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RELATÓRIO E CONTAS 2010

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RELATÓRIO E CONTAS 2010

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I - Convocatória da Assembleia Geral ... ...03

II – Relatório de Gestão ... ...05

1. Orgãos Sociais ... ...06

2. Mensagem do Conselho de Administração...07

3. Proposta de Aplicação do Resultado do Exercício ...08

4. Proposta de Incorporação de Reserva Especial em Capital...09

5. Nota Final ... ...09

6. Relatório de Gestão ... ...10

6.1. Enquadramento Económico...10

6.2. Mercado Bancário...16

6.3. Crédito Agrícola – Evolução Recente e Perspectivas……...18

6.4. Evolução da Actividade Comercial da CCAM... 24

6.4.1. Evolução dos Recursos ...24

6.4.2. Evolução das Aplicações ...25

6.4.3. Resultado Liquido do Exercício ...27

6.4.4. Capitais Próprios ...28

III – Contas e Anexo às Contas ...30

1. Balanço ...31

2. Demonstração de Resultados ...33

3. Demonstração de Fluxos de Caixa...35

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Convocatória da Assembleia Geral

Nos termos da Legislação em vigor e dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de São Teotónio CRL, pessoa colectiva nº 501145370 matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Odemira sob o mesmo número, com o Capital Social realizado de 10 061 115 € (variável), convoco os Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral, no dia 31 de Março, pelas 17H00, na Sede desta Instituição, sita na Rua 25 de Abril, em São Teotónio, para discutir e votar as matérias da seguinte:

Ordem de Trabalhos

1. Apreciação e Votação do Relatório, do Balanço e das Contas do Exercício de 2010 e respectivo Parecer do Conselho Fiscal.

2. Elevação do Capital Social Mínimo da CCAM para Cinco Milhões de Euros, nos termos da Portaria nº 312/2010, de 5 de Maio.

3. Alteração da redacção do artigo 8º, nº 1 dos Estatutos que passará a ter a seguinte redacção “O capital social da Caixa Agrícola é variável e ilimitado, no mínimo de cinco milhões de euros”.

4. Outros assuntos.

São Teotónio, 01 de Março de 2011

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral

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1. Orgãos Sociais

Mesa da Assembleia Geral

Presidente: Ana Paula Lopes António Vasques

Vice-Presidente: Fernando da Costa Cabecinha

Secretário: Vítor Manuel Encarnação Vicente

Conselho de Administração

Presidente: António Manuel Nobre Louçã

Vogal: Augusto da Silva Oliveira

Vogal: António de Novais Henrique

Conselho Fiscal

Presidente: José Manuel Reis Guerreiro

Vogal: Iládio de Jesus Alves Furtado

(7)

2. Mensagem do Conselho de Administração

A caracterização do Exercício de 2010 pode ser feita, de uma forma muito simples pela análise das rubricas do Balanço e da Demonstração de Resultados, cuja evolução foi mais significativa.

Nessa perspectiva, não pode deixar de relevar, um aumento muito substancial do Crédito Vencido e uma expressiva diminuição dos Resultados. De realça, que se verificou uma diminuição de Recursos no montante de cerca 2 milhões de euros e um aumento do Crédito de cerca de 5 milhões de euros, com a inevitável subida do rácio de transformação que se situava em 31/12/2010 nos 87% acima, portanto, dos 85% recomendados pela Caixa Central. Para além disso, a Margem Financeira, diminuiu cerca de 500 mil euros e o Produto Bancário diminuiu 930 mil euros.

Como factores positivos registamos uma subida de 343 mil euros nas Comissões Líquidas, e uma contenção nos Custos de Funcionamento (custos com o pessoal + custos gerais administrativos), cuja subida foi de 1,9%.

Feita esta constatação, importa agora tecer alguns comentários:

A área social da CCAM, composta pelos Concelhos de Odemira e Aljezur, para além de ter uma população reduzida, não mais que 31 000 habitantes, tem parte substancial da sua actividade económica concentrada num número reduzido de empresas e empresários.

A estratégia que levou a CCAM de S.Teotónio a ter uma quota de Mercado de cerca de 50%, tem-se traduzido em tentar estar presente comercialmente, junto desse punhado de empresas e empresários, assumindo assim um risco de concentração, que se procura contrabalançar com a prestação de serviços bancários de proximidade (Agências que permitem uma cobertura territorial onde a restante Banca não chega, importante rede de ATM´s e POS´s, pagamento de uma maioria significativa das pensões a reformados, etc…). Essa concentração significa que quando a crise se instala e algo corre mal na recuperação do Crédito Concedido, (apesar de 91,26% do crédito estar coberto por garantias reais), isso tem impacto significativo nos rácios de crédito vencido e no provisionamento que é necessário fazer.

Foi o que aconteceu em 2010 com dossiers importantes, dos quais se prevê a recuperação da maioria, no corrente ano de 2011.

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O facto de a CCAM de S.Teotónio estar integrada no SICAM, que se traduz num regime de solidariedade das CCAM´s, entre si e com a Caixa Central, para além dessa vantagem intrínseca, conduz à obrigatoriedade de depositar todos os excedentes na Caixa Central a quem compete rentabilizá-los, devolvendo essa rentabilidade às Caixas, depois de reter a margem que entende necessária para custear o seu funcionamento.

Por razões que não cabe aqui discutir, mas que têm seguramente a ver com a crise financeira internacional e também com o modelo da Caixa Central, esta não tem sido capaz de oferecer às CCAM´s condições que lhes permitam competir com as outras instituições bancárias, a não ser à custa da Margem Financeira de cada uma. Por aqui se justifica a quebra da Margem e a descida nos Recursos.

O resultado obtido, no montante de 199 253 € é o reflexo do que atrás ficou dito e da manutenção de uma politica de provisionamento que já tem em conta, em certa medida, o conceito de imparidade, embora tal não seja por enquanto aplicável com carácter obrigatório às CCAM´s.

3. Proposta de Aplicação do Resultado do Exercício

Nos termos da legislação em vigor e dos Estatutos que regem a actividade, vem a Direcção da CCAM, propor à Digníssima Assembleia-Geral a seguinte aplicação dos Resultados Líquidos do Exercício no montante de 199.253,39 euros:

Reservas Legais... 39.853,39€ Reservas Especiais... 143.400,00€ Distribuição de Excedentes... 16.000,00 €

A distribuição de excedentes será efectuada pelos sócios detentores de títulos de capital da CCAM, em 2010, de acordo com o previsto no artigo 73º do Código Cooperativo, nos Estatutos da CCAM e demais Legislação aplicável.

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Capital Social……... 17.554.210,00€ Reservas Legais……... 4.996.851,08€ Reservas Especiais…... 1.436.266,48€ Outras Reservas e Resultados Transitados... 134.514,06€ Total da Situação Líquida…………. 24.121.841,62€

4. Proposta de Incorporação de Reserva Especial em Capital

Mais propomos que, de acordo com a legislação em vigor, a Exma. Assembleia-Geral autorize o aumento do Capital Social para 17 554 210 € por incorporação parcial, da reserva especial em capital.

