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CRESCIMENTO E DEFICIÊNCIA DE MACRONUTRIENTES, BORO E ZINCO EM PLANTAS DE GUAR (NOTA PRÉVIA)

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CRESCIMENTO E DEFICIÊNCIA DE MACRONUTRIENTES, BORO E

ZINCO EM PLANTAS DE GUAR

(NOTA P R É V I A )

H.P. Haag* P. C â m p o r a * * L.H.S.P. F o r t i *

RESUMO: Plantas de guar (Cyamopsis tetragonoloba L. (Taub.)) cv. Brooks foram cultivadas em quartzo e irrigadas com solução nutritiva completa e com omissão de micronutrientes, boro e zinco. Foi obtido o quadro

sintomatológico das carências e avaliado o efeito da omissão sobre a produção de matéria seca das p l a n t a s . Os autores concluíram que: - A omissão de qualquer um dos elementos reduz o peso da matéria seca das p l a n t a s ; Obtiveram a sintomatologia de todos os nutrientes e s -tudados; - A deficiência em enxofre manifesta-se inicialmente nas folhas mais v e l h a s ; Os níveis a n a l í t i cos obtidos para plantas normais e com sintomas de d e -ficiência foram: N % 1,83-1,62; P% 0,20-0,04; K% 3,85-1,64; C a % 2,34-0,56; M g % 0,74-0,22; S% 0,39-0,03; B ppm 114-71; Zn ppm 1 7 - 6 .

Termos para indexação: g u a r , crescimento, d e -ficiência, m a c r o n u t r i e n t e s , b o r o , zinco, níveis analí-ticos .

* Departamento de Química da E.S.A. "Luiz de Q u e i r o z " da Universidade de São Paulo 13.400 P i r a -cicaba, SP.

** Cooperativa Agrícola de Cotia 05.346 São P a u -lo, SP.

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MALNUTRITION SYMPTOM OF MACRONUTRIENTS, BORON AND

ZINC IN GUAR PLANTS

ABSTRACT: Guar plant (Cyamopsis tetragonoloba L. (Taub.)) cv. Brooks is an option for the semi-arid regions in northeastern B r a z i l , because besides the seed potential for the extraction of galactomonnan it is an option for that region w h e r e a constant deficit of food for animal feeding p r e v a i l s . In order to obtain

the malnutrition symptoms of m a c r o n u t r i e n t s , boron and zinc, young guar plants were grown in nutrient solutions. The symptoms were described. The analytical satisfactory range and defficient range in the leaves w a s : N% 1.83-1.62; P% 0.20-0.04; K% 3.85-1.64; C a % 2.34-0.56; M g % 0.74-0.22; S% 0.39-0.03; B ppm 114-71; Zn ppm 16-6. Index terms: g u a r , m a c r o n u t r i e n t s , b o r o n , zinc.

INTRODUÇÃO

0 guar (Cyamopsis tetragonoloba L. (Taub.)) é uma leguminosa fixadora de nitrogênio com ciclo normal de 120 dias e extremamente bem adaptada ãs condições de seca e chuvas irregulares. Na India e Paquistão, paí-ses tradicionais de cultivo, ocupa u m a área de 1 milhão de h e c t a r e s . Cerca de 30.000t de sementes sao produzi-das anualmente nos Estados U n i d o s . M e t a d e vai para a indústria de p a p e l , um terço para a manufatura de sor-v e t e s , queijos e s p e c i a i s , cosméticos e industria

farma-cêutica. 0 restante vai para a indústria petrolífera, onde ê u s a d a para estabilizar a lama na perfuração de p o ç o s . N a Índia a planta ê utilizada para a alimenta-ção humana e a farinha é usada para engorda de bovinos de leite e corte (NETTO, 1 9 8 7 ) . 0 efeito da fonte de proteína - farelo de algodão e farelo de guar foi estu-dado por BOIN et alii (1977) em um ensaio de confinamen

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farelo de guar é equivalente ao farelo de algodão como fonte de proteínas e que a conversão alimentar para o farelo de guar e superior ã do farelo de algodão. A National Academic of Science (1975) lançou um relatório

sobre plantas nao exploradas m a s com promissor valor econômico, no qual inclue entre outras plantas o guar. Tendo em vista a enorme possibilidade do cultivo do guar no nordeste brasileiro e a ausência de dados s o bre a nutrição básica desta leguminosa os autores r e a -lizaram o presente trabalho tendo em m i r a avaliar o cres^ cimento, a sintomatologia e os níveis da presença e a u -sência de m a c r o n u t r i e n t e s , boro e zinco.

