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TELECONSULTA COM IDOSOS E SEUS CUIDADORES FAMILIARES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Academic year: 2021

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TELECONSULTA COM IDOSOS E SEUS CUIDADORES FAMILIARES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Área temática: saúde. Autores (as)​: Wender Ferreira dos Santos​1​, Karime Said Rocha2​, Camila Barbosa

Albernaz3​, Karine Rodrigues Afonseca4​, Keila Cristianne Trindade da Cruz5

Coordenador (a):​ Alisson Fernandes Bolina​6

RESUMO: ​Introdução: ​Em virtude da pandemia, o telecuidado surge como forma preferencial no cuidado dos idosos e seus cuidadores familiares. Objetivo: ​Relatar a experiência da teleconsulta de enfermagem do projeto de extensão denominado “Ambulatório de Gerontologia e Geriatria”, oferecido pela Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria da Universidade de Brasília (LAGGUnB) durante o primeiro semestre de 2020. Metodologia: ​Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência referente ao projeto “Telecuidado e Atividades Educativas para Idosos e Cuidadores Face à Pandemia do COVID-19”. O projeto consiste em incentivar a formação dos graduandos dos cursos da saúde na área da Gerontologia e Geriatria e desenvolver atividades assistenciais, por meio das teleconsultas. As teleconsultas são realizadas tendo como público alvo os idosos com demência e seus cuidadores familiares. Devido a pandemia e a procura em manter os atendimentos, a equipe do projeto procurou se readaptar à nova realidade e manter atendimentos por meio da teleconsulta, tendo como foco os cuidados com o COVID-19. ​Resultados: Primeiramente, ​foi elaborado um instrumento de acompanhamento que consiste em avaliações de riscos voltados a contaminação da doença e na identificação dos impactos gerados pelo isolamento social. As teleconsultas são agendadas previamente de acordo com a disponibilidade do idosos e seu cuidador familiar. São realizados pelo aplicativo que o cuidador/familiar tenha familiaridade. Essas atividades assistenciais são realizadas com uma periodicidade quinzenal ou semanal, dependo da demanda e da necessidade de maior acompanhamento. Considerações finais: ​Houve uma maior motivação dos participantes do projeto em continuar com a ação de extensão.

Palavras-chave:​ Idoso. Enfermagem. COVID-19.

1 INTRODUÇÃO

1 Autor e estudante do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da

Universidade de Brasília, enf.wenderfs@gmail.com.

2 Coautora e estudante do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ceilândia da

Universidade de Brasília, karimerocha09@gmail.com.

3Coautora e estudante do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da

Universidade de Brasília, camila8455@hotmail.com.

4 Coautora e enfermeira, membro externo da Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria da

Universidade de Brasília, karine.afonseca@gmail.com.

5Coautora e Professora Adjunto do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Ciências da

Saúde da Universidade de Brasília, keilactc@gmail.com.

6Coordenador do projeto e Professor Adjunto do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de

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A pandemia da COVID-19, trouxe um conjunto de mudanças e desafios para a continuidade das atividades da sociedade e, concomitante, descortinou fragilidades sociais existentes. Dentre os grupos sociais mais vulneráveis, a população idosa tornou-se motivo de grandes preocupações, devido à sua maior suscetibilidade à letalidade e ao agravamento da COVID-19, decorrentes possivelmente do declínio gradual da função imunológica, bem como das alterações das respostas inflamatórias (MUELLER; McNAMARA; SINCLAIR, 2020).

Em virtude da pandemia, o atendimento em saúde teve que ser adaptado ao atendimento para a forma não presencial. Com isso o telecuidado surge como forma preferencial no atendimento dos idosos (CARDOZO et al., 2017).

O telecuidado é estabelecido como um conjunto integrado e definido de atividades de cuidado e saúde, por meio de teleconsultas, realizado à distância, mediado por uma tecnologia de comunicação, por exemplo um equipamento de telefone equipado com aplicativos de vídeo-chamada ou de mensagem (SANTANA et al., 2018).

No atual momento, outro ponto relevante para a aplicabilidade da experiência foi a resolução COFEN Nº 634/2020 que garante o enfermeiro adotar o telecuidado na luta contra o coronavírus. Ou seja, permite que o profissional estabeleça maior participação e que possa realizar o atendimento seguro e ético.

