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INDICADOR DE AVALIAÇÃO PARA GESTÃO DA TECNOLOGIA CONSTRUTIVA DAS VEDAÇÕES EM ALVENARIA

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INDICADOR DE AVALIAÇÃO PARA

GESTÃO DA TECNOLOGIA

CONSTRUTIVA DAS VEDAÇÕES EM

ALVENARIA

Maria Luíza Rodrigues Neves (UPE) mluizaneves@yahoo.com.br Alberto Casado Lordsleem Júnior (UPE) alberto.casado@oi.com.br Eliana Cristina Barreto Monteiro (UPE) nana.monteiro@uol.com.br

As vedações em alvenaria são os elementos mais freqüentemente empregados no processo construtivo tradicional brasileiro. No entanto, estão associadas à expressiva parcela de problemas patológicos das edificações uma vez que são mais suscepttíveis à fissuração. Além disso, atribui-se à alvenaria a responsabilidade por gerar elevados desperdícios nas obras. Diante do exposto, racionalizar a produção das alvenarias torna-se imprescindível para a gestão da tecnologia construtiva. O presente artigo objetiva disponibilizar 02 indicadores de

desempenho para avaliação quantitativa do potencial de

racionalização das vedações em alvenaria. Para sua consecução

contemplou-se 04 etapas: a primeira etapa consistiu no

desenvolvimento e aplicação da metodologia piloto para obtenção dos indicadores em 09 obras; a segunda etapa objetivou adaptar a metodologia através de um refinamento e ponderação dos critérios relevantes à racionalização por meio de 03 empresas construtoras; a terceira etapa decorreu de uma aplicação inicial da metodologia modificada através de 02 obras para verificar a necessidade de potenciais ajustes e a quarta etapa consistiu na aplicação da metodologia modificada e acompanhamento dos indicadores em 02 obras. Os resultados obtidos demonstraram que os indicadores desenvolvidos consistem numa ferramenta de auxílio aos gerentes na avaliação quantitativa do potencial de racionalização da alvenaria de vedação, identificando ações que conduzam à melhoria da tecnologia construtiva.

Palavras-chaves: racionalização, indicadores de desempenho, vedação em alvenaria, gestão da tecnologia

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1. Introdução

As alvenarias são elementos que representam uma barreira física à ação dos mais diversos agentes e proporcionam a divisão de ambientes. De acordo com Sabbatini (1984), as alvenarias são conformadas em obra e constituídas por blocos unidos entre si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso.

As paredes de alvenaria são os elementos mais freqüentemente empregados no processo construtivo tradicional brasileiro, sendo muitas vezes, segundo Paliari (1999), responsáveis por parcela expressiva do desperdício verificado nas obras de construção de edifícios.

No entanto, está associada às vedações em alvenaria expressiva parcela de problemas patológicos das edificações, muitos dos quais servem de estímulo ao investimento em racionalização construtiva. As paredes de alvenaria são os elementos mais susceptíveis à fissuração e, não raras vezes, verifica-se em edifícios concluídos ou não as recuperações das alvenarias, seja por aspectos estéticos, psicológicos ou de desempenho. De acordo com Medeiros (2005), pode ser citada a elevada incidência de patologias sob a forma de fissuras e trincas, umidade, eflorescência e bolor.

Conforme Barros (1998), através da racionalização da produção das alvenarias de vedação é possível a redução de custos, o aumento de produtividade e a própria redução de problemas patológicos no conjunto das esquadrias e das instalações hidrossanitárias e nos revestimentos, os quais, juntos, certamente somam de 20% a 40% do custo total dos edifícios.

Diante disso, racionalizar a produção das alvenarias torna-se imprescindível para a gestão da tecnologia construtiva. Para tanto, é fundamental um maior conhecimento sobre as ações a serem implementadas para a racionalização das vedações verticais, tanto em nível de projeto, quanto de planejamento, execução e controle.

Entende-se por alvenaria racionalizada todas as ações que objetivam otimizar o uso de todos os recursos envolvidos com a produção das alvenarias de vedação, desde a concepção do empreendimento até sua utilização (LORDSLEEM JR., 2000).

