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FUNDAÇÃO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE AMERICANA. Pregão Presencial nº18/2017 Processo Administrativo nº /2017

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Pregão Presencial nº18/2017 – Processo Administrativo nº 001.112/2017 Objeto: “Contratação de Empresa para Prestação de Serviços Médicos”

ATA DE SESSÃO DE JULGAMENTO

Em 23 (vinte e três) de agosto de 2017, às 12h00, no auditório da FUSAME – Av. da Saúde, nº 415, Jd. Nossa Senhora de Fátima, Americana/SP, CEP 13468-740, reuniu-se a Comissão Permanente de Licitações, a fim de examinar as impugnações ao instrumento convocatório apresentada por MEDICAR ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA. (MEDICAR), COMERP – COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DE RIBEIRÃO PRETO (COMERP) e LUX ASSESSORIA EM SAÚDE LTDA. (LUX) ao

Edital do certame licitatório na modalidade Pregão Presencial nº 18/2017 (Processo Administrativo nº 001.112 de 08 de junho de 2017), na modalidade menor preço global, voltado à contratação de pessoa jurídica para prestação de serviços médicos no âmbito do Hospital Municipal “dr. Waldemar Tebaldi”. As impugnações são tempestivas, eis que apresentadas ao protocolo da FUSAME observando-se o lapso temporal fixado no artigo 12 do Decreto Federal nº 3.555/2000. Em síntese, refere a MADICAR que (i) a exigência de capacitação técnica prevista no instrumento convocatório se consubstancia em regra restritiva e que é possível demonstrar a capacidade técnica, no caso concreto, por meio de outras especialidades, todas equivalentes em termos de complexidade técnica, sugerindo, pois, que a exigência relativa à capacitação seja limita em 50% (cinquenta por cento) dos quantitativos previstos no Edital para as diversas especialidades necessárias; e (ii) que a participação de pessoas jurídicas organizadas sob a estrutura de OSCIP e OS não podem participar do certame, eis que possuem vantagens e, ainda, que tais entes do Terceiro Setor

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celebrariam contrato de gestão (não contrato administrativo). Por fim, requereu seja atribuído à sua impugnação efeito suspensivo; por sua vez, COMERP refere que (i) deve ser vedada a participação de entidade sem fins lucrativos e (ii) que a exigência de capital mínimo em função do valor estimado do certame frustra a competição; LUX refere que (i) o objeto do certame precisa de maior detalhamento e (ii) que a exigência de capacitação técnica extrapola o limite fixado pelo Tribunal de Contas. MEDICAR e LUX requereram efeito suspensivo, que vai negado, mantendo-se a sessão para o dia e hora designados no Edital e veiculado amplamente pela Imprensa. O lapso temporal entre a data designada para o recebimento das propostas e o julgamento da impugnação é irrisório e permite que as

IMPUGNANTES tenham completo conhecimento acerca da motivação e possa formular

sua proposta de preço de forma adequada e condizente. Vejamos o mérito. (A) MEDICAR

(i) A insurgência quanto à capacidade técnica não prospera. Cumpre destacar que o

percentual exigido no Edital está de acordo com o que o TCE/SP julga ser adequado e possível de se exigir dos licitantes, logo, aplicar o limite estabelecido pelo órgão de controle não causa qualquer tipo de restrição à participação, sobretudo porque a prova de capacitação técnica está restrita às parcelas de maior relevância. Em pese que possibilidade de se demonstrar a capacitação técnica por meio de atestados relativos à serviços de maior complexidade ou de complexidade semelhante, não pode ser aplicado no caso de serviços médicos, isso porque a própria ciência médica estabeleceu diversas especializações, na medida em que evoluiu, isso em razão, note, das características próprias de cada parte do corpo humano, logo, não se pode dizer o médico especializado em ortopedia é capaz de executar uma cirurgia com a mesma destreza e perfeição que o médico especializado em cirurgia. Isso também pode ser afirmar sobre o médico especializado em ginecologia atender a um paciente de pediatria com a mesma destreza e perfeição que o médico especializado em pediatria. Ademais, admitir que a capacidade técnica seja demonstrada pela forma pretendida por MEDICAR apresenta diversos desdobramentos de responsabilidade civil, os quais se buscou evitar com a indicação precisa dos itens de maior relevância definidos no Edital do certame. É o caso de rejeitar a impugnação nesse particular, eis que o principal objetivo em se exigir a comprovação é o assegurar que o serviço seja prestado em franca