MATERIAL E MÉTODOS

Sementes de guar (Cyamopsis tetvagonoloba L. (Taub.)) cv. Brooks foram postas a germinar em areia umidecida. Quando as plântulas atingiram cerca de 5-7cm de altura foram transferidas para vasos de alumínio r e -vestidos internamente com uma tinta betuminosa

(Neu-trol-45) e cheios com 10kg de quartzo m o l d o .

Nos primeiros cinco dias as plantas só receberam ãgua destilada. Após este período foi fornecida a s o lução completa de HOAGLAND & ARNON (1944) diluída a m e -tade com ãgua destilada. Após sete dias com este tra-tamento os vasos foram lavados com ãgua destilada e ini ciados os tratamentos que consistiram em: completo (to-dos os n u t r i e n t e s ) , - N , - P , - K , - C a , - M g , - S , - B , - Z n , em número de quatro repetições por tratamento d e i x a n d o -se quatro plantas por v a s o .

As soluções d e HOAGLAND & ARNON (1944) foram for necidas âs plantas duas vezes ao dia por percolação dos v a s o s . 0 percolado era descartado. Com o surgimento

dos sintomas de c a r ê n c i a s , os mesmos foram descritos e as plantas coletadas. As plantas foram subdivididas em folhas n o v a s , folhas v e l h a s , caule e v a g e n s . 0 material foi seco a 80°C e analisado para os elementos pelas técnicas descritas em SARRUGE & HAAG ( 1 9 7 4 ) .

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Crescimento:

O crescimento foi avaliado através da determina-ção do peso da matéria seca das diversas partes da plan ta em função dos tratamentos. Observa-se na Tabela 1 que a omissão de qualquer um dos nutrientes testados afetou o peso da matéria seca em comparação com o tra-tamento completo, principalmente os tratra-tamentos - N , - P , - C a , - K , - P . A omissão dos micronutrientes causou uma redução de aproximadamente 5 0 % no crescimento total.

Sintomatologia de carência: Nitrogênio:

Vinte e seis dias após a omissão do elemento sur giram os primeiros sintomas de carência que consistiam num amarelecimento das folhas mais v e l h a s , com a perda da clorofila. Com o passar do tempo esta sintomatolo-gia transferia-se para as folhas imediatamente superio-res. 0 aspecto geral da planta era de enfezamento, man tendo-se as folhas em posição erecta. Praticamente nao houve produção de v a g e n s , algumas tentaram-se formar mas nao tiveram desenvolvimento. Somente as folhas bem novas mantinham coloração verde clara.

Sendo o guar uma leguminosa, este sintoma só apa recerã no solo em condições do nao desenvolvimento dos nódulos contendo as bactérias fixadoras de nitrogênio.

Fósforo:

Cerca de trinta dias após a omissão deste ele-m e n t o surgiraele-m os priele-meiros sintoele-mas de desnutrição que

consistiam no escurecimento das folhas medianas e n o -v a s , sendo que as folhas mais -velhas perdiam a colora-ção verde que era substituída por uma coloracolora-ção ferru-ginosa, seguida da queda das folhas afetadas. Pouca for maçao de vagens que se apresentavam com pontuações e s

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Grande parte das vagens nao continham sementes em formação. Tanto as folhas novas como as velhas apre sentavam um desenvolvimento similar ãs do tratamento com pleto.

Potássio:

Aos trinta e cinco dias após a omissão do ele-mento do meio nutritivo surgiram os primeiros sintomas que consistiam no murchamento das folhas inferiores, dis

tinguindo-os dos d e m a i s . As folhas velhas apresenta-vam-se amareladas por completo, chegando a secar em con

traposiçao das folhas novas que apresentavam coloração n o r m a l , m a s em posição erecta.

As vagens apresentavam-se de tamanho normal mas manchadas de coloração m a r r o n - p r e t a , em peso bem

infe-rior as do tratamento completo. Cálcio:

Os primeiros sintomas surgiram após quarenta dias da omissão do elemento da solução nutritiva. 0 sintoma da falta de cálcio mostrou-se primeiramente nas folhas novas que se apresentavam p e q u e n a s , mal formadas, de co loraçao a m a r e l a d a , chegando a secar as mais n o v a s . Hou-ve fendelhamento do caule próximo do ápice da planta. As poucas vagens que se formaram eram deformadas, m a n -chadas no local das sementes. Algumas das vagens che-garam a se abrir, expondo os rudimentos da formação de sementes que quase nunca chegaram a se formar. Neste estádio as folhas mais velhas amareleciam e secavam.

