes

2011 2012

Valor US$ FOB 4,79 bilhões 5,20 bilhões

Qtde Exportadoras 56 56 Taxa de Crescimento 8,45% Variação 405 milhões Exportação Brasileira 2011 2012

Valor US$ FOB 256,0 bilhões 242,6 bilhões

Qtde Exportadoras 19.194 18.630

Taxa de Crescimento

Volume -5,26%

Variação 13,5 bilhões

Fonte: Apex-Brasil (base de dados da SECEX e Sistema de Gerenciamento de projetos – SIG). Consideramos que também, como já mencionado, os dados comparativos entre as exportações das empresas participantes e os dados da exportação brasileira não servem de parâmetro para avaliar os resultados do Projeto Carnaval.

A Apex-Brasil informou a participação de 140 empresas brasileiras e os dados apresentados pela Agência à equipe de auditoria demonstram que dessas empresas, 56 exportaram no exercício de 2012.

Sobre essa diferença entre o quantitativo de empresas participantes e as empresas que efetivamente exportaram no exercício de 2012, a Apex-Brasil esclareceu que:

a) O Projeto Carnaval trata-se de um serviço da categoria Promoção de Negócios e Imagem, voltado a empresas brasileiras, intermediárias, experientes e internacionalizadas e entidades setoriais. Quando da participação de entidades setoriais, o público alvo pode alcançar também empresas de outra maturidade exportadora (iniciantes e não exportadoras), desde que a entidade se encarregue de elaborar a agenda de

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negócios dessa empresa, suprindo seu desconhecimento do mercado internacional;

b) Vale mencionar que por meio desse projeto as empresas podem obter resultados tangíveis, como, por exemplo, negócios gerados, ou tantos outros intangíveis, mas não menos importantes, como contatos para negócios futuros, prospecção de novos negócios, abertura dos horizontes para novas oportunidades de investimentos, estreitamento de relações, etc.

c) Dentre as 140 empresas que participaram do projeto há que se observar o que segue:

• 42 empresas foram encaminhadas à área de atendimento

a clientes da Apex-Brasil de forma a ter seus dados inseridos nas bases de dados da Agência. Este processo pode levar tempo, pois há necessidade de identificação de diferentes informações das empresas, conforme questionário em anexo. Somente concluído este processo, passa a ser possível o acompanhamento de resultados das empresas, tais como o valor de exportações realizadas, se for o caso. Em vista disto, houve decisão de não considerar tais empresas para apuração de resultados do projeto Carnaval;

• Das 98 empresas restantes empresas, deve-se ressaltar o

que segue: (i) 56 empresas exportadoras de produtos, que efetivamente exportaram em 2012; (ii) 2 empresas exportadoras de produtos, que não exportaram em 2012; (iii) 23 empresas exportadoras de serviços, cujos valores de exportação ainda não podem ser apurados por esta Agência em vista da inexistência de dados oficiais detalhados; (iii) 17 empresas inexperientes, ou seja, que nunca exportaram.

Da mesma forma que no Projeto Indy, entendemos ser necessário também no Projeto Carnaval que a Entidade adote a metodologia em implantação para acompanhamento dos negócios efetivamente concluídos, além do registro de expectativas que é realizado atualmente. Segundo informado pela Apex-Brasil, o Projeto Carnaval será avaliado com base nessa nova metodologia a partir de 2014.

PROJETOS SETORIAIS (PS):

Os Projetos Setoriais são desenvolvidos pela Apex-Brasil em parceria com entidades setoriais e visam a incentivar a competitividade e promover a geração de negócios internacionais para empresas dos mais diversos setores produtivos brasileiros.

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Para atingir esse objetivo, são estruturadas e desenvolvidas ações coletivas, que buscam viabilizar a inserção e o avanço das empresas brasileiras nas etapas do processo de internacionalização, com visão estratégica de longo prazo.

Os Projetos Setoriais partem da estratégia definida pelo setor para a promoção de suas empresas e produtos no cenário internacional. Os Projetos Setoriais incluem produtos executados sob demanda, conforme as necessidades e objetivos de cada setor, que totalizam, segundo o Catálogo de Serviços da Apex-Brasil, dezesseis produtos, tais como:

1. Planejamento Estratégico Setorial para internacionalização, com objetivo de formular diretrizes para orientar o desenvolvimento das ações empreendidas pelo setor na sua inserção internacional, tendo por base as seguintes etapas: análise dos ambientes interno e externo, definição da agenda estratégica (visão de futuro, objetivos, metas) para 5 anos e o estabelecimento de um plano operacional para 2 anos, com o objetivo de implementar a estratégia, com suas iniciativas e seus indicadores de desempenho.