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observância da continuidade e eficiência. Ainda, é importante destacar que é possível somar atestados de capacidade técnica, SEM LIMITAÇÃO DE TEMPO E LOCAL DA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS; (ii) Quanto à participação de pessoas jurídicas

organizadas como OSCIP e OS, a impugnação refere sobre a disparidade na disputa, à vista da previsão do Edital acerca daqueles que podem particular do certame, em função de benefícios tributários, tais como aqueles assegurados pelo Governo Federal a determinados tipo de pessoas jurídicas (sociedades empresárias, empresários individuais ou aqueles de responsabilidade limitada – EIRELI), submetidas, por vontade própria, ao regime de tributação simplificado. Nesse particular, é pertinente a lição de MARIA SYLVIA

ZANELLA DI PIETRO, IRENE PATRÍCIA NOHARA e JACINTHO ARRUDA CÂMARA (Tratado de direito administrativo: licitações e contratos administrativos. RT:

São Paulo. 2014. v. 6. p. 108), ao abordarem a isonomia nos certames: “Outro aspecto que se questiona é se a admissão da cooperativa nos certames não violaria o princípio da isonomia, tendo em vista o fato de que as sociedades cooperativas possuem benefícios fiscais e trabalhistas próprios. Nesse ponto, cumpre desenvolver a noção de igualdade material, compreendida na isonomia para a afastar a indagação. A igualdade desdobra-se em duas dimensões: igualdade formal, segundo a qual se entende que todos devem ser formalmente tratados como iguais perante a lei; e a igualdade material, pela qual os iguais devem ser tratados de formas igual e os desiguais de forma diferente, em função da desigualdade existente [...] Logo, a nosso ver, também a admissão de cooperativas para

prestação de serviços não viola a isonomia, pois o artigo 174, §2º, da CF/1988 estabelece a orientação de que a lei ‘apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo’, sendo irrazoável, e agora ilegal em sentido restrito, que a

Administração restrinja a participação das cooperativas” (destaques). Com efeito, o ponto nefrálgico do inconformismo, é, sem dúvidas, os benefícios que fiscais assegurados pela Lei (não pelo órgão promotor do certame) às organizações sociais diversas, a reboque do que assegura a norma constitucional (artigo 174, §2º, da CF/1988). Tais benefícios não foram instituídos pelo órgão, assim como objetivo do certame licitatório é buscar a melhor

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fiscais decorrem da Lei. O contrário, não poderia ser dito, se a FUSAME escolhesse criar obstáculos à aplicação do universo de licitantes. Deve preponderar, nesse particular, o interesse público, com vista a ampliar o quanto possível o universo de licitantes. O Edital não pode criar regras, à conta do órgão, que inviabilizem a amplitude da competição e que criem entre os participantes desigualdade, como no famoso leading case da distância entre a usina de asfalto e o paço municipal (Súmula 16 do TCE/SP). Nesse caso concreto, o Edital

não prevê nada além do que a Lei estabelece como limite, pelo contrário, permite que a

maior quantidade de interessados participem do certame, preservando, com isso, o propósito de licitar, ou seja, contratar o melhor pelo menor preço. Por fim, com relação à possível quarteirização, trata-se de uma questão de absoluto subjetivismo, seja porque não se sabe, evidentemente, quem será o proponente de menor preço e, consequentemente, vencedor do certame, seja pelo fato de que o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO

PAULO não permite que o Edital exija do licitante prova de que dispõe da mão-de-obra

(SÚMULA Nº 15 - Em procedimento licitatório, é vedada a exigência de qualquer documento que configure compromisso de terceiro alheio à disputa), em síntese, não é possível exigir prova de que o pessoal necessário para o desenvolvimento do objeto do certame esteja desde já disponível. Portanto, é o caso de rejeitar a impugnação de

MEDICAR; (B) COMERP (i) se opõe à participação de pessoas jurídicas sem fins

lucrativos, contudo, o fato de uma determinada pessoa jurídica não ter fins lucrativos não implica dizer que ela execute seu propósito sem aumentar o patrimônio, ou seja, praticar um preço que lhe gere renda necessária à ampliação de suas atividades, não se olvidando, ainda, do fato de que é a Lei (não o órgão) que autoriza a organização de pessoas jurídicas com tal regime, bem como do fato de que a objetivo de se licitar consiste justamente em buscar o menor preço possível, dentre aqueles mais habilitados a executar o objeto do certame; (ii) também se insurge COMERP com relação ao capital mínimo em função do valor estimado, ocorre que, de fato, há discricionariedade nessa exigência, a qual, note, não destoa da Lei, mas merece uma justificativa. Justifica-se tal exigência no fato de que a Administração Pública deve se assegurar de que contrata uma pessoa jurídica apta a cumprir o objeto do certame, assim como suportar eventuais reflexos dessa prestação de serviços, sobretudo,

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quando se trata de atendimento médico, onde a responsabilidade civil é algo sempre iminente, logo, é adequado que a futura contratada possua capital necessário a reparar os reflexos de eventual demanda ou mesmo que seja possível assegurar o órgão em Ação de regresso. Portanto, é o caso de rejeitar a impugnação de COMERP. (C) LUX, mais uma vez maneja impugnação, porém observando pontos não destacado alhures. (i) quanto ao detalhamento do objeto, respeitosamente, a descrição é suficiente à compreensão, isso porque não é possível que o Termo de Referência descreva de forma pormenorizada o que o médico deverá fazer diante do paciente, ao se exigir, exemplificativamente, ortopedista, crê-se que o médico possuidor de tal Titulação acadêmica saiba dar ao paciente o adequado e necessário atendimento, logo, os procedimentos que serão executados decorrem da sapiência do médico e do atendimento aos protocolos médicos aplicáveis ao caso. (ii) quanto ao volume de horas exigidas para comprovar a capacidade técnica, destacando a possibilidade de se somar os atestados, é o caso de esclarecer, pois, que a prova não atina 56.000 horas, mas sim, 60% das especialidades descritas no item 5.17, subitem I, logo, exemplificativamente, quanto à especialidade PEDIATRIA, estima-se a necessidade anual de 7.222 horas, nesse particular, é capaz o licitante que apresentar atestado que explicite sua capacidade quanto a 4.333 horas. Estima-se que atualmente, a medicina possua, frise-se,

54(cinquentaequatro)especialidades<https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_especialidade

s_m%C3%A9dicas> logo, exigir que o licitante demonstre capacidade em apenas 06 delas, respeitosamente, não se mostra desproporcional. Portanto, é o caso de rejeitar a

impugnação de LUX. São essas as razões que justificam a manutenção do Edital, nos

termos em que fora elaborado. Ao Presidente para apreciação e providências que julgar adequadas.

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Sidnei de Andrade - Pregoeiro

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Marcelo Dias Ferreira Neves – Membro da Comissão

Ciente e de acordo com o com as considerações.

REJEITO as impugnações apresentadas por MEDICAR ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDA., COMERP –

COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DE RIBEIRÃO PRETO e LUX ASSESSORIA EM SAÚDE LTDA.

Sérgio Luis Mancini

Referências

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