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2º TRIMESTRE 2014 SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI. 2º Trimestre 2014 Abril/ Maio / Junho

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SONDAGEM DE

INOVAÇÃO DA ABDI

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SONDAGEM DE

INOVAÇÃO DA ABDI

2º Trimestre 2014 Abril / Maio / Junho

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Agradecemos ao IBGE as informações dos cadastros das empresas e a assistência técnica na elaboração do questionário e definição da amostra.

Supervisão

Maria Luisa Campos Machado Leal

Equipe Técnica

Agência Brasileira de

Desenvolvimento Industrial –ABDI

Gustavo Varela Alvarenga Ricardo Luiz Chagas Amorim Rogério Dias de Araújo Talita Daher

Gerente de Comunicação Oswaldo Buarim Jr.

Revisão Talita Daher

Projeto Gráfico e diagramação Marco Lucius

Juliano Cappadocio Batalha

Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais - IPEAD

Professor Wanderley Ramalho Thaize Vieira Martins

Elisabeth Pereira dos Santos Eduardo E. Antunes

Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – CEDEPLAR/UFMG

Professor Cândido Guerra Ferreira Professor Gilberto Libânio

Professora Ana Valéria Carneiro Dias

Comitê Consultivo

David Kupfer (UFRJ)

Carlos Pinkusfeld Monteiro Bastos (UFF) Germano Mendes de Paula (UFU)

José Maria Ferreira Jardim da Silveira (Uni-camp)

Evando Mirra de Paula e Silva (CGEE) Mario Sérgio Salerno (USP)

©2014 – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI

Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

ABDI

Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial Setor Bancário Norte, Quadra 1 - Bloco B

Ed. CNC - CEP 70041-902 / Brasília DF Tel.: (61) 3962-8700

www.abdi.com.br

FINEP

Financiadora de Estudos e Projetos Praia do Flamengo 200

CEP 22210-030 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 2555-0330

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Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

Mauro Borges Lemos Presidente

Maria Luisa Campos Machado Leal Diretora

Otávio Silva Camargo Diretor

Cândida Beatriz de Paula Oliveira Chefe de Gabinete

Roberto Alvarez

Gerente de Análises e Projetos Estratégicos

Rogério Dias de Araújo

Coordenador de Análise Econômica

República Federativa do Brasil

Dilma Rousseff Presidenta

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Mauro Borges Lemos Ministro

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SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI

BOLETIM SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014

RESUMO EXECUTIVO

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) realiza, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação, tendo em vista a crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial. A Sondagem é uma pesquisa que tem por objetivo acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A inovação tecnológica é definida pela introdução de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O período de análise coberto por esta edição da pesquisa se caracteriza pela manutenção da tendência de recuperação da dinâmica inovativa na indústria brasileira, acompanhada por uma expansão moderada da atividade econômica e da produção industrial.

No segundo trimestre de 2014, 52,9% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, valor 1,1 ponto percentual abaixo do observado no último trimestre da pesquisa. Cabe notar que este resultado representa a primeira retração da taxa de inovação, após três trimestres consecutivos de elevação, embora tal declínio não seja suficiente para reverter inteiramente o crescimento verificado desde meados de 2013. Como de outras vezes, a taxa de inovação realizada ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No primeiro trimestre de 2014, 61% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no segundo trimestre do ano, o que não se confirmou.

Entre as empresas que responderam à Sondagem, 35,5% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, neste indicador, um declínio de 3,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, retornando a um patamar próximo ao verificado no quarto trimestre de 2013. O indicador de inovação referente a novos produtos para o mercado nacional também apresentou ligeiro declínio em relação ao trimestre anterior, atingindo 13,7% das empresas respondentes.

Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, moveram-se em direção oposta aos de inovação em produto, e apresentaram elevação no segundo trimestre de 2014, puxados pelo crescimento no lançamento de processos novos tanto para a empresa quanto para o mercado nacional. Em particular,

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os percentuais de empresas que declararam ter implementado um processo novo para a empresa e para o mercado subiram, respectivamente 1,1 p.p. e 1,7 p.p. em relação ao trimestre anterior. Estes resultados podem indicar um esforço da indústria na busca por aprimoramentos que possibilitem a superação das dificuldades ocorridas no setor. Cabe notar ainda que o crescimento nos indicadores relativos à inovação de processo pode indicar que tais inovações ocorreram prioritariamente por meio de incrementos na técnica produtiva e/ou mudanças organizacionais, dado que a aquisição de maquinário, normalmente atrelada a esse tipo de inovação, foi reduzida nesse trimestre.

Em resumo, pode-se dizer que os resultados da Sondagem no segundo trimestre de 2014 sugerem a reversão na trajetória de recuperação nos indicadores de inovação, após três trimestres consecutivos de elevação. Tal resultado se deve principalmente ao declínio do lançamento de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional, e particularmente entre empresas com departamentos de P&D formalizados.

O percentual de firmas com expectativa de inovação futura em produto ou processo seguiu a taxa de inovação realizada e também reverteu a trajetória de recuperação verificada entre meados de 2013 e o início de 2014 – com declínio de 2,9 p.p. no segundo trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior. A expectativa para realização de inovação no próximo trimestre caiu de 61% para 58,1%, explicada pela expectativa de inovação de produto (em que houve queda de 50,5% para 48,7%), mas principalmente pela de processo (declínio de 45,7% para 39,6%). Para a maioria dos indicadores de expectativa de inovação, observa-se um movimento de recuperação a partir de meados de 2013, que foi revertida em boa medida com a retração apresentada no segundo trimestre de 2014.

Em relação aos esforços para inovação das firmas, no segundo trimestre de 2014 houve declínio considerável, de 24,6% para 21,1%, nas empresas que declararam ter aumentado seus dispêndios em inovação. Por outro lado, o percentual de empresas que diminuíram ou não fizeram dispêndios em inovação ficou relativamente estável, marcando 18,6%, contra 18,8% no trimestre anterior. Os gastos em totais P&D (interno e externo) em relação ao faturamento, por sua vez, apresentaram estabilidade no segundo trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior. Neste caso, houve uma ligeira elevação no gasto em P&D interno, compensado exatamente pela redução dos gastos em P&D externo, o que é coerente com a estabilidade dos gastos totais em inovação tal como mencionado anteriormente.

Os dados referentes ao pessoal ocupado em atividades de inovação no segundo trimestre de 2014 apontam declínio moderado no percentual de empresas que empregam doutores, e ligeira elevação no caso de mestres, pós-graduados e graduados. O percentual de empresas que tinham doutores exclusivamente

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ocupados em P&D no segundo trimestre de 2014 foi de 19,3%, as empresas que possuíam mestres ocupados exclusivamente em P&D alcançaram 44,5%, as com pós-graduados foram 71,2% e as com graduados ocupados exclusivamente em P&D foram 85,9%. Esses percentuais variaram pouco ao longo dos quatro anos da pesquisa, e comprovam que ainda há muito espaço para evolução da qualificação da mão de obra na indústria brasileira.

A decisão de inovar por parte das empresas no segundo trimestre de 2014 esteve mais fortemente associada a três fatores: (i) exigências dos clientes (67,7%), (ii) pressões adicionais de custo (66%), e (iii) busca por maior participação no mercado (65%). Desde o início da sondagem, no primeiro trimestre de 2010, estes têm sido os principais fatores que influenciam a decisão das empresas em inovar.

Ao analisar o investimento em capacidade física instalada de produção, verifica-se que a maior parte das empresas respondentes (55,1%) manteve constantes seus gastos na aquisição de máquinas e equipamentos neste trimestre. Contudo, o percentual de empresas que aumentaram seus gastos em capital fixo declinou de 24,8% para 20,5% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2014, ao passo que o número de empresas que reduziu seus investimentos subiu de 5,9% para 11% no período.

