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Clipping SCA. Data de Criação: 10/03/2021. Criado por: Biblioteca SP

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Data de Criação: 10/03/2021

Criado por: Biblioteca SP

Clipping SCA

Os artigos reproduzidos neste clipping de notícias são, tanto no conteúdo quanto na forma, de inteira responsabilidade de seus autores. Não traduzem, por isso mesmo, a opinião legal ou manifestação de integrante da SiqueiraCastro.

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Sumário das

Matérias:

Empreiteiras e MG brigam pela indenização da Vale Valor ––10 de março...01 Rede 5G do governo terá teto de R$ 1 bi

Valor ––10 de março...04 Cyber ataques na mira da Aneel

Valor ––10 de março...10 Brics racham sobre proposta de suspensão de patentes Valor ––10 de março...11 Decisão poderá impactar delações e leniências Valor ––10 de março...13 A estagnação como norma

Valor ––10 de março...15 Siemens Gamesa cresce em eólica e mira novas áreas Valor ––10 de março...18 Indústria do aço na Europa avança em tecnologias de descarbonização

Valor ––10 de março...21 Totvs compra RD Station por R$ 1,86 bi

Valor ––10 de março...23 Movimento falimentar

Valor ––10 de março...25 Governo adia início de cobrança das linhas do Pronampe Valor ––10 de março...30 CVM quer ‘sugestão ousada’ para regra de fundo Valor ––10 de março...32 PGFN tenta na Justiça barrar pedidos de compensação cruzada de créditos

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Julgamento sobre Lei do Bem no STJ está empatado Valor ––10 de março...37 Competitividade e privacidade

Valor ––10 de março...39 Relicitação do aeroporto de Natal avança na Anac Folha ––10 de março...41 Câmara aprova em 1º turno PEC que retoma auxílio emergencial com medidas de contenção de despesas OESP ––10 de março...43 Inteligência artificial da Lexter quer ser o ‘advogado-robô’ de outras empresas

OESP ––10 de março...46 Revisão de critério para cobrança de IPTU só incide para imposto futuro, diz STJ

Conjur ––10 de março...48 Desembargador do TJ-SP autoriza reabertura de academia na fase vermelha

Conjur ––10 de março...50 Facebook não terá de fornecer dados de pessoas envolvidas em fake news

Migalhas ––10 de março...52 Após revenda de veículo, locadora perde direito a crédito de PIS/Cofins, decide STJ

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Valor Econômico

Caderno: Primeira Página,

quarta-feira 10 de março de 2021.

Empreiteiras e MG brigam pela

indenização da Vale

Construtoras que têm obras paradas estão em busca da parte que lhes cabe nos R$ 37,68 bilhões que o Estado receberá da mineradora como reparação pelo desastre de Brumadinho Por Cibelle Bouças — De Belo Horizonte

A indenização bilionária que a Vale pagará ao poder público nos próximos seis anos, como reparação pelo desastre de Brumadinho (MG), dará alívio não só aos cofres vazios do

governo de Minas Gerais.

Construtoras que têm obras paradas estão em busca do seu quinhão nos R$ 37,68 bilhões que o Estado receberá da mineradora em acordo fechado no mês passado. O instrumento prevê o uso de R$ 11,06 bilhões desse total para retomar obras de infraestrutura paradas por falta de verbas.

Em vista do dinheiro da tragédia, as empreiteiras pediram reajuste nos valores de seus contratos. A demanda, porém, não foi bem recebida pelo governo e a questão promete tornar-se um embate. O tornar-secretário de Infraestrutura do Estado, Fernando Marcato, disse que não concederá reajustes e fará novas licitações se

01

necessário. “Teve empresa que topou retomar a obra pelo preço fechado na época da licitação. Para a que não aceitar, será feita nova licitação”, afirmou.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Emir Cadar Filho, defende a atualização dos valores, pois os custos das matérias-primas aumentaram. Segundo ele, mesmo com o reajuste dos preços pelos índices estabelecidos nos contratos, os valores estão desatualizados.

E mesmo que essa disputa seja resolvida, as obras continuarão paradas se o projeto de lei que autoriza o uso desses recursos não for aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado. Como os trabalhos da Casa estão suspensos em razão da pandemia, não há previsão de votação da proposta. Na lista de espera estão obras como a implantação do Rodoanel da região metropolitana de Belo Horizonte.

O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, aconteceu em janeiro de 2019 e matou 270 pessoas. Parte da indenização será destinada às vítimas e aos municípios atingidos pela tragédia.

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Construtoras pressionam

governo de MG por reajuste em

obras paradas

Movimento emperra uso de recursos obtidos em acordo com a Vale por Brumadinho

Por Cibelle Bouças — De Belo Horizonte

10/03/2021 05h00 Atualizado há 4 horas

Fernando Marcato: “Já conversamos com as empreiteiras contratadas para as obras que estão paradas” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

Um mês após a assinatura do acordo R$ 37,68 bilhões entre Vale, autoridades de Minas Gerais e da União, para reparar e indenizar os danos provocados pela tragédia na cidade de Brumadinho, o governo mineiro enfrenta um embate com as empreiteiras para colocar em operação as obras previstas no plano de investimentos.

O acordo prevê o uso de R$ 11,06 bilhões para retomar obras de infraestrutura que foram paralisadas nos últimos anos por falta de verba.

02 Mas as empreiteiras estão exigindo a redefinição de preços para a maioria dos projetos, alegando aumento expressivo nos custos das matérias-primas desde que as licitações foram concluídas.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG), Emir Cadar Filho, disse que todas as obras terão que sofrer uma atualização dos preços.

“Os custos de matérias-primas como aço, concreto, brita, tubos de concreto dispararam. Mesmo com o reajuste nos preços pelos índices estabelecidos nos contratos esses valores ficam desatualizados”, afirmou Cadar. O executivo acrescentou que boa parte das obras foi licitada há quatro ou cinco anos atrás e, mesmo após o reajuste de preços por índices definidos em contrato, os contratos precisariam de um aumento de 8% a 25% nos valores para compensar a elevação dos custos.

“Se os preços dos contratos forem revistos, o governo vai conseguir celeridade na retomada dessas obras. Senão é melhor fazer uma nova licitação, com o preço correto agora”, disse Cadar.

O governo mineiro, por sua vez, demonstrou resistência em elevar os custos das obras. “Já conversamos com as empreiteiras contratadas para as obras que estão paradas. Teve empresa que topou retomar a obra pelo preço fechado na época da licitação. No caso das empresas que não toparam vai ser feita uma nova licitação”, afirmou o secretário de

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Infraestrutura de Minas Gerais, Fernando Marcato.

A maior obra é a do Rodoanel da região metropolitana de Belo Horizonte, orçada em R$ 3,52 bilhões e atualmente em fase de consulta pública.

Entre projetos que já haviam sido licitados no passado, está a construção da ponte São Francisco-Pintópolis, com cerca de 1,2 quilômetro de comprimento e 13 metros de largura. O investimento previsto é de R$ 105 milhões. A vencedora da licitação foi a Construtora Aterpa.

Outra obra já licitada é a de recuperação do pavimento nos trechos Águas Formosas-Pavão, com 45,6 quilômetros de extensão, na rodovia MG-105 e trecho de Teófilo Otoni a Pavão, com 76,30 quilômetros, na rodovia MG-409. A obra foi orçada em R$ 46,4 milhões e a vencedora da licitação foi a LCM Construção e Comércio.

O secretário disse que, mesmo antes de fechar o acordo com a Vale, o governo começou a conversar com as empreiteiras sobre a retomada dos projetos no ano passado. Marcato não informou quais obras serão submetidas a nova licitação, mas disse que isso pode ser feito em dois ou três meses.

A possibilidade de abertura de novas licitações para as obras anima construtoras que concorreram na primeira licitação das obras mas não venceram. É o caso da Odebrecht Engenharia & Construção (OEC), segunda colocada na licitação para construção da ponte São Francisco-

03 Pintópolis. “Não sabemos como está a negociação com a vencedora da licitação [Aterpa]. Se ela não quiser, estamos dispostos a executar essa obra”, afirmou Clebio Batista, diretor de contratos da OEC. A empresa não tem projetos licitados pelo governo de Minas paralisados. A reportagem não localizou um porta-voz da Aterpa para comentar.

Também estão previstos R$ 2,05 bilhões para obras nas bacias do Paraopeba e Rio das Velhas para garantir o abastecimento na região metropolitana da capital.

Outras R$ 985,9 milhões serão destinados para a conclusão de obra e equipagem de hospitais regionais. E R$ 700 milhões serão usados para a recuperação de rodovias em pior Estado. Além disso, R$ 428 milhões serão usados para complementar os recursos federais para o metrô da região metropolitana.

https://valor.globo.com/impresso/notici a/2021/03/10/empreiteiras-e-mg-brigam-pela-indenizacao-da-vale.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quarta-feira 10 de

março de 2021.

Rede 5G do governo terá teto

de R$ 1 bi

A construção de uma rede exclusiva foi incluída no edital como uma das contrapartidas de investimento das operadoras que adquirirem licenças na faixa de 3,5 gigahertz (3,5 GHz)

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

A rede privativa do governo custará R$ 780 milhões às operadoras que arrematarem parte das licenças para a quinta geração de telefonia celular (5G) no país. Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, o valor de R$ 1 bilhão, divulgado anteriormente, será um limite, que não poderá ser ultrapassado.

O governo exigirá a instalação de rede móvel na área central de Brasília e rede fixa nas demais regiões do país, para conectar os órgãos públicos. Embora governamental, essa rede também será operada pelo setor privado.

Para Marcos Ferrari, presidente da Conexis Brasil Digital (entidade que representa as operadoras), o teto de R$ 1 bilhão informado pelo ministro contribui para “tranquilizar” o setor.

04

Em audiência na Câmara dos Deputados, Faria também disse que a Huawei não será excluída dos investimentos. “A gente não exclui nenhum país - a China, por exemplo, sendo bem direto.”

Rede privativa vai custar a

operadoras R$ 780 milhões

Ministro das Comunicações diz que valor de R$ 1 bilhão, já divulgado, é só um teto

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

Fábio Faria: “Estive na China e percebi que eles [fornecedores chineses] não têm interesse em fazer a rede privativa” — Foto: Alan Santos/PR

A rede privativa do governo custará R$ 780 milhões para as operadoras que arrematarem parte das licenças da quinta geração de telefonia celular (5G). Ontem, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, informou que o valor de R$ 1 bilhão, divulgado anteriormente, funcionará apenas como teto que não poderá ser extrapolado.

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A construção de uma rede exclusiva foi incluída no edital como uma das contrapartidas de investimento das operadoras que adquirirem licenças na faixa de 3,5 gigahertz (3,5 GHz). A estimativa menor ajuda a conter o custo do total das obrigações, previsto inicialmente em R$ 23 bilhões para as empresas vencedoras.

Esse montante inclui a expansão de rede de fibra óptica e o sinal de celular para municípios não atendidos, a cobertura de serviço em rodovias federais, o programa de inclusão digital na Amazônia e a migração do sinal de TV aberta transmitida por parabólicas para outra banda de satélite (banda Ku). Durante debate promovido pela Câmara dos Deputados, Faria voltou a ser questionado a respeito do banimento dos fornecedores chineses, sob alegação de ameaça de espionagem. Ele garantiu que as decisões tomadas, até agora, não excluem os fornecedores chineses do mercado de 5G no Brasil.

O assunto surgiu quando o governo chegou a considerar o banimento da Huawei, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos e outros países aliados. Após sofrer duras críticas das operadoras, o governo decidiu apenas fazer exigências relacionadas ao cumprimento de padrões de governança corporativa de quem fornecer os equipamentos para rede privativa.

“Como é comunicação sensível, nós colocamos alguns pré-requisitos. Dentre eles, que o acordo de acionista seja o mesmo do mercado acionário brasileiro. Então, a gente não exclui nenhum país - a China, por exemplo,

05 sendo bem direto”, afirmou o ministro em audiência pública,

realizada por meio de

videoconferência.

De acordo com o ministro, a rede do governo será operada pelo setor privado. Ele admitiu que a Telebras chegou a ser considerada, mas isso só ocorreria se não houvesse interesse das operadoras. O governo exigirá a instalação de rede móvel na região central de Brasília e rede fixa nas demais regiões do país para conectar os órgãos públicos.

Na recente visita aos países envolvidos no desenvolvimento de 5G, Faria disse ter reparado que alguns fornecedores, como a Nokia, têm se especializado na implantação de redes seguras. “Estive na China e percebi claramente que eles [fornecedores chineses] não têm interesse em fazer a rede privativa”, afirmou.

Aos deputados, Faria voltou a defender a obrigação de adotar imediatamente o modelo de rede com equipamentos exclusivos da nova tecnologia, o “5G standalone”. Para ele, trata-se de um “5G plus”, capaz de entregar as funcionalidades mais sofisticadas. Além de oferecer acesso à internet cem vezes mais veloz do que o padrão 4G e garantir níveis baixíssimos de latência - o tempo de resposta da rede na execução de comandos pelo usuário.

“Teremos uma latência muito baixa que vai fazer com que vários serviços aconteçam no Brasil”, comentou o ministro. Como exemplo, ele mencionou que o alto nível de precisão do “5G standalone” viabiliza sistema de telemedicina com cirurgias

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a distância e operação de carros autônomos, em que qualquer imprecisão ou atraso poderia levar à morte de um paciente ou acidente de trânsito.

Para o presidente-executivo da Conexis Brasil Digital, Marcos Ferrari, o teto de R$ 1 bilhão informado pelo ministro das Comunicações contribui para

tranquilizar o setor de

telecomunicações. “O estabelecimento do teto deu mais conforto ao setor”,

disse Ferrari. Conhecido

anteriormente como SindiTelebrasil, a Conexis é um sindicato que reúne algumas das maiores operadoras do país.

“Avaliamos que quanto menos recursos forem destinados a obrigações não associadas ao edital melhor será para a expansão dos serviços”, acrescentou Ferrari. A Conexis Brasil Digital, assim como operadoras móveis e fabricantes de infraestrutura, vêm repetidamente propondo que o leilão das frequências a serem usadas em 5G tenha um viés não arrecadatório. (Colaborou Rodrigo Carro, do Rio)

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Especialistas esclarecem as

principais dúvidas sobre 5G

Nova geração deverá alcançar 1 bilhão de usuários no mundo em 2022

Por Rodrigo Carro — Do Rio

Desde o seu lançamento comercial em Estocolmo (Suécia) e Oslo (Noruega), em 2009, a tecnologia de telefonia móvel de quarta geração (4G) levou dois anos para chegar à América Latina. A geração seguinte, 5G, ficou disponível na região um mês depois de sua estreia global, graças à Antel, do Uruguai. No Brasil, a implantação de 5G está prevista para começar pelas capitais e pelo Distrito Federal. Os serviços deverão estar disponíveis nessas cidades até julho de 2022. Para explicar qual a posição relativa do mercado brasileiro na corrida global rumo ao 5G e os benefícios que

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a tecnologia pode trazer para o consumidor e à indústria, o Valor preparou uma sequência de perguntas e respostas destinadas a esclarecer dúvidas básicas sobre 5G, com base em explicações de Cristiane Sanches, conselheira consultiva da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) e sócia do Catão & Tocantins Advogados; 5G Americas e Conexis Brasil Digital.

Quais as principais diferenças entre 5G e 4G para o usuário final e as empresas?

O consumidor pode ter a impressão de que a velocidade de acesso à internet seja a característica mais importante a ser melhorada nas tecnologias futuras. Entretanto, 5G não é uma mera evolução de 4G, mas sim de inovação tecnológica capaz de reduzir significativamente a latência (tempo de resposta) das conexões e de permitir o surgimento de serviços que exigem aplicações em tempo real e de tempo de resposta quase imediato. É o caso de realidade virtual e presença virtual, que podem ser o próximo passo das redes sociais. De forma semelhante, espera-se uma revolução no uso dos smartphones no universo dos videogames. Para a indústria, as possibilidades de ganho de escala e competitividade são ilimitadas, especialmente aplicações que exijam a chamada “comunicação de baixa latência ultraconfiável” (URLLC, na sigla em inglês), como automações fabris, direção autônoma de veículos e medicina aplicada. A tecnologia será importante também em mMTC (“comunicação do tipo máquina massiva”), com grande número de dispositivos conectados, extensas

07 áreas de cobertura e dispositivos de baixo custo com bateria de vida útil muito longa.

O 5G significará, na prática, o fim do 4G?

Não se espera que o 5G substitua as tecnologias anteriores, mas sim que trabalhem em conjunto, de forma a contribuir para que os serviços operem da maneira mais eficiente possível.

Para quando está marcado o leilão de frequências a serem

utilizadas no 5G?

A Agência Nacional de

Telecomunicações (Anatel) está realizando os últimos ajustes no edital, aprovado pelo seu conselho diretor em 25 de fevereiro. Depois disso, fará o envio do texto final para o Tribunal de Contas da União (TCU). Caso a expectativa de análise rápida (60 dias) pelo TCU se confirme e não haja qualquer atraso na publicação ou na precificação, o leilão deverá ser realizado em 150 dias da liberação do edital pela Anatel, ou seja, em agosto de 2021.

O modelo escolhido no Brasil foi

o de um leilão não

arrecadatório. O que isso significa na prática?

Toda vez que um leilão privilegia o estabelecimento de obrigações de investimento das empresas em vez do simples levantamento de recursos em favor do Tesouro Nacional, estamos falando de um leilão não arrecadatório. Assim, o valor a ser investido pela operadora para cumprir os compromissos de investimento será deduzido do valor bruto de cada faixa de frequência

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leiloada. Projeção preliminar da Anatel indica um custo entre R$ 33 bilhões e R$ 35 bilhões para as faixas de frequência a serem leiloadas. Relatório do banco Credit Suisse divulgado em 1º de março estima em R$ 23 bilhões o investimento necessário para as operadoras

vencedoras cumprirem as

contrapartidas previstas no edital do leilão, o que resultaria - se as estimativas da Anatel e do Credit Suisse se confirmarem - numa arrecadação de até R$ 12 bilhões para o governo federal.

Quais frequências serão leiloadas? Por que estão sendo oferecidas várias frequências, e não apenas uma?

Serão leiloadas as faixas de 700 megahertz (MHz), 2,3 gigahertz (GHz), 3,5 GHz e 26 GHz. Esse conjunto de faixas de frequência, internacionalmente identificadas para 5G, inclui uma mistura de bandas de frequência baixas (no caso brasileiro, as sobras de outro leilão na faixa de 700 MHz), bandas médias (2,3 GHz e 3,5 GHz) e bandas altas, acima de 6 GHz (incluindo as ondas milimétricas de 26 GHz). Essa gama ampla de espectro permite às redes 5G funcionarem com melhor capacidade e eficiência. Possibilitam a oferta de aplicações e serviços específicos que exigem muita velocidade e baixíssima latência.

Por que os valores envolvidos no leilão são tão elevados, na casa de bilhões de reais?

Os custos relacionados à instalação da infraestrutura de 5G englobam tanto os investimentos em equipamentos, rede óptica de transmissão, núcleo

08 (core) de rede e infraestrutura de suporte, quanto o próprio preço do espectro eletromagnético, um recurso limitado. Nos Estados Unidos, por exemplo, o leilão de espectro para redes 5G realizado em janeiro arrecadou US$ 80,9 bilhões.

Onde e quando começará a cobertura 5G no país? Vai ser feita de forma gradual?

O edital fixou prazos diferentes conforme o perfil das cidades. Os detalhes na arte acima.

Por que o processo será tão demorado?

Além do custo alto envolvido na implantação das redes e no cumprimento dos compromissos de investimentos fixados pelo edital, o prazo considera a necessidade de desocupação da faixa de frequência de 3.625 MHz a 3.700 MHz (conhecida como “banda C estendida”). Utilizada por operadoras de satélite, essa faixa será redirecionada a 5G. Além disso, o edital prevê a migração da banda C para a banda Ku, para permitir a convivência de 5G com TV aberta via satélite, disponível gratuitamente no país para via antena parabólica. As operadoras vitoriosas na licitação de 3,5 GHz deverão custear a distribuição de kits para a população afetada, pois a mudança implica na instalação de uma nova antena parabólica, receptores e cabo coaxial. A tecnologia 5G vai exigir que as operadoras comecem “do zero” seus investimentos?

Na verdade, o que estabelece a obrigação das operadoras de “investir do zero” é a opção da Anatel, via edital, pelo padrão de redes do tipo

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“standalone”. As especificações técnicas do padrão foram definidas pelo projeto 3GPP, que reúne organizações de desenvolvimento de padrões de telecomunicações. O “standalone” pressupõe a instalação de uma rede dedicada a 5G, independente da infraestrutura 3G e 4G em operação. Um dos argumentos pró “standalone” é que o padrão permitirá desenvolver todo o potencial do 5G.

Será necessário instalar mais antenas para que o 5G funcione? Por que?

Sim. A tecnologia 5G demanda cinco vezes mais antenas do que 4G. Isso porque, quanto mais alta uma frequência, menor é o seu alcance. Será necessário, portanto, aumentar o número de antenas para garantir mobilidade e cobertura ampla, especialmente em áreas mais adensadas.

Como algumas teles já oferecem o serviço 5G antes mesmo do

leilão de frequências?

Algumas operadoras oferecem serviços por meio da tecnologia de compartilhamento dinâmico do espectro (DSS, na sigla em inglês), que permite agrupar virtualmente

suas frequências e usar

alternadamente as que são menos usadas. Os recursos de rede são distribuídos automaticamente para atender aos smartphones atuais - conectados à rede 4G, por exemplo - e aos novos compatíveis com 5G. Embora seja tecnicamente uma rede 5G, não tem espectro dedicado para funcionar, compartilhando a atual capacidade de 4G, 3G e/ou 2G. Nesse modelo, o 5G DSS não entrega todo o potencial de uma rede tradicional 5G.

09 O Brasil está atrasado em relação a outros países no 5G? A resposta depende de com quais países comparamos o Brasil. O 5G estreou comercialmente em 2019. Os lançamentos comerciais do 5G foram liderados pelos EUA e pela Coreia do Sul, seguidos pelo Reino Unido, pela Espanha, Alemanha e China, nessa ordem. A associação setorial 5G Americas previa 162 redes 5G ativas no mundo até o fim de fevereiro. Do total, 12 estavam na América Latina, 79 na Europa e 32 na Ásia. Na América Latina, o Brasil é o país com maior número de redes: três, pois a entidade inclui na conta as redes 5G DSS. Na comparação com outras tecnologias, o 5G chegou muito mais rápido à região. O 3G levou cinco anos desde a sua estreia mundial para chegar à América Latina. O 4G, dois anos. O 5G estava disponível no Uruguai um mês depois do lançamento mundial, mas só para banda larga fixa sem fio, e não para telefonia móvel.

https://valor.globo.com/impresso/notici a/2021/03/10/rede-5g-do-governo-tera-teto-de-r-1-bi.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quarta-feira 10 de

março de 2021.

Cyber ataques na mira da

Aneel

Aneel começa a preparar novas regras de proteção contra ataques cibernéticos à estrutura de energia no país

Por Rafael Bitencourt — De Brasília

Ao abrir discussão sobre segurança cibernética, a diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou que as áreas técnicas fiscalizem os mecanismos de proteção dos centros de operação das elétricas que atendem aos comandos do Operador Nacional do Sistema (ONS). A ordem veio com a decisão de abrir consulta pública para discutir com o setor, entre 11 de março a 26 de abril, a análise de impacto regulatório (AIR) sobre a definição de uma nova política de prevenção a ataques cibernéticos.

“Isso é relativamente novo, mas se insere dentro das responsabilidades das empresas de proteger suas instalações. Temos que verificar até que ponto estão adotando as melhores práticas”, afirmou o diretor da Aneel Sandoval Feitosa, relator do caso. Na decisão, o ONS foi

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autorizado a adotar medidas de proteção dentro do conjunto de suas atribuições.

O diretor-geral da agência, André Pepitone, mencionou que os ataques têm sido mais constantes e citou casos como o da Energisa, em abril de 2020. A empresa, segundo ele, levou uma semana para normalizar a operação.

A queda do fornecimento é apenas uma das consequências dos ataques, que podem envolver o bloqueio de operação técnicas, transações comerciais e de faturamento, além do extravio de dados.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) criou neste ano grupo de trabalho para o tema.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/10/cyber-ataques-na-mira-da-aneel.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Brasil, quarta-feira 10 de

março de 2021.

Brics racham sobre proposta

de suspensão de patentes

Brasil, Rússia e China usam da diplomacia para negar apoio à proposta de Índia e África do Sul para facilitar quebra de mecanismos de propriedade intelectual no combate à covid-19

Por Assis Moreira — De Genebra

Ngozi Okonjo-Iweala: “discussões de importância vital estão se intensificando” — Foto: Fabrice Coffrini/Pool/Keystone via AP

Os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mostraram um claro racha ontem sobre proposta indiana e sul-africana para que países possam suspender

11

patentes e outros instrumentos de propriedade intelectual vinculados ao combate à pandemia de covid-19. O Valor apurou que, durante reunião virtual, Índia e África do Sul pediram apoio dos parceiros emergentes considerando que a proposta poderia acelerar a produção e disponibilidade de vacinas anticovid em todo o mundo. Mas ficou claro que Nova Déli não conseguiu convencer os demais de que os direitos de propriedade intelectual são uma barreira para acesso a fármacos na atual crise. Representantes do Brasil, China e Rússia, diplomaticamente, “tomaram nota” e remeteram suas posições ao que já disseram na Organização Mundial do Comércio (OMC). Ou seja, já haveria flexibilidade suficiente no Acordo de Trips (propriedade intelectual), como o licenciamento voluntário em situação emergencial. China e Rússia estão usando suas vacinas anticovid como instrumentos de diplomacia aguerrida e já vêm buscando acordos de produção com alguns parceiros. A avaliação na indústria farmacêutica ocidental é de que os gargalos para aumentar a produção de vacinas não estão relacionados à falta de licenças, mas sim ao abastecimento de ingredientes escassos, verificações de qualidade rigorosas e outros desafios logísticos e regulatórios.

Dentro do Brics não houve, porém, proposta para aumentar a cooperação na área de vacinas, por exemplo para aumento da venda de doses no grupo, em plena crise sanitária global, com escassez de doses, aumento no

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número de mortes e desempenho das economias depende da rapidez da imunização.

O Conselho do Acordo Sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (Trips) da OMC voltará a discutir a proposta de Índia e África do Sul nestas quarta e quinta-feiras, em meio a crescente pressão de organizações não governamentais (ONGs) a seu favor.

No Brasil, a Human Rights Watch conclamou o governo Jair Bolsonaro a mudar de posição e passar a defender a proposta. “O Brasil deveria estar do lado certo da história, mudar de posição e se unir aos governos que estão apoiando a suspensão temporária das regras de propriedade intelectual”, disse Anna Livia Arida, diretora-adjunta da Human Rights Watch no Brasil, em comunicado. “Um grupo de governos, incluindo o Brasil, vem bloqueando a proposta nos últimos cinco meses”, reclamou. Para ela, a suspensão de Trips “permitiria mais colaboração internacional na fabricação de vacinas e outros produtos médicos - sem a necessidade de autorização das empresas que os desenvolveram - e poderia acelerar a produção e disponibilidade de vacinas em todo o mundo”.

O Brasil, porém, continuará sem apoiar a proposta de Índia e África do Sul, embora agora sem se manifestar como antes.

A diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, que manifesta preocupação com a falta de vacinas nos países em desenvolvimento, não

12 indicou ainda como lidará com a questão. Ontem, em evento no Chatham House, um think tank britânico, ela disse que “discussões de importância vital estão se intensificando aqui em Genebra”, ao mesmo tempo em que “o fato é que as pessoas pagarão com a vida a cada dia a mais em que a escassez de vacinas continuar”.

Para Okonjo-Iweala, é possível “caminhar e mascar chiclete ao mesmo tempo”, ou seja, continuar a busca por soluções sobre Trips e aumentar a produção, “especialmente em mercados emergentes e países em desenvolvimento onde essas possibilidades existem”.

Como levariam anos para a construção de novas instalações de produção, aumentar a produção no curto prazo significa “aproveitar ao máximo a capacidade de manufatura existente, encontrando locais existentes e revertendo-os”. Segundo ela, a experiência recente sugere que reaproveitar instalações e examiná-las quanto à segurança e qualidade pode acontecer em seis ou sete meses, menos da metade do tempo que se pensava anteriormente.

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2 021/03/10/brics-racham-sobre-proposta-de-suspensao-de-patentes.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Politica, quarta-feira 10 de

março de 2021.

Decisão poderá impactar

delações e leniências

Advogados avaliam

consequências de julgamento Por André Guilherme Vieira — De São Paulo

Os acordos de colaboração e leniência firmados pela Lava-Jato e homologados pelo ex-juiz Sergio Moro poderão ser afetados, caso a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) considere parciais os atos decisórios do ex-magistrado titular da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, avaliam advogados entrevistados pelo Valor.

Segundo essas fontes, ainda não é possível estimar qual será o efeitos sobre os acordos, nem mensurar o impacto sobre a soma bilionária de valores pagos por delatores e empresas que confessaram crimes no caso Petrobras.

Os valores de renúncias voluntárias de réus que assinaram acordo de delação com a hoje extinta força-tarefa de Curitiba somam R$ 115,5 milhões. O montante previsto em multas compensatórias decorrentes dos acordos de colaboração contabilizam R$ 2,1 bilhões. Já as

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leniências, firmadas com pessoas jurídicas, preveem R$ 12,7 bilhões e R$ 4,3 bilhões já foram devolvidos aos cofres da Petrobras e da União, segundo o Ministério Público Federal (MPF) do Paraná.

“Se a 2ª Turma declarar Moro suspeito, todas as decisões tomadas por ele passarão a ser nulas, e não só as terminativas, como sentenças ou sequestros de valores, mas também mandados de busca, colaborações premiadas, tudo em que houver conexão com o caso do ex-presidente Lula”, afirma o criminalista Daniel Bialski. O advogado ressalta que, em tese, os acordos de delação poderão ser revistos “a depender da vontade de cada réu, caso se sintam prejudicados ou se quiserem reaver valores pagos”.

Para Sebastião Tojal, advogado que representou a construtora UTC no acordo de leniência firmado com a União, se houver impacto nos acordos de leniência, ocorrerá em situações específicas.

“No caso das leniências celebradas com o MPF e homologadas pelo Moro para efeitos criminais, a questão da suspeição precisa ser examinada caso a caso, porque não existe a possibilidade, ao menos em tese, do ex-juiz ser suspeito em todos os casos”, afirma.

“É preciso apurar se em um determinado processo a atuação do ex-juiz se deu de forma viciada ou não. Além disso, nos acordos de leniência o papel do juiz é apenas de validar do ponto de vista formal, verificar se não há uma cláusula nula,

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porque a negociação e pactuação são atribuições exclusivas do Ministério Público”, diz Tojal.

“O que eventualmente poderá se confirmar é uma hipótese em que o MPF tivesse sido orientado pelo juiz, que depois homologaria um acordo de leniência com a fixação, por exemplo, do quanto seria devido pela empresa em termos de multa ou reparação”, pontua o sócio do Tojal Renault Advogados.

Já o advogado e ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Valdir Simão discorda que a suspeição de Moro contamine as leniências. Ele ressalta que os acordos das empresas foram espontâneos. “Na hipótese de suspeição, a empresa precisaria provocar judicialmente a rescisão de seu acordo, e não vejo vantagem nisso, porque grande parte das que celebraram acordo com o MPF também o fizeram com a União, muitas vezes implicando em desembolso financeiro adicional”, diz o sócio do escritório Warde Advogados.

“Do ponto de vista econômico, não faria sentido a empresa abrir um flanco que pode redundar em discussão judicial se arrastando por anos, se por outro lado ela já celebrou acordo com a União e vai ter de pagar os mesmos valores pactuados com o MPF. Não concordo com a tese de contaminação”, afirma Simão.

https://valor.globo.com/politica/noticia/ 2021/03/10/decisao-podera-impactar-delacoes-e-leniencias.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Opinião, quarta-feira 10 de

março de 2021.

A estagnação como norma

País não deveria deitar no berço da apatia econômica

Por Carlos Luque, Simão Silber, Francisco Luna e Roberto Zagha

— Foto: Gabriel Monteiro/Agência O Globo

As previsões de crescimento não são boas. Instituições nacionais e internacionais e o governo esperam que a renda per capita do brasileiro volte ao nível de 2013 somente no final dessa década. A taxa de crescimento esperada no médio e longo prazo é de 2%, a mesma dos países avançados. Logo, nunca poderemos alcançá-los.

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O crescimento estagnado começou em 1980. Desde então, a renda per capita do brasileiro cresceu 1% ao ano, se distanciando cada ano mais dos países avançados. Ganhos em saúde, educação e nutrição coincidiram com o enfraquecimento dos alicerces do crescimento: desindustrialização, desemprego, informalização do mercado de trabalho e queda de mobilidade social.

Passamos a aceitar que crescer

lentamente e ser um

retardatário na economia global fazem parte de nosso destino A década 1980 foi a “década perdida”. A seguir, a década 1990 lidou com a hiperinflação. Preços de commodities altos, fazer parte dos Brics e inflação controlada permitiram ilusões na década de 2000. O crescimento continuou modesto. Na década 2010 o PIB despencou; as ilusões desapareceram. A década 2020 não se anuncia promissora.

Entres outras influências, essa evolução reflete a complexidade do desenvolvimento e o papel do que a sociedade considera “normal”.

Nas primeiras décadas dos anos 1900, o país superou o imobilismo de séculos de uma economia baseada na atividade extrativa, escravidão, latifúndios improdutivos, injustiça, desigualdade e estagnação econômica. Criatividade em matéria de desenvolvimento e mobilização social e política, com o papel ativo do Estado, levantaram um país deitado no berço da apatia econômica, sacudiram instituições e ideias que o condenavam à estagnação secular. O

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resultado surpreendeu. A renda per capita do brasileiro dobrou entre 1900 e 1940 e quintuplicou entre 1940 e 1980. Essas décadas de marcha acelerada pareciam assegurar um destino em direção à uma nação moderna, menos pobreza, mais prosperidade e mais oportunidades para todos.

O período 1980-2020 trouxe a volta da estagnação pre-1900. Na China, uma taxa de crescimento menor do que 6% é considerada uma crise nacional. Na Índia ou na Indonésia, também. No Brasil, pouco a pouco passamos a aceitar que crescer lentamente e ser um retardatário na economia global fazem parte de nosso destino.

Por que nossas expectativas mudaram tanto? Os que viveram 1940-80, ou parte, como é o caso dos autores desse artigo, continuam achando que o crescimento acelerado é possível e não acreditam que o país deveria deitar no berço da apatia econômica. Para as gerações mais jovens o crescimento letárgico faz parte do que é normal e o crescimento acelerado faz parte das fantasias dos mais idosos. As gerações mais jovens também acham que o crescimento acelerado foi obtido através de excessos do setor público que, corrigidos, automaticamente trarão o crescimento. Uma visão tão mal informada quanto perigosa que vaporizará o legado das décadas do crescimento acelerado nas áreas de tecnologia, base industrial, urbanização, e melhoras nas condições de saúde e educação.

Uma evolução similar tem ocorrido nos EUA com respeito à distribuição de renda: o que era inaceitável

16 algumas décadas atrás passou a ser considerado normal.

No começo do século passado os EUA tinham uma distribuição de renda bastante desigual. No final dos anos 1920 os 1% mais ricos detinham 24% do PIB. Nas décadas pré e

pós-Segunda Guerra Mundial a

distribuição de renda se tornou mais igualitária. A renda dos 1% mais ricos caiu a 10% do PIB em 1980. A incidência de pobreza diminuiu e a esperança de vida avançou de 54 anos no final dos anos 1920 a 70 anos em 1980.

A eleição de Ronald Reagan nos EUA em 1980 pôs fim a essas tendencias. Iniciou o desmantelando das estruturas econômicas e programas sociais desenvolvidos nas décadas precedentes. Governos republicanos e democratas: 1- além de enfraquecer sindicatos, direitos trabalhistas e

legislação antimonopólios,

desregularam transportes, mercados financeiros, a produção e distribuição de energia, telecomunicações, e mídia; 2- privatizaram atividades, inclusive o desenvolvimento de infraestrutura e até prisões; 3- cortaram recursos e contraíram o alcance de políticas e programas redistributivos: sistemas de tributação progressivos, seguro desemprego, aposentadorias, e investimentos em educação, saneamento, habitações populares, nutrição e saúde.

Combinado com a globalização e o progresso tecnológico viesado contra o trabalho menos qualificado, os efeitos foram devastadores. Entre 1980 e 2019 a participação na renda americana dos 1% mais ricos voltou ao que era nos anos 1920, e a

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incidência da pobreza, que caíra 10 pontos percentuais entre 1960 e 1970, estagnou desde então. Fome e subnutrição pioraram. A esperança de vida do americano caiu relativamente à de outros países avançados.

Um grande número de estudos acadêmicos procurou entender os processos políticos e ideológicos que sustentaram essas reformas nos EUA. Foram complexos, com um papel ativo das elites econômicas e a redefinição do que a sociedade considera “normal”. Incluem a liberalização do financiamento privado das eleições, tornando os representantes políticos mais sensíveis às demandas de seus lobbies do que às demandas de seus eleitores, a formação de ideias conservadoras através do financiamento de “think-tanks”, posições acadêmicas nas universidades, artigos de opinião na imprensa e o controle da imprensa uma vez eliminadas as restrições sobre a consolidação de grupos de mídia.

A formação desse substrato ideológico normalizou e legitimou reformas, instituições e políticas econômicas inaceitáveis algumas décadas atrás. Tamanha foi a força da ideologia que os EUA viram sua infraestrutura depreciar e se tornar uma das piores do mundo desenvolvido sem reverter a oposição ao investimento público em infraestrutura.

No Brasil também, a estagnação é o resultado de políticas econômicas e uma visão na qual a estagnação é considerada normal. Não surpreende que em 2018, de acordo com o IBGE, o país tivesse 52,5 milhões pessoas com renda mensal per capita inferior a R$ 420, um quarto da população e

17 13,5 milhões com renda mensal inferior a R$ 145, que o IBGE classifica como “miseráveis”. Renda baixa faz com que 50% da população fique com apenas 10% do PIB. No outro extremo, os 10% mais afluentes da sociedade obtém quase 60% do PIB fazendo do Brasil o país mais desigual do mundo depois da África do Sul.

O pais pôs de lado suas ambições e aceitou o inaceitável. Não há razão pela qual o Brasil deva se acomodar à continuação da miséria e da falta de perspectivas vindas da estagnação. A defesa de privilégios das camadas de renda alta da população em uma sociedade patrimonialista desde o seu início, o empobrecimento de nossas ideias econômicas e o aceitar da estagnação como norma são três obstáculos evidentes.

Carlos Luque é professor da FEA- USP e presidente da Fipe. Simão Silber é professor da FEA-USP.

Francisco Vidal Luna é professor da FEA aposentado.

Roberto Zagha foi professor Assistente na FEA-USP nos anos 1970 e no Banco Mundial a partir de 1980, onde encerrou a

carreira em 2012 como

Secretário da Comissão sobre o

Crescimento e o

Desenvolvimento, e diretor para a Índia.

https://valor.globo.com/opiniao/coluna/ a-estagnacao-como-norma.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, quarta-feira 10

de março de 2021.

Siemens Gamesa cresce em

eólica e mira novas áreas

Fabricante de aerogeradores avalia evolução de parques híbridos, eólicas no mar e hidrogênio verde

Por Letícia Fucuchima — De São Paulo

Férres, diretor: “É uma escolha estratégica investir no Brasil, está entre os cinco mercados que prestamos mais atenção” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

A Siemens Gamesa vê espaço para ampliar sua atuação em energias renováveis no Brasil e se tornar uma grande provedora de produtos e

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soluções para segmentos que prometem encontrar terreno fértil no país no futuro, como os parques híbridos, as eólicas “offshore” (em alto mar) e o hidrogênio verde.

“Nossa ambição é ser o 'player' puro sangue em renováveis, aquele que sabe gerir essa complexidade de fontes de geração. Queremos usar nossa aposta de longo prazo no mercado 'onshore' [eólico] no país como a base de sustentação para agregar esses outros elementos do nosso portfólio, com desenvolvimento e produção local”, afirma o diretor geral da Siemens Gamesa no Brasil, Felipe Férres.

Estabelecida no país há quase 10 anos, a Siemens Gamesa é a segunda maior fornecedora de aerogeradores para o mercado nacional, com cerca de 1,75 mil equipamentos instalados, somando 3,6 gigawatts (GW) de capacidade, e mais 2,4 GW a entregar. No mundo todo, já forneceu mais de 95 GW em turbinas e é líder no segmento eólico offshore.

Com carteira de pedidos recheada, companhia amplia fábrica na BA e faz novos acordos com fornecedores

“Considerando apenas o eólico onshore, o Brasil representa cerca de um décimo da nossa receita global. A perspectiva é de que isso aumente, porque o mercado brasileiro tem crescido a passos largos. Independentemente disso, é uma escolha estratégica investir aqui no longo prazo, o país está entre os cinco mercados que prestamos mais

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atenção e temos ambição de crescer”, diz Férres.

A grande aposta, no momento, são as encomendas da plataforma 5.X, que compreende turbinas eólicas maiores e mais potentes, com até 6 MW. No desenvolvimento dessa nova geração, a companhia considerou o Brasil como um mercado-chave. A estratégia parece ter sido acertada: em menos de um ano, fechou três grandes contratos para as máquinas, com Engie, Pátria e AES Brasil. Com isso, dos 2 GW já contratados globalmente para a plataforma, 1,2 GW será direcionado ao Brasil. As turbinas estão em fabricação e as primeiras unidades começam a ser entregues no fim deste ano.

Para acomodar a nova produção, a companhia está adaptando sua fábrica em Camaçari (BA), onde produz parte dos componentes dos aerogeradores (nacelles, “hub”), e

fortalecendo a cadeia de

subfornecedores com a assinatura de novos contratos de longo prazo. Um exemplo disso é o acordo estimado em R$ 3 bilhões com a Aeris, fabricante nacional de pás - anunciado no mês passado, o contrato prevê fornecimento equivalente a 3,8 GW de potência até 2025.

A Siemens Gamesa não revela o valor dos investimentos que estão sendo realizados no país, sejam eles próprios ou através de contratos de fornecedores. Mas, segundo Férres, o montante soma “vários milhões de euros”.

Enquanto aproveita os ventos favoráveis aos negócios, a fabricante já vislumbra novos segmentos de atuação no Brasil. No curto prazo, o

19 que se mostra mais promissor são os parques híbridos, que combinam a geração das fontes eólica e solar. “Uma das nossas vantagens é dominar os controladores de potência e já ter fabricação própria de equipamentos, como inversores solares. Para nós, operar parques híbridos é praticamente um produto de prateleira.”

No radar de vários geradores renováveis, os parques híbridos ainda carecem de regulamentação. No fim do ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) avançou com o tema, colocando em consulta pública uma Análise de Impacto Regulatório (AIR).

Já num horizonte incerto mas não tão distante, a Siemens Gamesa enxerga potencial no Brasil para as eólicas offshore e o hidrogênio verde. No caso do offshore, o diretor da fabricante avalia que o mercado nacional é “muito promissor, mas não urgente”, já que o regime brasileiro de ventos em terra é muito favorável e ainda há bastante oportunidade a ser explorada no onshore.

Alguns geradores já têm projetos offshore em fase inicial de desenvolvimento, mas há várias pendências regulatórias e ambientais para que os empreendimentos possam sair do papel. Quando esse mercado deslanchar, a Siemens Gamesa vê espaço para fornecer turbinas 5.X. “A máquina de 6 MW é grande o suficiente para ser instalada em alto mar também. Não precisaríamos necessariamente trazer ao país máquinas muito maiores.”

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Em relação ao hidrogênio verde, o executivo entende que o Brasil tem potencial para ser um grande produtor e exportador do combustível renovável. O maior gargalo, avalia, é o custo das tecnologias de eletrólise (processo que utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogênio do oxigênio que existe na água), que ainda não são competitivas. “Você tem tudo: infraestrutura [aproveitada da cadeia fóssil], capacidade de escoamento, energia renovável abundante e barata, tudo no mesmo lugar.” Fora do país, a companhia desenvolve um projeto de P&D com a Siemens na Dinamarca para produzir o hidrogênio em parques offshore. https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/10/siemens-gamesa-cresce-em-eolica-e-mira-novas-areas.ghtml

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Valor Econômico

Caderno: Empresas, quarta-feira 10

de março de 2021.

Indústria do aço na Europa

avança em tecnologias de

descarbonização

Conforme estudo da McKinsey, custo por tonelada de aço para redução de CO2 pode alcançar 100 euros em 2030; atualmente já vaira ria entre 70 e 78 euros, diz especialista da UFU

Por Ivo Ribeiro — De São Paulo

Produtoras de aço e mineradoras de ferro tiveram resultados financeiros, de forma geral, muito satisfatórios no quarto trimestre, e no ano, o que seria impensável no início da pandemia. Discute-se, inclusive, se estaríamos no início de um novo ciclo de commodities. Uma pergunta é se as siderúrgicas, em especial as europeias, estariam aptas para um novo cenário dessa indústria, o de investir cada vez mais na produção de “aço verde”.

Tomando por base um relatório da consultoria McKinsey - “The future of the European steel”, o professor titular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e especialista desse indústria, Germano Mendes de Paula, levanta muitos os desafios para a siderurgia europeia, que está mais avançada nesse processo. “É muito

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pertinente ao se concentrar em questões estruturais do setor. E aponta três desafios relevantes”, disse ao Valor.

Custo para redução de CO2 pode alcançar €100 a tonelada de aço em 2030 diz a McKinsey; ante €70 a €78 de hoje

O estudo destaca a redução da demanda anual do patamar de 188 milhões de toneladas (2004 a 2008), para 153 milhões de toneladas (2011-2019). E, decorrência da covid-19, a ociosidade nas usinas subiu a 35% em 2020, devendo retornar a 25%-30% a médio prazo, mas ainda abaixo do nível recomendável de 15%.

Segundo ponto: os riscos que impostos incidentes sobre a emissão de dióxido de carbono (CO2) aumentem, tornando a indústria menos competitiva. “Aliás, a União Europeia, que tradicionalmente era exportadora líquida de aço, passou para a condição de importadora líquida a partir de 2016”. Por último,

o estudo ressalta que a

descarbonização da siderurgia, a médio e longo prazos, exigirá significativos investimentos.

A região enfrentou retração do consumo de aço - de 381 quilos per capita (2004-2008) para 299 quilos (2011-2019). Estes números, diz, tornam ainda mais evidente a mudança estrutural, com o

esgotamento de algumas

possibilidades de negócios, decorrentes de uma infraestrutura já montada e do decréscimo da população. 44% da redução estrutural da demanda foi decorrente da

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construção, que vem liderando o crescimento do consumo nos países emergentes.

Mendes de Paula observa que se chegou a apontar, durante o boom do início dos anos 2000, que a infraestrutura sem necessidade gerou um consumo além do normal. Ao mesmo tempo, no setor habitacional, a população empobreceu e não teve condições de comprar a casa própria. Porém, observa, a redução estrutural de consumo não é uma peculiaridade da Europa, sendo verificada em outros países de economia madura, como o Japão.

Para a McKinsey, informa, a necessidade de lidar com excesso de capacidade instalada e os crescentes custos ambientais são mais intensivos na Europa, comparativamente a outras regiões.

Segundo o professor da UFU, “vale recordar que vigora um sistema “cap and trade” na União Europeia. Com gradual redução das alocações de direitos de emissão [de CO2], somada à inclusão de outros setores no referido sistema, além das regras cada vez mais apertadas, o valor dos direitos no mercado está aumentando significativamente”. A McKinsey diz que o custo relacionado à emissão no setor europeu subiu de menos de €5 a tonelada em 2016-2017 para cerca de €28, em julho de 2020.

A consultoria projeta que os custos podem alcançar €100 a tonelada em 2030 devido aos planos de descarbonização da União Europeia. “Aliás, estima-se eles estejam entre €70 e €78 para cada tonelada de bobina laminada a quente”, afirma Mendes de Paula.

22 As pressões para a descarbonização das usinas acentuaram-se a partir do ano passado. E avalia-se que os investimentos para fazer esta transformação tecnológica são considerável. O problema é como o setor na Europa conciliará tais investimentos com um desempenho econômico-financeiro desfavorável (frente a outras atividades econômicas na região) e com baixa competitividade de custos (ante concorrentes globais). Mas, devido às metas de redução de emissões, as siderúrgicas locais reagiram e estão na vanguarda de investimentos com objetivo de descarbonização.

O problema, ressalta, é o timing e o funding. Em parte, o funding está sendo resolvido porque a siderurgia fará parte do “Green Deal”. A ideia é investir €1 trilhão em tecnologias de transição nos próximos dez anos, considerando vários setores. Outro desafio é a transição energética - para o Green Hydrogen - para apoiar essas novas tecnologias que hoje parecem despontar como o melhor caminho. Para o especialista, a chave será o interesse da União Europeia em dar suporte ao setor para fazer a transição energética e se tornar mais limpo

enquanto ainda viável

economicamente. “A própria UE aprendeu na crise da covid-19 que não é inteligente perder as cadeias de produção, principalmente da indústria de base”. https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/10/industria-do-aco-na- europa-avanca-em-tecnologias-de-descarbonizacao.ghtml Retorne ao índice

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Totvs compra RD Station por

R$ 1,86 bi

Aquisição é a maior da história da empresa de software; CEO diz que outros negócios estão no radar

Por Daniela Braun — De São Paulo

Com negócio, Dennis Herszkowicz, presidente da Totvs, aposta na automação de marketing digital: “Ainda temos peças no tabuleiro que queremos preencher” — Foto: Silvia Zamboni/Valor

A Totvs informou ontem a compra de 92% do capital da RD Station, empresa de automação de marketing digital, por R$ 1,86 bilhão. É a maior aquisição da história da companhia e ocorre depois do grupo ter perdido a disputa com a Stone pela compra da Linx, em novembro - um negócio de mais de R$ 6,5 bilhões. Outras aquisições estão a caminho, disse o presidente da Totvs, Dennis Herszkowicz. “Ainda temos peças no tabuleiro que queremos preencher”, afirmou.

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Fundada em 2011, a RD Station conta com 25 mil clientes em 20 países e 600 funcionários. A receita líquida projetada para 2021 é de R$ 206 milhões, o que representa um crescimento médio composto de 46% desde 2016. A empresa conta com 2 mil parceiros comerciais, incluindo agências de marketing digital, que representam quase 40% das vendas. Na transação com a Totvs, foi avaliada em R$ 2 bilhões.

A empresa passa a compor o portfólio da Totvs na área que o grupo chama de “performance de negócios”, com produtos e serviços que têm o objetivo de ajudar os clientes a impulsionar vendas. Nesse mesmo segmento, a Totvs comprou, em dezembro, a Tail Target TI, empresa especializada em análise de performance de vendas, por R$ 12 milhões iniciais. O contrato ainda prevê o pagamento complementar variável de até R$ 20 milhões, sujeito ao cumprimento de metas em 2021 e 2022.

“A Tail resolve a vida de quem precisa criar perfis para investimentos em mídia”, afirma Herszkowicz. “E a RD chega como uma peça central na maior oportunidade da área que é a automação do marketing digital.” Eric Santos, co-fundador e CEO da RD Station, estima que o mercado tem o potencial de ampliar a base de 30 mil empresas que possuem sistemas de marketing digital atualmente para 1,6 milhão, com um faturamento de pelo menos US$ 5 bilhões, considerando mercados internacionais. “Ajudamos a desenvolver esse mercado no Brasil e

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estamos só arranhando a superfície”, disse Santos na noite de ontem, durante um evento da Totvs com investidores.

Assim como Santos, os sócios atuais Guilherme Lopes, Bruno Ghisi e Pedro Bachega mantém, juntos, uma participação de 8% na companhia após a transação. A Totvs também comprou a participação dos fundos que haviam investido na RD Station como Riverwood Capital, Redpoint eventures, Astella e TPG Growth. Comparada ao mercado de sistemas de gestão empresarial, que deu origem à Totvs, a automação de marketing digital “é um mercado muito novo e com potencial de crescimento gigantesco”, afirma Herszkowicz.

Além de se abrir para o mercado, a Totvs já olha a sinergia com a plataforma da RD Station dentro de casa. “Um perfil de cliente da Totvs ainda precisa de uma ajuda de empresas como a RD para conseguir gerar oportunidades de vendas e fazer a gestão toda de seu marketing digital”, afirma. Hoje, a empresa conta com 40 mil clientes e também passou pelo desafio da geração de vendas no meio digital. “Em 2020, nós mesmos tivemos o desafio em de digitalizar a geração de vendas potenciais e todo o processo e a RD está focada exatamente nisso.”

A compra da RD Station está sujeita à aprovação de órgãos reguladores. O CEO da Totvs explica que os recursos para a aquisição foram levantados com uma dívida “em condições bastante favoráveis” e que a estratégia é levantar fundos conforme novas oportunidades de aquisição surgirem.

24 Durante o evento para investidores realizado ontem, a Totvs também destacou o potencial de crescimento em sistemas de gestão no país, que pode chegar a R$ 83 bilhões. O número considera investimentos em sistemas de R$ 11,3 bilhões já feitos pelas companhias em 2019, segundo dados da consultoria IDC, além de R$ 13,7 bilhões em oportunidades de vendas adicionais, R$ 22,2 bilhões em projeção de vendas cruzadas e R$ 35,9 em vendas para empresas que ainda não possuem sistemas de gestão.

“O processo de digitalização e de múltiplos canais (omnichannel) são essenciais para acelerar a adoção desse sistemas”, disse Herszkowicz. “Nas próximas décadas podemos ter um crescimento de investimentos em softwares de gestão acima do crescimento da economia.”

Acelerar a oferta de sistemas em nuvem é uma das prioridades da empresa este ano. Em 2020, o faturamento com software como serviço na nuvem cresceu 21% sobre 2019 e representou 34,6% da receita de R$ 1,9 bilhão com a venda de sistemas de gestão no ano passado. Hoje, segundo o CEO da Totvs, 65% das novas vendas de sistemas são embarcadas na nuvem.

Antes do anúncio da compra da RD Station na noite de ontem, as ações da companhia fecharam o pregão de terça-feira na B3 com valorização de 4,05% cotadas a R$ 29,52.

https://valor.globo.com/empresas/notici a/2021/03/10/totvs-compra-rd-station-por-r-186-bi.ghtml

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Movimento falimentar

Falências Requeridas

Requerido: Comércio de Frutas J. E. Ltda. ME - CNPJ: 13.211.673/0001-32 - Endereço: Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, Pavilhão Mfe, Bairro Vila Leopoldina - Requerente: Summit Plataform Serviços Administrativos Ltda. - Vara/Comarca: 3a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Pedido redistribuído.

Requerido: Império Consultoria de Imóveis S/C Ltda. - CNPJ: 48.793.160/0001-61 - Endereço: Rua Guaimbé, 141, Casa C, Bairro da Mooca - Requerente: Leandro Silva do Nascimento - Vara/Comarca: 3a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Isystem Produtos e Serviços de Telefonia e Tecnologia Eireli - CNPJ: 20.121.052/0001-23 - Endereço: Rua Dr. Olavo Egídio, 420, Loja Piso Térreo, Bairro Santana - Requerente: Itg Fomento Comercial Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Lalin Serviços Gráficos Ltda. ME - CNPJ: 10.728.352/0001-11 - Endereço: Rua Soldado Alcebíades

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Bobadilha da Cunha, 366, Bairro Parque Novo Mundo - Requerente:

Leandro Sgotte Giraldi -

Vara/Comarca: 3a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Liepaja Empreendimentos Imobiliários Ltda. - CNPJ: 09.257.352/0001-00 - Endereço: Rua Alexandre Dumas, 1711, Cjto. 301 Parte, Bairro Chácara Santo Antonio -

Requerente: Diego Tannous

Cordenonssi - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Pedido redistribuído.

Requerido: Mark Press Brasil Indústria Gráfica Ltda. - CNPJ: 14.216.418/0001-45 - Endereço: Rua Ibicaba, 111, Bairro Tatuapé - Requerente: Garantia Banco Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Multissetorial - Vara/Comarca: 3a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Oas S/A - CNPJ: 14.811.848/0001-05 - Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 1350, Sala 1701, Bairro Água Branca - Requerente: Rodomáquinas Transportes Ltda. ME - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Ordenare Indústria e Comércio de Ferragens Ltda. - CNPJ: 02.365.874/0001-78 - Endereço: Rua Olinda, 281, Bairro Capela do Socorro - Requerente: Lealfer Indústria e

Comércio de Aço Ltda. -

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Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Ppcar Brasil Locações Empresariais Ltda. - CNPJ: 06.178.219/0001-61 - Endereço: Rua Gomes de Carvalho, 1507, Cjtos. 31, 32, 81 e 82, Bairro Vila Olímpia -

Requerente: Styllos

Empreendimentos e Participações S/C Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

Requerido: Ricam Incorporações e Empreendimentos Imobiliários Ltda. - CNPJ: 06.063.958/0001-08 - Endereço: Av. Imperatriz Leopoldina, 957, Cjto. 1803, Bairro Vila Leopoldina, São Paulo/sp - Requerente: Fca Gesso Eireli - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Pedido redistribuído.

Requerido: Ricam Incorporações e Empreendimentos Imobiliários Ltda. - CNPJ: 06.063.958/0001-08 - Endereço: Av. Imperatriz Leopoldina, 957, Cjto. 1803, Bairro Vila Leopoldina, São Paulo/sp - Requerente: Mdsm Neto Construções ME - Vara/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Pedido redistribuído.

Requerido: Saraiva e Siciliano S/A - CNPJ: 61.365.284/0001-04 - Endereço: Rua Henrique Schaumann, 270, 3º Andar, Bairro Cerqueira César - Requerente: Vinyx Multimídia Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP

26 Requerido: Soluções em Engenharia, Montagens e Construções Ltda. - CNPJ: 13.247.877/0001-23 - Endereço: Rua Morro Agudo, 455, Bairro Parque Iracema - Requerente: Vip Express Locações e Transportes Rodoviários Ltda. - Vara/Comarca: 1a Vara de Catanduva/SP

Falências Decretadas

Empresa: Acr Tecnologia Ltda. - CNPJ: 07.836.401/0001-25 - Endereço: Av. Santos Dumont, 2727, Sala 311, Bairro Aldeota - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida, Dra. Valéria Previtera da Silva -

Vara/Comarca: 2a Vara de

Recuperação de Empresas e Falências de Fortaleza/CE - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência.

Empresa: Civiliza Gestão Prisional Ltda. - CNPJ: 20.155.953/0001-36 - Endereço: Av. Santos Dumont, 2727, Sala 310, Bairro Aldeota - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida, Dra. Valéria Previtera da Silva -

Vara/Comarca: 2a Vara de

Recuperação de Empresas e Falências de Fortaleza/CE - Observação: Recuperação Judicial convolada em Falência.

Empresa: Instituto de Diagnóstico Por Imagem Ltda. Idi - CNPJ: 52.395.068/0001-10 - Endereço: Av. da Saudade, 456, Bairro Campos Elíseos - Administrador Judicial: A Própria Administradora Judicial da Recuperação Judicial Rescindida,

Laspro Consultores Ltda.,

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