Buscando desenvolver uma ferramenta para avaliar o potencial de racinalização das vedações em alvenaria, este artigo disponibiliza 02 indicadores de desempenho de avaliação quantitativa para auxiliar os gerentes de obras na gestão da tecnologia construtiva.

De acordo com Souza (2005) os indicadores representam informações quantitativas ou qualitativas que medem e avaliam o comportamento de diferentes aspectos do objeto do estudo. O autor ainda afirma que seu levantamento cria um sistema de informações que pode ser bastante útil para ajudar na tomada de decisões.

Segundo Lantelme (1994) a existência de indicadores que permitam a avaliação do desempenho de um setor econômico e que possam servir como parâmetros de comparação entre as diversas empresas que atuam no setor, constituem-se de informações fundamentais para o desenvolvimento da qualidade e produtividade no setor.

A atividade de controle, além de possibilitar a verificação do desempenho real da produção, permite detectar os pontos falhos e os pontos com maior potencial de melhoria, constituindo-se numa atividade gerencial a constituindo-ser valorizada (ANDRADE, 2005).

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2. Objetivo

Este artigo objetiva disponibilizar 02 indicadores de desempenho para avaliação quantitativa do potencial de racionalização das vedações em alvenaria, visando auxiliar à gestão da tecnologia construtiva.

3. Metodologia

A metodologia adotada para a consecução da pesquisa foi dividida em 4 etapas, quais sejam: − etapa 1: desenvolvimento e aplicação de metodologia piloto para obtenção dos indicadores

de avaliação quantitativa em 09 obras da cidade do Recife/PE durante o período de 03 meses;

− etapa 2: adaptação e aprimoramento da metodologia desenvolvida para melhor apropriação à realidade da avaliação do potencial de racionalização das alvenarias. Para tanto, foi realizada uma pesquisa suplementar junto a 03 empresas construtoras buscando o refinamento dos critérios mais relevantes considerados na avaliação do potencial de racionalização das vedações em alvenaria;

− etapa 3: aplicação inicial da metodologia aprimorada através de 02 obras para verificar a aplicabilidade das questões e avaliar o tempo de aplicação demandado bem como a necessidade de potenciais ajustes;

− etapa 4: aplicação da metodologia aprimorada e acompanhamento dos indicadores em 02 obras durante um período de 03 meses, para comprovar a eficiência dos indicadores.

As empresas e obras participantes da pesquisa foram codificadas por letras, objetivando preservar a identificação das mesmas. É importante destacar que cada em cada etapa participaram obras diferentes. As etapas da metodologia são descritas detalhadamente a seguir.

4. Análise e interpretação dos dados

4.1 Desenvolvimento e aplicação de metodologia piloto para obtenção dos indicadores (1ª etapa)

O desenvolvimento da metodologia para obtenção dos indicadores foi fundamentado na elaboração de um elemento operacional (questionário) específico, no qual foram estabelecidos os critérios de avaliação relativos à:

• critério 1 – Materiais e componentes na produção da alvenaria; • critério 2 – Recebimento e armazenamento de materiais; • critério 3 – Serviço de alvenaria;

• critério 4 – Mão-de-obra;

• critério 5 – Projeto e execução da alvenaria de vedação.

A tabela 1 apresenta os critérios de avaliação com seus itens de verificação e pesos atribuídos, os quais foram conferidos pelos autores da pesquisa com base na relevância identificada nas bibliografias pertinentes.

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Critérios de

avaliação Itens de verificação atribuído Peso

Materiais e Componentes

- Tipo (concreto ou cerâmico), dimensões e resistência dos blocos

15% - Utilização de blocos especiais na obra

- Tipo e forma de produção da argamassa de assentamento e de fixação - Materiais empregados e traço para a produção da argamassa de assentamento - Local de produção da argamassa de assentamento e de fixação (térreo, próprio pav., outro pav.)