Com relação à fronteira tecnológica, no segundo trimestre de 2014, a Sondagem de Inovação investigou junto às empresas pesquisadas a difusão do conhecimento e uso de nanotecnologia. Observa-se a aplicação crescente de nanotecnologia em produtos voltados ao consumidor final em nível mundial, mas na indústria brasileira, o conhecimento e a utilização de nanotecnologia encontram-se em estágio embrionário. O cenário atual é semelhante ao pesquisado em 2010, 2011, 2012 e 2013, evidenciando que ainda estamos afastados do conhecimento de fronteira. Nas perguntas sobre nanotecnologia, 91,2% das empresas não utilizam nanotecnologia em seus produtos ou processos, 89% não estão desenvolvendo projetos que utilizam nanotecnologia e apenas 12,3% são de empresas que conhecem o uso de nanotecnologia em outra empresa. Por outro lado, os resultados da Sondagem sugerem vantagem significativa para empresas que possuem P&D formalizado, em comparação a empresas que não o possuem, tanto em termos de utilização de nanotecnologia e projetos em desenvolvimento com nanotecnologia, quanto em conhecimento da utilização de nanotecnologia no setor. As empresas que informaram o uso de nanotecnologia descreveram processos e produtos relacionados à produção de têxteis, artigos de couro e calçados, produtos químicos, alimentos, fármacos, fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, entre outros.

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SONDAGEM DE INOVAÇÃO DA ABDI

BOLETIM DO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014

ABRIL/ MAIO/ JUNHO 2014

INTRODUÇÃO

A Sondagem de Inovação é uma pesquisa realizada pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e tem o objetivo de acompanhar trimestralmente a evolução da inovação tecnológica na indústria brasileira. A ABDI é uma entidade ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) que busca oferecer apoio técnico sistemático às instâncias de articulação e gerenciamento da política industrial (Plano Brasil Maior) e produzir estudos conjunturais, estratégicos e tecnológicos para diferentes setores da indústria. Em vista da crescente importância que as atividades de ciência e tecnologia vêm adquirindo nas políticas de desenvolvimento industrial, a ABDI passou a realizar, desde o início de 2010, a Sondagem de Inovação, visando acompanhar, de maneira sistemática, a evolução dos indicadores de inovação tecnológica da indústria brasileira e orientar eventuais ajustes nas políticas públicas adotadas.

A realização da Sondagem é fruto do esforço de um conjunto de instituições, que tem trabalhado em parceria com a ABDI, em destaque a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD). A Sondagem conta também com o apoio técnico-científico de uma equipe de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de especialistas setoriais renomados de outras instituições acadêmicas brasileiras. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prestou auxílio técnico na elaboração do questionário e na definição da amostra das empresas consultadas.

A Sondagem de Inovação segue os padrões internacionais de coleta e tratamento de dados sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D), consolidados no “Manual Frascati” 1, e

sobre inovação, disponíveis no “Manual de Oslo” 2. Nesse sentido, há correspondência

metodológica com a Pesquisa de Inovação Tecnológica (PINTEC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com pesquisas internacionais como o Community

Innovation Survey realizado nos países que compõem a União Europeia.

1 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Frascati Manu-al: proposed standard practice for surveys on research and experimental development. Paris: OCDE, 2002. 2 ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (OCDE). Guidelines for collecting and interpreting innovation data. 3rd ed. Paris: OCDE, 2005.

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De acordo com os padrões empregados na elaboração da Sondagem, a inovação tecnológica é definida pela introdução de um produto ou processo produtivo tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado pela empresa. O produto ou processo pode ser novo para a firma ou para o mercado. Em virtude de sua periodicidade trimestral, a Sondagem cobre uma lacuna na produção de indicadores conjunturais que possam monitorar os esforços tecnológicos das empresas no Brasil.

Para a elaboração da Sondagem de Inovação, são entrevistadas, trimestralmente, as empresas industriais com 500 ou mais pessoas ocupadas. De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), havia, em 2010, aproximadamente 1.650 empresas com essa característica na indústria brasileira e foi sobre esse conjunto que se realizou a amostragem para a Sondagem (ver o Anexo I para uma análise da distribuição setorial e regional das empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas). A amostra definida a partir do estudo populacional compreende 304 empresas da indústria extrativa e de transformação, abrangendo 25 divisões da CNAE 2.0.

A escolha das grandes empresas industriais para realizar a Sondagem foi motivada por sua importância nos processos de inovação no setor produtivo brasileiro. Com efeito, de acordo com dados da última edição da PINTEC relativos ao período 2009-2011, enquanto a taxa média de inovação da indústria brasileira foi de 35,6%, a taxa de inovação do estrato formado pelas empresas com mais de 500 pessoas ocupadas foi de 55,9%.

A Sondagem reúne informações de caráter retrospectivo (referentes ao trimestre de referência) e prospectivo (referentes aos três meses subsequentes ao trimestre de referência) provenientes de um total de 14 perguntas segmentadas em quatro blocos (ver questionário no anexo II). No primeiro bloco de questões, levanta-se o número de produtos e processos novos que a empresa lançou no trimestre anterior à pesquisa e o número de produtos e processos que a empresa pretende lançar no próximo trimestre. São colhidas informações também sobre os projetos abandonados e em andamento.

No segundo bloco de perguntas, é caracterizado o esforço das empresas em atividades de inovação. O objetivo é saber se os gastos em atividades em inovação das empresas têm aumentado ou diminuído ou se mantêm constantes. Também são levantados o número de pesquisadores envolvidos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e sua qualificação.

No terceiro bloco de questões, identificam-se os motivos que levariam a empresa a realizar inovações tecnológicas no trimestre seguinte. Finalmente, no último bloco, é perguntado se a empresa aumentou, diminuiu ou manteve estáveis os investimentos para expandir a sua capacidade produtiva instalada.

A cada trimestre, a Sondagem de Inovação inclui um bloco de perguntas sobre temas relevantes da fronteira tecnológica e que tenham grande impacto sobre o

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desenvolvimento industrial brasileiro. Nesta Sondagem, referente ao segundo trimestre de 2014, foram introduzidas perguntas sobre os investimentos em nanotecnologia. O objetivo de tais perguntas foi mapear a difusão, na indústria brasileira, de tecnologias localizadas na fronteira do conhecimento científico e tecnológico. Este mesmo bloco de perguntas havia sido incluído nas pesquisas referentes ao segundo trimestre de 2010, 2011, 2012 e 2013, possibilitando, assim, um exame da evolução anual de tais indicadores.

A pesquisa Sondagem de Inovação se encontra em seu quinto ano, sendo realizada trimestralmente desde o início de 2010, e o presente boletim alcança agora sua décima oitava edição consecutiva. Assim como nas edições passadas, os resultados da pesquisa possibilitam uma observação das tendências mais recentes da inovação na indústria brasileira, e permitem também a comparação com o mesmo período do ano anterior, considerando eventuais efeitos de sazonalidade na inovação. Este décimo oitavo boletim da Sondagem consolida os resultados das edições anteriores e permite uma vez mais a comparação do mesmo período (segundo trimestre) de até cinco anos consecutivos (2010, 2011, 2012, 2013, 2014). Possibilita, assim, explorar a informação inédita gerada pela pesquisa ao longo de quatro anos e meio para traçar um panorama mais abrangente da dinâmica de inovação na indústria brasileira no período.

A CONJUNTURA ECONÔMICA E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

A inovação tecnológica na indústria brasileira tem guardado estreita relação com a dinâmica de crescimento da economia nacional, tal como verificado de forma sistemática pelas sucessivas edições da Sondagem de Inovação. No segundo trimestre de 2014, a relação entre atividade econômica e atividade inovativa continua sendo um dos principais elementos de análise da evolução do setor industrial. Por um lado, observa-se nesse período a consolidação da trajetória de estagnação nos níveis de atividade econômica, representada pela redução da taxas anualizadas de crescimento da economia brasileira, bem como pela retração do PIB da indústria de transformação. Por outro lado, o segundo trimestre de 2014 foi marcado pela redução de alguns dos principais indicadores de inovação considerados pela Sondagem da Inovação.

Segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira apresentou declínio de 0,6% no segundo trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. O setor industrial, por sua vez, registrou uma retração mais expressiva, de 1,5%, no trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2013, a variação do PIB foi negativa em 0,9%, ao passo que o PIB industrial observou queda de 3,4%, puxada principalmente pelos resultados negativos verificados na indústria de transformação (-5,5%), setor de importância central para a Sondagem de Inovação, e na construção civil (-8,7%).

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todo quanto para a indústria de transformação, inverteram a trajetória de recuperação verificada nos trimestres anteriores (gráfico 1). Desde meados de 2012, o PIB vinha apresentando uma trajetória de recuperação, com elevação paulatina das taxas de crescimento (em 12 meses), o que culminou com crescimento em torno de 2,5% no início de 2014. No entanto, os resultados observados no segundo trimestre do ano representam reversão dessa trajetória, com declínio significativo da taxa de crescimento do PIB.

Gráfico 1 - Variação do PIB, do PIB da Indústria de Transformação – taxa acumulada em 12 meses – e taxa de Investimento

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verificados na indústria de transformação (-5,5%), setor de importância central para a Sondagem de Inovação, e na construção civil (-8,7%).

Cabe ainda notar as taxas de crescimento anuais, tanto para a economia como um todo quanto para a indústria de transformação, inverteram a trajetória de recuperação verificada nos trimestres anteriores (gráfico 1). Desde meados de 2012, o PIB vinha apresentando uma trajetória de recuperação, com elevação paulatina das taxas de crescimento (em 12 meses), o que culminou com crescimento em torno de 2,5% no início de 2014. No entanto, os resultados observados no segundo trimestre do ano representam reversão dessa trajetória, com declínio significativo da taxa de crescimento do PIB.

Gráfico 1 - Variação do PIB, do PIB da Indústria de Transformação – taxa acumulada em 12 meses – e taxa de Investimento

Tendência semelhante se observa no setor industrial. A indústria de transformação, em particular, observou certa recuperação desde o final de 2012, culminando com crescimento anual de 2,7% ao final de 2013 - após a revisão das séries de Contas Nacionais, com base na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) reformulada. No segundo trimestre de 2014, no entanto, observa-se declínio acentuado na taxa anualizada de crescimento, que se torna negativa (-0,2%), após quatro trimestres consecutivos de expansão, ainda que moderada. Como este segmento da indústria concentra aproximadamente 98,0% das empresas participantes da pesquisa Sondagem de Inovação, seu desempenho é visto como uma importante variável explicativa na dinâmica de inovação e investimentos detectada pela pesquisa.

O comportamento dos investimentos no segundo trimestre de 2014 pode ser visto como importante elemento explicativo da dinâmica macroeconômica. Observa-se, neste caso,

6,3% 4,9% 3,7% 2,7% 1,9% 1,2% 0,9% 1,0% 1,3% 2,0% 2,4% 2,5% 2,5% 1,4% 6,8% 3,9% 1,7% 0,1% -1,2% -2,9% -3,0% -2,4% -1,7% 0,8% 1,9% 2,7% 2,6% -0,2% 19,5% 18,8% 20,0% 18,8% 18,8% 17,8% 18,7% 17,4% 18,2% 18,1% 19,0% 17,4% 17,7% 16,5% -10,0% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

I 2011 II 2011 III 2011 IV 2011 I 2012 II 2012 III 2012 IV 2012 I 2013 II 2013 III 2013 IV 2013 I 2014 II 2014

PIB PIB Indústria Transf. Taxa de investimento

Fonte: IBGE.

Tendência semelhante se observa no setor industrial. A indústria de transformação, em particular, observou certa recuperação desde o final de 2012, culminando com crescimento anual de 2,7% ao final de 2013 - após a revisão das séries de Contas Nacionais, com base na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF) reformulada. No segundo trimestre de 2014, no entanto, observa-se declínio acentuado na taxa anualizada de crescimento, que se torna negativa (-0,2%), após quatro trimestres consecutivos de expansão, ainda que moderada. Como este segmento da indústria concentra aproximadamente 98,0% das empresas participantes da pesquisa Sondagem de Inovação, seu desempenho é visto como uma importante variável explicativa na dinâmica de inovação e investimentos detectada pela pesquisa.

O comportamento dos investimentos no segundo trimestre de 2014 pode ser visto como importante elemento explicativo da dinâmica macroeconômica. Observa-se, neste caso, expressiva retração da formação bruta de capital fixo, que caiu mais de 11% nesse segundo trimestre do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior, em virtude do declínio tanto na produção interna de bens de capital quanto nas importações. Desta forma, verificou-se uma retração na capacidade de investimento no país, o que ajuda a explicar o declínio nos indicadores de inovação no trimestre.

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Quanto se considera a taxa acumulada em quatro trimestres, o investimento também apresentou retração (-0,7%), embora mais modesta, devido à influência das taxas de variação positivas verificadas no segundo semestre de 2013. A taxa de investimento (FBCF/PIB), por sua vez, apresentou redução considerável neste trimestre, em comparação ao trimestre anterior, atingindo 16,5% do PIB – valor mais baixo da série histórica desde o início da Sondagem em 2010.

Como mencionado anteriormente, o declínio na produção interna de bens de capital no período foi determinante no comportamento do investimento da economia no segundo trimestre de 2014. Houve uma retração mensal média de 4,7% na produção física de bens de capital, com destaque para o mês de junho, quando a produção interna se reduziu em 15% em relação ao mês precedente. Por outro lado, a importação de máquinas e equipamentos, que havia apresentado forte queda no primeiro trimestre de 2014, ficou praticamente estagnada no segundo trimestre do ano, com crescimento mensal médio de 0,75% no período.

No que se refere às exportações industriais, o coeficiente de exportações da indústria de transformação no 2º trimestre de 2014 se mostrou estável na comparação com os trimestres anteriores. O valor para esse indicador foi de 20% no caso da indústria de transformação. Para a indústria extrativa, por sua vez, o valor do coeficiente de exportações chegou a 50%. Como já observado em edições anteriores deste Boletim, a indústria extrativa nacional apresenta maior inserção no mercado internacional que a indústria de transformação. Esse aspecto está intimamente ligado ao desempenho de inovação da indústria brasileira, uma vez que os setores extrativos minerais detêm baixa densidade tecnológica e sua competição no mercado internacional é muito mais centrada em reduções de custos via ganhos de escala que propriamente por diferenciação e inovação.

Sobre a evolução dos custos industriais, foi observada uma redução de 0,7% destes no segundo trimestre de 2014, de acordo com o indicador disponibilizado pela CNI. Trata-se de um panorama oposto ao que aconteceu no primeiro trimestre de 2014, quando tais custos registraram aumento. No atual trimestre, as principais razões para a redução do índice geral de custos dizem respeito à variação nos custos com capital de giro para as empresas (-3,2%), aos custos tributários (-1,8%) e aos custos com produção (-0,3%). Cabe ressaltar que a redução dos custos tributários entre o primeiro e o segundo trimestre deve estar alinhada à maior incidência de impostos diretos sobre as empresas nos primeiros três meses do ano, como o IPTU ou IPVA. Em se tratando dos custos de produção, a sua queda foi devida à redução no valor dos custos com a aquisição de bens intermediários para a produção, especialmente os importados (-4,5%).