2. Feiras internacionais, com apoio técnico e financeiro à participação de empresas brasileiras em feiras setoriais realizadas no exterior. 3. Projeto Imagem, com ação de relacionamento, disseminação de

conhecimento e fortalecimento da imagem do setor produtivo nacional com formadores de opinião estrangeiros, como jornalistas especializados, técnicos especialistas, líderes e membros governamentais, entre outros.

4. Promoção de investimentos, por meio de encontros entre empresas brasileiras e empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil, dentre outros produtos.

Como já informado, foram selecionados os seguintes Projetos Setoriais para análise:

i) Projeto Setorial Calçado Brasileiro – Brazilian Footwear – elaborado pela Associação Brasileira de Indústria de Calçados - ABICALÇADOS

O Projeto visa promover os calçados nacionais, para a ampliação dos destinos dos embarques, estimulando o crescimento e a qualificação do setor, a geração de empregos e a arrecadação das divisas. A participação nas atividades do Brazilian Footwear é aberta às empresas calçadistas que se identificam com os objetivos, metas e compromissos do Programa.

Os principais objetivos são:

(15)

• Aumentar o número de empresas ativas no processo de

promoção comercial do Brazilian Footwear;

• Aumentar as exportações de calçados de maior valor

agregado das empresas participantes do Brazilian Footwear nos mercados alvo;

• Aumentar o número de empresas participantes em atividades

de informação e de qualificação para o comércio exterior;

• Aumentar a participação de marcas próprias na pauta de

exportação brasileira;

• Aumentar a exposição da imagem dos calçados brasileiros no

exterior.

ii) Projeto Setorial Programa Estratégico da Cadeia Têxtil

Brasileira – Texbrasil - elaborado pela Associação Brasileira da

Indústria Têxtil e de Confecção - ABIT

O Projeto visa arregimentar e apoiar as empresas da cadeia têxtil e de confecção para oferta organizada dos produtos brasileiros no exterior, visando ao aumento das exportações do setor e à visibilidade da indústria de moda brasileira.

Foram definidos os seguintes objetivos:

• Fortalecer a estrutura, ferramentas, e produtos de inteligência competitiva para a análise e difusão de informações mercadológicas relevantes, de maneira eficiente e focada. • Aumentar a utilização e a divulgação de informações de

inteligência pelas empresas do Programa.

• Contribuir para a disseminação de informações para a atração de investimentos no setor, dentro e fora do país.

• Promover o aumento da capacidade e maturidade exportadora das empresas do Texbrasil.

• Fortalecer e renovar as atividades de promoção de negócios no mercado-alvo.

• Ampliar o acesso e a competitividade do Brasil nos mercados internacionais.

• Agregar valor ao país e à indústria da moda brasileira, posicionando as empresas através de design, inovação e sustentabilidade.

• Implantar ciclo de gestão do Texbrasil.

• Ampliar o número de parcerias econômicas e financeiras. • Aumentar e fidelizar a base de empresas exportadoras no

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iii) Projeto Setorial para Elaboração de Software e Serviços

Correlatos – BrazilIT+ - elaborado pela Associação para Promoção

da excelência do Software Brasileiro - SOFTEX

O projeto visa apoiar a exportação de produtos e serviços de tecnologia da informação por meio da abordagem ao mercado externo por segmento de negócio e por verticais de atuação, que agrupam empresas de especialidades técnicas semelhantes.

Os objetivos definidos foram:

• Estruturar repositório de inteligência comercial e competitiva Softex.

• Aprimorar a governança integrando a atuação matricial. • Desenvolver a capacidade e maturidade em

internacionalização das empresas.

• Assessorar as empresas em processos de parceria de negócios.

• Assegurar a captação de investimento para a inovação e desenvolvimento empresarial.

• Agregar valor às empresas por meio de agendas orientadas portfólio de soluções verticais (por setores clientes dos serviços ofertados pelas empresas componentes da Softex).

Os resultados alcançados, nos exercícios de 2010 a 2012, por projeto, estão consignados na tabela a seguir:

US$ milhões

Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

225 235 482 456 478 634 0 100 200 300 400 500 600 2010 2011 2012

Meta e resultados alcançados - ABIT

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US$ milhões

Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

US$ milhões

Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

Do quadro acima, observa-se que os Projetos Setoriais envolvendo a ABIT apresentaram desempenho abaixo da meta estipulada em todos os três exercícios, em que pese uma evolução significativa dos resultados alcançados, no exercício de 2012.

