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Entidade: Órgão de Origem: Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região

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Tribunal de Contas da União Número do documento: DC-0211-25/00-1

Identidade do documento:

Decisão 211/2000 - Primeira Câmara Ementa:

Tomada de Contas Especial. TRT 13ª Região. Aquisição indevida de material. Locação de estacionamento particular para uso dos servidores por preço acima do preço de mercado. Nomeação irregular de parente de juíza. Alegações de defesa rejeitadas. Prazo para recolhimento do

débito.

Grupo/Classe/Colegiado: Grupo I - CLASSE II - 1ª Câmara Processo:

015.490/1995-5 Natureza:

Tomada de Contas Especial Entidade:

Órgão de Origem: Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região Interessados:

RESPONSÁVEIS: Severino Marcondes Meira, ex-Presidente, e Marcelo Capistrano de Miranda Monte, ex-Diretor-Geral

Dados materiais: ATA 25/2000

DOU de 26/07/2000

INDEXAÇÃO Tomada de Contas Especial; TRT Região 13; Aquisição; Locação; Nomeação de Pessoal; Alegações de Defesa Rejeitadas; Prazo;

Recolhimento; Débito; Parente; (com 4 volumes)

Sumário:

Tomada de Contas Especial. Irregularidades nas áreas de pessoal e licitações e contratos. Responsabilidade solidária. Citação. Audiência.

Rejeição das alegações de defesa. Comunicação aos responsáveis. Fixação de prazo improrrogável para recolhimento do débito.

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Relatório:

Trata-se de Tomada de Contas Especial decorrente de denúncia formulada ao Tribunal acerca de irregularidades que estariam ocorrendo nas áreas de pessoal e licitações e contratos do TRT/13ª/Região.

Na sessão extraordinária, de caráter reservado, de 4.12.1996, o

Tribunal decidiu (fl. 167), entre outras medidas, conhecer da denúncia, converter o processo em Tomada de Contas Especial e determinar a adoção das seguintes medidas(Decisão 808/96-TCU-Plenário, in Ata 39/96):

a) a citação solidária do Juiz Severino Marcondes Meira, ex-Presidente, e Marcelo Capistrano de Miranda Monte, ex-Diretor-Geral, para

apresentarem alegações de defesa ou recolherem as importâncias abaixo discriminadas, relativas à aquisição de um ataúde e à locação de

estacionamento particular para uso dos servidores do TRT/13ª Região: DATAVALOR (R$)DATAVALOR (R$) 1.12.941.380,0010.6.95743,41 16.12.941.313,4010.7.95750,00 17.3.95739,003.8.95750,00 3.4.95743,4113.9.95750,00 10.4.951.366,763.10.95750,00 10.5.95743,417.11.95750,00

b) a audiência do Juiz Tarcísio de Miranda Monte para apresentar

justificativas sobre a nomeação de Leonardo Maroja Arcoverde Nóbrega, para o cargo de Diretor da Secretaria da 6ª JCJ da 13ª Região, e de Matheus Roberto Ribeiro, para o exercício da distribuição dos feitos da

JCJ de Campina Grande/PB, em desacordo com as Leis 8.429/92, 8.432/92 e a CLT, art. 715.

Regularmente citados (fls. 170/3), os responsáveis apresentaram

alegações de defesa, argumentando, em síntese, o seguinte (fls. 175/7 e 245/7):

- o Juiz Tarcísio de Miranda Monte recolheu aos cofres públicos a quantia relativa à aquisição do ataúde (R$ 1.380,00), destinado ao sepultamento de seu genitor, o que afasta a irregularidade apontada; - a locação do estacionamento foi regularmente licitada e contratada, tanto é que a administração sucessora continuou a utilizar o

estacionamento, honrando o contrato celebrado;

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pelo mercado;

- é dever da administração oferecer instalações para estacionamento de seus veículos e dos seus servidores. No caso específico das Juntas de Conciliação e Julgamento de João Pessoa, por estarem instaladas no centro da cidade, a falta de estacionamento era motivo para constantes atrasos dos servidores; e

- o autor das denúncias foi contemplado com um cargo em comissão, o que deixa evidente o interesse pessoal na sua formulação.

A Secex/PB analisou os argumentos dos responsáveis na instrução fls. 261/6.

Sobre a questão do pagamento do ataúde e o posterior recolhimento aos cofres públicos da quantia gasta com esse objetivo, a unidade técnica entende que o recolhimento do valor quita o débito, mas não afasta a irregularidade praticada, passível de aplicação de multa por ocasião do exame de mérito das presentes contas.