O cenário de redução nos custos não ampliou a competitividade da indústria nacional no período frente à indústria externa. Ainda segundo dados da CNI, a redução dos preços em reais dos manufaturados importados (-4,1%) superou em muito a redução dos custos dos bens manufaturados produzidos em território nacional. Em outros termos, a mesma

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apreciação da moeda interna que viabilizou boa parte da queda dos custos de produção também ampliou a competitividade dos produtos industriais importados.

Já o faturamento real da indústria apresentou retração no período. Houve um declínio mensal médio do faturamento no setor de -1,44%, indicando uma perda de fôlego das vendas do setor na comparação com o trimestre anterior. Mais uma vez, é possível observar que a maior baixa ocorreu ao longo do mês de junho. Nesse mês, o faturamento real das empresas industriais brasileiras se reduziu em 8% na comparação com o mês anterior. Dentre as razões para a queda no faturamento da indústria, é possível mencionar a concorrência com os importados, dado a redução dos preços destes em reais, a partir da apreciação da moeda interna, e a redução da produção no setor ao longo do período.

Por um lado, pode-se se considerar um cenário preocupante para o emprego e a produção industrial nos próximos meses. Mas por outro, pode-se observar uma motivação extra para o investimento industrial em P&D e inovação, dado que as pressões de custos, e consequentemente sobre a lucratividade industrial, são fundamentais entre os motivadores da atividade de inovação na indústria, como recorrentemente é observado pela Sondagem.

No que tange ao uso da capacidade física instalada pela indústria brasileira, observa-se uma manutenção do quadro verificado nos trimestres anteriores. A média mensal de uso da capacidade instalada pela indústria no trimestre foi de 82%, assim como no primeiro trimestre de 2014 e muito próximo do que havia sido observado no trimestre anterior.

Sobre a atividade tecnológica realizada no Brasil, tomando como indicador o depósito de patentes junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, observa-se um resultado condizente com a redução os indicadores de inovação de produto para o Brasil, tal como verificado pela Sondagem. No segundo trimestre de 2014, foram identificados 1.993 pedidos de patentes depositados no INPI, valor inferior ao verificado no primeiro trimestre do ano.

Em resumo, 2013 foi um ano de recuperação moderada da atividade econômica, tanto no setor industrial como na economia como um todo, mas tal trajetória não se manteve em 2014, com declínio nas taxas de crescimento do PIB e retração no produto da indústria de transformação no período. De fato, percebe-se que tanto o investimento quanto a produção industrial intensificaram a tendência de retração em seu desempenho que fora observada no primeiro trimestre do ano, o que significa que o resultado para o segundo trimestre já vinha sendo delineado anteriormente. Por outro lado, observa-se que, frente a um cenário macroeconômico de baixo crescimento e contração do investimento, as empresas participantes da Sondagem registraram desempenho declinante em termos de inovação no segundo trimestre de 2014, tal como será detalhado a seguir.

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A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO SEGUNDO

TRIMESTRE DE 2014 (ABRIL/MAIO/JUNHO)

A. INOVAÇÕES REALIZADAS DE PRODUTO E PROCESSO NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014

O segundo trimestre de 2014 foi marcado pelo declínio de alguns dos principais indicadores de inovação considerados pela Sondagem da Inovação, principalmente no que se refere ao lançamento de novos produtos. Em especial, cabe mencionar que a queda verificada nesse trimestre foi liderada principalmente pelas firmas com departamentos de P&D formalizados.

No segundo trimestre de 2014, 52,9% das empresas entrevistadas declararam ter realizado algum tipo de inovação tecnológica, de produto ou processo, para a empresa ou para o mercado, valor 1,1 ponto percentual abaixo do observado no último trimestre da pesquisa. Cabe notar que este resultado representa a primeira retração da taxa de inovação, após três trimestres consecutivos de elevação, embora tal declínio não seja suficiente para reverter inteiramente o crescimento verificado desde meados de 2013 (tabela 1). A conjuntura industrial neste segundo trimestre, caracterizada por retração na atividade industrial e baixos níveis de investimento, sugere perspectivas pouco otimistas para a evolução da atividade inovativa da indústria brasileira nos próximos trimestres. As próximas edições da Sondagem permitirão verificar se os prognósticos mais pessimistas se confirmarão.

Tabela 1: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram – 2013 / 2014

Percentual de empresas: 2º trimestre 2013 3º trimestre 2013 4º trimestre 2013 1º trimestre 2014 2º trimestre 2014 Inovadoras de produto ou processo 46,9 47,9 50,2 54,0 52,9 De produto 37,7 39,2 39,3 43,6 39,0

Produto novo para

empresa 33,8 34,5 36,0 38,9 35,5

Produto novo para

o mercado nacional 13,9 14,1 13,3 14,1 13,7

De processo 31,8 32,3 37,1 35,6 37,2

Processo novo para

a empresa 29,3 30,3 33,3 32,2 33,3

Processo novo para

o mercado nacional 8,2 7,7 12,6 8,9 10,6

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Por outro lado, assim como verificado de forma consistente em rodadas anteriores da pesquisa, a taxa de inovação ficou abaixo da expectativa de inovação declarada pelas empresas no trimestre imediatamente anterior. No primeiro trimestre de 2014, 61% das empresas declararam que pretendiam lançar um novo produto ou processo no segundo trimestre do ano, o que não se confirmou na taxa de inovação desta Sondagem. Observa-se ainda que a diferença entre a intenção de inovar e a taxa de inovação neste trimestre apresentou crescimento considerável em relação ao trimestre anterior, atingindo 8,1 pontos percentuais, o que indica que um menor percentual da expectativa passada de inovação foi concretizado no período. Por fim, constata-se que a intenção de inovar também apresenta declínio em relação ao trimestre anterior, o que sugere que a queda atual nos indicadores de inovação tende a gerar expectativas mais pessimistas em relação a novos produtos ou processos a serem implementados no trimestre seguinte.

A comparação entre os dados do segundo trimestre de 2014 e do mesmo período em 2012 e 2013 permite uma análise menos sujeita a fatores sazonais. Neste caso, verifica-se que a queda ocorrida neste trimestre não foi suficiente para compensar a recuperação verificada entre meados de 2013 e o início de 2014. Assim, na comparação anual, observa-se um comportamento cíclico da taxa de inovação em produto ou processo, visto que os percentuais observados foram 55,7% em 2012, 46,9% em 2013 e 52,9% em 2014. Como pode ser visto na tabela 1, o crescimento observado no segundo trimestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano anterior, se distribui por praticamente todos os indicadores de inovação em produto e processo.

De forma geral, a trajetória dos indicadores de inovação ao longo dos últimos dois anos permite observar uma trajetória cíclica. Com efeito, entre meados de 2012 e meados de 2013, houve um relativo declínio na taxa de inovação, que pode ser explicado pelos efeitos negativos da desaceleração da economia brasileira e da incerteza no cenário internacional que marcaram esse período. A partir daí, a recuperação das taxas de crescimento da indústria de transformação (gráfico 1) foi acompanhada por uma elevação considerável na taxa de inovação até o primeiro trimestre de 2014, quando as taxas de inovação voltam a assumir trajetória declinante, em resposta a condições menos favoráveis no cenário macroeconômico. O Gráfico 2 permite visualizar com clareza tal evolução.

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Gráfico 2- Expectativas de inovação e inovação efetivamente realizada pelas empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2011 / 2014

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Gráfico 2- Expectativas de inovação e inovação efetivamente realizada pelas empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação

Como mencionado antes, a dinâmica da atividade inovativa no Brasil está fortemente ligada à trajetória macroeconômica, principalmente em virtude de seus reflexos sobre as decisões internas às firmas. Tanto a inovação de produto quanto a de processo envolvem um importante componente de incerteza, atrelado a custos elevados de P&D e estruturação. O cenário econômico brasileiro em 2011 e 2012 apresenta um quadro de desaceleração econômica, sendo também verificável um desaquecimento no comportamento inovador das empresas industriais brasileiras. No entanto, a recuperação do nível de atividade e da produção industrial verificados a partir de meados de 2013 contribuiu para a melhoria nos indicadores de inovação até o inicio de 2014, quando novamente entram em declínio em resposta a um cenário macroeconômico pouco favorável.