5. Nota Final

Os nossos agradecimentos a todos quantos, de uma forma directa ou indirecta, contribuíram para a obtenção dos resultados alcançados e para a valorização desta Instituição:

-A todos os associados e outros clientes, que vêem na Caixa Agrícola, um parceiro, e que exigem, com o seu sentido critico, que esta acompanhe as suas necessidades com soluções práticas e eficazes;

-Aos nossos colaboradores pela dedicação demonstrada e aos nossos órgãos sociais, pela cooperação e dedicação evidenciadas, sempre com prontidão;

-Aos Serviços Públicos dos nossos concelhos, a todas as Entidades Privadas que connosco têm colaborado, às Associações Locais, a todas as Empresas do Grupo Crédito Agrícola, são igualmente devidos os nossos agradecimentos.

Na certeza que cumprimos, com fidelidade e grande empenhamento, as funções para que fomos eleitos, apresentamos à Assembleia-Geral, para apreciação e votação, o presente relatório e contas.

O Conselho de Administração

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6. Relatório de Gestão

6.1. Enquadramento Económico

A envolvente macroeconómica continua a apresentar-se complexa para as condições de exploração das instituições financeiras.

Apesar de se admitir que, no plano internacional, o ponto mais crítico da actual recessão a nível internacional tenha sido atingido entre o final de 2008 e os primeiros trimestres de 2009, verificou-se em 2010 uma grande disparidade no comportamento das principais economias. Com efeito, a reanimação que se observou na parte final de 2009 e no princípio de 2010 assentou em grande medida na manutenção de um crescimento robusto em economias emergentes – como a China, que deve ter crescido 10,3% em 2010, a Índia, com um crescimento neste ano de 9,7%, e o Brasil com um crescimento de 7,5%. Como se sabe, a China tornou-se recentemente a segunda maior economia a nível mundial, em termos do valor do PIB global, embora ainda a grande distância dos EUA.

2010 2011 [Est.] [Proj.] Países Desenvolvidos 3,0 2,7 0,2 -3,4 3,0 2,5 EUA 2,8 2,1 0,0 -2,6 2,8 3,0 Japão 2,4 2,3 -1,2 -6,3 4,3 1,6 Zona Euro 2,8 2,7 0,5 -4,1 1,8 1,5 Paises em Desenvolvimento 7,9 8,3 6,0 2,6 7,1 6,5 China 11,6 13,0 9,6 9,2 10,3 9,6 Índia 9,8 9,4 6,4 5,7 9,7 8,4 Rússia 7,4 8,1 5,2 -7,9 3,7 4,5 Brasil 3,8 5,7 5,1 -0,6 7,5 4,5 Economia Mundial 5,1 5,2 2,8 -0,6 5,0 4,4 ∆% Comércio Munidal* 9,3 7,3 3,0 -10,7 12,0 7,1

Evolução da Economia Mundial

Taxas de crescimento ∆% PIB

* Bens e serviços

Fonte: FMI, Wordl Economic Outlook (Update, Janeiro/11)

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anos anteriores). A maioria das economias do continente europeu, e desde logo a Zona Euro no seu conjunto, continuaram porém a evidenciar fraco dinamismo (1,7% para o conjunto da Zona Euro, 1,6% para a França e 1% para a Itália, e contracção económica em Espanha, com o PIB a cair 0,2%).

2010 2011 [Est.] [Proj.] Zona Euro 2,8 2,7 0,5 -4,1 1.8 1,5 Alemanha 3,0 2,5 1,0 -4,7 3,6 2,2 França 2,2 2,3 0,1 -2,5 1.6 1,6 Itália 1,8 1,6 -1,3 -5,0 1,0 1,0 Espanha 3,9 3,6 0,9 -3,7 -0,2 0,6

Evolução da Economia Europeia

Taxas de crescimento ∆% PIB

Fonte: FMI, Wordl Economic Outlook (Update, Janeiro/11) 2006 2007 2008 2009

A desaceleração verificada na segunda metade do ano transacto nas economias avançadas foi consequência do esgotamento do impulso, que se fez sentir nos últimos meses de 2009 e início de 2010, da reconstituição dos stocks – os quais na parte final de 2008 e início de 2009 haviam sido massivamente reduzidos como reacção de pânico. Mas a desaceleração ficou também a dever-se a um certo arrefecimento nos países emergentes, em alguns dos quais as respectivas autoridades adoptaram recentemente medidas para fazer face ao sobreaquecimento da economia. O progressivo desmantelamento das medidas de estímulo fiscal em muitos países, agora - como consequência da crise - a braços com défices públicos muito expressivos, igualmente contribuiu para o afrouxamento registado.

2010 2011 2010 2011 (E) (P) (E) (P) Alemanha -0,2 -0,1 -3,3 -5,0 -4,7 65,1 66,0 73,2 78,8 81,6 Espanha +2,2 -3,9 -11,2 -9,8 -8,8 36,2 39,7 53,2 64,9 72,5 Irlanda +0,2 -7,2 -14,3 -11,7* -12,1 25,0 43,9 64,0 77,3 87,3 Grécia ___ -7,7 -13,6 -9,3 -9,9 ___ 99,2 115,1 124,9 133,9 Reino Unido -2,6 -5,4 -11,5 -12,0 -10,0 44,1 52,0 68,1 79,1 86,9 Japão -2,5 -5,6 -6,9 -6,7 -6,6 187,7 172,0 189,2 193,5 194,9 EUA -2,9 -5,3 -11,0 -10,0 -9,9 62,9 70,7 84,0 93,6 102,5

Impacto da crise financeira nas finanças públicas

Dívida Pública/PIB (%)

2007 2008 2009

Fonte: DI/Caixa Central com base na Moody’s Investment Services

2007 2008 2009

Saldo contas públicas/PIB (%)

E/P: Estimativa/Previsão 32% do PIB.

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Neste estado de coisas, e sobretudo como consequência de o crescimento económico não estar a absorver o desemprego existente, que permanecia elevado (9,4%)∗ e mostrava tendência de subida, as autoridades dos EUA

decidiram manter em vigor as políticas de estímulo à actividade económica, incluindo a política monetária abertamente expansionista, deixando invariantes, no nível actual de praticamente 0%, as suas taxas directoras (fundos federais). Em paralelo prosseguiram com as cedências massivas de liquidez ao sistema bancário e à economia.

Evolução da Euribor 3M e das Taxas Directoras da Zona Euro e dos EUA

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6

Jan-07 Abr-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

%

BCE (TAXA REDESCONTO) FED FUNDS Euribor 3M

Na Zona Euro, no entanto, apesar de as taxas de desemprego continuarem também persistentemente elevadas em vários países, o Banco Central Europeu, mantendo embora a sua taxa directora (taxa refi) em 1%, nível em que se encontra desde Maio de 2009, procedeu à inflexão da sua política monetária, começando a drenar, gradualmente, a liquidez injectada massivamente no sistema no auge da crise financeira. Em virtude deste reajustamento da política monetária na Zona Euro, as taxas euribor, que tinham descido para níveis esmagados, de quase 0% nos prazos mais curtos, encetaram uma paulatina recuperação, que, depois de um período ainda incerto, tem prosseguido nos últimos meses.