Portanto, o objetivo deste trabalho é relatar a experiência de teleconsulta, a partir da consulta de enfermagem, do projeto de extensão denominado “Ambulatório de Gerontologia e Geriatria”, oferecido pela Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria da Universidade de Brasília (LAGGUnB) durante o primeiro semestre de 2020.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência referente ao projeto “Telecuidado e Atividades Educativas para Idosos e Cuidadores Face à Pandemia do COVID-19”. Esse projeto iniciou no primeiro semestre de 2020 e tem como público-alvo idosos com demência e seus cuidadores participantes do projeto “Cuidando dos Idosos e seus Cuidadores na Universidade de Brasília”, oferecido pela Liga Acadêmica de Gerontologia e Geriatria da Universidade de Brasília (LAGGUnB).

O projeto foi desenvolvido com o objetivo de favorecer atividades de telecuidado à população idosa com demência e seus cuidadores e proporcionar o desenvolvimento de habilidades e de competências clínicas no cuidado gerontológico dos estudantes de enfermagem.

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É constituído por dois docentes efetivos do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde, uma enfermeira colaboradora externa e cinco estudantes de graduação em enfermagem de diferentes semestres vinculados ao projeto de extensão e à LAGGUnB.

Para a realização das teleconsultas e das demais atividades é utilizado, como meio de comunicação, o telefone celular e/ou software que permite comunicação por áudio/vídeo. Por meio de um instrumento de coleta de dados elaborado pela equipe é feito o acompanhamento que consiste em avaliações de riscos voltados a contaminação da doença e na identificação dos impactos gerados pelo isolamento social.

As teleconsultas são feitas com dois estudantes e a supervisão de um enfermeiro (um dos docentes ou da colaboradora). Mensalmente, realiza-se uma reunião, em que são debatidos os casos para elaboração conjunta do plano de cuidado.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente, foi elaborado um instrumento de coleta de dados online, via google forms, para a consulta e acompanhamento do idoso e seu cuidador familiar. Cabe destacar que esse instrumento foi submetido ao teste piloto e, posteriormente, realizadas as adequações.

O instrumento final é dividido em três sessões, sendo a primeira constituída por: identificação e idade do idoso e cuidador; vínculo familiar caso seja cuidador informal; o "questionário de investigação de risco" que envolve perguntas sociodemográficas, bem como análise da região e da moradia onde o idoso se encontra, e conhecimento do cuidador sobre a doença. Na segunda, é feita a avaliação do risco do idoso ou cuidados apresentar a COVID-19, que leva em consideração se há os sintomas gripais; comorbidades presentes; medicamentos utilizados; alimentação/hidratação; saída de casa e o uso da máscara; vacinação. Já a terceira, também avalia ou está relacionado ao idoso quanto aos aspectos psicológicos, se houve mudanças no comportamento e de hábitos de saúde, como na realização de atividades físicas, por exemplo. Por fim, estão presentes no instrumento “questões relacionadas aos sentimentos/sobrecarga do cuidador” e "observações da equipe após a consulta".

Após o primeiro atendimento utilizando o referido instrumento, é enviada uma cartilha relacionada aos cuidados com idosos em tempos de coronavírus, produzida pela LAGGUnB, que abrange, como referência, materiais informativos oficiais de

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instituições governamentais de saúde para um maior reforço na promoção e prevenção de saúde.

Quanto a aplicabilidade das teleconsultas, essas são feitas por aplicativo que o cuidador/familiar tenha familiaridade, e são realizados com uma periodicidade quinzenal ou semanal, dependo da demanda e da necessidade de maior acompanhamento. Atualmente, cinco atendimentos estão em andamento.

Na empregabilidade da tecnologia remota dentro da assistência, tem mostrado benefícios quanto a maior acessibilidade dos pacientes aos serviços de saúde (MACHADO, SANTANA, HERCULES, 2020. SANTANA, 2018. CARDOZO, 2017. MARCOLINO, 2014. SHEA, CHAMOFF, 2012). Os usuários relatam maior satisfação por não precisar sair de casa, economizam recursos com os deslocamentos (SANTANA et al, 2018), melhora na adesão ao tratamento (MACHADO, SANTANA, HERCULES, 2020), agilidade no encaminhamento do serviço especializado e redução do tempo de espera (MARCOLINO, 2014). Ademais, foi evidenciado a satisfação de profissionais por aplicar intervenções com mais facilidade de acordo com as particularidades daquele cliente (SHEA, CHAMOFF, 2012) e na continuidade do acompanhamento (MACHADO, SANTANA, HERCULES, 2020), logo, é perceptível o aumento da qualidade na assistência prestada.