Entre as empresas que responderam à Sondagem, 35,5% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, neste indicador, um declínio de 3,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, retornando a um patamar próximo ao verificado no quarto trimestre de 2013. O indicador de inovação referente a novos produtos para o mercado nacional teve ligeira queda em relação ao trimestre anterior, atingindo 13,7% das empresas respondentes. Tal resultado não surpreende, pois, dadas as dificuldades inerentes a esse tipo de inovação, seu indicador tende a apresentar menor oscilação ao longo do tempo.

Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, apresentaram elevação no segundo trimestre de 2014, puxados pelo crescimento no lançamento de processos novos tanto para a

72,3% 67,6% 59,9% 60,4% 64,8% 62,8% 60,0% 60,3% 61,2% 59,8% 54,8% 57,6% 59,3% 61,0% 58,1% 62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 46,9% 47,9% 50,2% 54,1% 52,9% 45,0% 50,0% 55,0% 60,0% 65,0% 70,0% 75,0% trim 2011 trim 2011 trim 2011 trim 2011 trim 2012 trim 2012 trim 2012 trim 2012 trim 2013 trim 2013 trim 2013 trim 2013 trim 2014 trim 2014 trim 2014 Expectativas de inovação Inovação realizada

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Como mencionado antes, a dinâmica da atividade inovativa no Brasil está fortemente ligada à trajetória macroeconômica, principalmente em virtude de seus reflexos sobre as decisões internas às firmas. Tanto a inovação de produto quanto a de processo envolvem um importante componente de incerteza, atrelado a custos elevados de P&D e estruturação. O cenário econômico brasileiro em 2011 e 2012 apresenta um quadro de desaceleração econômica, sendo também verificável um desaquecimento no comportamento inovador das empresas industriais brasileiras. No entanto, a recuperação do nível de atividade e da produção industrial verificados a partir de meados de 2013 contribuiu para a melhoria nos indicadores de inovação até o inicio de 2014, quando novamente entram em declínio em resposta a um cenário macroeconômico pouco favorável.

Entre as empresas que responderam à Sondagem, 35,5% declararam ter introduzido produtos novos já existentes no mercado nacional. Observa-se, neste indicador, um declínio de 3,4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, retornando a um patamar próximo ao verificado no quarto trimestre de 2013. O indicador de inovação referente a novos produtos para o mercado nacional teve ligeira queda em relação ao trimestre anterior, atingindo 13,7% das empresas respondentes. Tal resultado não surpreende, pois, dadas as dificuldades inerentes a esse tipo de inovação, seu indicador tende a apresentar menor oscilação ao longo do tempo.

Os indicadores de inovação em processo, por sua vez, apresentaram elevação no segundo trimestre de 2014, puxados pelo crescimento no lançamento de processos novos tanto para a empresa quanto para o mercado nacional, o que pode indicar um esforço da indústria na busca por aprimoramentos que possibilitem a superação das dificuldades ocorridas no setor.

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Em particular, o percentual de empresas que declararam ter implementado um processo novo para a empresa subiu 1,1 p.p. em relação ao trimestre anterior, ao passo que para processos novos para o mercado o crescimento foi de 1,7 p.p. no mesmo período. Cabe notar que o crescimento nos indicadores relativos à inovação em processo frente à redução no investimento (também captada entre as empresas entrevistadas pela Sondagem), pode indicar que tais inovações ocorreram prioritariamente por meio de incrementos na técnica produtiva e/ou mudanças organizacionais, dado que a aquisição de maquinário, normalmente atrelada a esse tipo de inovação, foi reduzida nesse trimestre.

Em resumo, pode-se dizer que os resultados da Sondagem no segundo trimestre de 2014 indicam declínio moderado nos indicadores de inovação, após três trimestres consecutivos de elevação. Cabe notar ainda que tal resultado se deve principalmente ao recuo do lançamento de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional, e particularmente entre empresas com departamentos de P&D formalizados. Os indicadores de processo, por outro lado, apresentaram elevação no trimestre, embora esta não tenha sido expressiva o suficiente para compensar a queda na inovação em produto, de modo que a taxa de inovação apresentou recuo em relação ao primeiro trimestre do ano.

O gráfico 3 mostra a evolução do percentual de firmas inovadoras em produto desde 2011. Neste caso, as firmas são classificadas de acordo com o número de produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado nacional.

Os resultados mostram que o percentual de empresas que introduziram novos produtos obteve recuperação sistemática entre meados de 2013 e o primeiro trimestre de 2014, quando atingiu seu valor mais alto em dois anos (38,9%). No segundo trimestre de 2014, entretanto, o indicador voltou a recuar – o que condiz com a relativa acomodação da atividade econômica e a retração na indústria de transformação ocorrida no período – e se aproximou novamente do patamar verificado no final de 2013.

Mais especificamente, no segundo trimestre de 2014, observa-se recuo na taxa de inovação em produtos novos para a empresa de 3,4 p.p. em comparação ao trimestre anterior, explicada por uma queda em dois dos três grupos em análise. O grupo mais expressivo, das empresas que introduziram até três novos produtos no mercado nacional, caiu de 26% para 22,5% das firmas. O percentual de empresas que introduziram sete ou mais produtos novos também declinou, de 7,7% para 6%. Estes resultados sugerem que a elevação no ritmo da inovação na economia brasileira neste trimestre atingiu empresas com características diversas. O grupo de empresas que introduziu entre 4 e 6 produtos novos foi o único que apresentou crescimento neste trimestre, passando de 5,2% para 7,1%. Quando se compara este trimestre com o mesmo período de 2013, verifica-se relativa melhora no indicador: embora o percentual de empresas que introduziram até 3 novos produtos tenha caído de 25,1% para 22,5%, tal queda foi mais que compensada pelo comportamento dos demais grupos, com crescimento de

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Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br

3,5% para 7,1% na introdução de 4 a 6 novos produtos, e de 5,2% para 6% no percentual de empresas que lançaram 7 ou mais novos produtos. Tais resultados sugerem que a elevação no ritmo da inovação na economia brasileira no último ano se baseou principalmente em empresas de perfil fortemente inovador.

Gráfico 3: Percentual de empresas com produtos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

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crescimento neste trimestre, passando de 5,2% para 7,1%. Quando se compara este trimestre com o mesmo período de 2013, verifica-se relativa melhora no indicador: embora o percentual de empresas que introduziram até 3 novos produtos tenha caído de 25,1% para 22,5%, tal queda foi mais que compensada pelo comportamento dos demais grupos, com crescimento de 3,5% para 7,1% na introdução de 4 a 6 novos produtos, e de 5,2% para 6% no percentual de empresas que lançaram 7 ou mais novos produtos. Tais resultados sugerem que a elevação no ritmo da inovação na economia brasileira no último ano se baseou principalmente em empresas de perfil fortemente inovador.

