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Uma (breve) análise sobre os fatores que influenciam o consumidor da gelateria cuiabana Matteo Gelato Criativo 1

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Uma (breve) análise sobre os fatores que influenciam o consumidor da gelateria cuiabana Matteo Gelato Criativo1

Emile Nicole Botelho Rodrigues dos Santos2 Giovanna Bulhões3

Vitória Soares da Conceição4 Universidade Federal de Mato Grosso

RESUMO: O objetivo desse artigo é compreender quais fatores levam o consumidor a

comprar na gelateria Matteo. Para isso, foi elaborado um questionário que foi divulgado por meio das redes sociais através do método “Bola de Neve” e obteve respostas de 111 consumidores da gelateria. Para o desenvolvimento do questionário utilizou-se como base os conceitos de Hayes (1995) e Schiffmann (2015). Já para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os conceitos de Giglio (2015) sobre o comportamento do consumidor. Por fim, através da pesquisa realizada foi possível apontar quais fatores mais influenciam os consumidores da Matteo, mas também quais se mostraram pouco significativos.

PALAVRAS-CHAVE: Matteo Gelato Criativo; gelato; gelateria; consumidor;

comportamento.

INTRODUÇÃO

Com a intenção de atender à alta demanda de consumo de sobremesas geladas, os gelatos têm sido uma forte alternativa no mercado por serem opções com características que incluem pouco ou nenhum ingrediente que não seja de origem natural, requisito cada vez mais buscado entre os clientes que procuram melhorar sua dieta ou apenas fugir dos sorvetes processados.

O gelato5 conhecido hoje, nasce a partir do resultado de uma junção de diversas culturas, passando pela China – onde eram usados como ingredientes a neve, mel, frutas

1 Trabalho apresentado na IJ02 – Publicidade e Propaganda, da Intercom Júnior – XVI Jornada de Iniciação Científica em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

2 Discente do 3º semestre do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), email: milebotelhos@gmail.com

3 Discente do 3º semestre do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), email: giovannafbulhoes@gmail.com

4 Discente do 3º semestre do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), email: itsvitows@gmail.com

5 Gelato X sorvete: saiba identificar um e outro e conheça principais diferenças. Disponível em: <https://www.vix.com/pt/dicas-gastronomicas/536133/gelato-x-sorvete-saiba-identificar-um-e-outro-e-conheca-principais-diferencas>

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e gema de ovo, incrementado pelos árabes com adição de água - criando o sorbet, e, finalmente chegando à Itália, quando o leite também foi adicionado à receita e o processo de fabricação passou a ser em uma máquina mantecadora e se tornou ainda mais popular. As principais qualidades que diferem um gelato italiano do sorvete são o frescor dos ingredientes, a baixa quantidade de ar e açúcar, não possuir os químicos que os sorvetes normalmente têm (emulsificante, corantes artificiais, conservantes e aromatizantes), menor quantidade de gorduras, pertencentes aos ingredientes naturais já utilizados no preparo, além da produção artesanal, normalmente em menor escala, que garante sabor e textura notável. Todas essas diferenças colaboram para a construção do conceito de gelato que é comercializado em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Gelateria é um termo que pode ser traduzido para o português como sorveteria, entretanto, segundo Legittimo (2013), o gelato – do latim gelatus, que significa congelado – não possui a mesma tradução literal do sorvete, já que, no que se refere à maciez e cremosidade, são produtos bem diferentes.

Assim, aproveitando-se de um mercado em potencial na capital mato-grossense, com seu clima tropical, foi inaugurada em abril de 2017 a gelateria Matteo, que trazem aos consumidores, desde então, a oportunidade de viver com proximidade a experiência gastronômica italiana dos gelatos. Além de apresentar uma grande variedade de sabores que atendem a todos os públicos, inclusive veganos, alérgicos ou aqueles que apenas procuram alternativas mais saudáveis6.

Ademais, a criatividade e inovação da gelateria Matteo Gelato Criativo fez com que ela levasse o prêmio Veja Comer e Beber Cuiabá, como melhor sorvete, nos anos de 2018 e 20197. Reconhecimento que tem feito a gelateria ser uma das mais famosas de Cuiabá. Em decorrência disso, ocorreu a criação de outras três lojas na capital, além de uma em Brasília e planos de expansão ainda maiores.