Em relação aos Projetos Setoriais firmados com a ABICALÇADOS, observa-se que o resultado do ano de 2010 superou a meta estipulada, enquanto que nos

812 0 0 0 834 771 990 983 850 -100 100 300 500 700 900 1100 2010 2011 2012

Meta e resultados alcançados

-ABICALÇADOS

Meta

Resultado

180 0 0 0 240 380 200 310 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 2010 2011 2012

Metas e resultados alcançados

SOFTEX

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queda das exportações das empresas beneficiadas ao longo dos três anos analisados.

Quanto aos Projetos Setoriais desenvolvidos em parceria com a SOFTEX, os resultados, nos três exercícios foram crescentes e acima das metas estipuladas nos últimos dois exercícios.

Quanto a esses resultados, a Apex-Brasil apresentou os seguintes esclarecimentos, em consonância ao disposto em seus relatórios de avaliação.

• Projeto Setorial Programa Estratégico da Cadeia Têxtil Brasileira –

Texbrasil, realizado em parceria com a ABIT.

Segundo a Apex-Brasil, os resultados do Projeto Texbrasil 2010/2011 não foram alcançados em função de o mercado internacional estar em crise, desde 2005, devido à entrada da China na OMC e da queda dos limites expostos para venda internacional de têxteis e confecção. Segundo a Entidade, o valor exportado no período de 2010 e 2011- US$ 460 milhões - corresponde ao valor exportado no período relativo por 139 empresas participantes do Texbrasil, o que representa 21% do setor têxtil e de confecção. Ao se excluir a matéria prima algodão, segundo a Apex-Brasil, que não é o foco do programa, a participação Texbrasil passa a ser de 38% no total de exportações brasileiras da cadeia.

Além disso, segundo a entidade, o aquecimento do consumo interno, no período de 2008/2011, propiciou a saída de um grande número de empresas do projeto.

A Apex-Brasil, ressalta, entretanto, que apesar das dificuldades apresentadas no projeto, a imagem da moda brasileira vem se consolidando no mercado internacional, em função de novos talentos presentes no projeto e que estão sendo reconhecidos internacionalmente.

• Projeto Setorial Calçado Brasileiro – Brazilian Footwear, realizado em parceria com a ABICALÇADOS.

Sobre os resultados apresentados, a Apex-Brasil ressaltou que o setor calçadista é formado por cerca de oito mil empresas que empregam aproximadamente 350 mil pessoas diretamente. O setor tem presença em vários estados, tendo destaque os polos produtores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Ceará. A história exportadora deste setor é da década de 1970, tendo importância na balança comercial brasileira, exportando US$ 1,1 bilhão em 2012.

Segundo a Entidade, a indústria calçadista brasileira é a terceira no ranking mundial em produção (864,3 milhões de pares/ano) e a quarta em consumo. O Brasil se destaca ainda como o 8° maior exportador mundial, atrás da China, Vietnã e Indonésia nos produtos de valores mais baixos e pela Itália, Bélgica, Alemanha e Holanda nos calçados de maior valor agregado.

(19)

Apesar dessa expressividade, atualmente o setor enfrenta dificuldades frente à enorme concorrência estrangeira, especialmente de produtos chineses, apreciação da moeda e custo Brasil. A grave crise econômica mundial também tem afetado diretamente o setor calçadista. Desta forma, algumas empresas já experientes no mercado internacional, reduziram sua participação no processo exportador, voltando-se para o mercado interno e tratando a exportação como estratégia secundária.

Segundo a análise da Apex-Brasil sobre os resultados apresentados, as empresas participantes do projeto tiveram um desempenho exportador melhor do que o resultado das exportações totais brasileiras, especialmente pelo apoio recebido por meio das ações de promoção comercial, imagem e competitividade.

Contudo, segundo a Apex-Brasil, não é possível mensurar resultados imediatos das ações de promoção comercial internacional, considerando-se que cada evento necessita de amadurecimento, tanto da empresa participante, quanto do relacionamento criado com o comprador potencial. Desta forma, a entidade considera que os resultados das ações são de médio prazo, dependendo de outros fatores como cenário internacional, câmbio, maturidade exportadora, reconhecimento da marca, etc.

• Projeto Setorial para Elaboração de Software e Serviços Correlatos

– BrazilIT+, realizado em parceria com a SOFTEX.

