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CONSIDERACÕES SOBRE O ARTIGO~ II~ELEVO BRASILEIRO - UMA NOVA PROPOSTA DE CLASSIFICACAO"

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Academic year: 2021

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CONSIDERACÕES SOBRE O ARTIGO~ II~ELEVO BRASILEIRO - UMA

NOVA PROPOSTA DE CLASSIFICACAO"

NILZA APARECIDA FRERES*

Os estudos geográficos estão em plena ex­ pansão no Brasil, o que

é

revelado por um lado, pela quantidade de trabalhos de pesquisa sobre os mais va­ riados temas, e por outro lado, o que

é

mais importan­ te, pelo aumento grogressivº das reflexões sqbre as im­ plicaçoes metodologicas e tecnicas da sua propria rea­ lização. É neste contexto que colocamos o artigo do Praf. Dr. Jurandyr Luciano Sanches Ross que busca faci­ litar o conhecimento do Relevo Brasileiro atraves de . uma nova proposta de classificação.

Nossa preocupação ao analisar o artigo não foi a de efetuar uma relação completa dos estudos ja realizados, para avaliar a situação atual dos conheci­ mentos relativos às formas predominantes do relevo bra­ sileiro, mas a de abordar a importância da temática em si.

lO artigo foi escrito pelo Prof. Dr. Jurandyr Luciano Sanches Ross, da USP, publicado na Revista do Departa­ mento de Geografia da USP, nQ 4-1985.

*Professora Doutora do Departamento de Geoci~ncias da Universidade Estadual de Londrina e Diretora do Núcleo de Estudos do Meio Ambiente da UEL.

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As propostas existentes valorizam com fre­ quência as dificuldades que se têm para o estabeleci­ mento de uma adequJda classificaç~o.

Ross afirma que os problemas que impedem o bom entendimento do conhecimento do relevo brasileiro, quase sempre são decorrentes da grande extens~o do ter­ ritório brasileiro, da fraca atividade de pesquisa bá­ sica e inclusive da complexidade dos padrões de forma, que o relevo brasi iro apresenta. Apesar que de modo simplista o territorio nacional é tido como de relevo de altitudes modestas, constituldo por antigas estrutu­ ras e "velhos planaltosll

, associados a algumas planl­ cies de genese recente, na realidade sabemos que o grau de complexidade que envolve esta temática

é

bastante elevado.

_Temos contribuições de muitos eesquis9dores em relaç~o as caracterizaçoes, classificaçoes, analises das formas de relevo, sobretudo da Geomorfologia, a qual constitui um ramo da Geografia, de alta relevân­ cia, pois pode refletir todo o processo genético da morfoestrutura da Terra.

N~o se pode jamais confundir o que é idade e gênese das formas com idade e gênese das estruturas, pois se as estruturas litologias são predominantemen­ te antigas, o mesmo nao se aplica às formas de relevo que podem ser muito mais recentes.

Valiosas contribuições também foram dadas por Geólogos, Geomorfólogos e Geógrafos, a fim de ofe­ recer subsldios à melhor compreensão dessa temática. são exemplos os vários trabalhos de Derby (1984), Del­ gado de Carvalho (1923), Aroldo de Azevedo (1949), Ab 1

­

Saber (1949, 1962, 1964, 1969, 1970 e 1971), Ross (1985). Por estarem intimamente ,relacionados com a Geo­ grafia Flsica, estes autores nos deram a base para a compr~ensão da dinâmica dos processos atuais na escul­ turaçao das formas de relevo, apoiando-se na relaçao

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CObertura vegetal, tipo de clima e modelado predominan­ te do relevo.

Os estudos relativos ao Relevo Brasileiro

-nao esgotaram o assunto e devem continuar existindo a fim de fornecer um aprofundamento maior ainda no tocan­ te a uma mais simplificada classificação do relevo bra­ sileiro.

Com eles muito aprendemos e também nos co­ locaram numa posição mui10 melhor que as geraçoes pas­ sadas para a identificaçao e registro das grandes uni­ dades geomorfológicas através das morfoestruturas de um lado ou então dos domlnios morfoclimáticos de outro, embora saibamos que tanto uma classificação quanto tra apresentam problemas sérios, pois a geometria

ou­ das formas fica praticamente esquecida.

As considerações arroladas por Ross que an­ tecedem a classificação por ele proposta, estão permea­ das da nltida confusão que se nos aparece entre as ida­ des e gêneses das estruturas de um lado e as das formas de relevo esculpidas sobre as primeiras, de outro< Está claro que há uma dificuldade muito grande em se estabe­ lecer a nlvel de generalização uma adequada classifica­ ção para o relevo brasileiro. Mas o artigo em questão está muito rico em conteúdo e o autor discorre tentando delinear algumas trajetórias confrontando classifica­ ções antigas do rel~vo brasileiro com as mais modern~s, chegando a elaboraçao da sua propostl de classificaçao.