No entanto, o possível reacendimento de tensões inflacionistas nos EUA e na Europa – no caso particular da Zona Euro a taxa de inflação homóloga mensal, ultrapassou , nos últimos meses já o target de 2% pelo qual o BCE norteia a sua política monetária – introduziria um factor de complicação na actual postura acomodatícia dos bancos centrais dos dois lados do Atlântico, obrigando-os a dar, desde já, também atenção à contenção da subida de preços.

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não é um problema. Assim, no caso particular da Zona Euro, não é de prever qualquer subida da taxa directora do BCE para os meses mais próximos.

Neste contexto económico de fraco dinamismo e de acentuada incerteza, os mercados financeiros mantiveram uma marcada volatilidade, prevalecendo no sector obrigacionista uma atitude de aversão ao risco, com a correlativa fuga para a qualidade que afectou, e profundamente, o próprio mercado da dívida pública. No sector accionista, por seu turno, ocorreram nos últimos meses do ano significativos movimentos de correcção que anularam os ganhos iniciais, embora com comportamento diferenciado entre os principais mercados (os índices dos EUA e Alemanha subiram, no resto da Europa em geral regrediram).

Face à conjuntura muito deprimida a nível internacional, a economia portuguesa registou uma estagnação em 2008 e uma acentuada contracção em 2009, ano em que o PIB decaiu 2,6%, evolução esta que, ao induzir uma forte redução das receitas do Estado e um aumento súbito da despesa pública via subsídios de desemprego – a taxa de desemprego subiu para 10,8% e mantém tendência ascendente∗ – provocou uma “crise fiscal”, agravada pelo

afrouxamento, em 2009, do esforço de saneamento das contas públicas que vinha sendo seguido e pela situação estrutural de excessivo peso das despesas do Estado. O défice público em percentagem do PIB atingiu assim 9,3% em 2009 e projectava-se que ficasse em 8,3% em 2010, nível subsequentemente revisto para 7,3%, como reflexo das medidas entretanto adoptadas.

No tocante à evolução dos preços na economia portuguesa, verifica-se uma tendência semelhante à que se descreveu para a Zona Euro, explicada pelos mesmos factores - subida do custo de produtos de base energéticos, industriais e alimentares -, a que, no caso português, poderá vir a acrescer o efeito do aumento do IVA. Assim, a taxa de inflação média em 2010 situou-se em 1,4%, contra a inflação negativa de -0,8% registada em 2009. Aliás, as variações mensais mais recentes, também à semelhança do que ocorre na Zona Euro, mostram uma subida mais vincada do índice de preços no consumidor. (Em Dezembro foi de 2,4%).

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Fonte: PEC (Março de 2010) e OE - 2011. Os níveis de dívida pública contemplados na revisão de Julho/2010 eram de 83,5% do PIB para 2010 e de 85,9% para 2011, os níveis respectivos são 82,1% e 86,6%.

Dívida Pública em % do PIB

86,6% 82,1% 77,2% 66,4% 63,6% 64,7% 63,6% 58,3% 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010(E) 2011(P) 2010 2011 Est. Prev. Consumo Privado 1,1 1,6 1,8 -1,0 1,8 -2,7 Consumo Público -0,3 0,0 0,8 2,9 3,2 -4,6 FBCF -2,0 3,1 -1,8 -11,9 -5,0 -6,8 Exportações 9,1 7,5 -0,3 -11,8 9,0 5,9 Importação 4,2 5,6 2,8 -10,9 5,0 -1,9 PIB 1,3 1,9 0,0 -2,6 1,3∗ -1,3** Procura Interna 0,3 1,6 1,2 -3,4 0,6 -3,9 Export.Líquidas 1,0 0,3 -1,2 0,8 0,7 2,5 Fonte:

• 2008, 2009: BdP, Boletim Económico, Outono 2010 • 2010,2011: BdP, boletim Económico, Inverno 2010

∗ Números recentes do INE elevaram a variação do PIB para 1,4% **A projecção do Governo contida no OGE é de crescimento do PIB em 0,2%.

Evolução das componentes do PIB v.h. em %

2006 2007 2008 2009

O nível do défice público, aliado ao crescimento da sensibilidade ao risco da dívida soberana dos países periféricos da Zona Euro que actualmente se verifica, e que afectou fortemente os yield da dívida portuguesa, veio criar a necessidade de um considerável reforço das medidas correctivas do défice, com impacto inevitavelmente gravoso. Estas medidas vão, no imediato, e porventura por algum tempo no futuro, restringir consideravelmente o crescimento da economia nacional, afectando o nível de actividade das empresas e avolumando o desemprego, sendo necessário compensar o efeito negativo na procura interna através de uma maior dinâmica das exportações, que aliás têm tido ultimamente comportamento razoável, nomeadamente de produtos não tradicionais e para mercados fora da Zona Euro.

* OE - 2011

Défice Público em % do PIB

-4,0% -2,7% -2,7% -9,3% -7,3% -4,6%* 2006 2007 2008 2009 2010(E) 2011(P)

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porém, da evolução do euro em relação às principais divisas, num quadro em que se especula sobre o ressurgimento de uma competição cambial entre os mais importantes pólos económicos. Em tal eventualidade, a subida do euro para além da cotação de 1€ = 1,35 USD, seria susceptível de prejudicar significativamente a evolução das nossas exportações, e de outros países da Zona Euro, e constituiria mais um factor de agravamento das dificuldades de ajustamento da economia nacional.

2007 2008 2009 2010

Taxa de desemprego (%) 8,0 7,6 9,5 10,7*

Desemprego de longa duração (%) 48,8 49,8 46,5 54,2*

Desempregados (v.h.%) +4,9 -4,8 23,8 15,5* Inflação (IPC v.h.%)* 2,5 2,6 -0,8 1,4 da qual prod. energéticas 3,5 6,5 -8,0 9,5 bens alimentares 2,8 4,2 -2,5 0,4 * Até Novembro

Fonte: BdP, Indicadores de conjuntura, Set 2010 e Jan 2011 Boletim Económico Inverno 2010

Desemprego e Inflação

De referir finalmente que o défice da balança corrente e de capital, que traduz a evolução do endividamento da economia portuguesa face ao exterior, registou em 2010, em percentagem do PIB, uma ligeira melhoria – descendo de 9,4% no ano anterior para 8,8% –, antevendo-se nova redução do défice (em % do PIB) em 2011 para 7,1%. No entanto, estes níveis de desequilíbrio mantêm-se excessivos, e são insustentáveis num cenário de subsistência de restrições ao financiamento externo da economia portuguesa.

Balança Corrente e de Capital ( % do PIB) -8,1 -10,5 -9,4 -8,8 -7,1 2007 2008 2009 2010 (E) 2011 (P)

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6.2. MERCADO BANCÁRIO

As perspectivas para o sector bancário que decorrem deste panorama macroeconómico são desfavoráveis no tocante à dinâmica e às condições gerais do negócio, na medida em que, à evolução quantitativamente desfavorável do crédito, se vão adicionar factores de risco, agravados pelas dificuldades da conjuntura, que tenderão a deteriorar a qualidade da carteira e a aumentar as imparidades.

Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Set-10 Nov-10

8,5 6,2 4,7 4,6 3 2,8 2,2 2,1

14 10,9 8,8 7 1,7 0,8 0,2 0,6

4,2 2,4 1,3 2,5 4,1 4,6 4,0 3,4

3,9 2,4 1,5 3,1 5,1 5,5 5,1 4,6

12,1 5,5 3,3 1,8 1,8 2 1,0 -1,2

Evolução dos Agregados de Crédito Variação homóloga em %

Fonte: Banco de Portugal; Indicadores de Conjuntura Habitação

Consumo Total

Empresas Particulares

Estas tendências já se verificam, aliás, no momento presente, na medida em que o crédito a empresas se encontra em estagnação – o que traduz um volume muito limitado de crédito novo – e o crédito vencido tem registado níveis de crescimento consideráveis. Entre 2007 e Junho de 2009 o crédito vencido de empresas aumentou 178,1%, representando mais 2.649 milhões de euros em valor absoluto nesse período, e de meados de 2009 até Novembro de 2010 registou-se novo incremento de 2.026 milhões. No crédito a particulares, embora de modo menos expressivo, o crédito vencido apresentou igualmente, no mesmo período, grande aumento, particularmente no crédito ao consumo (mais de 800 milhões de euros desde 2007) uma vez que no crédito à habitação o crescimento do crédito em mora é significativamente menos acentuado.

Jun-09 Jun-10 Jun-09 Nov-10

Dez-07 Jun-09 Dez-07 Jun-09

Particulares 1.296 794 58,7 22,7

do qual:

Habitação 516 202 40,8 11,3

Consumo 452 359 89,5 37,5

∆% Crédito Vencido no Sistema Bancário Nacional

Evolução ∆ absoluta Milhões de euros

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Sobre este pano de fundo já complexo, as restrições de balanço que as instituições enfrentam, a necessidade de iniciarem a adaptação para o enquadramento normativo de Basileia III, e, sobretudo, as actuais dificuldades em se refinanciarem nos mercados financeiros internacionais – o que é uma sequela do actual grau de endividamento global do país, combinando as dívidas do sector público com as dos agentes privados, que se reflectem no balanço dos bancos – são factores que vão igualmente pesar nas perspectivas para o negócio bancário no futuro próximo.

2007 2008 2008 2009 2009 2010

Dez Jun Dez Jun Dez Set

< 20.000 10,6 11,0 11,1 12,6 14,0 15,2 20.000 – 50.000 7,3 7,7 8,0 9,3 9,9 11,1 50.000 – 100.000 5,9 6,6 6,9 8,5 9,0 10,2 100.000 – 200.000 4,8 5,5 6,0 7,2 7,9 8,8 200.000 – 400.000 4,0 4,4 4,7 6,1 6,5 7,9 400.000 – 1.000.000 3,5 4,0 4,6 6,3 6,7 7,8 1.000.000 – 5.000.000 2,6 3,2 3,5 5,0 5,6 7,2 > 5.000.000 0,4 0,7 1,0 2,7 2,6 3,2

Fonte: BdP, Boletim Estatístico

Rácios de crédito vencido empresariais por escalões do crédito concedido

[Intervalos em euros]

Outro aspecto relevante da actual situação do mercado é a persistência, apesar da ligeira recuperação que se verificou recentemente, do baixo nível das taxas euribor, que, no tocante à sua actividade doméstica, penalizou a margem financeira dos diferentes bancos, e naturalmente em maior medida daqueles em cuja carteira de crédito têm peso elevado os empréstimos a prazos longos indexados a esses referenciais de mercado. Alguns bancos, no entanto, conseguiram, pelo menos em parte, compensar esta evolução com os proveitos da sua actividade internacional, e através do aumento da margem complementar.

Apesar da ligeira subida das taxas euribor nos últimos tempos, a margem financeira mantém-se sob pressão, devido à expressiva subida do custo dos recursos, que tenderá a acentuar-se, seja em consequência da crescente competição pelos depósitos – induzida pela necessidade em que as instituições se encontram de recomporem a estrutura do seu passivo – seja pelos spreads mais altos (em relação ao passado recente) nos financiamentos junto dos mercados financeiros internacionais, quando estes se voltarem a abrir.

O fraco crescimento que se pode antever na massa global de recursos (depósitos e recursos fora do balanço) como reflexo da fraca dinâmica da economia e da própria contenção do crédito, para além de outros factores, vai ser um factor adicional de intensificação da concorrência entre as instituições financeiras na captação de recursos de clientes.

(18)

Verifica-se, na verdade, um crescimento da taxa média de remuneração dos depósitos nos últimos meses claramente superior ao que se tem verificado no crédito. Assim, desde Junho até Novembro a taxa média dos depósitos até dois anos subiu 0,46 pontos percentuais, quando no mesmo período a taxa média do crédito a empresas apenas subiu 0,33%, sendo a subida ainda menor nas taxas do crédito a particulares.

2006 2007 2008 2008 2009 2009 2010 2010 ∆pp ∆pp

Dez Dez Jun Dez Jun Dez Jun Nov Jun10 - Jun09 Nov - Jun10

Depósitos até 2 anos 2,72 3,58 3,72 3,99 2,37 1,67 1,46 1,92 -0,91 +0,46

Crédito a empresas* 5,39 6,15 6,29 6,14 4,02 3,34 3,31 3,64 -0,71 +0,33

Crédito à habitação 4,79 5,51 5,63 5,86 3,08 2,00 1,86 2,06 -1,22 +0,20

Crédito pessoal

(consumo…) 8,07 8,75 8,98 9,04 8,00 7,32 7,76 7,87 -0,24 +0,11

* Sociedades não financeiras

Fonte: BdP, Indicadores de Conjuntura, Set/2010

Nível de Taxas de Juro Médias no Sistema Bancário

Os bancos portugueses, como se sabe, têm compensado as maiores dificuldades de financiamento nos mercados recorrendo ao Banco Central Europeu, obtendo assim recursos em condições até bastante favoráveis, mas este canal não ficará indefinidamente aberto nos termos e nos moldes actuais.

É porém expectável que a subida no custo dos recursos venha a reflectir-se no preço do crédito, uma vez que as instituições não têm margem de manobra para acomodar essa subida sem ajustamento nas taxas activas.

6.3. CRÉDITO AGRÍCOLA - EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVAS

O Crédito Agrícola é uma instituição bancária de base cooperativa, integrando-se num modelo com presença de grande relevo nos sistemas financeiros de outros países europeus, como a Alemanha, a França, a Holanda e a Itália. A nível europeu, os bancos cooperativos dispõem de uma quota de mercado de mais de 20%, servem 170 milhões de clientes através de 4.100 bancos locais com 65.000 balcões, e empregam centenas de milhares de pessoas. Alguns dos bancos cooperativos encontram-se entre as instituições líderes do continente europeu. É reconhecido que os bancos cooperativos foram os que melhor suportaram o impacto da crise financeira, de que não foram causadores, funcionando no contexto da crise como um factor de estabilidade.