Sobre esses Projetos, destacamos os esclarecimentos a seguir:

Em 2010, os resultados de exportação no período geraram cerca de US$ 180 milhões, o que corresponde a um aumento de 23% em relação ao ano anterior, menor que o esperado para o exercício por causa dos efeitos da crise econômica mundial, tendo notado que a crise afetou principalmente os mercados da Europa e dos Estados Unidos. Além disso, segundo a Entidade, aliada à valorização do real, ao aquecimento do mercado interno brasileiro e à escassez de mão-de-obra qualificada no setor, neste período a crise diminuiu o interesse de algumas empresas brasileiras pelo mercado externo como um todo.

Quanto ao ano de 2011, o valor alcançado superou a meta, o que segundo a Apex-Brasil reforça o momento positivo vivido pelo setor no biênio 2010-2011.

Em 2012, o valor alcançado superou o pactuado e, por ser a meta mais importante do projeto, segundo a Apex-Brasil, comprova o acerto das ações do projeto, de modo geral.

Dos dados e esclarecimentos apresentados pela Apex-Brasil, e da avaliação efetuada pela equipe de auditoria também nos dossiês dos Projetos Setoriais, verificamos que as justificativas da Apex-Brasil, tanto nos casos mais favoráveis

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ou naqueles desfavoráveis, são em grande parte centradas em variáveis macroeconômicas, que estão fora do alcance de sua atuação.

Apesar dos elementos macroeconômicos apresentados serem fatores relevantes, a análise da Apex-Brasil, ao final de cada convênio, deve ser mais efetiva ao analisar os méritos da própria atuação da entidade, para que, de forma abrangente, esses elementos fiquem registrados e sirvam formalmente de subsídio tanto para a avaliação dos resultados do convênio, quanto para que, nos seguintes, sejam realizados aprimoramentos com base nesse aprendizado organizacional registrado.

Essa avaliação está alinhada com a nova metodologia de análise em implantação na Apex-Brasil.

Feitas as considerações sobre os Projetos Indy e Carnaval, bem como sobre os Projetos Setoriais, apresentamos as conclusões da análise.

Primeiramente, cabe citar que foram identificadas necessidades de aprimoramento na divulgação dos resultados obtidos, especialmente no Projeto Formula Indy. A leitura das mídias elaboradas leva à conclusão que os resultados apresentados pela Apex-Brasil representam resultados efetivos, quando a própria entidade esclareceu que se tratam de resultados previstos.

De modo geral, observamos que, além dos aspectos qualitativos, o indicador de Índice de variação líquida das exportações – IVL, previsto no contrato de gestão, é utilizado para acompanhamento dos projetos setoriais, representando um componente central em relação aos objetivos institucionais, e que esse indicador é considerado nas decisões relativas à gestão dos projetos desenvolvidos.

A Apex-Brasil informou que passa por processo de aprimoramento de sua metodologia de avaliação dos resultados de seus projetos, de forma a vincular mais diretamente os efeitos de sua atuação aos resultados de exportação das empresas apoiadas.

2.2. Avaliação da Gestão de Pessoas

A auditoria realizada sobre a gestão de recursos humanos da APEX-Brasil teve como objetivo avaliar a composição do quadro de pessoal da entidade durante o exercício de 2012, especificamente se há justificativa para os desligamentos de empregados sem justa causa, além da verificação da razoabilidade e correção da evolução salarial dos funcionários em face de reajustes concedidos. Foi também realizado acompanhamento da recomendação efetuada pela CGU, para que a Apex-Brasil atuasse junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, a fim de realizar as alterações necessárias no Contrato de Gestão, de forma a estabelecer limites à contratação de comissionados pela APEX, os quais devem estar balizados em estudos que demonstrem a real necessidade da alteração além dos 15% anteriormente previstos. A Unidade apresentou uma relação contendo todos os nomes de seus empregados de onde se extrai que durante o exercício auditado houve 5 (cinco) demissões sem justa causa, 8 (oito) pedidos de demissão e 7 (sete) desligamentos de aprendizes em razão do término de seus contratos de trabalhos, tendo ainda informado que, por força de Acordo

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Coletivo de Trabalho, referente 2012/2013; seus empregados tiveram reajustes em seus salários base no percentual de 6% (seis por cento), cujo índice foi aplicado a partir de 30 de abril de 2012, conforme determina a cláusula terceira do Acordo Coletivo de Trabalho 2012/2013.