-i baseado na concepçao de Mescherikov (1968) relativa ~s noções de morfoestrutura, morfocli­ matica e morfoescultura gue esclarece e p~rmite uma so­ luça0 para a classificaçao ~ reQresentaçao do relevo terrestre, diferente das ate entao elaboradas, que Ross ' apresenta esta nova proposta de classificação do relevo Brasileiro, que leva em consideração o estrutural, va­ lorizando o modelado representado pelas ma­ cro-compartimentações que o nosso relevo apresenta: O

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12 taxon.considerado segundo o texto em an~lise, e emi­

~2ntemente geomorfo16Qico, representado pelos Planal­ , Depressões e Planl . O 2Q taxon tenta classifi­ car os planaltos em funçao do caráter estrutural que

presentam e deste modo surgem o~ Planaltos esculpidos em: Bacias Sedimentares; Intrusoes e Coberturas Resi­ duais de Plataforma; Núcleos Cristalinos Arqueados; Cinturões Orogênicos. O 3Q taxon é o que define nomi­ nalmente cada uma das unidades morfoesculturais. te

aplica tanto aos planaltos como às depressões e pla­ n cies.

Dentro dessa concepção te6rico-metodológica Ross propôs vinte e oito macro unidades geomorfológicas que foram denominadas de unidades morfoestruturais.

Nossa focalização reside em mostrar as preocupações neste campo, nas últimas décadas, em de­ corrência também dos livros didáticos de Geografia para lQ e 2Q graus, editados atualmente mostrarem-se extre­ mamente desatualizados no que se refere a novos conhe­

mentos que se têm ares ito do relevo brasileiro. A necessidade da abordagem_desta temática, no entanto, se torna bastante justificavel na medida em que esses estudos demandam uma participação efetiva do geógrafo flsico, pois seus principais fundamentos cons­

tuem conteúdos desta área de conhecimento.

Outro aspecto importante que a metodologia apresenta e deve ser ressaltada, é que se tornou n~ces­ sario estabelecer um elevado grau de generalizaçao e simplificação para a obtenção de um quadro slntese dos macro compartimentos do relevo brasileiro. Como frisou Ross, a finalidade é didática, voltada para o ensino de Geografia Flsica de lQ e~º graus, portanto nã há gran­ des problemas nessa simplificação. A slntese descritiva das unidades morfoestruturais, apenas faz uma rápida referência a cada uma delas, portanto estudos mais a­ profundados sobre o assunto devem continuar, principal­

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Dente devido ao elevado grau de complexidade que o tema envolve.

No entanto emerge neste trabalho um novo modo de encarar a classificação do relevo brasileirq quanto a sua taxonomia que supera a visao herdada a nossos dias. Concluindo estas observações vale a pena destacar que a proposta de Ross avança em relação aos outros autores mencionados e traz para o nosso meio uma ótica mais clara na identificação das macro unidades do relevo brasileiro, haja visto a figura 1, na qual o au­ tor apresenta uma generalização acentuada com um quadro slntese dos macrocompartimentos do relevo do pals.

o

artigo traz uma nova proposta, formulada a partir de um trabalho que o pesquisador vem desenvol­ vendo há algum tempo, como sabemos, e o mais importante

é

gue apont~ para uma nova postura e uma nova forma de açao para nos, pesquisadores que interessamos pelo as­ sunto.

Apresenta-nos uma oportunidade de discutir suas reflexões e sua prática, oferecendo a possibilida­ de de continuidade nesse tipo de pesquisa.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

- AB'SABER, Aziz Nacib. Regiões de circundenudacão pós cretáceas no planalto brasileiro. Boletim Paulis-=" ta de Geografia, são Paulo, n. 1,

. O relevo brasileiro e seus problemas. Bra­

---s~--a rra e o Homem, v. 1, capo III, são Pau o : ,

.

Cia Editorial Nacional, 1964. (Org. por um grupo

de Geógrafos sob a direção de Aroldo Azevedo). Provlncias geológicas e domlnios morfoclí­ maticos no Brasil. Geomorfologia 20. IGEOG/US~ são Paulo, 1969.

Da participação das depressões perif~ricas

e superflcies aplainadas na compartimentacão do Planalto Brasileiro. Geomorfologia 28, IGEOG/USP; Sao Paulo, 1972.

- AZEVEDO, A. Brasil a Terra e o Homem, v. 1, são Paulo: Cia Editora Nacional, 1964.

- DERBY, O. A. Relevo, estrutura e drenagem do Brasil, in Boletim Paulista de Geografia, n. 34, são Paulo, 1960.

- ROSS; J.L.S. Relevo Brasileiro: uma nova proposta de classificação, in Revista do Departamento de Geogra fia, n. 4, FFLCH/USP, Sao Paulo, 1985.

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