(19)

Evolução da Situação Líquida do SICAM 520 570 657 738 828 873 979 1.000 1.016 0 200 400 600 800 1.000 1.200 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10 Ano V a lo re s e m M ilh õ es d e e u ro s

Rácio TIER I - Junho 2010

12,36% 12,21% 8,90% 8,20% 7,90% 8,90% 9,50% 8,40% 8,60% 0,00% 12,36%

solidez económico-financeira. Tal está bem expresso no valor da sua situação líquida, de mais de 1.000 milhões de euros, bem como no nível do rácio de solvabilidade e do rácio Tier 1 (relativo aos fundos próprios de base), situando-se este último actualmente em 12,2 %. Este rácio é o mais elevado no conjunto dos grupos bancários de maior relevância no sistema financeiro nacional, e está muito acima dos mínimos definidos pelo Banco de Portugal, e também dos que decorrem do novo regime normativo internacional conhecido como Basileia III. No período 2002-2010, o Crédito Agrícola aumentou o seu rácio Tier 1 em 4 pontos percentuais, tendo conseguido um notável reforço da sua solvabilidade.

Ao mesmo tempo que mantém esta forte posição em termos de solvabilidade, o Crédito Agrícola dispõe igualmente de uma posição de liquidez ímpar, que é o resultado da prudente política, que sempre manteve, de limitar o volume do crédito que concede aos depósitos que capta, deixando ainda uma significativa margem de segurança. Esta prática dispensa o Grupo de recorrer aos mercados financeiros internacionais para o financiamento da sua actividade creditícia.

(20)

Evolução do Rácio Tier 1 do Crédito Agrícola 8,1% 9,1% 10,4% 10,5% 11,6% 11,5% 12,0% 11,8% 12,2% 6,0% 8,0% 10,0% 12,0% 14,0% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10 Ano P er ce n ta g em

Em 2010 o Crédito Agrícola voltou a reforçar os seus capitais próprios, apesar das dificuldades da conjuntura e do efeito exógeno da política monetária do BCE que, esmagando as taxas euribor, a que muitos contratos de crédito se encontram indexados, prejudicou bastante a margem financeira das Caixas Associadas, reduzindo em consequência o seu produto bancário e os resultados. Estes mantiveram-se, no entanto, no conjunto do Crédito Agrícola, amplamente positivos no corrente exercício, tendo ultrapassado os 37 milhões de euros para o SICAM (Caixa Central e Caixas Associadas) e atingido cerca de 9 milhões de euros na actividade seguradora.

A actual conjuntura tem conduzido a um aumento do crédito mal parado no conjunto do sistema bancário nacional, fenómeno inevitável e que se verifica igualmente noutros países, dadas as dificuldades enfrentadas por numerosas empresas e famílias. Todavia, o aumento do crédito vencido no Crédito Agrícola, no contexto da actual crise, está bastante aquém do que se regista no sistema bancário no seu todo.

Refira-se aliás que, nos últimos anos, o Crédito Agrícola reforçou de modo significativo a sua cobertura de provisões para crédito vencido, a qual se elevou de 73,6% no final de 2002 para cerca de 129% no último exercício.

O activo líquido do Crédito Agrícola situava-se, ao terminar o exercício de 2010, em cerca de 14 mil milhões de euros (13 mil milhões no SICAM), o que, representando já cerca de 8% do Produto Interno

(21)

Evolução do Activo do SICAM 7.946 8.251 8.696 9.319 10.044 10.566 11.447 12.093 13.098 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10 Ano V al o re s em m ilh õ es d e eu ro s

Evolução dos Depósitos de Clientes do SICAM

6.863 7.181 7.599 8.174 8.671 9.158 9.613 10.070 9.994 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Set-10 Ano V al o re s em m ilh õ es d e eu ro s

Para além desta evolução no plano financeiro, o Crédito Agrícola conseguiu igualmente nos últimos anos uma evolução marcante em diversos aspectos da sua actividade, com melhorias visíveis na sua base tecnológica e no plano operativo, bem como na modernização da sua imagem e reforço da notoriedade.

Do mesmo modo, o Crédito Agrícola tem prosseguido o crescimento da sua rede, mesmo neste período em que o ambiente de negócio se apresenta menos favorável, dispondo actualmente de 690 balcões, cobrindo a totalidade do território nacional (com excepção da Região Autónoma da Madeira). Em alguns distritos do continente a rede do Crédito Agrícola representa mais de 30% da rede bancária existente.

Evolução do número de balcões do SICAM

584 598 616 628 632 647 670 680 690 520 540 560 580 600 620 640 660 680 700 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ano V al o re s em m ilh õ es d e eu ro s

(22)

O Grupo dispõe de um dos mais vastos parques de ATM (com 1.400 unidades, 10% da rede nacional, das quais 400 em localidades onde não existe qualquer outro tipo de serviço bancário), para além de um sistema avançado de auto-serviço bancário (Balcão 24, actualmente com 202 máquinas), e quase 15.700 TPA’s em pontos de venda. O Crédito Agrícola presta, actualmente, também o serviço de

acquirer, detendo uma quota de mercado em cartões de 7%.

10% 5,6 % 7,2 % Quota de Mercado 1.400 ATMs 1.007.281 15.640 Nº TPAs Cartões 10% 5,6 % 7,2 % Quota de Mercado 1.400 ATMs 1.007.281 15.640 Nº TPAs Cartões

Quotas de Mercado Dezembro 2010

É ainda de referir que o Crédito Agrícola colocou à disposição dos seus associados e clientes um serviço de internet banking, designado por CA On-Line, que oferece uma gama alargada de funcionalidades para consultas e transacções bancárias, quer para empresas quer para particulares, que tem granjeado adesão crescente, e igualmente instalou um canal de banca telefónica, também com grande utilização.

Para além das 85 Caixas Agrícolas e da Caixa Central, que entre si formam o SICAM, o Crédito Agrícola integra um conjunto de empresas especializadas, nas áreas de seguros, de gestão de activos e de consultadoria, com crescente importância. Merece destaque, neste contexto, a relevância já adquirida pela actividade seguradora do Grupo, distinguindo-se as duas companhias – a CA Vida e a CA Seguros -, quer pela evolução dos seus indicadores económicos e financeiros quer pela crescente qualidade do serviço. Tal conduziu ao reconhecimento da CA

(23)

Em 2006 a CA Vida fora, por sua vez, considerada a melhor seguradora do Ramo Vida e tem mantido, nos últimos anos, posição de destaque no “ranking”.

As perspectivas do Grupo para o próximo ano continuam condicionadas pela conjuntura de crise económica e financeira, admitindo-se no entanto que a recuperação paulatina a que se assiste desde há já alguns meses nas taxas euribor tenha continuidade e se reflicta positivamente na margem financeira das Caixas Associadas. Em sentido contrário, está a assistir-se a uma concorrência mais aguda pelos recursos, com impacto no seu custo, dada a necessidade em que os demais bancos se encontram de reajustarem a composição do passivo.

A chamada margem complementar, em que se integram, entre outros, os proveitos da venda cruzada, nomeadamente de seguros, as comissões do negócio de cartões, etc. tem vindo a dar igualmente um contributo mais expressivo para o produto bancário, e tal tendência deverá manter-se em 2011.

Já no que toca ao crédito mal parado, o seu valor tenderá a aumentar, como sempre sucede em situações de recessão ou de fraco crescimento económico, mas como se viu atrás, o Crédito Agrícola dispõe de uma ampla cobertura de provisões, o que constitui uma salvaguarda nesta conjuntura complexa.

Admite-se que o efeito conjugado dos vários factores em presença se traduzirá em 2011 numa melhoria dos lucros consolidados do Crédito Agrícola comparativamente a 2010. A este respeito, são já conhecidos os resultados de Janeiro de 2011 que foram, em termos líquidos, de 10 milhões de euros no conjunto do SICAM, marcando um início muito positivo para o actual exercício, que é mais de realçar no actual contexto.

(24)

6.4. Evolução da Actividade Comercial da CCAM

A actividade comercial da CCAM cresceu 2,64 % de 2009 para 2010, isto é, 4.978 mil euros.

Este crescimento foi essencialmente influenciado pela evolução do crédito concedido e da carteira de seguros.

6.4.1. Evolução dos Recursos

Evolução dos Recursos Captados

Unidade: Euros

Valor % Valor %

DEPÓSITOS À ORDEM 39.287.298 39.647.333 -360.035 -0,91% 39.529.705 -242.407 -0,61%

DP'S + POUPANÇAS 136.004.766 137.606.529 -1.601.763 -1,16%

OUTROS RECURSOS 2.553 20.966 -18.413 -87,82%

TOTAL DOS RECURSOS 175.294.617 177.274.828 -1.980.211 -1,12% 178.587.756 -3.293.139 -1,84%

139.058.051 -3.050.732 -2,19%

Indicadores 2010 2009 Variação 10/09 Estimativa 2010 Variação 10/Est.10

Em 2010, registou-se uma diminuição nos recursos da CCAM de cerca de 1.980 mil euros, isto é, -1,12% abaixo dos valores verificados em 2009. O valor estimado para 2010 foi efectivamente superior ao concretizado, verificando-se um desvio negativo na ordem dos 1,84 por cento.

Contrariando a tendência de evolução positiva ao longo dos últimos anos, a captação de recursos sofreu uma descida neste último ano, como se pode ver pelo gráfico da página seguinte:

(25)

EVOLUÇÃO DOS RECURSOS (2006 a 2010)

0 20.000.000 40.000.000 60.000.000 80.000.000 100.000.000 120.000.000 140.000.000 160.000.000 180.000.000 200.000.000 2006 2007 2008 2009 2010 DEP. ORDEM DP'S E POUPANÇAS RECURSOS TOTAIS

6.4.2. Evolução das Aplicações

Evolução do Crédito Concedido

Unidade: Euros

Valor

%

Valor

%

CRÉDITO VIVO

131.553.202 132.075.589

-522.387

-0,40%

139.545.513

-7.992.311

-5,73%

CRÉDITO VENCIDO

10.289.575

4.801.653

5.487.922 114,29%

4.315.841

5.973.734 138,41%

CRÉDITO TOTAL

141.842.777 136.877.242

4.965.535

3,63%

143.861.354

-2.018.577

-1,40%

Indicadores

2010

2009

Variação 10/09

Estimativa 2010

Variação 10/Est.10

Em 2010, verificou-se um crescimento do crédito total concedido na ordem dos 3,63% (mais 4.965 mil euros). O desvio face ao valor estimado para 2010 foi negativo e correspondeu a -1,40%.

(26)

O crédito concedido total tem apresentado uma evolução crescente ao longo dos últimos anos:

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO CONCEDIDO (2006 a 2010)

0 20.000.000 40.000.000 60.000.000 80.000.000 100.000.000 120.000.000 140.000.000 160.000.000 2006 2007 2008 2009 2010 CRÉDITO VIVO CRÉDITO VENCIDO CRÉDITO TOTAL

O Rácio de Crédito Vencido foi, em 2010, de 7,20% contra os 3,46% de 2009, registando-se um aumento desfavorável. Considerando a reclassificação de créditos feita pela Administração, para efeitos de provisionamento, este atingiu 8,1% (contra os 4,5% do ano passado).

O Rácio de Qualidade do Crédito1 em 31 de Dezembro de 2010 era de 7,2 % (3,8 % em Dezembro de 2009).

A CCAM atingiu um rácio de transformação de recursos em crédito de 86,9%, mais 9,7% do que em Dezembro de 2009.

(27)

6.4.3. Resultado Líquido do Exercício

No final de 2010, em resultado da actividade desenvolvida no decurso do ano, a CCAM apresentou um

Resultado Liquido depois de impostos positivo de 199.253 Euros.

O mapa apresentado na página seguinte é demonstrativo da evolução das várias rubricas de custos e proveitos, que conduziram à obtenção desse resultado.

Estimativa

Final 2010 Valor % Valor %

Juros e Rendimentos Similares + 5.732.020 7.441.206 6.699.705 (1.709.186) -23,0% (967.685) -14,4%

Juros e Encargos Similares - 1.620.870 2.818.315 2.505.549 (1.197.445) -42,5% (884.679) -35,3% Margem Financeira = 4.111.150 4.622.891 4.194.156 (511.741) -11,1% (83.006) -2,0%

Rendimentos Instrument.Capital + 2 1 1 1 80,0% 1

-Rendimentos Serviços e Comissões + 1.518.036 1.136.445 1.002.383 381.591 33,6% 515.653 51,4%

Encargos Serviços e Comissões - 209.156 170.574 163.572 38.582 22,6% 45.584 27,9%

Result.Activos e Passivos Aval.Justo Valor através result.+ Result.Activos Financ.dispo. Venda +

Result. Reavaliação Cambial + 7.480 2.032 538 5.449 268,2% 6.942 1290,4%

Result. Alienação de Out. Activos + - (2.269) 40.000 2.269 -100,0% (40.000)

-Outros Resultados de Exploração + 225.776 994.873 141.223 -769.096 -77,3% 84.553 59,9% Produto Bancário = 5.653.289 6.583.398 5.214.727 (930.109) -14,1% 438.562 8,4%

Custos com Pessoal - 1.809.661 1.797.129 1.844.952 12.532 0,7% -35.291 -1,9%

Gastos Gerais Administrativos - 1.480.935 1.432.426 1.446.046 48.509 3,4% 34.889 2,4%

Custos Administrativos - 3.290.596 3.229.555 3.290.998 61.041 1,9% -402 0,0%

Amortizações do Exercício - 306.903 320.069 356.873 -13.165 -4,1% (49.970) -14,0%

Provisões Líquid. Repos.e Anulações - 16.027 (99.427) 102.758 115.455 -116,1% (86.731) -84,4%

Correcções Valor Assoc. Crédito a Clientes e Valores Receber Out. Devedores (Liq.repos.e anulações)

- 1.778.323 1.990.653 139.999 -212.330 -10,7% 1.638.324 1170,2%

Imparidade de Out. Activos Financeiros

Líquida de Reversões e Recuperações - 163.037 0 50.000 163.037 - 113.037 226,1%

Imparidade de Out. Activos Líquida de

Reversões e Recuperações - 76.406 94.936 50.000 -18.530 -19,5% 26.406 52,8% Resultado Antes de Impostos = 21.996 1.047.613 1.224.099 (1.025.617) -97,9% (1.202.103) -98,2%

Impostos Correntes - 101.187 441.800 456.588 (340.614) -77,1% (355.402) -77,8%

Impostos Diferidos - (278.444) (262.425) (180.000) -16.019 6,1% (98.444) 54,7% Resultado Líquido = 199.253 868.237 947.510 (668.984) -77,1% (748.256) -79,0%

(28)

O Produto Bancário da CCAM diminuiu 14,1 por cento face ao valor de 2009, consequência da redução significativa na Margem Financeira.

Os Custos Administrativos registaram um crescimento de 61 mil euros resultantes da contabilização de despesas correntes da CCAM, tais como o aumento da rubrica de transportes de valores à Prosegur, das avenças e honorários com advogada e dos outros serviços de terceiros. Quanto à rubrica de outros custos com o pessoal o aumento deve-se em parte à actualização salarial do ACTV, destaca-se na rubrica de outros custos com o pessoal os prémios pagos ao funcionário do mês, isto é, o funcionário que é premiado mensalmente se atingir os objectivos mensais.

O Resultado Antes de Imposto foi inferior ao registado em 2009, menos 97,9%. Esta diminuição é decorrente da redução drástica na Margem Financeira, e no Produto Bancário, do aumento das Custos Administrativos e do aumento das Provisões Líquidas para Crédito Concedido e Imparidade de Out. Activos Financeiros, na ordem dos 48 mil euros, face ao valor registado em 2009. O desvio face ao estimado justifica-se pelo facto do crédito vencido a mais de 90 dias ter sido superior ao previsto, tivemos que reclassificar grupos de crédito com valor de responsabilidade elevado, tendo como consequência o aumento do valor provisionado, mesmo assim, continuamos a manter a politica de reforço de provisão acima dos mínimos legalmente definidos como obrigatórios.

6.4.4. Capitais Próprios

Os Capitais Próprios da CCAM em 31 de Dezembro de 2010 registavam um crescimento de cerca de 185 mil Euros, face a 2009, atingindo os 24.121.842 euros (23.937.021 € em 2009).

O Aviso nº1/93 do Banco de Portugal determina que as instituições de crédito são obrigadas a manter o rácio de

Solvabilidade (relação Fundos Próprios / Activo Líquido ponderado em função do respectivo risco) igual ou

acima dos 8%. Em 31 de Dezembro de 2010, o rácio de Solvabilidade da nossa CCAM era de 15,35% (14,55% em 2009).

(29)

O capital social passou de 10.061.115 € para 17.538.210 € em consequência da transferência de reservas para capital social no montante de 7.438.885 € e da variação positiva das participações dos sócios no montante de 38.210 €. O número de associados aumentou conforme quadro seguinte:

MOVIMENTO DE SÓCIOS DURANTE O ANO DE 2010

CCAM SÃO TEOTÓNIO

- Sócios Existentes em 31.12.2009 ……… 3.612

………. 36

Soma ……….. 3.648

- Sócios Falecidos ……….. 13

- Sócios Demitidos a seu Pedido ……….. 10

- Sócios Anulados ……….. 0 Soma ………..…………. ……….. 23 SÓCIOS EXISTENTES EM 31.12.2010 3.625 2006 2007 2008 2009 2010 3.545 3.517 3.584 3.612 3.625 0,60% -0,79% 1,91% 0,78% 0,36% ASSOCIADOS CRESCIMENTO ………..

- Sócios Admitidos durante o ano de 2010 ………..

……… ………

(30)

C

O

N

T

A

S

E

A

N

E

X

O

À

S

C

O

N

T

A

S

(31)

B

A

L

A

N

Ç

O

(32)

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S. TEOTÓNIO, C.R.L. BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009

2009 Provisões,

Activo imparidade e Activo Activo

ACTIVO Notas Bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 2010 2009

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 5 2.226.817 2.226.817 1.969.447 Recursos de bancos centrais 22

Disponibilidades em outras instituições de crédito 6 634.416 634.416 1.694.553 Passivos financeiros detidos para negociação 23 - 6.488

Activos financeiros detidos para negociação 7 - 6.488 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 24

Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 8 - - Recursos de outras instituições de crédito 25 534

-Activos financeiros disponíveis para venda 9 4.891.859 198.184 4.693.675 5.288.087 Recursos de clientes e outros empréstimos 26 175.691.162 177.793.300

Aplicações em instituições de crédito 10 40.637.752 40.637.752 48.545.166 Responsabilidades representadas por títulos 27

Crédito a clientes 11 142.147.596 7.166.313 134.981.283 131.545.436 Passivos financeiros associados a activos transferidos 28

Investimentos detidos até à maturidade 12 2.087.377 2.087.377 - Derivados de cobertura 14

Activos com acordo de recompra 13 - - Passivos não correntes detidos para venda 29

Derivados de cobertura 14 - - Provisões 30 1.207.045 1.191.017

Activos não correntes detidos para venda 15 3.987.556 196.142 3.791.415 2.448.590 Passivos por impostos correntes 20 -

-Propriedades de investimento 16 - 0 Passivos por impostos diferidos 20 16.631 16.230

Outros activos tangíveis 17 - 0 Instrumentos representativos de capital 31

Activos intangíveis 18 8.773.581 2.937.338 5.836.243 5.892.047 Outros passivos subordinados 32

Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 19 3.803.103 5.051 3.798.052 3.798.052 Outros passivos 33 1.277.704 1.285.478

Activos por impostos correntes 20 345.674 345.674 121.292 Total do Passivo 178.193.074 180.292.513

Activos por impostos diferidos 20 1.391.724 1.391.724 1.112.880

Outros activos 21 1.999.813 109.324 1.890.489 1.807.497 Capital 35 17.538.210 10.061.115

Prémios de emissão 35

Outros instrumentos de capital 36

Reservas de reavaliação 36 181.557 178.042

Outras reservas e resultados transitados 36 6.202.822 12.829.627

Lucro do exercício 36 199.253 868.237

Dividendos antecipados

Total do Capital 24.121.842 23.937.021

Total do Activo 212.927.268 10.612.352 202.314.916 204.229.534 Total do Passivo e do Capital 202.314.916 204.229.534

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

(Montantes expressos em Euros) 2010

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RUBRICA Notas 2010 2009

Juros e rendimentos similares 37 5.732.020 7.441.206

Juros e encargos similares 38 1.620.870 2.818.315

Margem financeira 4.111.150 4.622.891

Rendimentos de instrumentos de capital 39 2 1

Rendimentos de serviços e comissões 40 1.518.036 1.136.445

Encargos com serviços e comissões 41 209.156 170.574

Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 42

Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 43

Resultados de reavaliação cambial 44 7.480 2.032

Resultados de alienação de outros activos 45 - (2.269)