Além disso, o estabelecimento conta ainda com o Sorvete Social, um evento anual que tem a participação de voluntários e tem o lucro das vendas revertido em ações para a comunidade. Assim, por causa da popularidade e do sucesso da gelateria, procuramos

6 Matteo Gelato Criativo tem 70 sabores, inovação e rodízio em Cuiabá veja fotos. Disponível em: <https://www.rdnews.com.br/gastronomia/matteo-gelato-criativo-tem-70-sabores-inovacao-e-rodizio-em-cuiaba-veja-fotos/91667>

7 Matteo Gelato Criativo é eleita a melhor sorveteria de Cuiabá. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/gastronomia/matteo-gelato-criativo-e-eleita-a-melhor-sorveteria-de-cuiaba/>

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entender através dessa pesquisa o que atrai os consumidores a preferirem consumir e até mesmo se fidelizar à Matteo.

REFERENCIAL TEÓRICO

A tese principal de Maslow reverbera até os dias atuais quando o assunto é comportamento do consumidor. Para o autor, existiriam cinco níveis de anseio “satisfazer necessidades fisiológicas, de segurança, de afeto, de relacionamento e de autorrealização.” (GIGLIO, 2015, p. 41).

Giglio (2015, p. 34), aponta a busca humana por satisfação, mas ao contrário do que ocorre com os consumidores da empresa pesquisada, para ele depois de um tempo, o consumidor se cansaria daquele produto e procuraria uma novidade.

O homem tem infinitos desejos, mas limitadas possibilidades de satisfazê-los. Por isso, tem de escolher produtos e serviços que lhe dêem o máximo de satisfação. Segundo teóricos, a capacidade de tirar satisfação de um bem diminui à medida que o homem o consome (Gade, 1980, p. 5). Essa é a premissa da utilidade marginal. Desejar intensamente um produto fará que ele seja valorizado ao obtê-lo. Em uma segunda compra, porém, seu valor e sua utilidade poderão diminuir. Quando o consumidor perceber que está gastando o mesmo valor por uma utilidade menor, poderá migrar para outro produto. (GIGLIO, 2015, p. 34).

Por outro lado, o autor afirma que quanto mais níveis o consumidor alcança, mais ele vai buscar segurança e comodidade, pois, segundo ele, “existem evidências de que as pessoas procuram evitar o novo e sentem-se seguras com os comportamentos repetitivos.” (GIGLIO, 2015, p. 41).

O gelato, apesar de ser um alimento, pode ser considerado frívolo, já que não é de fato uma necessidade fisiológica. Somando isso ao seu preço, infere-se que esse é um produto elitizado. De acordo com Giglio (2015, p. 34), a renda é um fator determinante para o consumo, há “uma relação direta entre a renda das famílias e o consumo de certas categorias de produtos. Assim, conforme a renda da família aumenta, inicia-se o consumo dos chamados supérfluos.”.

Sobre isso, o autor aponta que, dentro da teoria de Maslow, a teoria das metanecessidades, que se refere as necessidades secundárias, é escanteada. Assim, para ele, “Conhecer as necessidades básicas não basta.” (GIGLIO, 2015, p. 42).

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Uma das abordagens da Psicologia, que analisa o comportamento, apresenta o conceito de condicionamento, o qual pode ser aplicado para demonstrar a forma como o consumidor é estimulado. Giglio (2015, p. 45), elucida que a diferença desse conceito está nos

[...] estímulos que são apresentados antes da compra e os que são apresentados depois dela. Os primeiros são estímulos eliciadores do comportamento, isto é, pretendem levar a pessoa a comprar (nem que seja uma vez só), enquanto os segundos são os condicionantes do comportamento, isto é, estímulos que pretendem fazer com que as pessoas continuem a comprar após a primeira vez ou aumentem sua frequência de compra. (GIGLIO, 2015, p. 45).

Ele ainda acrescenta que, “Queremos dizer (e aqui nos apoiamos nos experimentos do próprio Skinner) que um comportamento poderá ser incrementado (isto é, sua frequência poderá ser aumentada) se for sucedido de uma recompensa importante para o sujeito.” (GIGLIO, 2015, p. 45). Logo, se o consumidor ao comprar algo é reforçado de alguma maneira, como, por exemplo, ganhando um brinde ou completando um cartão fidelidade a cada compra, ele pode vir a comprar mais vez nesse local.

Outro exemplo, pode estar relacionado a reforçadores sociais, o sentimento de pertencer a um grupo quando vai até a loja ou ainda a forma como é atendida. Assim, “Dizer que o estímulo é reforçador significa que existe a probabilidade de ocorrer o mesmo comportamento ou aumentar sua frequência se for provado que esse mesmo estímulo estará presente e é importante para a pessoa.” (GIGLIO, 2015, p. 45).