- Fabricante dos materiais utilizados

Recebimento e armazenamento de blocos/tijolos e argamassas

- Realização de ensaio em laboratório (para aceitação do produto relativo à norma técnica)

15% - Existência de local pré-definido no canteiro para recebimento do material

- Definição do local para armazenamento dos produtos (definitivo ou necessidade de duplo manuseio)

- Existência de dispositivos para a redução de esforços dos operários no descarregamento dos blocos

- Material palletizado

- Proteção e controle do armazenamento dos produtos (base plana, proteção contra chuva e umidade na base, altura máx. da pilha, pilha com o mesmo tipo de bloco)

Serviço de Alvenaria

- Realização de treinamento específico para alvenaria

30% - Equipamentos de transporte para os materiais (do armazenamento/produção

ao posto de trabalho) - Equipamentos de controle - Equipamentos de produção

- Formas de fixação vertical alvenaria/pilar e alvenaria/alvenaria - Preparação para esquadrias

Mão-de-obra - Composição da equipe de produção, de controle e de supervisão - Tipo de auxílio à produção 10% Projeto e Execução

- Existência de projeto específico para alvenaria

30% - Preenchimentos das juntas verticais de alvenaria

- Colocação de tela ou ferro-cabelo

- Fixação horizontal superior alvenaria/alvenaria ou alvenaria/laje

Tabela 1 - Critérios de avaliação, itens de verificação e respectivos pesos da metodologia piloto

Para cada item de verificação foram adotados critérios de pontuação, buscando obter-se uma média final, como apresentados a seguir:

a) materiais e componentes

• Betoneira = 0,5 pontos; Argamassadeira = 1 ponto; Manual = 0 ponto • Térreo = 0 ponto; Pavimento = 1 ponto; Outro pavimento = 0,5 ponto

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5 Areia = 0 ponto b) recebimento e armazenamento • N (Não) = 0 ponto • S (Sim) = 1 ponto c) serviço de alvenaria

• Prática menos racional = 0 ponto; Prática intermediária = 0,5 ponto; Prática mais racional = 1 ponto

• Variável de acordo com a prática mais racional = variação de 0 até 1 d) mão-de-obra

• Prática menos eficiente = 0 ponto • Prática intermediária = 0,5 ponto • Prática mais eficiente = 1 ponto e) projeto e execução

• N (Não) = 0 ponto • S (Sim) = 1 ponto

Após o desenvolvimento do questionário, a ponderação dos critérios de avaliação e a atribuição da pontuação aos itens de verificação, definiu-se os 02 indicadores de desempenho a serem utilizados na avaliação do potencial de racionalização, quais sejam:

• IRA (Indicador de Racionalização atual): expressando quantitativamente a

caracterização do atual estágio da tecnologia construtiva da alvenaria de vedação da obra;

• IPR (Indicador do Potencial de racionalização): expressando quantitativamente a

caracterização do potencial de melhoria da tecnologia construtiva da alvenaria de vedação da obra.

As equações 01 e 02 expressam o modelo matemático desenvolvido para os indicadores de desempenho utilizados na pesquisa.

IRA =(I1. P1 + I2.P2 + I3.P3 + I4.P4 + I5.P5).100 (eq. 01)

IRA – indicador de racionalização atual;

IN – média aritmética de cada critério avaliado;

PN – peso atribuído a cada critério.

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IPR – indicador do potencial de racionalização;

IRA – indicador de racionalização atual;

Observa-se na equação 01 o IN, o qual corresponde à média aritmética de cada um dos

critérios avaliados e o PN correspondendo aos pesos atribuídos a cada critério. Desta forma, o

somatório do IN com o respectivo PN multiplicado por 100 fornecerá, em percentagem, o

indicador de racionalização atual da obra.

A equação 02 fornece o percentual do potencial de racionalização, ou seja, o que a obra necessita racionalizar buscando atingir o melhor índice. Para encontrar o IPR, é necessário

diminuir o IRA de 100%.

Com a metodologia piloto desenvolvida procedeu-se a aplicação piloto, a qual foi realizada junto a 09 obras de diferentes empresas construtoras no período de 03 meses. As empresas participantes da pesquisa possuem a certificação de qualidade ISO 9000; as obras pesquisadas foram edificações residenciais de múltiplos pavimentos, com estrutura de concreto armado e estavam na fase de alvenaria.

Para a aplicação da metodologia desenvolvida, o engenheiro residente da obra coletava e fornecia espontaneamente as informações necessárias para o preenchimento do questionário. Com base nesses registros, procedia-se a obtenção dos pontos de cada obra visando encontrar os 02 indicadores de desempenho representativos da avaliação do potencial de racionalização da obra.