M a g n e s i o :

Os primeiros sintomas da desnutrição neste ele-mento foram percebidos após a omissão do eleele-mento por cerca de cinqüenta dias e consistiam no amarelecimento total das folhas mais velhas e a perda da cor verde nas folhas mais n o v a s . Com o progredir dos sintomas as fo-lhas mais novas apresentavam áreas de coloração amare-ladas entre as n e r v u r a s , sintoma bem típico da carência deste elemento. As vagens apresentavam sem a coloração

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verde típica que foi sendo substituída por uma colora-ção amarela-pálida. As plantas tiveram pouco desenvol-vimento em altura confrontando com as do tratamento com pieto.

Enxofre:

Após a omissão por sessenta dias surgiram os pri meiros sintomas de carência que consistiam n a perda da cor verde normal das folhas velhas em contraposição das folhas mais novas. Com o progredir do estudo dos sintomas todas as folhas da planta apresentavam sem a c o -loração verde n o r m a l , havendo um gradiente de co-loração amarelada das folhas novas para as v e l h a s . As vagens eram de coloração verde pálida. As folhas adquiriam uma posição erecta.

Boro:

Os sintomas manifestaram quase que no fim do c i -clo da planta, aos setenta dias da omissão e consistiam no amarelecimento das folhas mais novas que se apresen-tavam com uma falta de formação, dando o aspecto do ata que de algum inseto. As vagens nasciam do mesmo ponto e mostravam-se recurvadas, mal f o r m a d a s , com grandes m a n chas escuras no exterior e na parte interna. Poucas s e -mentes se formaram, todas de coloração escura. Algumas vagens so continham sementes. As folhas mais velhas d e £

prendiam-se com facilidade da planta. Um fato que chamou particular atenção foi a presença de um elevado n ú -mero de formigas, especialmente nas vagens deformadas

e rachadas.

Zinco:

Foi o último sintoma a se m a n i f e s t a r , somente no venta dias apôs a sua omissão. As plantas nao cresciam permanecendo p e q u e n a s , folhas novas p e q u e n a s , amarele-cidas e em menor numero do que nas plantas vegetando em solução completa. Vagens p e q u e n a s , m a l formadas e a l -gumas secas, sem contudo se desprender da planta.

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Níveis analíticos:

A Tabela 2 aponta as concentrações percentuais dos macronutrientes nas diversas partes da planta, assim c o m o , a concentração de boro e zinco em ppm nas mesmas p a r t e s .

Observa-se que como era esperada sempre o trata-mento com omissão do eletrata-mento mostrou uma concentração

inferior ao tratamento completo. Contudo chama atenção que no tratamento +S e -S houve uma inversão na concen-tração deste elemento nas folhas mais n o v a s . Nas folhas mais v e l h a s , onde se iniciou o estudo dos sintomas de

carência a concentração de S é bem mais baixa do que no tratamento completo, contrariando as afirmações clássi-cas (MENGEL & K I R K B Y , 1 9 8 7 ) .

Um outro fato digno de nota ê a corcentraçao ele v a d a de boro no tratamento completo indicando, talvez, que o guar seja uma planta exigente deste micronutrien-te.

CONCLUSÕES

- A sintomatologia da deficiência de todos os nutrientes estudados foi obtida e i idêntica a das d e -mais espécies.

- A deficiência de enxofre iniciou-se nas folhas mais v e l h a s .

- Os níveis adequados e deficientes foram os se-guintes: N % 1,83-1,62; P% 0,20-0,04; K% 3,85-1,64; C a % 2,34-0,56; M g % 0,74-0,22; S% 0,39-0,03; B p p m 114-71; Zn ppm 17-6.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOIN, C ; T R O V O , J.B.F.; A L L E O N I , G.F.; BONILHA, L.M.N. Efeito da fonte de proteína (Farelo de algodão e f a -relo de guar) e do nível de concentração no desempe-nho de zebuinos em confinamento. Boletim da Indús-tria Animal, Nova O d e s s a , 34(2):165-75, 1 9 7 7 . HOAGLAND, D.R. & A R N O N , D.I. The water culture method

for growing plants without soil. Circular. Califórnia Experiment Station, Berkeley, ( 3 4 7 ) , 1 9 5 0 .

M E N G E L , K. & K I R K B Y , E.A. Principles of plant nutrition. 4.ed. Berna, International Potash Institute, 1987. 687p.

NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES. Under exploited tropical plants with promising economic value. Washington,

1975. 188p.

SARRUGE, J.R. & H A A G , H.P. Análises químicas em plan-tas. P i r a c i c a b a , E S A L Q , Departamento de Química, 1974. 56p.

Entregue para publicação em: 23/02/90 Aprovado para publicação em: 26/07/90

Referências

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