Gráfico 3: Percentual de empresas com produtos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

O indicador de inovação referente à introdução de produtos novos ainda não existentes no mercado nacional é um dos que apresenta menor variabilidade ao longo do tempo. Neste trimestre, tal indicador ficou praticamente estável, com oscilação negativa de apenas -0,4%, o que não é suficiente para reverter o crescimento verificado no trimestre anterior. No segundo trimestre de 2014, o percentual de empresas inovadoras atingiu 13,7%. Embora de pequena magnitude, a oscilação verificada neste indicador é condizente com a acomodação da atividade inovativa,

56,6% 62,6% 59,1% 62,7% 60,6% 61,7% 61,7% 64,4% 62,0% 66,3% 65,5% 63,8% 60,9% 64,3% 26,4% 26,5% 26,8% 24,3% 25,1% 22,4% 27,0% 25,6% 26,0% 25,1% 23,3% 23,3% 26,0% 22,5% 6,2% 5,0% 6,2% 5,3% 5,2% 9,0% 4,5% 4,3% 5,0% 3,5% 5,5% 6,0% 5,2% 7,1% 10,8% 5,8% 7,9% 7,7% 9,1% 7,0% 6,6% 5,7% 7,0% 5,2% 5,7% 6,7% 7,7% 6,0% -10,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

O indicador de inovação referente à introdução de produtos novos ainda não existentes no mercado nacional é um dos que apresenta menor variabilidade ao longo do tempo. Neste trimestre, tal indicador ficou praticamente estável, com oscilação negativa de apenas -0,4%, o que não é suficiente para reverter o crescimento verificado no trimestre anterior. No segundo trimestre de 2014, o percentual de empresas inovadoras atingiu 13,7%. Embora de pequena magnitude, a oscilação verificada neste indicador é condizente com a acomodação da atividade inovativa, observada também em outros indicadores neste trimestre. Cabe ainda notar que a redução nos percentuais de firmas inovadoras se concentrou nas empresas que introduziram um número menor de produtos. O indicador referente à introdução de até 3 novos produtos caiu quase 1 p.p., ao passo que o percentual de firmas que introduziram de 4 a 6 novos produtos se manteve estável. Por sua vez, o percentual de firmas mais inovadoras, que introduziram 7 ou mais produtos novos e ainda não existentes no mercado nacional, apresentou crescimento em comparação com o primeiro trimestre de 2014 (+0,5 p.p.).

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Como esperado, o percentual de empresas que introduziram produtos novos para o mercado nacional é menor do que o percentual de firmas que lançaram produtos novos para a empresa, mas já existentes no mercado. Tal resultado corrobora a percepção de que a introdução de produtos novos para o mercado nacional requer maior esforço inovativo; por isso apresenta menor variabilidade trimestral e é concentrada em um número proporcionalmente menor de empresas. De acordo com os resultados da Sondagem, esse indicador tem oscilado moderadamente, sem tendência definida, nos últimos cinco trimestres (tabela 1).

Gráfico 4: Percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

79,6% 82,0% 83,2% 81,7% 84,5% 85,1% 86,6% 87,3% 85,5% 86,1% 85,9% 86,7% 85,6% 86,1% 16,3% 15,7% 14,1% 14,5% 12,1% 12,9% 10,8% 11,1% 12,6% 12,7% 11,7% 10,7% 12,4% 11,5% 2,4% 1,9% 1,9% 2,4% 2,2% 1,5% 1,1% 0,5% 1,1% 0,5% 1,7% 1,2% 0,7% 0,7% 1,7% 0,5% 0,8% 1,4% 1,2% 0,5% 1,3% 1,1% 0,8% 0,7% 1,4% 1,0% 1,5% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 40,0% 45,0% 50,0% 55,0% 60,0% 65,0% 70,0% 75,0% 80,0% 85,0% 90,0%

1º Tri 2011 2º Tri 2011 3º Tri 2011 4º Tri 2011 1º Tri 2012 2º Tri 2012 3º Tri 2012 4º Tri 2012 1º Tri 2013 2º Tri 2013 3º Tri 2013 4º Tri 2013 1º Tri 2014 2º Tri 2014

Nenhum novo produto Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Em resumo, várias razões podem explicar o comportamento dos indicadores de inovação de produto no período recente. Em particular, as expectativas empresariais pessimistas, frente a um contexto de baixo crescimento da economia brasileira, são importante elemento explicativo para o declínio verificado nessa classe de inovações. As sucessivas revisões para baixo nas expectativas de crescimento para 2014, bem como o declínio na formação bruta de capital fixo, sugerem um cenário pouco favorável para a inovação de produto no futuro próximo – a ser examinado pelas próximas edições deste Boletim.

Ao contrário da inovação de produto, a inovação de processo apresentou recuperação no segundo trimestre de 2014, após o declínio observado no primeiro trimestre do ano. Na comparação dos resultados do trimestre atual com o trimestre imediatamente

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Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br

anterior, observa-se ligeira elevação no percentual de firmas que lançaram processos novos já existentes no mercado nacional (de 32,2% para 33,3%), recuperando os valores verificados no último trimestre de 2013. A elevação, neste caso, se explica exclusivamente pelo comportamento do indicador referente à introdução de três novos processos para a empresa, que apresentou expansão de aproximadamente 2 pontos percentuais. Nos demais grupos (4 a 6, e 7 ou mais novos processos), foram observadas reduções de 0,2 p.p. e 0,8 p.p., respectivamente.

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

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sugerem um cenário pouco favorável para a inovação de produto no futuro próximo – a ser examinado pelas próximas edições deste Boletim.

Ao contrário da inovação de produto, a inovação de processo apresentou recuperação no segundo trimestre de 2014, após o declínio observado no primeiro trimestre do ano. Na comparação dos resultados do trimestre atual com o trimestre imediatamente anterior, observa-se ligeira elevação no percentual de firmas que lançaram processos novos já existentes no mercado nacional (de 32,2% para 33,3%), recuperando os valores verificados no último trimestre de 2013. A elevação, neste caso, se explica exclusivamente pelo comportamento do indicador referente à introdução de três novos processos para a empresa, que apresentou expansão de aproximadamente 2 pontos percentuais. Nos demais grupos (4 a 6, e 7 ou mais novos processos), foram observadas reduções de 0,2 p.p. e 0,8 p.p., respectivamente.

Gráfico 5: Percentual de empresas com processos novos, mas já existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

Na comparação entre o segundo trimestre de 2014 e igual período de 2013, observa-se recuperação mais expressiva do que aquela verificada na inovação de produto. Neste caso, verificou-se aqui uma elevação de 4 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado principalmente pelo aumento no percentual de empresas que introduziram até 3 novos processos (+3,2 p.p.). No grupo de firmas que introduziram de 4 a 6 novos processos para a empresa, a expansão foi de 1,1 p.p. As firmas de perfil mais fortemente inovador, que lançaram 7 ou mais novos processos, apresentaram ligeiro recuo nesse indicador (-0,3 p.p.), em relação ao mesmo período de 2013 (gráfico 5).

56,6% 65,5% 66,1% 68,0% 66,3% 66,9% 69,0% 68,5% 65,4% 70,5% 69,0% 66,7% 67,6% 66,1% 36,5% 30,8% 28,5% 26,8% 28,6% 28,6% 27,0% 25,9% 32,4% 26,3% 26,6% 27,6% 27,5% 29,5% 5,3% 3,2% 3,3% 3,9% 3,0% 3,5% 2,6% 4,3% 1,7% 2,2% 2,7% 3,8% 3,5% 3,3% 1,7% 0,3% 1,6% 1,5% 2,2% 0,8% 1,1% 1,4% 0,6% 0,7% 1,0% 1,9% 1,2% 0,4% -5,0% 5,0% 15,0% 25,0% 35,0% 45,0% 55,0% 65,0% 75,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Na comparação entre o segundo trimestre de 2014 e igual período de 2013, observa-se recuperação mais expressiva do que aquela verificada na inovação de produto. Neste caso, verificou-se aqui uma elevação de 4 pontos percentuais no indicador de firmas que introduziram processos novos para a empresa, explicado principalmente pelo aumento no percentual de empresas que introduziram até 3 novos processos (+3,2 p.p.). No grupo de firmas que introduziram de 4 a 6 novos processos para a empresa, a expansão foi de 1,1 p.p. As firmas de perfil mais fortemente inovador, que lançaram 7 ou mais novos processos, apresentaram ligeiro recuo nesse indicador (-0,3 p.p.), em relação ao mesmo período de 2013 (gráfico 5).