A tabela 2 apresenta os resultados individuais dos critérios, decorrentes da aplicação piloto nas 09 obras participantes da pesquisa.

IN

Critérios de

avaliação A B C D Obras E F G H I racionalização atual Média da Média do potencial de racionalização

I1 Materiais e componentes 67% 67% 67% 58% 58% 50% 83% 100% 67% 69% 31% I2 Recebimento e armazenamento 73% 60% 80% 90% 90% 90% 40% 50% 70% 71% 29% I3 Serviço de alvenaria 53% 54% 59% 52% 67% 60% 60% 45% 55% 56% 44% I4 Mão-de-obra 58% 60% 60% 70% 60% 60% 90% 70% 60% 65% 35% I5 Projeto e execução 83% 40% 70% 27% 90% 83% 57% 37% 70% 62% 38%

Tabela 2 – Resumo dos indicadores de cada critério de avaliação da aplicação piloto

Analisando a racionalização independente de cada critério de avaliação, observa-se que os resultados indicaram uma racionalização atual mais elevada para os critérios de Recebimento e Armazenamento e Materiais e Componentes.

No que se refere ao potencial de racionalização, os critérios com maior necessidade de melhorias foram Serviço de Alvenaria e Projeto e Execução. Em relação a estes últimos, o fato do maior potencial de racionalização incidir sobre eles pode estar associado à prática local ainda incipiente do desenvolvimento de projetos para produção, podendo ocasionar à tomada de decisões em obra, acarretando prejuízos à etapa de realização do serviço.

A tabela 3 apresenta a média do potencial de racionalização e da racionalização atual de cada obra, associada a todos os critérios analisados, assim como a média geral do conjunto de

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obras, como forma de obter um parâmetro de comparação da média de cada obra com a média geral obtida. Indicadores de desempenho Obras Média geral A B C D E F G H I Potencial de racionalização (IPR) 33,2% 47% 33,5% 47,3% 24,6% 29,8% 37,4% 46% 36% 37,2% Racionalização atual (IRA) 66,8% 53% 66,5% 52,7% 75,4% 70,2% 62,6% 54% 64% 62,8%

Tabela 3 – Resumo da média dos indicadores de desempenho avaliados na aplicação piloto

Cabe ressaltar que a metodologia pode ser utilizada como benchmarking, ou seja, permitir uma avaliação comparativa dos indicadores entre obras de uma mesma empresa (benchmarking interno) ou entre obras de empresas distintas (benchmarking externo), buscando um aperfeiçoamento organizacional e a superioridade competitiva.

De acordo com os resultados e experiências obtidas na aplicação piloto, sentiu-se a necessidade de uma adaptação da metodologia, visando um aprimoramento da mesma.

4.2 Adaptação e aprimoramento da metodologia desenvolvida (2ª etapa)

A 2ª etapa da pesquisa objetivou adaptar e aprimorar a metodologia piloto através do refinamento e ponderação dos critérios de avaliação.

Para tanto, foram introduzidas as seguintes alterações:

• estabelecimento de novo critério de avaliação, relativo à segurança do trabalho e ergonomia;

• subdivisão do critério de avaliação Projeto e Execução em três outros critérios, quais sejam: Projeto, Planejamento e Execução da Alvenaria, no qual se associou este último ao de Serviço de Alvenaria tornando-se um só critério;

• os critérios relativos a Materiais e Componentes, Recebimento e Armazenamento e Mão-de-obra permaneceram, sendo excluídos dois itens de verificação, tais quais: fabricantes dos materiais utilizados e tipo de auxílio a produção da alvenaria, os quais foram julgados não pertinentes à avaliação do potencial de racionalização.

É importante salientar que os critérios de pontuação adotados para cada item de verificação continuaram os mesmos da metodologia piloto.

Uma vez refinados, os critérios foram ponderados para a atribuição de seus respectivos pesos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa junto a 03 empresas construtoras para a calibração dos pesos preliminares. A tabela 4 apresenta a caracterização das empresas participantes.