A equipe de auditoria realizou análise em amostra não probabilística de empregados e verificou que, de fato, seus salários base, referentes ao mês abril de 2012 para pagamento em maio de 2012, tiveram reajuste de 6% (seis por cento) conforme pactuado no Acordo Coletivo de Trabalho 2012/2013.

Quanto aos atos de desligamento, a Apex-Brasil informou que quatro desses empregados demitidos sem justa causa eram ocupantes de cargos comissionados, “que por sua natureza, são demissíveis ad nutum, não havendo que se falar em necessidade de motivação para suas dispensas.” Quanto ao outro, a informação da Unidade Auditada foi de que “seu perfil profissional apresentado pelo colaborador não atende mais à composição da equipe técnica em reestruturação”, havendo, portanto, a existência de justificativa formal para esse ato.

Quanto à recomendação, de estabelecimento de limite de ocupantes de cargo em comissão em relação aos ocupantes de cargos selecionados por processo seletivo público, a Apex-Brasil não cumpriu a recomendação e informou que, apesar de, a princípio, ter anuído quanto à recomendação, a Diretoria da Agência reavaliou o assunto e concluiu pela não alteração dos termos que se encontravam vigentes, no que tange a limite de comissionados.

Segundo a entidade, “a exclusão do limite se deu no processo de revisão geral dos termos do contrato de gestão onde, neste ponto, foi identificado que, pela própria natureza das atividades da Agência, por vezes se fazia necessária a busca imediata de profissionais no mercado para enfrentar situações e novas frentes a serem desenvolvidas, necessitando-se de perfis específicos, com expertise própria para implementação de novas áreas, projetos ou atividades. Ressalta-se que todo o processo de alteração foi objeto de discussão pormenorizada junto ao MDIC, passando posteriormente por avaliação criteriosa do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão – MPOG e da Casa Civil da Presidência da República, não havendo qualquer ressalva à referida exclusão.”

Os dados apresentados pela Apex-Brasil demostram um aumento, ao longo do tempo, do percentual do número de empregos comissionados em relação ao número total de empregados efetivos, da seguinte forma:

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Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

Fonte: Elaborado pela CGU com base em informações disponibilizadas pela Apex-Brasil

Segundo entendimento da CGU7, as entidades do Sistema S devem realizar, como regra, seleção pública externa para o ingresso inicial nos quadros funcionais dessas entidades. Além disso, tais contratações devem obedecer aos princípios constitucionais da

7 Entendimentos do Controle Interno Federal sobre a Gestão dos Recursos das Entidades do Sistema "S" – disponível em: http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/CartillhaEntendimentosCISistemaS/CartilhaEntedimentosCISistemaS _rev2013.pdf 175 179 176 38 45 57 0 50 100 150 200 250 2010 2011 2012 Q td e E m p re g a d o s

Composição de empregados

da Apex-Brasil

Não comissionados Comissionados

17,84% 20,09% 24,46% 17% 18% 19% 20% 21% 22% 23% 24% 25% 2010 2011 2012

Percentual de comissionados

em relação ao total

(23)

publicidade, impessoalidade, moralidade, finalidade e igualdade, bem como deve balizar-se em critérios objetivos de avaliação.

A Apex-Brasil argumentou que, tendo em vista a necessidade de se estruturar para desenvolver uma série de atividades relevantes, contratou, diretamente no mercado, profissionais com expertise em várias áreas de conhecimento. Informou, ainda, que em outubro de 2012 adotou por intermédio da Resolução da Diretoria Executiva nº 22-06/2012 o Regulamento de Processo Seletivo para contratação de pessoal na Agência. Em razão disso, acrescentou que a Agência tem trabalhado para aperfeiçoar seu processo de contratação por demanda de forma a suprir vagas que atualmente vem sendo preenchidas por assessores comissionados.

Tendo em vista o exposto, não obstante a informação de que a Agência vem empreendendo esforços para contratar empregados por seleção pública, ressalta-se a importância de que o quadro de empregados reflita um processo de seleção impessoal e isonômico. Cabe ressaltar que atualmente, pelos dados apresentados, de cada quatro empregados, um deles é comissionado.

Dessa forma, reforçamos a relevância do atendimento à recomendação da CGU de limitação do percentual de empregados comissionados da Apex-Brasil, ainda que não necessariamente incluindo esse limite no contrato de gestão.

A Apex-Brasil informou que assume o compromisso de estipular internamente este limite tão logo possa avaliar os resultados dos processos seletivos públicos, que ocorrerão após a contratação dos serviços especializados de recrutamento interno e externo e seleção de pessoal, sob demanda.

