PRODUTOS E ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL EM BAGAGENS INTERNACIONAIS EM AEROPORTOS E FRONTEIRAS: QUAL O PROBLEMA ?
CARLOS ALBERTO MAGIOLI MÉDICO VETERINÁRIO
AUDITOR FISCAL FEDERAL AGROPECUÁRIO
COMISSÃO ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA – CRMV/RJ ACADEMIA DE MEDICINA VETERINÁRIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Sustentabilidade Agropecuária e Alimentar:
Produção, Distribuição e Segurança
• DIFICULDADES NOS CONTROLES DE DEFESA SANITÁRIA ANIMAL NO AEROPORTO DO RIO DE JANEIRO • ENFERMIDADE AGUDA GRAVE SE ESPALHOU RAPIDAMNTE
• PRESTEZA NA IDENTIFICAÇÃO DO FOCO, DIAGNÓSTICO, DELIMITAÇÃO DA ÁREA FOCAL E SACRIFÍCIO DE TODOS OS ANIMAIS.
FOCOS IDENTIFICADOS - 224 ANIMAIS SACRIFICADOS - 66.000 INDENIZAÇÕES - U$$ 2.000.000,00
CUSTO TOTAL - U$$ 22.158.000,00
FONTE: MINISTÉRIO DA AGRICULTURA 1984
CONSEQUÊNCIAS IMEDIATAS
De 1960 a 1980 cerca de 50 doenças foram identificadas no país, embora sendo possível que algumas delas já devessem existir em épocas muito anteriores, outras sabidamente foram trazidas de países infectados por intermédio da importação de animais, seus produtos, sub produtos, vacinas, materiais para pesquisa e pelo tráfego aéreo
20 mil quilômetros de distância do Brasil ao ponto mais distante da terra são muito próximos para evitar uma catástrofe sanitária.
“ AS DOENÇAS DOS ANIMAIS NO BRASIL HISTÓRICO DAS PRIMEIRAS OBSERVAÇÕES.” 1988
BOLETIM DE DEFESA SANITÁRIA ANIMAL-Influenza aviária notificada em 2015 na Alemanha todas as aves da exploração afetada foram abatidas e eliminadas na área de foco e em três granjas avícolas não comerciais localizadas dentro de um raio de 1 km em torno da exploração infectada. (OIE 2015)
Nos Estados Unidos foram abatidas 38,9 milhões de aves, 32 milhões de poedeiras, número equivalente a quase 10% da população dessas aves no país. Algumas empresas produtoras de ovos não puderam sobreviver devido aos custos do abate das aves e dos meses sem produção. (Wall Street Journal em 25 de maio de 2015)
A descoberta nos Estados Unidos, em 2003, da Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE) resultou no fechamento imediato de quase 90% do mercado importador da carne americana. (RICH et al. 2007)
Alimentos de origem animal trazidos ilegalmente de países terceiros para a União Europeia representam um risco para a introdução de doenças. Isso pode levar a surtos de doenças animais com custos econômicos e sociais significativos e restrições comerciais subsequentes graves. BEUTLICH et al. (2014)
O transporte de alimentos em bagagem de passageiro é a rota mais provável pela qual os produtos ilegais entram na Alemanha através dos Aeroportos Internacionais de Frankfurt e Berlim. Uma seleção de 474 amostras foi submetida a análises microbiológicas. A maioria dos alimentos contaminados foram carne (33%) ou produtos à base de carne (42%), e produtos de leite (21%).
BEUTLICH et al. (2014)
A quantidade total de carne ilegal que entra a cada ano na Grâ Bretanha é estimada, em média de 11,875 toneladas, com 90% de certeza de estar entre 4,398 e 28,626 toneladas das quais entre 64,5 e 565 quilogramas estão contaminadas com o vírus da febre aftosa. (HARTNETT, 2007)
Na Austrália, que tem um dos mais efetivos serviços de quarentena em todo o mundo, cerca de 9 em cada 10 passageiros que chegam têm suas bagagens inspecionadas pelo Australian Quarantine and Inspection Service (AQIS); usando uma combinação de cães farejadores, exame de Raios-X e inspeção física das bagagens. (DAFF 2013)
Pandemia de peste suína se agrava e pode se tornar global
setor apreensivo
Site Notícias Agrícolas (26/04/2019)
Alerta: Após devastar a China, peste suína africana ameaça se tornar global.
No primeiro ano de um surto da doença em território norte-americano causaria uma perda financeira de US$ 8 bilhões para produtores de carne suína, US$ 4 bilhões para a indústria do milho e US$ 1,5 bilhão para a soja.
Dermond Hayes – Universidade Estadual de Iowa
Agentes federais norte-americanos apreenderam 454 toneladas de carne suína contrabandeada da China para o porto de Nova Jersey, a maior apreensão de produtos agrícolas do país. E estas operações ilegais, segundo especialistas, são os maiores riscos para ampliar a área de contágio da doença.
Países que dispõem de um sistema de sanidade forte, que controlam eficientemente as suas importações e estabelecem os cenários de risco com restrições baseadas em respaldo técnico, têm poucas restrições de ordem sanitária, geram credibilidade para o consumidor interno, para o cenário internacional e agregam valor aos seus produtos.
Iveraldo Dutra. Medicina Veterinária Preventiva como Instrumento para a Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável. V Simpósio de Produção de Gado de Corte. UNESP, campus Araçatuba. 2012.