Giglio (2015, p. 45), ressalta que “prêmios, presentes e brindes seguem essa mesma estrutura do estímulo eliciador e do estímulo reforçador.”. Por conseguinte, acredita-se que um programa de fidelidade é uma boa estratégia, mas que pode ser melhor explorada.

Ademais, para o autor, “Sentir-se importante e reconhecido é fundamental para qualquer pessoa [...]” (GIGLIO, 2015, p. 127). Além de reconhecer a importância do cliente, também é necessário que o produto (ou a marca/empresa) faça ele se envolver de tal modo que não apenas será um consumidor fiel, “mas também um influenciador.” (GIGLIO, 2015, p. 143), ou ainda, como aponta Kotler (2017), como um amigo da marca.

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A pesquisa teve como objetivo compreender os fatores que levam o consumidor da Matteo a consumir a marca, mas também o que faz com que ele continue consumindo na gelateria. Desse modo, foi feito um levantamento que, segundo Gil (2002, p. 50), consiste na “interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”.

Assim, a partir de uma visita a gelateria, na qual nos colocamos no papel de consumidoras temporariamente, foi elaborado um questionário para analisar o que influencia os clientes da empresa. Esse questionário foi dividido em três partes, sendo elas: informações demográficas, comportamento de compra e fatores de influência.

A primeira, como o nome já indica, apresenta perguntas acerca da idade, sexo, classe socioeconômica, entre outras. Tais informações, de acordo com Schiffman (2015), são “o meio mais acessível e mais eficaz em termos de custo para identificar um mercado-alvo” (SCHIFFMAN, 2015, p. 37). Além disso, segundo, Giglio (2015, p. 82), as variáveis demográficas podem ser correlacionadas com o consumo de produtos, pois a demografia “cria uma fotografia dos fatores mensuráveis de uma população”.

Na seção seguinte, denominada comportamento de compra, o consumidor respondeu perguntas sobre a frequência de compra do produto, qual unidade da loja mais frequenta, se costuma ir acompanhado à gelateria, e mais outras seis questões. Com essas perguntas, buscou-se delinear a relação de compra do cliente com a loja. Ademais, elas foram pensadas de modo que, na análise dos dados do questionário, pudessem ser correlacionadas com as respostas da seção final, fatores de influência.

Nessa última seção, foram criadas dezoito afirmações, sendo algumas delas similares. Essas afirmações apresentavam como opção de resposta uma escala de um a cinco, baseada no formulário tipo Likert, o qual, segundo Hayes (1995, p. 80) “é concebido para permitir que os clientes respondam, com graus variados de satisfação, a cada item que descreve o Serviço ou Produto.”. Além disso, de acordo com o autor, o formulário tipo Likert é mais confiável, estatisticamente, do que escalas que apresentam apenas duas opções de resposta.

Para a análise de dados, utilizamos o software específico para tal, chamado SPSS. Segundo Giglio (2015, p. 91), através do programa estatístico ou de outros, “é possível construir segmentos e cruzamentos em uma variedade muito grande.”.

Já o questionário online, foi feito no Google Forms e compartilhado nas redes sociais (Whatsapp, Instagram e Twitter), usando a técnica Snowball ou “Bola de Neve”,

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ela “é uma técnica de amostragem que utiliza cadeias de referência, uma espécie de rede.” (BALDIN & MUNHOZ, 2011, p. 50). Assim, o questionário foi compartilhado para um certo número de pessoas que, por sua vez, repassaram para outras pessoas, aumentando assim seu alcance através da rede criada. Por fim, o total de respostas coletadas foi de cento e dezesseis, das quais cinco foram eliminadas8.

Além disso, segundo Hayes (1995), “o melhor método é coletar os dados com o questionário e determinar as dimensões mais importantes da Qualidade, através da análise de correlação.” (HAYES, 1995, p. 115), e assim fizemos.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Das 111 respostas ao questionário, grande parte delas eram de mulheres, jovens, de classe média e que moram na capital mato-grossense. Sendo que, 21 anos foi a idade que mais se repetiu e a média de todas as idades foi de, aproximadamente, 24 anos, como mostra a tabela abaixo.

Tabela 1 – Tabela com estatística descritiva sobre a idade da amostra.