Por outro lado, verifica-se ligeiro declínio também no número médio de inovações de processos novos e já existentes no mercado nacional no segundo trimestre de 2014, que passou de 0,77 para 0,67. Cabe notar que tal queda se concentrou em empresas com departamentos de P&D formalizados.

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O gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Assim como ocorre com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional, este indicador também apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo. Ainda assim, tal indicador também apresentou crescimento considerável no segundo trimestre de 2014 (+1,7 p.p.), recuperando em parte o declínio verificado no trimestre anterior. Neste caso, constata-se que a expansão mais expressiva constata-se deu entre as firmas que introduziram até três processos novos para o mercado nacional (de 8,7% para 9,9%). Nos demais grupos analisados houve pouca variação nos indicadores, como esperado: os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos para o mercado nacional apresentaram expansão de 0,4 p.p. e declínio de 0,1 p.p., respectivamente.

Gráfico 6: Percentual de empresas com processos novos e ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

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Por outro lado, verifica-se ligeiro declínio também no número médio de inovações de processos novos e já existentes no mercado nacional no segundo trimestre de 2014, que passou de 0,77 para 0,67. Cabe notar que tal queda se concentrou em empresas com departamentos de P&D formalizados.

O gráfico 6 apresenta os resultados para o indicador de inovação referente à introdução de processos novos ainda não existentes no mercado nacional. Assim como ocorre com a introdução de produtos não existentes no mercado nacional, este indicador também apresenta pouca variabilidade ao longo do tempo. Ainda assim, tal indicador também apresentou crescimento considerável no segundo trimestre de 2014 (+1,7 p.p.), recuperando em parte o declínio verificado no trimestre anterior. Neste caso, constata-se que a expansão mais expressiva se deu entre as firmas que introduziram até três processos novos para o mercado nacional (de 8,7% para 9,9%). Nos demais grupos analisados houve pouca variação nos indicadores, como esperado: os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos para o mercado nacional apresentaram expansão de 0,4 p.p. e declínio de 0,1 p.p., respectivamente.

Gráfico 6: Percentual de empresas com processos novos e ainda não existentes no mercado nacional – 2011 / 2014

Fonte: Sondagem de Inovação.

A comparação entre o segundo trimestre de 2014 e o mesmo período do ano anterior indica também expansão considerável no percentual de empresas que introduziram novos processos no mercado nacional (+2,4 p.p.), mais uma vez com maior ênfase no indicador que representa a adoção de até 3 novos processos. Os percentuais de firmas que introduziram de 4 a

87,1% 87,3% 87,8% 88,4% 90,4% 87,3% 91,6% 91,4% 89,9% 91,6% 91,6% 87,4% 90,8% 88,8% 11,0% 10,6% 10,8% 10,4% 7,6% 11,4% 7,6% 7,3% 9,5% 8,2% 7,4% 11,4% 8,7% 9,9% 1,2% 1,6% 0,8% 1,0% 1,2% 0,8% 0,3% 0,8% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5% 0,0% 0,4% 0,7% 0,3% 0,0% 0,2% 0,5% 0,3% 0,3% 0,5% 0,6% 0,0% 0,3% 0,7% 0,3% 0,2% -5,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 80,0% 90,0% 100,0% 1º Tri

2011 2º Tri2011 3º Tri2011 4º Tri2011 1º Tri2012 2º Tri2012 3º Tri2012 4º Tri2012 1º Tri2013 2º Tri2013 3º Tri2013 4º Tri2013 1º Tri2014 2º Tri2014

Nenhum novo processo Até 3 De 4 a 6 7 ou mais

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

A comparação entre o segundo trimestre de 2014 e o mesmo período do ano anterior indica também expansão considerável no percentual de empresas que introduziram novos processos no mercado nacional (+2,4 p.p.), mais uma vez com maior ênfase no indicador que representa a adoção de até 3 novos processos. Os percentuais de firmas que introduziram de 4 a 6 e 7 ou mais novos processos tem em geral baixo valor, o que não surpreende, considerando-se o elevado esforço requerido para a obtenção desse tipo de inovação.

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Em linhas gerais, pode-se afirmar que a inovação de processo foi a mais afetada pela retração da atividade inovativa brasileira a partir de meados de 2011. Tal tipo de inovação está ligado à prática produtiva e, muitas vezes, demanda mudanças na dinâmica de trabalho, bem como na estrutura física da firma, relacionada em geral com a aquisição de maquinário ou novos sistemas produtivos – investimentos visando à modernização produtiva.

No segundo trimestre de 2014, a inovação em processo apresentou variação positiva, a despeito do cenário macroeconômico pouco favorável, o que pode indicar um esforço da indústria na busca por aprimoramentos que possibilitem a superação da turbulência ocorrida no setor. Ademais, o crescimento nos indicadores relativos à inovação em processo frente à redução no investimento (também captada entre as empresas entrevistadas pela Sondagem), pode indicar que tais inovações ocorreram prioritariamente por meio de incrementos na técnica produtiva e/ou mudanças organizacionais, dado que a aquisição de maquinário, normalmente atrelada a esse tipo de inovação, foi reduzida nesse trimestre.

Cabe ainda notar que os setores predominantes entre as grandes empresas industriais brasileiras se caracterizam por uma tecnologia produtiva já em estágio avançado de maturidade. Nestes casos, há pouco espaço para incrementos, e os custos e riscos relacionados à busca por novas tecnologias são pouco convidativos. Assim, a ocorrência de inovações de processo seria atrelada, sobretudo, à clara existência de ciclos de crescimento econômico, que gerariam os incentivos necessários, em termos de lucratividade, para a expansão dos gastos em máquinas e equipamentos, que em geral representam o principal fator de geração de inovações de processo. Assim sendo, o recuo observado na formação bruta de capital fixo nos dois primeiros trimestres de 2014 não permite alimentar expectativas otimistas acerca dos indicadores de inovação em processo no futuro próximo.

Nem toda a inovação tecnológica de produto está necessariamente ligada a uma inovação tecnológica de processo, assim como nem toda a inovação de processo é realizada para produzir um novo produto. Entretanto, as firmas que realizam inovações tecnológicas de produto e de processo geralmente fazem esforços para inovação maiores do que a média das demais firmas. No segundo trimestre de 2014, cerca de 20,5% das grandes firmas industriais brasileiras realizaram inovações tecnológicas de produto e de processo novo para a empresa, mas já existentes no mercado nacional (tabela 2), o que representa declínio considerável em relação ao trimestre anterior (-2,3 p.p). Por outro lado, a introdução de produto e de processo novos e ainda não existentes no mercado nacional apresentou expansão, sendo declarada por 4,6% das empresas no segundo trimestre de 2014, em comparação a um percentual de 3,2% no trimestre imediatamente anterior. Como visto anteriormente neste Boletim, tal crescimento está associado à melhoria nos indicadores de inovação em processo.

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Tabela 2: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e processo

no segundo trimestre de 2014 (abril/maio/junho)

Empresas que inovaram em Processo

Para empresa Para mercado

Produto Para empresa 20,5% 6,6%

Para o mercado 7,9% 4,6%

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Em resumo, e em consonância com outros indicadores discutidos anteriormente, a taxa de inovação nas grandes empresas industriais apresentou uma trajetória de recuperação ao longo de 2013 e no inicio de 2014, explicada pela gradual elevação da produção industrial no período. No segundo trimestre de 2014, a taxa de inovação volta a cair, após três trimestres consecutivos em alta, o que é condizente com a queda na taxa de investimento, com a perspectiva de baixas taxas de crescimento da economia nacional 2014, e com as incertezas que permanecem no cenário internacional (gráfico 7).