Fonte: Magioli, C.A.
RESULTADOS
Percentual de voos fiscalizados pelo
SVA/AIRJ no período de 2010 a 2014.
FATOR
QUANTIDADE
Total de voos
74.510
Total de passageiros
9.652.261
Voos Fiscalizados
9.586
% de voos fiscalizados
12,86
Ano 2010 2011 2012 2013 2014 Total Total kg 4.807,829 5.065,800 7.464,744 4.262,041 7.639,032 29.239,446
RESULTADOS
Dez Países com maiores quantitativos (kg x 1000) de apreensões de produtos de origem animal pelo Serviço de Vigilância Agropecuária no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro no período de 2010 a 2014.
Produtos de origem animal com maiores quantidades de apreensões pelo Serviço de Vigilância Agropecuária no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro no período de 2010 a 2014.
Doenças de não ocorrência no Brasil, produtos veiculadores e de ocorrência em
outras regiões do mundo.
DOENÇA PRODUTO OCORRÊNCIA
Brucelose (B.
melitensis) Carne Laticínio Todos os continentes Triquinelose Carne EU AF ASU AN AS OC Encefalopatia
Espongiforme dos Bovinos
Carne Laticínio EU AN ASU AS
Influenza Aviária de
Baixa Patogenicidade Carne Ovo Todos os continentes Influenza Aviária de
Alta Patogenicidade Carne Ovo Todos os continentes Peste Suína Africana Carne AF EU AS
Doença Hemorrágica
do coelho Carne Todos os continentes Loque Européia Mel Todos os continentes
Doenças de não ocorrência no Brasil, produtos veiculadores e de ocorrência em
outras regiões do mundo.
DOENÇA PRODUTO OCORRÊNCIA
Infecção com Bonamia ostreae Pescado EU AN AF Infecção com Marteilia refringens Pescado EU AF
Crayfish plague Pescado AN AS EU
Infecção com Yellowhead virus Pescado AS OC AC AN
Mionecrose Infecciosa Pescado AS
Hepatopancreatite Necrosante Pescado AC ASU AS
Síndrome de Taura Pescado AC AS ASU AN
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 11, DE 10 DE MAIO DE 2016
Art. 1º Fica autorizado o ingresso no território nacional, dos produtos de origem animal destinados ao uso e ao consumo humano ou animal, classificados como não presumíveis veiculadores de doenças contagiosas.
Art. 2º Para fins de ingresso no território nacional os produtos devem estar acondicionados em sua embalagem original de fabricação, com rotulagem que possibilite a sua identificação, devidamente lacrados, sem evidência de vazamento ou violação.
USDA (EUA) DAFF (AUSTRALIA) UE SAG (CHILE) VIGIAGRO (BRASIL) Passageiro com produtos não declarados Apreensão e penalidade civil US$
1.100 a US$ 60.000 por violação. Baseado na Lei de Proteção de Plantas e na Lei de Proteção à Saúde Animal.
São proibidos carnes e lácteos de países não
livres de febre aftosa (exceto enlatados)
Com algumas exceções, as regras comunitárias
em vigor desde 1 de maio de 2009 não permitem a importação
de carne, produtos à base de carne, leite e produtos lácteos pelos
viajantes
Produtos não declarados são apreendidos e multa aplicada: US$ 170,00 até
US$ 18.000,00 Apreensão, exceto o previsto na IN 11 BARREIRAS INTERNACIONAIS
ANTÔNIO JOSÉ DE ARAUJO MOREIRA AFFA – ENGENHEIRO AGRÔNOMO
SISV/SFA-RJ
PRAGA QUARENTENÁRIA DA MANGA
Em fevereiro de 2014, foi identificado pela EMBRAPA, em residência no município do Rio de Janeiro, a presença do inseto Sternochetus mangiferae, praga quarentenária de manga de grande relevância fitossanitária. A partir de 2017 o monitoramento feito pelo Serviço de Sanidade Vegetal/DDA/SFA-RJ, já identificou a presença da praga nos municípios além do Rio de janeiro, de Magé, Paracambi, Belford Roxo, Seropédica e Niterói.
PRODUTOS E ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL EM BAGAGENS INTERNACIONAIS EM AEROPORTOS E FRONTEIRAS: QUAL O PROBLEMA ?
PARA O HOMEM DO CAMPO, QUE TEM NA CRIAÇÃO CASEIRA DO SUÍNO SUA FONTE DE SUPLEMENTAÇÃO PROTEICA E DE RECURSOS FINANCEIROS, O SURGIMENTO DA PESTE SUÍNA AFRICANA PROVOCOU DESEQUILÍBRIO SOCIAL.
AS RESTRIÇÕES ÀS EXPORTAÇÕES, O SACRIFÍCIO DOS REBANHOS E AS INDENIZAÇÕES AOS CRIADORES, FORMARAM A IMAGEM DO DESASTRE ECONÔMICO QUE REPRESENTOU ESTA PATOLOGIA PARA O BRASIL.
OBRIGADO
CARLOS ALBERTO MAGIOLI MÉDICO VETERINÁRIO
AUDITOR FISCAL FEDERAL AGROPECUÁRIO
COMISSÃO ESTADUAL DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA – CRMV/RJ ACADEMIA DE MEDICINA VETERINÁRIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO