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PROPOSTA DE PLANEJAMENTO AGREGADO DE PRODUÇÃO EM UMA COOPERATIVA DE LATICÍNIO

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PROPOSTA DE PLANEJAMENTO AGREGADO DE PRODUÇÃO

EM UMA COOPERATIVA DE LATICÍNIO

Débora Alves Coelho, Universidade Federal de Goiás, debora-alves.8@hotmail.com Vanessa Aparecida de Oliveira Rosa, Universidade Federal de Goiás, vanessaaor@ufg.br Resumo: Diante de um mercado competitivo, as cooperativas ganham espaço e destacam-se por

oferecer ao mercado brasileiro uma importante contribuição em termos socioeconômicos, gerando emprego e renda. Ainda, agregam valor à produção de cooperados, sejam eles de grande ou pequeno produtor. No entanto, para se manterem competitivas no mercado, faz-se necessário assegurar que sua produção seja eficiente. Para tanto, destaca-se a importância do planejamento da produção. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho é propor um planejamento de produção agregado em uma cooperativa agropecuária de laticínio, a fim de atender a demanda e auxiliar o gestor nas tomadas de decisões. O procedimento técnico utilizado foi o estudo de caso, que consistiu nas etapas principais: coleta e análise de dados de vendas; escolha da família de produtos; realização de previsão de demanda; desenvolvimento do planejamento agregado. Por meio da aplicação da ferramenta de planejamento agregado obteve-se um alinhamento entre a demanda real da manteiga de leite e a quantidade a ser produzida, solucionando o problema de falta de produto para atendimento à demanda. Ainda, a cooperativa poderá ofertar todos os produtos necessários, cumprindo as limitações em relação ao prazo de validade e quantidade de produtos em estoque.

Palavras-chave: planejamento e controle da produção, demanda, planejamento agregado.

1. INTRODUÇÃO

Diante de um mercado competitivo, as cooperativas ganham espaço e oferecerem ao mercado brasileiro uma importante contribuição em termos socioeconômicos. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas SEBRAE (2017), estão registradas na Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) aproximadamente 7,5 mil cooperativas. A vista disso, estas correspondem a 30% da produção de alimentos no país e representam no agronegócio 4,8% das exportações.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (2017), com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 48% dos produtos advindos do campo são encaminhados para uma cooperativa. Também são oferecidos outros benefícios socioeconômicos como geração e distribuição de renda, incluem e agregam valor à produção de cooperados, sejam eles de grande ou pequeno produtor.

No entanto, a recessão que o país enfrenta caracteriza um cenário instável da economia, o qual para as organizações determina um ambiente ruim para seu desenvolvimento. Na pecuária leiteira, de acordo com Falce (2018), o ano de 2017 ficou marcado pela volatilidade dos preços, registrando os menores valores dos últimos cinco anos e desequilíbrio entre oferta e demanda. As expectativas para o ano de 2018 foram positivas, e espera-se que as importações dos produtos lácteos apresentem crescimento e mantenham as cooperativas competitivas no mercado.

Diante da necessidade das cooperativas manterem-se competitivas no mercado e enfrentarem a crise econômica, faz-se necessário assegurar que sua produção seja eficiente e, assim, seus objetivos sejam alcançados de forma eficaz. Neste sentido, destaca-se a importância do planejamento e controle da produção (PCP). De acordo com Vollmann et al. (2008), o PCP trata do planejamento e controle de todos os fatores relacionados a produção, abrangendo o gerenciamento de materiais e

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equipamentos, previsão de demanda, emissão de ordens de produção, coordenação de clientes e fornecedores. Dentre as ferramentas do PCP pode-se citar o planejamento agregado de produção, que tem como objetivo dimensionar as quantidades a produzir e comprar, os níveis de estoques, mão-de-obra, equipamentos e instalações necessárias no horizonte de longo prazo.

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho consiste em propor um planejamento agregado de produção para uma família de produtos de uma cooperativa agropecuária de laticínio, a fim de atender a demanda e auxiliar o gestor nas tomadas de decisões.

O estudo acerca da aplicação do planejamento da produção em uma cooperativa agropecuária se justifica, uma vez que estas apresentam uma participação socioeconômica significativa no Brasil. Porém, o ambiente de crise pode limitar o crescimento destas cooperativas, levando a problemas de oferta e demanda no setor leiteiro. Assim, estas devem focar no planejamento de seus negócios para manterem sua produtividade e melhor atender seus clientes. Logo, aprofundar os estudos em busca de identificar ferramentas que possam contribuir para o melhor desempenho torna-se importante tanto para área acadêmica quanto para o ambiente empresarial.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Planejamento Agregado de Produção

O Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), para Martins e Laugeni (2005), pode ser considerado como um processo de transformar informações, no qual adquire-se dados referentes a estoque, linha de produtos, vendas, capacidade, e os transforma em ordens de fabricação. Portanto, o sistema de PCP abrange um processo de administração da produção que se inicia no planejamento e vai até o gerenciamento de materiais e tarefas para que se alcance o atendimento da demanda.

Tubino (2009) e Slack, Chambers e Johnston (2008) classificam o PCP em três horizontes de tempo: longo, médio e curto prazo. Em relação ao longo prazo, trata-se de definir os objetivos e os recursos necessários para alcança-los. Tubino (2009) afirma que as decisões são definidas a nível estratégico e elabora-se o chamado planejamento agregado de produção. Vollmann et al. (2008) acrescentam que nesta etapa definem-se equipamentos, fornecedores, tecnologia e recursos humanos.

De acordo com Tubino (2009), o planejamento agregado tem como objetivo ordenar os recursos alinhados às estratégias definidas pela organização. Este plano dimensiona as quantidades a produzir e comprar, os níveis de estoques, mão-de-obra, equipamentos e instalações necessárias no horizonte de longo prazo. Para elaboração deste plano utiliza-se informações agregadas, considerando-se as famílias de produtos.

A previsão de demanda é o principal input para elaboração do plano agregado, que busca o alinhamento desta demanda com a capacidade produtiva da organização. Neste sentido, Fernandes e Godinho (2010) ressaltam a necessidade de definir no planejamento agregado, referente a cada família de produtos, os volumes de produção, níveis de estoque, trabalhadores necessários, decisões referentes a subcontratações, horas extras, dentre outras.

Davis, Aquilano e Chase (2001) afirmam que o propósito do planejamento agregado é estabelecer uma taxa de produção, ou seja, a quantidade de produtos acabados por tempo produtivo, combinado com o nível de mão-de-obra e o estoque disponível. Porém, destacam que para cada tipo de empresa o planejamento pode variar de acordo com suas premissas e objetivos. De acordo com Fernandes e Godinho (2010), há estratégias básicas de planejamento que podem ser aplicadas, sendo elas: manter uma taxa de produção que acompanhe a demanda; manter o nível de trabalhadores constante (neste caso pode-se permitir faltas ou não, utilizar horas extras e

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subcontratação); estratégia mista, que consiste da utilização em conjunto das demais estratégias puras em uma única estratégia.

De acordo com Tubino (2009), para elaborar um plano agregado de produção primeiramente deve-se agrupar os produtos e definir um horizonte de tempo ao qual deseja-se realizar o planejamento. Em seguida, determina-se a previsão de demanda de acordo com cada família e período e, a partir desta informação, define-se a capacidade produtiva considerando o turno normal, horas extras, subcontratações. Deve-se também estimar as políticas de estoque, estabelecendo se haverá estoques de segurança e outras particularidades.

3. METODOLOGIA

Quanto à natureza, a presente pesquisa classifica-se como aplicada. De acordo com Perovano (2014), nesse tipo de pesquisa o autor gera conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos.

Quanto aos objetivos caracteriza-se como descritiva, uma vez que, segundo Gil (2009), busca estabelecer uma relação entre as variáveis e analisá-las, por meio da caracterização da população pesquisada. Para Perovano (2014), o objetivo da pesquisa descritiva concentra-se na identificação, registro e análise das variáveis e de seu relacionamento com o processo, para que assim possam determinar os seus efeitos em um sistema produtivo.

Em termos da abordagem do problema, a pesquisa se classifica como quali-quantitativa (MIGUEL et al., 2012). Qualitativa, uma vez que nem todas as análises podem ser traduzidas em números, e quantitativa devido às análises dos dados de vendas e aplicação dos métodos quantitativos de previsão de demanda, bem como da definição da quantidade a ser produzida.

O procedimento técnico utilizado foi o estudo de caso. De acordo com Miguel et al. (2012), este procedimento apresenta caráter empírico que analisa o fenômeno no contexto em que está inserido, possibilitando que novas teorias e entendimentos sejam desenvolvidos com base na análise realizada.

A realização do presente trabalho consistiu nas seguintes etapas: i) definição do problema de pesquisa; ii) coleta de dados; iii) análise dos dados de vendas; iv) realização da previsão de demanda; v) elaboração do planejamento agregado para a família de produtos.

Os dados foram coletados no período de outubro a dezembro de 2017. Para tanto, foram realizadas visitas ao ambiente industrial, aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas com o gerente de produção. Para análise dos dados foram utilizados os softwares Microsoft Excel® e Minitab®. As planilhas de planejamento agregado foram desenvolvidas no Microsoft Excel®. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Análise do Comportamento da Demanda da Família Manteiga de Leite

O estudo de caso foi realizado em uma cooperativa agropecuária, e teve como objetivo analisar as atividades do planejamento da produção da indústria de laticínio. Com relação ao mix de produtos fabricados pelo laticínio, são produzidos: queijo mussarela em três formatos (barra de 04 kg, peça de 01 kg e trança), manteiga de leite (potes de 500 g e 200 g) e leite integral (saquinhos de 1 L).

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Figura 1: Demanda agregada da manteiga de leite (Fonte: Elaborado pelas autoras).

A partir da análise da Fig. (1), observou-se que a demanda da manteiga de leite apresenta uma particularidade, que faz com que as vendas não representem a demanda real do produto nos meses de agosto a dezembro. Isto porque, nestes meses, ocorre o período de seca, que resulta na redução do teor de gordura do leite cru e, consequentemente, da quantidade de gordura para produção de creme. É importante destacar que a falta de fornecimento deste item afeta os negócios dos demais produtos, pois o varejista apresenta resistência em comprar o queijo e o leite sem haver a manteiga. Assim, de acordo com os fatores observados, foi proposto um planejamento agregado para o ano de 2018, de maneira a planejar a quantidade a ser produzida para atendimento da demanda de manteiga de leite durante este período de seca.

Para tanto, foi realizada a previsão de demanda deste produto, considerando-se os dados históricos do período de janeiro a julho dos anos de 2016 e 2017, que correspondem à demanda agregada do produto, ou seja, o somatório das vendas de embalagens de 200 g e 500 g. Vale ressaltar que os dados referentes aos meses de agosto a dezembro não foram considerados, uma vez que não refletem a demanda real do produto.

A previsão de demanda para o ano de 2018 foi realizada no software Minitab®, aplicando o método ARIMA com parâmetros (4,1,4). A Tabela 1 apresenta os dados de demanda prevista para o ano de 2018, que é o principal input para o desenvolvimento do planejamento agregado.

Tabela 1: Demanda prevista de manteiga de leite para 2018 (Fonte: Elaborado pelas autoras).

Mês Demanda Prevista Janeiro 4.685,86 Fevereiro 4.316,29 Março 3.904,45 Abril 3.638,84 Maio 3.667,82 Junho 3.971,39 Julho 4.305,96 Agosto 4.486,47 Setembro 4.402,79 Outubro 4.137,02 Novembro 3.867,69 Dezembro 3.758,09 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500 5.000 Jan-16 Feb -16 Mar -16 A p r-16 May-16 Ju n -16 Ju l-16 A u g-16 Se p -16 O ct -16 N o v-16 De c-16 Jan-17 Feb -17 Mar -17 A p r-17 May-17 Ju n -17 Ju l-17 A u g-17 Se p -17 O ct -17 N o v-17 De c-17 D e m an d a ( kg)

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A partir da previsão de demanda para o ano de 2018, foi realizado o planejamento agregado da manteiga de leite, apresentado na seção a seguir.

4.2. Planejamento Agregado de Produção para a Família Manteiga de Leite

O planejamento agregado da manteiga de leite foi realizado para os doze meses do ano de 2018. A Fig. (2) apresenta a planilha desenvolvida, de maneira a atender às particularidades da cooperativa, e o planejamento proposto.

Inicialmente, verificou-se a quantidade de dias úteis de cada mês do ano de 2018 (linha 1). De acordo com o gestor da cooperativa, a capacidade produtiva efetiva diária (linha 2) é de 235 kg. Logo, a capacidade produtiva mensal (linha 3) foi obtida multiplicando-se a linha 1 pela linha 2. Na linha 4 adicionou-se a previsão de demanda dos meses de janeiro a dezembro, de acordo com a estimativa apresentada na Tab. (1).

Para determinar a quantidade a ser produzida em turno normal (linha 5), foi definido utilizar a capacidade efetiva máxima nos quatro primeiros meses, a fim de gerar estoque de produto acabado. Para os meses de maio, junho e julho, deve-se reduzir o volume de produção (não utilizar 100% da capacidade efetiva), pois a quantidade de estoque final de cada período não deve ser maior do que a demanda do período seguinte, uma vez que o tempo máximo de estocagem da manteiga na cooperativa é de um mês.

Considerando que nos meses de seca (agosto a dezembro), a produção é menor devido à restrição de matéria-prima (redução na quantidade de creme), há uma queda na utilização da capacidade. Para determinar a produção em turno normal destes meses, calculou-se a média produtiva para cada mês, considerando os dados dos três últimos anos. Em particular, para o mês de agosto, o valor médio encontrado foi de 3696 kg. Porém, caso fosse produzida apenas esta quantidade, o estoque final acumulado não seria suficiente para atender toda a demanda até o mês de dezembro. A partir desta análise, foi proposta a estocagem de matéria-prima no mês de julho, para ser processada no mês de agosto. A quantidade armazenada deve ser de 422,87 kg de creme. Logo, a produção em turno normal no mês de agosto é de 4.118,87 kg.

A linha 6 apresenta a porcentagem de utilização da capacidade mensal, calculada por meio da divisão da linha 3 (capacidade mensal) pela linha 5 (Produção turno normal). A linha 7 (Produção – Demanda) indica se a produção mensal atende à demanda ou não. Se a diferença é positiva, o excedente da produção configura estoque; se negativa, indica que deve haver estoques do período anterior para suprir a demanda; caso o estoque final do período anterior seja menor do que esta diferença, haverá falta de produto.

As linhas 8 a 10 apresentam os dados relativos ao estoque. Na linha 8 considerou-se o estoque inicial do mês de janeiro igual zero. Para os meses seguintes, o estoque inicial é igual ao estoque final (linha 9) do mês anterior. Por sua vez, o estoque final (linha 9) foi obtido somando-se a linha 7 (produção – demanda) e a linha 8 (estoque inicial). O estoque médio (linha 10) é o valor médio do estoque inicial (linha 7) e estoque final (linha 8). Ressalta-se que para o planejamento proposto o estoque final dos meses não excederam a demanda prevista do mês posterior, evitando assim o vencimento do produto em estoque.

Observa-se na Fig. (2) que o planejamento agregado desenvolvido propõe a alta utilização da capacidade produtiva nos meses de janeiro a julho, formando estoques de produto acabado. Assim, nos meses de seca (agosto a dezembro), a quantidade em estoque de manteiga de leite é suficiente para atender a demanda. Porém, é fundamental destacar que para aplicação de maneira eficaz do planejamento agregado deve-se utilizar a regra PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair) para gerenciamento dos estoques, uma vez que o produto pode ficar estocado na fábrica no máximo 30 dias.

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As linhas 11 a 13 indicam a quantidade demandada de cada matéria-prima e seu respectivo custo, para atender a quantidade a ser produzida (linha 5). Quanto ao sal (linha 11), a legislação permite que sejam adicionados até 2% desta matéria-prima em relação à quantidade total de manteiga, sendo que a cooperativa adota 1,5%; portanto, foi obtido a quantidade em kg de sal necessário através da multiplicação da linha 5 por 0,015. Para o creme (linha 12), considerou-se um rendimento médio, baseado nos dados do ano de 2017. Para calcular o rendimento considerou-se a quantidade de manteiga produzida (output) dividida pela quantidade de creme utilizado (input); para o período analisado, o rendimento médio foi de 75%. Assim, estimou-se os custos totais de cada mês para obtenção da matéria-prima (linha 13), considerando o custo do sal a R$ 2,50 o kg, e o custo do creme (custo de oportunidade) a R$ 5,00 o kg.

Os custos com mão de obra, apresentados nas linhas 15 e 16, também são informações importantes para a gestão da produção, uma vez que são necessários para determinar os custos de diferentes alternativas de planejamento de produção que envolva variação na quantidade de funcionários e uso de horas-extras. Porém, não foi informado por parte da cooperativa o custo mensal com os três funcionários, sendo fictícios os valores apresentados na linha 15. Em relação a hora extra (linha 16), no planejamento proposto não foi necessário utilizar; porém, caso seja preciso, o gestor poderá inserir estes dados na planilha.

Diante do exposto, destaca-se a importância da utilização desta ferramenta na tomada de decisões. Na situação apresentada, por exemplo, a falta do planejamento agregado dificulta para o gestor identificar a necessidade de se manter estoque de matéria-prima no mês de julho. Caso esta situação aconteça, irá acarretar em não atendimento à demanda nos meses de agosto a dezembro, onde o estoque ao final destes meses será negativo, indicando falta de produto.

Considerando os dados de venda da cooperativa tem-se que 1 kg custa R$ 11,33. Desta maneira, caso o laticínio não aplique o planejamento agregado proposto, pode-se estimar que nos períodos de seca (agosto a dezembro) haverá falta de 4.908,40 kg de manteiga, resultando em uma perda de faturamento de aproximadamente R$ 55.612,17.

Logo, evidencia-se a importância da aplicação das ferramentas de planejamento da produção que auxiliem no controle dos insumos e produtos acabados, de maneira a atender a esta demanda e, assim, aumentar as receitas da cooperativa.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No ambiente mercadológico atual, a busca por melhor atender e satisfazer os clientes exigem das organizações produções eficientes e eficazes. Para isto, o planejamento e controle da produção proporciona ferramentas estratégicas para auxiliar na gestão dos negócios. Entre elas o presente estudo destacou a importância da aplicação do planejamento agregado. Esta ferramenta proporciona a visão a longo da produção, auxiliando o gestor nas tomadas de decisões em relação a alinhar a demanda com a oferta e o volume com o mix de produto.

Por meio da ferramenta planejamento agregado pode-se propor um alinhamento entre a demanda real da manteiga de leite e a quantidade a ser produzida, solucionando assim o problema de falta de produto para atendimento à demanda. Logo, o objetivo proposto no trabalho foi atingido. Os resultados obtidos mostraram que o planejamento agregado é uma ferramenta flexível, que permite planejar a produção de maneira a atender a demanda e satisfazer a restrições. Com a aplicação do plano proposto a cooperativa conseguirá atender a demanda, cumprindo as limitações em relação ao prazo de validade e quantidade de produto em estoque. Destaca-se que não será necessário realizar alterações na capacidade produtiva efetiva, o que é vantajoso para a cooperativa, que não terá custos com aumento de capacidade. Com isto, nos meses de seca a demanda será suprida e o laticínio pode aumentar suas receitas em aproximadamente R$ 55.612,17.

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Esta pesquisa contribui com a área acadêmica, uma vez que aumenta as discussões acerca do planejamento e controle da produção. No âmbito empresarial, permite que os gestores tenham maior confiabilidade na tomada de decisões e entendimento das implicações do planejamento de produção, possibilitando realizar alterações no plano de maneira a atender os objetivos da organização.

Sugere-se como pesquisa futura a aplicação de ferramentas de gestão de estoque no controle do para produto acabado e da matéria-prima, uma vez que o controle de estoque é imprescindível para o sucesso das ações de planejamento e controle da produção.

6. REFERÊNCIAS

DAVIS, M. M.; CHASE, R. B.; AQUILANO, N. J. Fundamentos da administração da produção. Bookman, 2001.

FALCE, M. L. Leite: o que o mercado reserva para 2018?. Canal Rural, jan. 2018. Disponível em: < goo.gl/xgt7Pq>. Acesso em: 12 janeiro 2018.

FERNANDES, F. C. F.; GODINHO F. M. Planejamento e controle da produção: dos fundamentos ao essencial. São Paulo: Atlas, 2010.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005.

MIGUEL, P. A. C. et al. Metodologia de pesquisa em engenharia de produção e gestão de operações. Elsevier, 2012.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Cooperativismo no Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, fev. 2017. Disponível em: <goo.gl/GWCCni>. Acesso em: 10 janeiro 2018.

PEROVANO, D. G. Manual de metodologia científica para a segurança pública e defesa social. Curitiba: Juruá, 2014.

SEBRAE. O que é uma cooperativa e quais são os seus ramos?. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Nacional, set. 2017. Disponível em: <goo.gl/rY9CcE>. Acesso em: 10 janeiro 2017.

SLACK, N. CHAMBERS, S. JOHNSTON, R. Administração da produção, v. 2, São Paulo: Atlas, 2008.

TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 2009.

VOLLMAN, E.T. et al. Sistemas de planejamento & controle da produção para o gerenciamento da cadeia de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2008.

7. DIREITOS AUTORAIS

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso incluído no seu trabalho.

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