2.3. Avaliação da Gestão do Patrimônio Imobiliário

A Apex-Brasil mantém sua sede em Brasília-DF, no Setor Bancário Norte, Quadra 2, Lote 11, Edifício Gabriel Otávio de Oliveira, onde ocupa a sobreloja, o térreo e o primeiro e quinto subsolos do prédio, compreendendo uma área útil total de 7.460m2 sendo que o primeiro Contrato de Locação nº 31-01-2007, foi firmado com a empresa Data Construções e Projetos Ltda., com vigência de 12 meses a contar de 12 de fevereiro de 2008 no valor inicial de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) mensais. No aditivo ocorrido em 2012, o aluguel mensal pago pela Apex-Brasil passou a ser de aproximadamente R$ 410 mil, correspondendo ao valor de R$ 54,82 o metro quadrado. Em relação a esse mesmo período, correspondente ao intervalo de 30/03/12 a 29/03/13, a Apex-Brasil realizou o pagamento antecipado dos 12 meses da locação, tendo sido oferecido à entidade, nesta situação, um desconto de 9,10%, o que resultou em uma diferença de uma mensalidade, em relação ao valor anual.

Esta equipe de auditoria realizou pesquisas de mercado sobre o preço do metro quadrado de imóvel similar ao que a Apex ocupa e constatou que o aluguel que é cobrado da Unidade está de acordo com a média de preços praticados pelo mercado imobiliário para imóveis similares, situação também corroborada pela pesquisa de

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preços efetuada pela Unidade para justificar a escolha da locadora e a continuidade da relação locatícia.

Cabe registrar que a APEX-Brasil, quando de vistoria realizada em suas instalações por parte do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, em 08 de maio de 2013, constatou uma série de desconformidades, relativamente a: documentação, sinalizações de segurança, iluminação de emergência, proteção por extintores, proteção por hidrantes, sistema de detecção e alarme e chuveiros automáticos. Foram adotadas medidas pela Entidade, visando a atender os requisitos exigidos, estando atualmente aguardando por novo posicionamento por parte do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal a respeito do assunto. Considerando que até o momento não houve novo posicionamento daquela corporação quanto ao atendimento ou não de suas exigências, a Apex-Brasil informou que está acompanhando o deslinde da questão.

2.4. Avaliação do Cumprimento das Recomendações da CGU

Consoante à atuação da CGU, as providências da Apex-Brasil para atendimento às recomendações da CGU relacionadas no Relatório de Gestão de 2012 foram analisadas tendo-se chegado às conclusões a seguir expostas.

01 – Recomendação oriunda da Constatação nº 001 do Relatório de Acompanhamento de Gestão nº 201117785, que expressa o seguinte:

RECOMENDAÇÃO Nº 1: Avaliar se as exigências constantes da proposição para a nova redação dos itens 6.4, 6.6 e 6.7 não caracterizam restrição à competitividade.

A Agência se manifestou no sentido do atendimento da recomendação ao informar que cumpriu a recomendação com a elaboração de novo instrumento convocatório, com a exclusão e alteração de alguns itens de habilitação técnica e a manutenção de uma única exigência técnica e que providenciou a realização de uma revisão geral no Termo de Referência, buscando contemplar os tipos, portes e locais dos eventos realizados.

A Apex-Brasil apresenta também a síntese dos resultados obtidos: realização de processo licitatório com o edital contemplando as adequações sugeridas, pregão presencial nº 06/2012.

Efetuamos a verificação do cumprimento de tal recomendação através da análise do edital do pregão presencial nº 06/2012 (Aviso de Licitação publicado no DOU - Seção 3, Edição nº 195, de 8 de outubro de 2012, pág. 207) e consideramos atendida a recomendação supracitada.

02 – Recomendação oriunda da Constatação nº 002 do Relatório de Acompanhamento de Gestão nº 201117785, que expressa o seguinte:

RECOMENDAÇÃO Nº 2: Na próxima contratação de empresa para prestação de serviços de eventos adotar os seguintes procedimentos:

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• Para definição do preço de referência, considerar a estimativa do volume de compras previsto, seu potencial ganho de escala e o histórico dos custos, explicitando no processo seu juízo crítico quanto à razoabilidade dos valores coletados nas pesquisas de preços.

• Divulgar no edital todas as informações relevantes de modo a permitir que as licitantes apresentem suas propostas em igualdade de condições.