Principais tipos de obras

Quantidade de obras em

andamento Porte da empresa Certificação

Empresa A Residencial 09 Grande porte ISO 9001/2000

Empresa B Residencial 35 Grande porte ISO 9001/2000

Empresa C Residencial 05 Grande porte ISO 9001/2000

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Para a efetivação da pesquisa nessa 2ª etapa, foi realizada uma visita numa obra participantes, de cada empresa na qual o supervisor de obras e engenheiro residente atribuiu os pesos julgados adequados a cada critério de avaliação .

A tabela 5 apresenta os pesos atribuídos por cada construtora com sua média e os itens de verificação para cada critério de avaliação.

Critérios de

avaliação Itens de verificação

Empresas

Média A B C

Materiais e Componentes

- Tipo (concreto ou cerâmico) e dimensões dos blocos

25% 22% 10% 19% - Utilização de blocos especiais na obra

- Forma de produção da argamassa de assentamento e de fixação (manual, argamassadeira, betoneira)

- Materiais empregados para a produção da argamassa de assentamento e de fixação

- Local de produção da argamassa de assentamento e de fixação (térreo, próprio pav., outro pav.)

Recebimento e Armazenamento de blocos/tijolos e argamassas

- Realização de ensaio em laboratório (para aceitação do produto relativo à norma técnica)

5% 7% 10% 7% - Existência de local pré-definido no canteiro para recebimento do

material

- Definição do local para armazenamento dos produtos (definitivo ou necessidade de duplo manuseio)

- Existência de dispositivos para a redução de esforços dos operários no descarregamento dos blocos

- Material palletizado

- Proteção e controle do armazenamento dos produtos

Mão-de-obra - Realização de treinamento da mão-de-obra específico de alvenaria 30% 25% 10% 22% - Composição da equipe de produção, de controle e de supervisão

Segurança e ergonomia

- Realização de treinamento da mão-de-obra específico de segurança

3% 3% 5% 4% - Equipamentos de proteção coletiva

- Equipamentos de proteção individual - Ergonomia

Projeto de Alvenaria

- Projeto específico para alvenaria

20% 11% 20% 17% - Caderno de detalhes

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Planejamento

- Planejamento da sequência de execução da alvenaria

10% 14% 15% 13% - Planejamento da quantidade de blocos direcionados ao pavimento

- Planejamento do armazenamento dos blocos (próximo ao local de trabalho)

Execução da Alvenaria

- Equipamentos de transporte para os materiais (do armazenamento/produção ao posto de trabalho)

7% 18% 30% 18% - Equipamentos de controle

- Equipamentos de produção

- Formas de fixação vertical alvenaria/pilar e alvenaria/alvenaria - Preparação para esquadrias

- Preparação da superfície da estrutura e locação da primeira fiada - Preenchimentos das juntas verticais de alvenaria

- Colocação de tela ou ferro-cabelo

- Fixação horizontal superior alvenaria/alvenaria ou alvenaria/laje

Tabela 5 – Critérios de avaliação, pesos atribuídos e itens de verificação da metodologia aprimorada Observa-se na tabela 5 que há uma discrepância em relação aos pesos atribuídos pelas empresas, principalmente no que se refere aos critérios de Mão-de-obra e Execução da Alvenaria. Os critérios relativos ao Recebimento e Armazenamento de materiais, Segurança e Ergonomia e Planejamento obtiveram valores muito semelhantes.

Comparando a tabela 5 com os resultados obtidos na metodologia piloto, também se observa que os pesos dos critérios diferem entre si. Este fato pode ser justificado devido à introdução e subdivisão dos critérios de avaliação na adaptação da metodologia.

Percebeu-se ainda a possibilidade de avaliar a racionalização da alvenaria atual através de uma classificação qualitativa de acordo com a pontuação obtida na avaliação quantitativa. Deste modo, foi estabelecida uma tabela com 05 faixas de pontuação associadas a 05 possibilidades de classificação para avaliar qualitativamente a racionalização, tais quais: inexistente, ruim, regular, bom e ótimo, conforme observado na tabela 6.

Pontuação Classificação qualitativa do da racionalização atual Situação racionalização da Observação

0% INEXISTENTE

CRÍTICA A racionalização não existe.

De 1 a 50% RUIM A racionalização não está sendo

aplicada ou acompanhada corretamente.