No gráfico abaixo, são apresentadas, respectivamente, as frequências percentuais das pessoas que se identificam com o sexo feminino, masculino e como não-binário. É possível observar que os consumidores da gelateria são, majoritariamente, mulheres. Além disso, 51,60% dos consumidores são de classe média, 27% média-baixa e 16,20% média-alta, como apontado na figura 2.

8No primeiro item da segunda seção do questionário, foi colocada a opção de resposta “nenhuma vez”, de modo que aqueles colaboradores que nunca compraram na gelateria, mas mesmo assim responderam as outras perguntas, poderiam ser excluídos da amostra com mais facilidade, uma vez que, enviesariam a pesquisa.

Média Mediana Moda Variância

23,83 22 21 54,93

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Figura 1 – Gráfico de pizza das porcentagens da variável sexo.

Figura 2 – Gráfico de pizza das porcentagens da variável classe econômica.

Com relação a quantidade de vezes que o consumidor foi à gelateria, nota-se, ao observar a figura 3, que grande parte da amostra já foi 4 ou mais vezes e que uma minoria foi somente uma vez. Na sequência, é possível observar na figura 4 que há uma certa pluralidade nas respostas a pergunta relacionada a frequência com que esse consumidor vai à gelateria. Entretanto, podem ser destacados dois valores, sendo que, o primeiro, representa as pessoas que vão a gelateria 2 a 3 vezes por semana e representam 1% da amostra, e, o segundo, 27%, e representa os consumidores que vão 1 vez ao mês.

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Figura 3 – Gráfico de barras da frequência percentual do item “quantas vezes você já foi a Matteo Gelato

Criativo?”.

Figura 4 – Gráfico de barras sobre a quantidade de vezes que os consumidores vão a Matteo.

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Como é possível notar no gráfico acima, a maior parte dos consumidores costuma ir a gelateria acompanhados, sendo que somente 5% da amostra vai sozinho. Além disso, observa-se que mais da metade dos consumidores vai à Matteo com amigos. Vale ressaltar que, quando questionados sobre sua situação romântica, não sendo, portanto, o estado civil, 55% dos consumidores marcaram a opção “solteiro”, 36,9% responderam estar “namorando” e somente 8,1% marcaram a opção “casado”.

Tabela 2 – Tabela com as médias das respostas para as afirmações da seção “fatores de influência”.

Vale lembrar que a média das tabelas 2, 3 e 4, apresenta esses valores, pois, para a análise de dados foram utilizados os números de 1 a 5, representando assim, respectivamente, os itens da escala de Likert, “discordo totalmente (1); discordo (2); nem concordo, nem discordo (3); concordo (4) e concordo totalmente (5)”.

Assim, de acordo com a média da tabela acima, é possível dizer que a maioria, senão concordava totalmente, ao menos concordava com tais afirmações. Além disso, analisando a média das respostas a essas afirmações pode-se inferir que a maioria compraria lá novamente, recomendaria a gelateria a conhecidos, gosta do ambiente e acha agradável, sente tranquilidade na hora de escolher e acredita que ter experimentado as opções de gelato facilita a escolha na hora da compra.

Tabela 3 – Tabela com as médias das respostas para as afirmações da seção “fatores de influência”.

Afirmações da seção “Fatores de Influência” Média

Compraria lá novamente 4,72

Recomendaria a gelateria aos meus conhecidos 4,7

Gosto do ambiente da Matteo 4,74

O/A atendente espera com tranquilidade eu escolher o que quero 4,42

A experimentação facilitou minha escolha 4,51

Acho o ambiente da loja agradável 4,74

Afirmações da seção “Fatores de Influência” Média

Tem um bom custo benefício 3,72

A variedade de sabores é importante para mim 4,31

Experimentar o sorvete é essencial para mim 4,11

Uma das razões para eu preferir a Matteo é a qualidade do atendimento 4,1

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Ao observar a tabela 3, é possível dizer que a maioria dos consumidores considera que apesar do gelato da Matteo ter um preço elevado, o produto possui um bom custo benefício. Além disso, também pode ser observado que o atendimento, a experimentação e a variedade de sabores são muito importantes para os consumidores.

Tabela 4 – Tabela com as médias das respostas para as afirmações da seção “fatores de influência”.