A Agência se manifestou no sentido do atendimento da recomendação ao informar a inclusão na planilha de custos enviada para pesquisa de mercado visando a definição do preço de referência do referido certame a quantidade estimada de consumo, apresentando o quantitativo por item em cada uma das regiões para o período de 1 ano (janeiro de 2011 a dezembro de 2011) acrescido de 15% referente à estimativa de crescimento do orçamento da Agência, buscando como consequência, a isonomia de informações quanto às expectativas de gastos e a observância do ganho de escala. Esse cálculo foi também expresso no Instrumento Convocatório, além dos quantitativos, regiões, estimativas de público e tipos de eventos realizados de 2010 a meados de 2012, com vistas a tornar mais transparente o processo.

Efetuamos a verificação do cumprimento de tal recomendação através da análise do edital do pregão presencial nº 06/2012 (Aviso de Licitação publicado no DOU - Seção 3, Edição nº 195, de 8 de outubro de 2012, pág. 207) e consideramos atendida a recomendação supracitada.

03 – Recomendação oriunda da Constatação nº 002 do Relatório de Acompanhamento de Gestão nº 201117785, que expressa o seguinte (2ª parte):

RECOMENDAÇÃO Nº 1: Passe a exigir, nos procedimentos operacionais padrão da área de gestão, a elaboração de relatórios relacionados às visitas técnicas realizadas “in loco”.

A Apex-Brasil se manifestou no sentido do atendimento da recomendação ao informar:

Passaremos a registrar em nossos sistemas o resultado das visitas realizadas “in loco”, vez que a recomendação em tela se harmoniza com o projeto de criação de um histórico das ações e dos relacionamentos mantidos pelos gestores junto aos parceiros em cada projeto. Já estão sendo efetuados os ajustes sistêmicos necessários para que os relatos possam ser registrados em nossos sistemas, assim como a Gerência de Negócios está disseminando a nova prática aos diversos gestores para que se dê estrito cumprimento à recomendação.

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Verificamos, em relação ao evento Gartner Symposium ITxpo 2012, de 21-25 de outubro de 2012, organizado pelas empresas SOFTEX e BRASSCOM, que foi elaborado relatório de visita in loco. Com base na informação prestada pela Apex-Brasil, consideramos atendida a recomendação supracitada.

04 – Recomendação oriunda da Constatação nº 003 do Relatório de Acompanhamento de Gestão nº 201117785, que expressa o seguinte:

RECOMENDAÇÃO Nº 3: Adotar medidas, nos termos do disposto da Lei 8.666/93, art. 88, para aplicação de penalidade à empresa Capacitá, tendo em vista a tentativa de manipular os preços de referência da licitação, quando cotou preços em percentuais muito superiores aos ofertados no certame.

A Agência se manifestou no sentido do não cumprimento da recomendação ao informar que:

Diante da ausência de previsão legal para que esta Apex-Brasil se utilize da aplicação da Lei nº 8.666/93, e em estrita observância aos seus normativos internos, mais precisamente, ao Regulamento de Licitações e Contratos da Apex-Brasil, não é possível, e nem contratualmente legal, aplicar à empresa licitada as sanções de que trata o artigo 88 da referida legislação. Aliás, esse artigo da Lei nº 8.666/93 ainda traz referência expressa de que é aplicável às empresas ou aos profissionais em razão de “contratos regidos por esta lei”, o que não se dá no presente caso, e em qualquer tipo de relação institucional, contratual, comercial, profissional e laboral de que participe a Apex-Brasil.

Diante dos fatos apresentados, e em consonância aos inúmeros casos de prática semelhante de tentativa de manipulação de preços de referência de licitação, mais conhecida como “jogo de planilha”, constatados pelos Órgãos de Controle Brasileiros, os quais citamos como exemplos:

a) Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 22 do TCU; b) Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 23 do TCU; c) Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 30 do TCU; d) Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 83 do TCU; e e) Informativo de Jurisprudência sobre Licitações e Contratos nº 126 do TCU. Tendo em vista o posicionamento da Agência, foi emitida Nota de Auditoria recomendando que a Apex-Brasil elabore norma relacionada à possibilidade de aplicação de penalidade para eventuais casos semelhantes no futuro, com vistas à mitigação dessa possibilidade.

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Sobre essa recomendação, a Apex-Brasil informou que deve observar seu Regulamento de Licitações e Contratos, o qual é fundado em uma raiz comumente discutida com as demais entidades do Sistema S.

Informou, ainda, que realizará estudos e levará o tema à discussão do Grupo Técnico do Sistema S para que a possibilidade de adoção de normativo nos termos recomendados por essa Controladoria possa ser avaliada.