Outros resultados de exploração 46 225.776 994.873

Produto bancário 5.653.289 6.583.398

Custos com pessoal 47 1.809.661 1.797.129

Gastos gerais administrativos 48 1.480.935 1.432.426

Amortizações do exercício 17 e 18 306.903 320.069

Provisões líquidas de reposições e anulações 30 16.027 (99.427)

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 1.778.323 1.990.653

Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 30 163.037

Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações 30 76.406 94.936

Resultado antes de impostos 21.996 1.047.613

Impostos

correntes 20 101.187 441.800

diferidos 20 (278.444) (262.425)

Resultado líquido do exercício 199.253 868.237

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE S. TEOTÓNIO, C.R.L. DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 (Montantes expressos em Euros)

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2010 2009 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS:

Recebimentos de juros e comissões 7.250.056 8.577.652

Pagamentos de juros e comissões (1.830.026) (2.988.889)

Pagamentos ao pessoal e fornecedores (3.228.655) (3.176.803)

Contribuições para o fundo de pensões (61.941) (52.752)

(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento 177.257 (179.376) Resultados cambiais e outros resultados operacionais

Recuperação de créditos incobráveis

Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 233.257 996.904 Resultados operacionais antes das alterações nos activos e passivos operacionais 2.539.948 3.176.736 (Aumentos) / diminuições de activos operacionais:

Aplicações em instituições de crédito (7.907.415) 2.650.729 Activos financeiros detidos para negociação (6.488) (2.116) Activos financeiros disponíveis para venda (431.375) (229.042)

Créditos a clientes 5.214.169 6.305.490

Investimentos detidos até à maturidade 2.087.377

-Derivados de cobertura

Activos não correntes detidos para venda 1.389.875 1.330.869

Outros activos 615.574 578.453

961.718 10.634.383 Aumentos (diminuições) de passivos operacionais:

Passivos financeiros detidos para negociação (6.488) (2.116)

Recursos de instituições de crédito 534 (8.560)

Recursos de clientes e outros empréstimos (2.102.138) 8.350.207 Derivados de cobertura

Passivos não correntes detidos para venda

Outros passivos (7.374) (52.249)

(2.115.466) 8.287.282 Caixa líquida das actividades operacionais antes dos impostos sobre o rendimento

Impostos pagos

Caixa líquida das actividades operacionais (537.236) 829.635 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO:

Variação de activos tangíveis e intangíveis 251.099 276.089

Dividendos recebidos (2) (1)

Aquisição de activos disponíveis para venda Alienação de activos disponíveis para venda

Rendimentos adquiridos nos activos disponíveis para venda Aquisições de activos tangíveis e intangíveis

Vendas de activos tangíveis e intangíveis

Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas -

-Caixa líquida das actividades de investimento 251.098 276.088 FLUXOS DE CAIXA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO:

Aumento de capital 7.477.095 33.010

Dividendos pagos

Emissão de dívida titulada e subordinada

Remuneração paga relativa às obrigações de caixa e outros Remuneração paga relativa a passivos subordinados

(…) (7.491.528) (62.464)

Caixa líquida das actividades de financiamento (14.433) (29.454)

Aumento (Diminuição) líquida de caixa e seus equivalentes (802.766) 524.093

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 3.664.000 3.139.907 Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 2.861.234 3.664.000 O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 E 2009 (Montantes expressos em Euros)

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1. NOTA INTRODUTÓRIA

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de S. Teotónio, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM S.TEOTÓNIO) é uma instituição de crédito constituída em 26 de Maio de 1911 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável.

A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

Em 31 de Dezembro de 2010, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua 25 de Abril n.º 6, em S. Teotónio e através de uma rede de 7 balcões situados nos concelhos de Odemira e Aljezur.

2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação das contas

As demonstrações financeiras da Caixa foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.

As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o

(39)

i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;

ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;

iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;

iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.

v) Benefícios aos empregados, através do estabelecimento de um período para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19.

De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 31 de Dezembro de 2004, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2009, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de

(40)

mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2013.

Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008), no qual permite diferir os impactos da transição, por um período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.

Foi decisão da Caixa prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008.

Em 2007 a Caixa apresenta pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA, sendo o impacto da introdução destas normas apresentado na Nota 3.

As demonstrações financeiras da Caixa em 31 de Dezembro de 2010, estão pendentes de

aprovação pelos correspondentes órgãos sociais. No entanto, é convicção da Direcção da Caixa que estas demonstrações financeiras virão a ser aprovadas sem alterações significativas.

2.2. Comparabilidade da informação

Conforme permitido pelo Aviso nº 1/2005, a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo bem como as caixas de crédito agrícola mútuo do SICAM elaboraram até 31 de Dezembro de 2006 as suas demonstrações financeiras, em base individual, em conformidade com as normas constantes da instrução nº 4/96.

Em 2007 a Caixa apresenta pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA. Com o objectivo de assegurar a comparabilidade com o ano anterior, as demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2006 foram convertidas para NCA (demonstrações financeiras pró-forma).

(41)

2.3. Resumo das principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:

a) Especialização dos exercícios

A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Transacções em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de "fixing" da data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são registadas na posição cambial.

c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.

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As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objecto de análises de perdas por imparidade.

As participações em empresas filiais e associadas em moeda estrangeira (activos não monetários valorizados ao custo histórico) são convertidas à taxa de câmbio histórica da data da transacção, conforme previsto no IAS 21.

d) Crédito e outros valores a receber

Conforme descrito na Nota 2.1 estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.

Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos termos descritos abaixo. Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.

(43)

Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos gerais de crédito

De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro), e outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para riscos de crédito:

i) Provisão para crédito e juros vencidos

Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a data de incumprimento.

ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:

- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros; . Estarem em incumprimento há mais de:

. seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos;

. doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez anos;

(44)

. vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.

iii) Provisão para risco país

Destina-se a fazer face aos problemas de realização dos activos financeiros e extrapatrimoniais sobre residentes de países considerados de risco pelo Banco de Portugal, qualquer que seja o instrumento utilizado ou a natureza da contraparte, com excepção:

- Dos domiciliados em sucursal estabelecida nesse país, expressos e pagáveis na moeda desse país, na medida em que estejam cobertos por recursos denominados nessa moeda;

- Das participações financeiras;

- Das operações com sucursais de instituições de crédito de um país considerado de risco, desde que estabelecidas em Estados membros da União Europeia;

- Dos que se encontrem garantidos por entidades indicadas no número 1 do artigo 15º do Aviso nº 3/95, desde que a garantia abranja o risco de transferência;

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As necessidades de provisões são determinadas por aplicação das percentagens fixadas em Instruções e Cartas Circulares do Banco de Portugal, que classificam os países e territórios segundo grupos de risco.

iv) Provisão para riscos gerais de crédito

Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões", e destina-se a fazer face a riscos de cobrança do crédito concedido e garantias e avales prestados.

Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:

- 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja finalidade não possa ser determinada;

- 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;

- 1% no que se refere ao restante crédito concedido.

Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para riscos gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser aceites fiscalmente como custo.

A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida.

Periodicamente, a Caixa abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.

Referências

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