Em relação à locação do estacionamento, a unidade técnica informa, primeiro, que o valor ajustado - R$ 25,00 por vaga - é superior ao

cobrado, no mesmo estacionamento, para os demais usuários, que pagavam apenas R$ 20,00. Segundo, não há fundamentação legal para contratar vagas de estacionamento particular para uso de servidores. Para os carros oficiais, que constituem patrimônio público, seria justificável tal contratação, mas não para guardar veículos dos servidores, que são bens de particulares, cabendo a estes o ônus por sua guarda (fl. 263). Por isso, propõe a rejeição das alegações de defesa.

No entanto, como nas alegações de defesa foi argumentado que o contrato continuou em vigor na administração que sucedeu aos responsáveis

citados, a unidade técnica, em consulta ao Siafi, verificou que o

TRT/13ª Região efetuou pagamentos, com base no questionado contrato, até março de 1996.

Propôs, assim, a citação dos responsáveis por esses pagamentos, autorizada nos termos do despacho fl. 271.

Citados solidariamente (fls. 272/3), o Presidente, Juiz Vicente

Vanderlei Nogueira de Brito, e o Diretor-Geral, sr. Alexandre Gondim

Guedes Pereira, apresentaram suas alegações de defesa argumentando, em síntese, o seguinte (fls. 282/5 e 290/3):

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vigor e regularmente formalizado, tinha a presunção de legalidade; - por causa do volume de trabalho e da situação peculiar pela qual

passava aquele Tribunal, não houve tempo disponível para analisar todos os contratos administrativos em vigor;

- quando o prazo de vigência do contrato em questão expirou, não houve prorrogação porque se entendeu que referida locação não atendia ao interesse público; e

- a decisão de não prorrogar o contrato foi anterior à citação do TCU. A unidade técnica analisou os elementos apresentados nos seguintes termos (fl. 298):

"A nosso ver, são procedentes as alegações apresentadas. A situação crítica por que passou a administração do Juiz Vicente Vanderlei Nogueira de Brito foi amplamente divulgada na época, inclusive na imprensa. Neste contexto, a presunção de legalidade levou o Gestor a honrar todos os contratos então em vigor, até o momento em que fosse constatada ilegalidade. Parece ter sido este o ocorrido quanto ao

contrato de locação de estacionamento, pois o mesmo não foi renovado. Desta forma, entendemos que a ilegalidade dos pagamentos efetuados em 04.12.95, 26.02.96 e 05.03.96 não deva ser atribuída ao aludido Juiz ou ao sr. Alexandre Gondim Guedes Pereira, então Ordenador de Despesas." O Juiz Tarcísio de Miranda Monte, em resposta à audiência a ele

dirigida (fl. 174), apresentou as seguintes razões de justificativa (248/51):

- ambos os servidores foram exonerados, ainda no exercício de 1996, dos cargos em comissão, não tendo sido questionada a legalidade das

nomeações;

- a nomeação de Leonardo Maroja Arcoverde Nóbrega, para o cargo de Diretor de Secretaria da 6ª JCJ, ocorreu em estrita observância à lei de criação da junta, e nenhuma restrição pode ser posta ao fato de ser filho da Juíza titular da 3ª JCJ, por não haver vinculação ou

subordinação funcional entre ambos. Referido servidor integra o Quadro Permanente de Pessoal do Tribunal e possuía habilitação legal para o exercício do cargo;

- o cargo de Diretor do Serviço de Distribuição, para o qual foi

nomeado Matheus Roberto Ribeiro, foi criado pelo art. 13, alínea a, V, da Lei 8.432/92, não guarda relação com o art. 715 da CLT e o fato de

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ser parente por afinidade do Juiz titular da JCJ de Areia "não

constitui, absolutamente, óbice para o exercício das funções para as quais foi nomeado o referido servidor."

Essas razões de justificativa foram rejeitadas pela unidade técnica (fl. 265), porque as nomeações questionadas ocorreram com infração à lei de criação das respectivas JCJ. A exoneração desses servidores pôs fim à irregularidade mas considera que os atos de nomeação devem ser objeto de multa, por ocasião do exame de mérito destas contas.

Conclusivamente, a unidade técnica propõe a rejeição parcial das

alegações de defesa apresentadas por Severino Marcondes Meira e Marcelo Capistrano de Miranda Monte, fixando-lhes prazo improrrogável de quinze dias para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento, ao Tesouro Nacional, das quantias relativas à locação de estacionamento particular para uso dos servidores do TRT/13ª Região, atualizadas monetariamente e acrescidas dos encargos legais pertinentes.

O Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta da unidade técnica (fl. 300).

É o relatório. Voto:

Rejeito as alegações de defesa apresentadas por Severino Marcondes Meira e Marcelo Capistrano de Miranda Monte, relativas à locação de estacionamento privado, para uso dos servidores do TRT/13ª Região. O fato de a despesa ter sido precedida de licitação e a contratação estar formalmente correta não supre a total ausência de fundamentação legal que a autorizasse. A realização dessa despesa também não encontra amparo no poder discricionário do administrador, que deve pautar sua ação exclusivamente no interesse público.

É nesse sentido o ensinamento de Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo Brasileiro, 22ª edição, p. 153, ao afirmar que "o que a doutrina assinala é que o ato, embora resultante de poder

discricionário da Administração, não pode prescindir de certos

requisitos, tais como a competência legal de quem o pratica, a forma prescrita em lei ou regulamento e o fim indicado no texto legal em que o administrador se apóia" (grifei).

Já a restituição da importância despendida na aquisição de ataúde extingue o débito em relação a esse ponto. O ato de gestão que deu causa à irregularidade poderá ser melhor avaliado em conjunto com as

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contas relativas ao exercício de 1994, ainda pendentes de julgamento (TC-475.100/1995-6).

No tocante às alegações de defesa apresentadas pelo Presidente do TRT/13ª Região, Juiz Vicente Vanderlei Nogueira de Brito, e pelo Diretor-Geral, sr. Alexandre Gondim Guedes Pereira, entendo-as

procedentes e podem ser acolhidas. Com efeito, a argüição da presunção de legitimidade dos atos administrativos, conjugada com a decisão de não renovar o contrato de estacionamento particular, demonstram a

determinação desses responsáveis em regularizar a administração daquele Tribunal.

Por último, as nomeações de Leonardo Maroja Arcoverde Nóbrega, para o cargo de Diretor de Secretaria da 6ª JCJ, e de Matheus Roberto Ribeiro, para o cargo de Diretor do Serviço de Distribuição, não observaram a restrição existente no art. 44, § 3º, da Lei 8.432/92, de acordo com o qual "não poderão ser nomeados ou designados para os cargos em comissão, criados nesta lei, parentes consangüíneos ou afins até o terceiro grau, de Juízes em atividade ou aposentados há menos de cinco anos, tanto do primeiro como do segundo grau de jurisdição."

As razões de justificativa apresentadas pelo Juiz Tarcísio de Miranda Monte, responsável pelas nomeações, não afastam a ilegalidade cometida. Nem mesmo a exoneração desses servidores têm o condão de isentar o responsável da cominação legal a que está sujeito, o que deverá ocorrer por ocasião do exame de mérito desta Tomada de Contas Especial.

Dessa forma, VOTO por que o Tribunal de Contas da União adote a DECISÃO que ora submeto à apreciação desta Primeira Câmara.

Sala das Sessões, em 18 de julho de 2000. Walton Alencar Rodrigues

Ministro-Relator Assunto:

II - Tomada de Contas Especial. Relator:

WALTON ALENCAR

Representante do Ministério Público: LUCAS ROCHA FURTADO

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Unidade técnica: SECEX-PB

Quórum:

Ministros presentes: José Antonio Barreto de Macedo (na Presidência), Walton Alencar Rodrigues (Relator) e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha.

Sessão:

T.C.U., Sala de Sessões, em 18 de julho de 2000 Decisão:

A Primeira Câmara, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento no art. 12, § 1º, da Lei 8.443/92, c/c o disposto no art. 153, § 2º, do Regimento Interno do TCU, DECIDE:

8.1. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos responsáveis solidários Severino Marcondes Meira e Marcelo Capistrano de Miranda Monte e fixar-lhes novo e improrrogável prazo de quinze dias, a contar da ciência desta decisão, para que efetuem, e comprovem perante o TCU, o recolhimento, ao Tesouro Nacional, das quantias a seguir

relacionadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos encargos legais pertinentes, calculados a partir das datas indicadas até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor:

DATAVALOR (R$) 16.12.941.313,40 17.3.95739,00 3.4.95743,41 10.4.951.366,76 10.5.95743,41 10.6.95743,41 10.7.95750,00 3.8.95750,00 13.9.95750,00 3.10.95750,00 7.11.95750,00

8.2. determinar à Secex/PB juntar cópia da presente Decisão, bem como do Relatório e Voto que a fundamentam, à Tomada de Contas do TRT/13ª Região, relativa ao exercício de 1994 (TC-475.100/1995-6), para avaliar os reflexos desta Decisão naquelas contas.

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