05 – Recomendação oriunda da Constatação nº 038 do Relatório CGU nº 224360 – ref. Prestação de Contas do Exercício 2008, que expressa o seguinte:

Recomendação: ausência de normativo que regulamente a obrigatoriedade do convenente de solicitar a restituição de tributos no exterior.

A Agência se manifestou informando que o assunto está sendo conduzido pela Unidade de Finanças da Agência. A Apex-Brasil complementa que foi identificado fornecedor com o qual se dará início a um projeto piloto para se avaliar o custo benefício do procedimento de recuperação, e que a área de Finanças está levantando documentação e, em breve dará início ao procedimento de recuperação para avaliação. Por fim, ele finaliza a manifestação informando que a análise do projeto demonstrou a necessidade de se estudar o assunto, assim como a legislação de diversos países, o que está sendo conduzido pela Unidade de Finanças. O projeto também exigiu a análise e revisão de toda a documentação que deverá suportar os pedidos de restituição, e que, ainda segundo a Agência, somente este processo de aprendizagem permitirá que eles estendam o assunto às entidades parceiras da Agência.

Dessa forma, concluímos que a recomendação está em fase de implementação.

06 – Recomendação oriunda da Constatação nº 018 do Relatório de Auditoria Anual de Contas nº 201109559 - 2ª PARTE:

Recomendação: atuar junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, a fim de realizar as alterações necessárias no Contrato de Gestão, de forma a estabelecer limites à contratação de comissionados pela APEX, os quais devem estar balizados em estudos que demonstrem a real necessidade da alteração além dos 15% anteriormente previstos.

Com base nas informações já apresentadas neste relatório, consideramos a referida recomendação como em fase de implantação.

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2.5. Avaliação dos Controles Internos Administrativos

A Apex-Brasil possui rotinas estruturadas para aprovação e acompanhamento dos projetos firmados, como previsto em seus normativos internos e ilustrados em seu Catálogo de Serviços.

Os testes realizados, conforme detalhamento a seguir, centraram-se no fluxo previsto para os Projetos Setoriais, tendo em vista sua maior complexidade, em função da própria natureza da execução, que envolve a celebração de convênios com entidade parceira, de duração prevista de 24 meses.

O processo de elaboração de um projeto setorial inicia-se com a articulação e negociação do projeto com as entidades e empresas do setor. A Diretoria Executiva da Apex-Brasil então aprova o projeto e autoriza o orçamento para execução do projeto setorial. É realizado então o Planejamento Estratégico Setorial, para um período de abrangência de cinco anos. São priorizados mercados para o setor em conjunto com as empresas e formaliza a adesão das empresas ao Projeto Setorial.

Em seguida, é desenvolvido o Plano Operacional, e, por entidades especializadas, promovida consultoria técnica em promoção comercial, internacionalização e gestão de projetos. A Entidade Setorial planeja e executa as ações de promoção comercial, a Apex-Brasil avalia e monitora as ações específicas do Projeto, quando então são prestadas contas e demonstrados os resultados técnicos do Projeto Setorial.

A Apex-Brasil avalia tecnicamente as ações e os resultados do projeto setorial, a cargo de sua Unidade de Projetos Setoriais, enquanto a Unidade de Prestação de Contas avalia as prestações de contas financeiras a cada parcela autorizada e realiza o encerramento do Projeto.

Todo o fluxo do processo é registrado e acompanhado por sistema corporativo, permitindo melhor monitoramento de cada etapa do processo, bem como redução de custos e desburocratização das etapas.

Nas análises dos projetos setoriais selecionados para amostra, a equipe de auditoria verificou que, quanto aos aspectos formais do fluxo previsto, os processos de convênios estavam instruídos conforme a legislação pertinente, não tendo sido identificadas falhas relevantes.

Quanto à exigência da emissão de parecer por entidade de auditoria independente, como requisito para aprovação de prestação de contas da convenente, especialmente quanto à necessidade de verificação da realização de cotação prévia de preços no mercado, conforme dispõem os normativos da Apex-Brasil, foi realizado questionamento à Entidade, para a emissão de esclarecimento sobre esse procedimento.

Segundo a Apex-Brasil, o trabalho de auditoria prevê a execução de vários testes denominados Procedimentos Previamente Acordados - PPA. O PPA prevê que no caso de despesas cujo valor tenha sido superior a R$ 5.000,00, sejam observados os princípios da impessoalidade, moralidade e economicidade, confirmando-se a realização de cotação prévia de preços de mercado antes da contratação.

Referências

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