Vale ressaltar que os atendimentos online é uma forte ferramenta prevenção de possíveis agravos e risco de morte. Segundo BIANCHETTI et al. (2020), em um hospital localizado no norte da Itália, a taxa de mortalidade foi maior em pacientes idosos com demência em comparação aos que não sofrem dessa enfermidade. Assim, a atual pesquisa apresenta a demência como mais um fator de risco para o COVID-19.

Além disso, sabe-se que o idoso com essa particularidade, merece a devida importância, em especial, para os desafios como a sobrecarga do cuidador, e a perda da autonomia e independência na medida que a doença progride, por exemplo (SANTANA et al, 2018). O telecuidado pode fornecer apoio nesse sentido, bem como na identificação dos agravos, orientações quanto a procura de um outro profissional e educação em saúde (MACHADO, SANTANA, HERCULES, 2020).

Durante os atendimentos foi possível a identificação de comportamentos de risco para contaminação pelo coronaavírus pelo cuidador ou demais integrantes da família, a equipe teve oportunidade de orientar os cuidados quanto aos riscos do COVID-19 e cuidados a serem adaptados para reduzir a contaminação pelo vírus.

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Outro aspecto relevante, observado nas teleconsultas, foi o sofrimento emocional e psíquico dos cuidadores, que relataram sentimento de tristeza, angústia, medo e ansiedade diante do cenário de pandemia.

O atendimento se mostrou um momento de desabafo importante para os cuidadores, tendo a equipe um papel de acolhimento emocional e orientação de estratégias para reduzir o impacto da pandemia na vida dos indivíduos que cuidam de idosos com declínio cognitivo.

Ademais, foi evidenciado na literatura a satisfação de profissionais por aplicar intervenções com mais facilidade de acordo com as particularidades daquele cliente (SHEA, CHAMOFF, 2012) e na continuidade do acompanhamento na teleconsulta (MACHADO, SANTANA, HERCULES, 2020), logo, é perceptível o aumento da qualidade na assistência prestada. Quanto ao projeto, o benefício está em incentivar a formação de graduandos em enfermagem na área da Gerontologia e Geriatria e em desenvolver atividades assistenciais juntos à população idosa e cuidadores.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cuidador e/ou familiar relata positivamente a contribuição feita por professores e discentes em relação ao telecuidado, principalmente referindo-se ao se sentir acolhidos, apesar do isolamento social. Também foi observado que no decorrer da consulta, o cuidador se sentia à vontade para tirar dúvidas em relação ao COVID-19 e aos cuidados em geral relacionados à uma pessoa dependente. Ao evidenciar esses dados, houve uma maior motivação dos participantes do projeto em continuar com a ação de extensão.

REFERÊNCIAS

BIANCHETTI, ANGELO et al. Clinical Presentation of COVID19 in Dementia Patients. The Journal of Nutrition, Health & Aging, p. 1, 2020.

CARDOZO, LUANE DOS S. et al. Acompanhamento por Telefone como Intervenção de Enfermagem na Recuperação Cirúrgica de Idosos Prostatectomizados. v. 11, n. 8, p. 3005–12, 2017.

MACHADO, TALLITA MELLO DELPHINO; SANTANA, ROSIMERE FERREIRA; HERCULES, ANA BEATRIZ SERRA. Central de telecuidado: perspectiva de

intervenção de enfermagem. Cogitare Enfermagem, v. 25, 2020.

MARCOLINO, MILENA SORIANO et al. Teleconsultorias no apoio à atenção primária à saúde em municípios remotos no estado de Minas Gerais, Brasil. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 35, p. 345-352, 2014.

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MUELLER, Amber L.; MCNAMARA, Maeve S.; SINCLAIR, David A. Why does COVID-19 disproportionately affect older people?. Aging, v. 12, n. 10, 2020. RESOLUÇÃO COFEN Nº 634/2020. Disponível em:

http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-0634-2020_78344.html. Acesso em 20 de julho de 2020.

SANTANA, R. F. et al. Telecuidado para idosos com Azheimer e seus cuidadores: revisão sistemática/ Telecare to elderly people with Alzheimer and their caregivers: systematic review. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 17, n. 4, 4 dez. 2018.

SHEA, KIMBERLY; CHAMOFF, BREANNA. Telehomecare communication and self-care in chronic conditions: moving toward a shared understanding. Worldviews on Evidence-Based Nursing, v. 9, n. 2, p. 109-116, 2012.

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