A partir da tabela acima, é possível sugerir, que o fato do gelato ser feito sem corantes, aromatizantes e outros, além de ter opções sem lactose e veganas, não necessariamente tem muita relevância para os consumidores, já que a média da resposta ficou próxima de 3,5. Além disso, outros pontos que podem ser observados são que nem todos os consumidores: acompanham as redes sociais da loja, compram mais vezes por causa do programa de fidelidade, e, ainda, vão a gelateria quando ocorre alguma promoção ou evento. Todos esses fatores, podem estar relacionados à falta de interesse dos consumidores ou à falta de informação por parte da empresa.

Ademais, foram obtidos as frequências percentuais das respostas relacionadas as seguintes perguntas: “Há quanto tempo você frequenta a gelateria?”, “Qual loja da gelateria você costuma frequentar mais?”, “Você frequenta outras gelaterias?” e “O que mais te influencia a comprar na Matteo?”. Sendo que 17% dos consumidores frequenta a Matteo desde 2017, ano de inauguração da gelateria, 46% desde 2018, 35% desde 2019 e apenas 2% desde 2020.

Com relação a qual loja da empresa é mais frequentada, observou-se que 42% dos consumidores costuma frequentar mais a loja da “Vilinha”, localizada no centro da cidade, outros 25% a loja do Shopping Estação, 23% a loja localizada no bairro Jardim das Américas e apenas 9% a loja do Sesc Arsenal.

Além de que, dentre 59% os consumidores que responderam afirmativamente se frequentam outras gelaterias, 55% disseram preferir a Matteo Gelato Criativo a outras

Afirmações da seção “Fatores de Influência” Média

Escolho a Matteo pelas opções sem lactose e veganas 2,33

O programa de fidelidade me faz comprar mais vezes 2,96

Costumo acompanhar as redes sociais da loja 3,0

Escolho o gelato da Matteo pois não contêm corantes, aromatizantes,

conservantes e gordura hidrogenada 3,45

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gelaterias. Com relação à última pergunta da segunda seção, 82% dos consumidores responderam que a qualidade do gelato é o que mais influencia sua opção pela Matteo.

Vale destacar que alguns itens, da última parte do questionário, denominada fatores de influência, tiveram um desvio padrão alto, acima de um (1), portanto, suas correlações com outras variáveis foram ignoradas.

Segundo Hayes (1995, p. 48), “à medida que o erro diminui, as diferenças entre os valores observados entre as pessoas tornam-se um reflexo mais confiável das diferenças entre os seus verdadeiros valores.”, semelhantemente, um desvio padrão alto indica uma confiabilidade baixa. Assim, levando em conta que a escala utilizada tinha opções entre 1 e 5, provavelmente as afirmações desses itens não eram de consenso da grande maioria. Na tabela abaixo, são apresentadas as principais correlações entre os itens da seção “fatores de influência”.

Tabela 5 – Tabela de correlações entre os itens.

A partir das correlações apresentadas é possível afirmar que há uma relação entre comprar novamente na gelateria e fatores como, gostar do ambiente da Matteo e achar agradável, ser atendido com tranquilidade e poder experimentar os gelatos. Além disso, nota-se também que aqueles que comprariam novamente na gelateria também recomendariam a loja para conhecidos.

Ademais, através dos dados obtidos na pesquisa, foi possível criar uma Buyer Persona para a gelateria. Buyer personas, segundo Pedroso (2018, p. 12, apud REVELLA, 2015), são “exemplos ou arquétipos de clientes reais que ajudam profissionais de marketing a elaborar estratégias para promover seus produtos e serviços.”, ou seja, personagens que simulam os perfis dos compradores.

Afirmações: Compraria lá novamente. Recomendaria a gelateria aos

meus conhecidos. 0,847** Gosto do ambiente da Matteo. 0,444** O/A atendente espera com

tranquilidade eu escolher o que quero.

0,363** A experimentação facilitou minha

escolha. 0,296**

Acho o ambiente da loja

agradável. 0,426**

Correlação de Pearson

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A personagem criada é Maria Luísa, 21 anos de idade, estudante de Administração, branca, de classe média e natural de Cuiabá. Maria é muito comunicativa e engajada, gosta de se manter ativa praticando exercícios físicos, adora viajar e gosta muito do ambiente da Matteo, que além de ser agradável também ajuda a tirar ótimas fotos.

Além de ser vegetariana e defender a causa animal, também defende o meio ambiente e sempre que possível, é voluntária no evento “Sorvete Social” da gelateria. Malu, apesar de não ter tantos seguidores quanto suas blogueiras favoritas, se considera influenciadora digital. Por isso, ela sempre posta dicas de bons lugares para se divertir com amigos. Para Maria a gelateria não vende apenas gelato, mas também momentos de confraternização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa foi possível notar que a Matteo consegue manter a fidelidade do consumidor, especialmente por causa da qualidade do gelato. Além disso, outros fatores também se mostraram relevantes, tais como: ambiente agradável, variedade de sabores, bom atendimento e tranquilidade para escolher o produto.

No entanto, outros fatores se mostraram pouco significativos para os consumidores. Como, por exemplo, acompanhar as redes sociais da loja. Apesar da pesquisa ter sido feita por meio das redes sociais, as respostas indicaram que uma boa parte dos participantes não costuma acompanhar as redes socias da loja.

Ademais, outro ponto pouco significativo para os consumidores da gelateria foi com relação às promoções ou eventos, o que indica que muitos não se interessam tanto por essas ações. Além disso, alguns aspectos importantes sobre o que diferencia o gelato da Matteo, como as opções veganas e sem lactose, também não se mostraram tão importantes para a maioria dos consumidores.

Por fim, mesmo que, como apontado pelos dados, majoritariamente, os consumidores se mantenham fieis à marca, especialmente pela qualidade do produto, muitos consumidores quando questionados se preferem esta gelateria a outras, responderam que não preferem ou não souberam dizer. Já que não foi possível precisar quais motivos fazem esses consumidores preferirem outras gelaterias ou não saberem

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responder, pontuamos também a possibilidade de aprofundar essa pesquisa, ampliando sua amostra e buscando responder questões como essa, que surgiram durante a pesquisa.

REFERÊNCIAS

BALDIN, Nelma; MUNHOZ, Elzira M. B. (2011). Educação ambiental comunitária: uma experiência com a técnica de pesquisa snowball (bola de neve). Revista Eletrônica do Mestrado

em Educação Ambiental. Disponível em:

<https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3193/1855> Acesso em: 10 fev. 2020.

GIGLIO, Ernesto Michelangelo. O comportamento do consumidor/ Ernesto Michelangelo Giglio. – 4. Ed. – São Paulo: Cengage Learning, 2015.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. HAYES, Bob E. Medindo a satisfação do cliente/ Bob E. Hayes; tradução Luiz Liske – Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1995.

KOTLER, Philip. Marketing 4.0 [recurso eletrônico] / Philip Kotler, Hermawan Kartajaya, Iwan Setiawan; tradução de Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.

LEGITTIMO, Andrea. Análise de viabilidade para a abertura de uma gelateria italiana. Belo Horizonte - Minas Gerais: Universidade Federal De Minas Gerais CEPEAD – Centro de Pós - Graduação e Pesquisa em Administração de Empresas, 2013. Disponível em: <https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUBD-9CLKCF>. Acesso em: 02 fev. 2020.

PAULINA, Iracy. Matteo Gelato Criativo é eleita a melhor sorveteria de Cuiabá. Veja, 22 maio 2019. Gastronomia. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/gastronomia/matteo-gelato-criativo-e-eleita-a-melhor-sorveteria-de-cuiaba/>. Acesso em: 02 fev. 2020.

PEDROSO, Júlio C. D. 2018. Projeto Experimental apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Comunicação Social, habilitação Publicidade e Propaganda,

UNIJUI, em dezembro/2018. Disponível em:

<http://bibliodigital.unijui.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/5779 >. Acesso em: 08 fev. 2020.

RIBEIRO, Rodivaldo. Matteo Gelato Criativo tem 70 sabores, inovação e rodízio em Cuiabá veja fotos. RDNews, Cuiabá, 28 out. 2017. Gastronomia. Disponível em: <https://www.rdnews.com.br/gastronomia/matteo-gelato-criativo-tem-70-sabores-inovacao-e-rodizio-em-cuiaba-veja-fotos/91667>. Acesso em: 02 fev. 2020.

SCHIFFMAN, Leon G. Comportamento do consumidor/ Leon G. Schiffman, Leslie Lazar Kasnuk; tradução Dalton Conde de Alencar; revisão técnica Carlos Alberto Vargas Rossi. – 9. Ed. – [Reimpr.]. – Rio de Janeiro: LTC, 2015.

SILVA, Camila. Gelato X sorvete: saiba identificar um e outro e conheça principais diferenças. Vix. Yum. Disponível em: <https://www.vix.com/pt/dicas-gastronomicas/536133/gelato-x-sorvete-saiba-identificar-um-e-outro-e-conheca-principais-diferencas>. Acesso em 19 jan. 2020.

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