Gráfico 7: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e/ou processo – 2011 / 2014

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Tabela 2: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e processo no segundo trimestre de 2014 (abril/maio/junho)

Empresas que inovaram em Para empresa Processo Para mercado Produto Para o mercado Para empresa 20,5% 7,9% 6,6% 4,6%

Fonte: Sondagem de Inovação.

Em resumo, e em consonância com outros indicadores discutidos anteriormente, a taxa de inovação nas grandes empresas industriais apresentou uma trajetória de recuperação ao longo de 2013 e no inicio de 2014, explicada pela gradual elevação da produção industrial no período. No segundo trimestre de 2014, a taxa de inovação volta a cair, após três trimestres consecutivos em alta, o que é condizente com a queda na taxa de investimento, com a perspectiva de baixas taxas de crescimento da economia nacional 2014, e com as incertezas que permanecem no cenário internacional (gráfico 7).

Gráfico 7: Percentual de empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas que inovaram em produto e/ou processo – 2011 / 2014

Toda a evolução descrita até aqui sugere três movimentos distintos ao longo dos últimos quatro anos e meio – período de realização desta Sondagem: (i) em 2010, houve uma consolidação da inovação tecnológica em patamares relativamente elevados da indústria brasileira, compatível com o quadro de recuperação dos níveis de atividade econômica observados naquele ano; (ii) em 2011 e 2012, a economia cresceu de forma menos acelerada, o

62,1% 54,4% 54,2% 54,5% 54,4% 55,7% 52,4% 51,8% 54,7% 46,9% 47,9% 50,2% 54,1% 52,9% 27,8% 21,4%24,4% 19,0% 21,4% 19,4% 21,6% 19,7% 21,8% 19,6% 20,3% 23,6% 22,8%20,5% 6,2% 6,9% 5,4% 6,3% 5,7% 5,0% 3,9% 3,2% 5,6% 4,7% 3,2% 4,3% 3,2% 4,6% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0% 1º trim

2011 2º trim2011 3º trim2011 4º trim2011 1º trim2012 2º trim2012 3º trim2012 4º trim2012 1º trim2013 2º trim2013 3º trim2013 4º trim2013 1º trim2014 2º trim2014 Empresas que inovaram em produto ou processo

Empresas que inovaram em produto e processo para a empresa Empresas que inovaram em produto e processo para o mercado Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Toda a evolução descrita até aqui sugere três movimentos distintos ao longo dos últimos quatro anos e meio – período de realização desta Sondagem: (i) em 2010, houve uma consolidação da inovação tecnológica em patamares relativamente elevados da indústria brasileira, compatível com o quadro de recuperação dos níveis de atividade econômica observados naquele ano; (ii) em 2011 e 2012, a economia cresceu de forma menos acelerada, o que se refletiu na redução da taxa de inovação e sua estabilização

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Sondagem de Inovação - ABDI • www.abdi.com.br

em níveis mais baixos desde meados de 2011; (iii) os anos de 2013 e 2014 apresentaram comportamento cíclico dos indicadores de inovação, com alternância de indicadores em declínio e em expansão, sem tendência claramente definida. Assim sendo, percebe-se que a atividade inovativa na indústria brasileira em meados de 2014 ainda voltou a atingir os bons resultados observados em 2010, a despeito dos esforços de política macroeconômica e de política industrial empreendidos para este fim.

B. EXPECTATIVAS DE INOVAÇÃO DE PRODUTO E PROCESSO PARA O TERCEIRO TRIMESTRE DE 2014

Os resultados apresentados na seção anterior dizem respeito a produtos e processos efetivamente introduzidos no mercado. Ao lado desses dados, a Sondagem de Inovação reúne informações sobre a intenção ou expectativa declarada de lançar produtos e processos novos para a empresa e para o mercado nacional no trimestre subsequente à pesquisa.

O percentual de firmas com expectativa de inovação futura em produto ou processo reverteu a trajetória de recuperação verificada entre meados de 2013 e o início de 2014 – com declínio de 2,9 p.p. no segundo trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior. Assim sendo, os dados mais recentes sugerem que o declínio no percentual de firmas com produtos e processos novos efetivamente introduzidos está sendo acompanhada por uma queda nos percentuais de empresas que pretendem lançar no próximo trimestre algum produto ou processo, novos para a empresa ou para o mercado nacional, tal como havia sido observado no gráfico 2. Ou seja, verifica-se simultaneamente uma tendência descendente na inovação presente e nas expectativas de inovação futura, o que é esperado, dada a influência dos resultados realizados sobre as expectativas futuras. Cabe ainda notar que a redução nos percentuais de inovação esperada se repete em quase todos os indicadores (produto e processo, para a empresa e para o mercado).

Segundo a tabela 3, 48,7% das firmas respondentes planejam inovar em produto no próximo trimestre, valor que se encontra quase 2 p.p. abaixo do verificado no trimestre anterior. Por sua vez o percentual de firmas que espera inovar em processo apresentou queda mais expressiva, de aproximadamente 6 pontos percentuais, de 45,7% no último trimestre para 39,6% no trimestre atual, a despeito do crescimento no percentual de firmas que efetivamente inovaram em processo no trimestre.

No que se refere à expectativa de lançamento de novos produtos já existentes no mercado nacional, 43,8% das empresas esperam fazê-lo no terceiro trimestre de 2014, valor aproximadamente 0,8 pontos percentuais abaixo do observado no trimestre anterior. Ao longo dos últimos trimestres, tal indicador tem oscilado em torno de 45%, sem tendência claramente definida. Resta aguardar as próximas rodadas da Sondagem para verificar se tal dinâmica se mantém no futuro próximo.

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Tabela 3: Expectativas de inovação (para o trimestre seguinte) das empresas industriais com mais de 500 pessoas ocupadas – 2013/2014

Percentual de empresas: 2º trim 2013 3º trim 2013 4º trim 2013 1º trim 2014 2º trim 2014 Inovadoras de produto ou processo 54,8 57,6 59,3 61,0 58,1 Produto 45,4 48,9 50,2 50,6 48,7

Produto novo para empresa 41,2 43,0 45,9 44,6 43,8

Produto novo para o

mercado nacional 17,1 19,4 20,5 20,1 18,5

Processo 39,2 39,5 41,4 45,7 39,6

Processo novo para a

empresa 34,0 36,3 36,7 40,4 33,5

Processo novo para o

mercado nacional 12,9 9,5 13,4 12,9 14,1

Fonte: Sondagem de Inovação da ABDI.

Por outro lado, os indicadores de inovação esperada para este trimestre são superiores ao percentual de empresas que efetivamente introduziram produtos novos já existentes no mercado nacional, tal como ocorreu em edições anteriores da Sondagem. Este resultado se explica pelo fato de que parte dos projetos de inovação desenvolvidos pelas firmas pode não dar os resultados planejados nos prazos estabelecidos.

O percentual de empresas com produtos novos ainda não existentes no mercado nacional a serem introduzidos situou-se, no segundo trimestre de 2014, em 18,5% – valor cerca de 1,6 p.p. abaixo do verificado no trimestre anterior. Este indicador, em geral, apresenta grande estabilidade, dadas as já mencionadas dificuldades envolvidas nesse tipo de inovação.

A comparação entre as tabelas 1 e 3 também indica ajuste de expectativas, no segundo trimestre de 2014, acerca da inovação de produto. Neste caso, observa-se um aumento da diferença entre a inovação corrente e a inovação esperada. Isto significa que a perspectiva de inovação futura das empresas se descolou mais significativamente dos resultados efetivamente observados no trimestre, sugerindo que outros elementos estão influenciando a construção de tais expectativas.

Os indicadores de expectativa de inovação de processo, por seu turno, apresentaram comportamento peculiar no segundo trimestre de 2014, pois a inovação corrente e a inovação esperada caminharam em direções opostas. Verifica-se, neste caso, um declínio

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