De 51 a 70% REGULAR INSATISFATÓRIA A racionalização existe, porém requer

maior atenção no acompanhamento.

De 71 a 90% BOM SATISFATÓRIA Racionalização alta, podendo aumentar seu potencial através de melhorias.

De 91 a 100% ÓTIMO A racionalização está excelente. Tabela 6 – Classificação qualitativa da racionalização atual da alvenaria

De acordo com a tabela 6 observam-se 03 faixas para avaliar a situação da racionalização atual nas obras, a seguir explicitadas:

• crítica (vermelho): a racionalização inexiste ou não está sendo aplicada ou acompanhada corretamente pelos profissionais responsáveis, obtendo assim um potencial de racionalização baixo;

• insatisfatória (amarelo): nesta situação, o potencial de racionalização é considerado moderado. A racionalização da alvenaria necessita de mudanças

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10

na sua gestão para aumentar seu potencial;

• satisfatória (verde): a obra possui um potencial de racionalização considerado alto, podendo aumentá-lo através de melhorias no gerenciamento. A obtenção da pontuação acima de 90%, a racionalização é considerada excelente.

4.3 Aplicação inicial da metodologia aprimorada (3ª etapa)

Após o aprimoramento e ponderação dos critérios de avaliação, foi realizada uma aplicação inicial para verificar a aplicabilidade das novas questões, avaliar o tempo de aplicação demandado e necessidade de potenciais ajustes através de 02 obras. A tabela 7 exibe a caracterização das obras participantes nesta etapa.

Obra Obra A Obra B

Tipo Residencial Residencial

Número de funcionários 33 60

Nº. de pavimentos-tipo 18 28

Nº. de pavimentos garagem 2 2

Certificação da empresa NBR ISO 9001:2000 NBR ISO 9001:2000 Início e término da obra Mar/2007 – Mar/2010 Abr/2005 - Dez/2008

Existe projeto de alvenaria Sim Sim

Local de aplicação da vedação Fachada Interna / fachada Tabela 7 – Caracterização das obras participantes na aplicação inicial da metodologia aprimorada De acordo com os resultados, ilustrados na figura 1, observou-se proximidade dos indicadores obtidos na racionalização atual, os quais possuíram uma classificação qualitativa boa, encontrando-se numa situação satisfatória conforme a tabela 6 (faixa verde). Este resultado pode estar atribuído à existência do projeto de alvenaria desenvolvido em ambas as obras. Ressalta-se que os resultados das primeiras colunas são referentes ao Indicador de Racionalização Atual; enquanto os resultados da segunda coluna, referem-se ao Indicador do Potencial de racionalização.

72,8% 71,8%

27,2% 28,2%

Obra A Obra B

Indicador de Racionalização Atual Indicador do Potencial de Racionalização

Figura 1: Resultados obtidos do IRA e IPR na aplicação inicial da metodologia aprimorada

Não foi verificado necessidade de ajustes na aplicação inicial. Desta forma, procedeu-se a aplicação da metodologia adaptada seguida do acompanhamento dos indicadores.

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4.4 Aplicação da metodologia aprimorada e acompanhamento dos indicadores (4ª etapa) Posteriormente à aplicação inicial, aplicou-se a metodologia aprimorada em mais 02 obras. Além disso, procedeu-se o acompanhamento dos indicadores de desempenho durante o período de 03 meses. A tabela 8 apresenta a caracterização de cada obra participante desta etapa.

Obra Obra A Obra B

Tipo Residencial Residencial

Número de funcionários 35 27

Nº. de pavimentos-tipo 27 19

Nº. de pavimentos garagem 2 2

Certificação da empresa NBR ISO 9001:2000 NBR ISO 9001:2000 Início e término da obra Mar/2007 - jun/2011 Jan/2007 - Dez/2009

Existe projeto de alvenaria Sim Não

Local de execução da vedação Fachada Interna / fachada Tabela 8 – Caracterização das obras participantes no acompanhamento dos indicadores

As obras consistem em edificações residenciais, com múltiplos pavimentos. A obra B não possui projeto de alvenaria, dificultando a gestão, uma vez que não se tem uma referência para controle da qualidade da execução. Além disso, a obra B executa alvenaria interna e na fachada, enquanto a obra A executa alvenaria apenas na fachada, facilitando o gerenciamento, devido à menor quantidade de serviço.

As cores instituidas para representação da racionalização atual foram baseadas na classificação qualitativa, explicitada anteriormente.

As figuras 2 e 3 exibem os indicadores obtidos na coleta de dados da obra A e B, respectivamente.

Obra A

59,5% 60,0% 63,8%

40,5% 40,0% 36,2%

1º mês 2º mês 3º mês

Indicador de Racionalização Atual Indicador do Potencial de Racionalização

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12

Obra B

41,5% 44,4% 43,3%

51,5% 55,6% 56,7%

1º mês 2º mês 3º mês

Indicador de Racionalização Atual Indicador do Potencial de Racionalização

Figura 3: Resultados obtidos do IRA e IPR na obra B

Na figura 2, observa-se que a obra A apresentou resultados crescentes de racionalização das vedações em alvenaria durante os 03 meses. Entretanto, a situação da racionalização encontra-se insatisfatória, classificada como regular (faixa amarela).

Em relação aos resultados da obra B, observado na figura 3, percebeu-se que no 2º mês houve um aumento na racionalização atual sucedido de decréscimo no 3º mês. Constatou-se ainda que a situação da racionalização encontra-se na faixa crítica, classificada como ruim (faixa vermelha). Este fato pode estar vinculado à ausência do projeto de alvenaria.

5. Conclusão

Os indicadores de desempenho desenvolvidos neste artigo constituem-se numa ferramenta auxiliar na avaliação quantitativa da tecnologia construtiva da alvenaria de vedação, permitindo ao usuário analisar o potencial de racionalização e indicar as possíveis melhorias para que a empresa possa efetuar a necessária análise.

Os resultados obtidos quantitativamente aproximam-se da avaliação qualitativa. Essa percepção, particularmente, foi efetuada na oportunidade em que foram realizadas as visitas nas obras.

O indicador desenvolvido pode ser um elemento de busca de inovações tecnológicas, visto que identifica focos específicos de atuação (itens do check-list) até então desconhecidos pela empresa. Pode ainda, ser utilizado como benchmarking, permitindo a avaliação comparativa entre as obras da empresa (benchmarking interno) e desta com obras de outras empresas (benchmarking externo).

Cabe destacar que a metodologia desenvolvida deve ser utilizada com critério, merecendo os devidos ajustes em função da experiência em seu emprego e das particularidades de cada obra.

Referências

ANDRADE, A. C. Integração de controles relativos à qualidade, prazo e custo: aplicação à alvenaria. São

Paulo, 2005. 201 p. Tese (Doutorado em Engenharia) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

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Verticais, 1. Anais. São Paulo: GEPE TGP, 1998. p. 21-48.

COSTA, D. B.; FORMOSO, C. T.; LIMA, H. R.; BARTH, K. B. Sistema de Indicadores para Benchmarking

na Construção Civil: manual de Utilização. Porto Alegre, 2005.

LANTELME, E. M. V. Proposta de um sistema de indicadores de qualidade e produtividade para a

construção civil. 124p., il. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, Porto Alegre, 1994.

LORDSLEEM JÚNIOR, A.C. Execução e Inspeção de Alvenaria Racionalizada. São Paulo: O Nome da Rosa,

2000.

MEDEIROS, Heloísa. Alerta! Deformações excessivas. Téchne, São Paulo: Pini, n. 97, p. 46-51, abr. 2005. PALIARI, J. C. Metodologia para a coleta e análise de informações sobre consumos e perdas de materiais e

componentes nos canteiros de obras de edifícios. 473p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Civil. São Paulo, 1999.

SABBATINI, F. H. O processo construtivo de edifícios de alvenaria estrutural sílico-calcária. 298p.

Dissertação de mestrado, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1984.

SOUZA, U. E. L. Como reduzir perdas nos canteiros – Manual de gestão do consumo de materiais. PINI. São

Paulo, 2005. Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem ao CNPq que contribuiu com bolsa de iniciação científica no Programa PIBIC/CNPq da Universidade de Pernambuco, à Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP e a comunidade da Construção de Recife/PE.

Referências

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